EMPREGO DO HÍFEN COM PREFIXOS (1) SEMPRE diante de H. (regra básica). Ex. anti-higiênico, anti-histérico, anti-histórico, macro-história, mini-hotel, proto-história, sobre-humano, super-homem, ultra-humano, co-herdeiro Exceção: subumano (nesse caso, a palavra humano perde o h). (2) SEMPRE entre VOGAIS IGUAIS. Ex. anti-ibérico, anti-imperialista, anti-inflacionário, anti-inflamatório, arqui-inimigo, auto-observação, contra-almirante, contra-atacar, contra-ataque, micro-ondas, micro-ônibus, semi-interno, semi-internato. Exceção: É o prefixo “CO”. Mesmo se a outra palavra iniciar-se com a vogal “o”, não se utiliza hífen. Veja o item 12. (3) NUNCA entre VOGAIS DIFERENTES. Ex. aeroespacial, agroindustrial, anteontem, antiaéreo, antieducativo, autoaprendizagem, autoescola, autoestrada, autoinstrução, coautor, coedição, extraescolar, infraestrutura, hidroadenite, hidroelétrico, hidroavião, plurianual, semiaberto, semianalfabeto, semiesférico, semiopaco. (4) SEMPRE entre CONSOANTES IGUAIS. Ex. hiper-requisitado, inter-racial, inter-regional, sub-bibliotecário, super-racista, super-reacionário, super-resistente, super-romântico. (5) NUNCA entre CONSOANTES DIFERENTES. Ex. intermunicipal, hipermercado, supersônico, superproteção. (6) NUNCA entre CONSOANTE e VOGAL. Ex. hiperacidez, hiperativo, interescolar, interestadual, interestelar, interestudantil, superamigo, superaquecimento, supereconômico, superexigente, superinteressante, superotimismo. (7) NUNCA com VOGAL diante CONSOANTE DIFERENTE de R e S. Ex. autopeças, anteprojeto, antipedagógico, coprodução, geopolítica, microcomputador, pseudoprofessor, semideus, seminovo, ultramoderno. (8) NUNCA com VOGAL diante de R e S. (porque estas letras se desdobram). Ex. autorretrato, antirracismo, antirrábico, antessala, antirreligião, antirrugas, antissocial, antissacristia, contrarregra, contrassenso, cosseno, infrassom, microssistema, minissaia, multissecular, neorrealismo, neossimbolista, semisseta, ultrarresistente, autorregulamentação, suprarrenal, ultrassom, infrarrenal, ultrarromântico, contrassenha, extrasseco, extrarregimento, ultrassonografia, extrassístole, arquirrivalidade, contrarrazão (termo jurídico). (9) SEMPRE entre SUB diante de R e B. Ex. sub-rotina, sub-região, sub-raça, sub-rogar, sub-rogação, sub-retranca, sub-rogante, sub-reptício, sub-repasse, sub-reitor, sub-base, sub-bosque. (10) SEMPRE com VICE. Ex. vice-rei, vice-diretor, vice-almirante, vice-presidente, vice-reitor, vice-prefeito. (11) SEMPRE diante de EX, SEM, ALÉM, AQUÉM, RECÉM, PÓS, PRÉ, PRÓ. Ex. ex-aluno, ex-diretor, sem-número, sem-terra, além-mar, além-túmulo, aquém-mar, recém-casado, recém-nascido, pós-graduação, pré-história, pré-vestibular, pró-europeu, pró-memória. (12) “CO” aglutina-se, em geral, com o outro termo mesmo quando este se inicia por o. Ex. coobrigar, coobrigação, coordenar, cooperar, cooperação, cooptar, coocupante, etc. (13) SEMPRE se CIRCUM e PAN precederem o H, M, N e VOGAL. Ex. circum-adjacente, circum-ambiente, circum-navegação, pan-americano, pan-helenismo, pan-helênico, pan-mixia. (14) NUNCA com SOBRE. Ex. sobressair, sobressaltar, sobressalto, sobressalente. Exceção: sobre-saia. (15) NUNCA em formações que contêm DES e IN, nas quais o segundo elemento perde o H inicial. Ex. desumano, desumidificar, inábil. (16) SEMPRE nas PALAVRAS que ocasionalmente se combinam, FORMANDO NÃO PROPRIAMENTE VOCÁBULOS, mas ENCADEAMENTOS VOCABULÁRIOS. Ex. ponte Rio-Niterói, eixo Rio-São Paulo. (17) NUNCA nas PALAVRAS que perderam a NOÇÃO DE COMPOSIÇÃO. Ex. girassol, madressilva, mandachuva, pontapé, paraquedas, paraquedistas, paralama, etc. (18) SEMPRE diante de sufixos de origem tupi-guarani: AÇU, GUAÇU e MIRIM. Ex. amoré-guaçu, anajá-mirim, capim-açu. (19) NUNCA nas LOCUÇÕES de qualquer tipo, sejam elas substantivas, adjetivas, pronominais, prepositivas ou conjuntivas, não se emprega em geral o hífen. Exceções: água-de-colônia, arco-da-velha, cor-de-rosa, mais-que-perfeito, pé-de-mesa, ao-deus-dará, à-queima-roupa. (20) BEM e MAL (advérbios) exigem hífen, quando o elemento seguinte iniciar por VOGAL ou H. Ex. bem-aventurado, bem-estar, mal-estar, mal-humorado, bem-humorado. (21) BEM, ao contrário de MAL, pode ou não se aglutinar às palavras começadas por CONSOANTE: Ex. bem-criado, malcriado, bem-nascido, malnascido, bem-visto, malvisto, bem-casado, malcasado, bem-comportado, malcomportado, benfeitor. (22) NÃO: de acordo com o novo vocabulário ortográfico, não se emprega mais o hífen mesmo diante do “não” associado a substantivo, adjetivos e particípios: Ex. não agressão, não alinhado, não apoiado, não conformista, não ser, não combatente, não essencial, etc. Porém, escreva com hífen: não-me-deixes, não-me-esqueças, não-me-toques (espécie de planta), não-te-esqueças-de-mim. E, sem hífen, escreva: não me toques (melindres), não sei quê, não te rales. (23) EM PALAVRAS COMPOSTAS: foi inteiramente conservado o princípio de manter-se o uso do hífen. Ex. laranja-do-céu, mão-de-obra, cana-de-açúcar. (24) TRAVESSÃO e HÍFEN. Nunca confundir travessão com hífen. Ex. Travessão é um sinal de pontuação mais longo do que o hífen, e só é usado para indicar mudança de interlocução e para mudar palavras de expressões. ● Para clareza: se, no final da linha, a partição da palavra tiver hífen, ele deve ser repetido na linha seguinte. Ex. Na cidade, contaO diretor recebeu os ex-se que ele viajou. -alunos. Aero - aerotransporte Agro - agroindústria Ambi - ambidestro Anfi - anfiteatro Arterio - arterioesclerose Astro - astrofísica Áudio - audiovisual Auri - auricular Bi(s) - bicentenário Bio - biossocial Bronco - broncodilatador Cardio - cardiovascular Cata - catabiótico Centro - centroavante Cis - cisandino De(s) - desfazer Di(s) - distrofia Ego - egolatria Eletro - eletrocardiograma Endo - endovenoso Estéreo - estereótipo Filo - filogenético Fisio - fisioterapia Foto - fotogravura Gastro - gastropulmonar Geo - geopolítico Hemi - hemiciclo Hepta - heptacampeão Hetero - heterossexual RADICAIS E PREFIXOS NUNCA SEGUIDOS DE HÍFEN EXEMPLOS EM ORDEM ALFABÉTICA Poli - poliácido Hexa - hexacampeão Pos (átomo) - posfácio Hidro - hidroginástica Pré (átomo) - predeterminar Hipo - hipoderme Pro (átomo) - proclítico Homo – homossexual Psico - psicomotor Idio - idioadaptação Quadri - quadrigêmeos Ido - idolatria Quilo - quilograma In - infeliz Radio - radioterapia Intro - introjeção Re - refazer Iso - isométrico Retro - retrovisor Justa - justapor Rino - rinoceronte Labio - labiodental Sacro - sacrossanto Linguo - lingodental Sesqui - sesquicentenário Macro - macroeconomia Sócio - sociolinguístico Mega - megaevento Tele - telecomando Micro - microcomputador Termo - termodinâmico Morfo - morfossintático Tetra - tetracampeão Moto - motocasa Trans - transcontinental Multi - multiangular Traqueo - traqueotomia Neuro - neurocirurgião Trans - transamazônico Octo - octocampeão Três - tresavô Oni - onipresente Tri - tridimensional Orto - ortocentro Turbo - turbomotor Para - parapsicologia Uni - unicelular Penta - pentacampeão Vaso - vasodilatador Per - perpassar Xanto - xantocéfalo Peri - pericentral Xilo - xilogravura Pluri - plurianual Zoo – zootecnia Pneu - pneumococo USO CORRETO DO “POR QUE” Porque com pronome. O porque atrai o pronome localizado na mesma oração: Tudo lhe aconteceu porque se recusou a admitir o erro. / Chegou cedo porque os amigos lhe pediram. Por que, por quê, porque, porquê. 1-Usa-se por que a) Nas perguntas: Por que você demorou? Por que os países vivem em guerra? Por que sinais o reconheceram? b) Sempre que estiverem expressas ou subentendidas as palavras razão e motivo: Não sei por que motivo ele faltou. / Ninguém sabe por que motivo ele deixou o emprego. / A Polônia explicou por que (motivo) havia vetado a visita de Kennedy. / Eis por que (razão) o trânsito está congestionado. / Por que (motivo) o governo mudou a economia. / Veja por que (razão) seu dinheiro está valendo menos. / Por que construir Brasilia. c) Quando essa forma puder ser substituída por para que ou pelo qual, pela qual, pelos quais e pelas quais: Todos lutamos por que (para que) haja maior justiça social. / Estavam ansiosos por que (para que) ela voltasse. / Este é o caminho por que (pelo qual) seguiu. / Mataram a cobra por que (pela qual) a criança fora picada. / Eram os nomes de solteiras por que (pelos quais) as amigas sempre as haviam chamado. 2- Usa se por quê Quando, nos casos previstos na questão anterior, encerra a frase: As torcidas nunca aceitam o resultado adverso. Por que? / Estava triste sem saber por quê. / O diretor nos advertiu e perguntamos por quê (razão nos advertiu). / Muitos protestaram, mas não havia por quê (motivo protestar). / Vocês brigaram, meu Deus, por quê? 3- Usa-se porque Quando equivale a pois, porquanto, uma vez que, pelo fato ou motivo de que: Não viajei porque perdi o avião. / Chegue cedo porque o estádio vai ficar lotado. / O espetáculo foi cancelado porque não havia teatro disponível. OBSERVAÇÃO. É também essa a forma que aparece nas orações em que se pergunta algo propondo uma resposta: Você não foi porque choveu? / Vamos reduzir o número de páginas da revista porque o papel está escasso? 4- Usa-se porquê Quando, como substantivo, substitui as palavras motivo, causa, razão, pergunta ou indagação: Não sei o porquê da sua recusa. / O diretor não quis explicar os porquês da decisão. / Havia muitos porquês para poucas respostas. / É uma criança cheia de porquês.