Fórum de Formação e Profissionalização em Relações Internacionais Painel 1: Origem, história e especificidade das RIs São Paulo, 29 de maio de 2006, 17h30-19h00 FEA-USP Apresentação de Paulo Roberto de Almeida Diplomata e professor no Uniceub Sumário da apresentação: Quem é o profissional de relações internacionais e quais seriam os principais desafios do ponto de vista de sua formação educacional e de sua inserção profissional? 1. Um novo “personagem" na paisagem: o bacharel em relações internacionais... 2. Quem é ele?; o que ele é capaz de fazer? 3. Os cursos entregam o “produto” pronto? 4. O que podem fazer os alunos e os cursos? 1. Um novo “personagem” na paisagem brasileira: o profissional em relações internacionais... A grande transformação: o fim da história e a explosão dos cursos mercantis... - Abertura internacional da economia brasileira nos anos 1990: globalização e regionalização como fatores indutores; - Lei de Say (a oferta cria a sua própria demanda): surgimento de novas oportunidades profissionais no mercado. … alguns outros elementos relevantes para avaliar o “personagem” Ponderar fatores de qualidade, derivados da: - disponibilidade de bons cursos (avaliação curricular e parâmetros de formação); - oferecimento de oportunidades reais (o curso está conectado com a sociedade?); - integração e segmentação dos mercados (barreiras à entrada diminuem eficiência); - empreendedorismo e cultura estatizante (quantos vão fazer concurso público?); 2. Quem é o profissional de RI?; o que ele é capaz de fazer? Sim, ele é capaz de muitas coisas, mas… possui capacidade analítica comprovada? tem ferramentas adequadas ao seu trabalho? foi preparado para ser um autodidata? tem idéia das oportunidades brasileiras? pôde seguir especializações instrumentais? foi exposto a simulações da realidade? aprendeu que na prática a teoria é outra? saiu do casulo universitário para a vida real? enfim, como pretende construir sua carreira? ...outros elementos relevantes do homem com qualidades... Quais são as qualidades do profissional RI? - saber que existem várias RIs no mundo; - que existe uma RI para a sua situação; - que ele pode construir a sua própria RI; - que isso pode ser feito cooperativamente; - que self-reliance é a melhor receita; - que prospectiva é melhor que perspectiva; - que diversificação é um bom seguro-risco; 3. Os cursos entregam o “produto” (o “personagem” RI) pronto? Não, os cursos entregam um “produto” apenas parcialmente pronto; Por que?… > existem deficiências intrínsecas aos cursos (nenhum curso é perfeito…); > Um problema tradicional: - Por que ninguém me chama? (os alunos acham que as empresas e organizações internacionais não se lembram que eles existem; ignoram que eles são bons, quase perfeitos…). … alguns aspectos da paisagem para o profissional em RI... - Setor público (diplomacia and other few); - Setor acadêmico (retornos decrescentes); - Setor privado (maiores oportunidades); - ONGs e outros alternativos (“idealistas”); - Organizações internacionais (sortudos); Empreendedorismo individual e coletivo: - O mercado vai crescer?; - Entzauberung: da ilusão à frustração… 4. O que podem fazer os alunos e os cursos? Reinventar sua própria formação: autodidatismo é sempre bem-vindo; políticas de formação para nichos especiais de mercado; seguimento das primeiras gerações de RI (alguém se lembrou de fazer uma pesquisa?); um mercado ainda em testes... Desafios e mais desafios… …grandes e pequenos problemas da profissionalização As “irracionalidades” do processo de formação e de inserção no mercado… sempre tem algum detalhe não trabalhado; os formandos esperam ser chamados?; a regulamentação como remédio: de volta às corporações medievais de ofício?; da saturação à acomodação, em poucos anos mais (sedimentação e nichos). Ao fim e ao cabo… …existem vantagens em ser um internacionalista: quais são elas?: mobilidade intersetorial; mobilidade espacial (geográfica); flexibilidade curricular e mental; nomadismo assegurado (às vezes grátis); acumulação “primitiva” de milhagens; aprender a pensar em inglês... Obrigado! Paulo Roberto de Almeida www.pralmeida.org http://diplomatizando.blogspot.com/ Brasília, 22 de maio de 2006