SITUAÇÃO DO ALEITAMENTO MATERNO
E ALIMENTAÇÃO COMPLEMENTAR
EVOLUÇÃO DO ALEITAMENTO MATERNO
DESDE O ENDEF ATÉ A II PESQUISA DE
PREVALÊNCIA DO ALEITAMENTO MATERNO
NAS CAPITAIS BRASILEIRAS E DF (2008)
1
INTRODUÇÃO

Estudos de Aleitamento Materno no Brasil
– O aleitamento materno é comprovadamente o melhor alimento
para a criança oferecido exclusivamente desde o nascimento da
criança até os seis primeiros meses de vida e complementado
com outros alimentos até os dois anos de idade ou mais.
– É considerado como o primeiro ato de realização do direito
humano a alimentação adequada e é fator imprescindível para a
promoção da segurança alimentar e nutricional dos seres
humanos.
2
PNDS 1996-2006

As transformações estruturais profundas ocorridas
na sociedade a partir do início do século XX tiveram
repercussões dramáticas nas formas de
alimentação dos lactentes .

Entre essas transformações, destacam-se:
processo de urbanização crescente das
populações; incorporação das mulheres à força de
trabalho; além de mudanças nas características
demográficas, no desenvolvimento tecnológico e
nos padrões culturais e de assistência à saúde.
3

Até o século passado, poucas crianças não
amamentadas sobreviviam, pois não havia
alternativas ao leite humano. A amamentação era
condição fundamental de sobrevivência e,
consequentemente, a prática usual de alimentação
infantil.

No século XX o leite não-humano foi introduzido na
dieta dos lactentes e formulações lácteas
industrializadas foram desenvolvidas, com forte
componente mercadológico, repercutindo
negativamente nas práticas da amamentação
4
PNDS 1996-2006

O reconhecimento das vantagens da amamentação, tanto para os
lactentes como para suas mães, e dos riscos e custos associados ao
desmame precoce, fizeram surgir, a partir da década de 1980, várias
iniciativas de organismos internacionais da área da saúde para
promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno.

O Ministério da Saúde brasileiro assumiu as recomendações da OMS e
do Fundo das Nações Unidas para a Infância.

Seguindo as recomendações internacionais, e por ser signatário delas,
em 1981 o Brasil iniciou a implementação do “Programa Nacional de
Incentivo ao Aleitamento Materno” (PNIAM) (BRASIL, 1981), que
apresenta um conjunto de ações e medidas legais que apóiam,
promovem e protegem a prática do aleitamento materno.
5
PNDS 1996-2006

Dentre elas, destacam-se:







A implementação do Hospital Amigo da Criança,
A obrigatoriedade do alojamento conjunto,
A instalação de bancos de leite em todas as regiões brasileiras,
A criação da Norma Brasileira para Comercialização de Alimentos para
Lactentes aplicada na forma de lei pela Agência Nacional de Vigilância
Sanitária,
A regulamentação das licenças maternidade e paternidade,
Além de grande mobilização dos profissionais de saúde, comunidade
científica e de órgãos nacionais e internacionais em busca da garantia do
direito humano a amamentação.
Em 1989, a publicação da portaria ministerial referente às “Normas
Brasileiras de Comercialização de Alimentos para Lactentes” (BRASIL,
1989) iniciou uma série de políticas e programas de saúde nas
décadas seguintes.
6
PNDS 1996-2006

Tais iniciativas resultaram em expressivo impacto sobre as
prevalências e duração do aleitamento materno:

Entre os dois inquéritos de abrangência nacional, o ENDEF 1975 e a
Pesquisa Nacional de Saúde e Nutrição (PNSN) 1989, foi observada uma
elevação na prevalência de aleitamento materno de 40% para 57% entre
crianças com até quatro meses de idade .

Analisando as pesquisas nacionais de demografia e saúde (PNDS) de 1986
e 1996 observou-se aumento da mediana da amamentação no Brasil de 6,6
meses para 7,0 meses em 1996.

Os novos conhecimentos culminaram nas recomendações da OMS sobre a
duração ótima do aleitamento materno exclusivo, nos primeiros seis meses
e sua continuidade, por dois anos ou mais, com uso de alimentos
complementares nutricional e culturalmente apropriados.
7
PNDS 1996-2006

A criança que recebe leite materno com base nessas recomendações
garante

O seu adequado aporte de calorias, nutrientes e água, contribuindo para o
seu crescimento infantil ideal, tornando-se um forte determinante do estado
nutricional.

Além disso, possui efeito protetor em virtude de suas propriedades antiinfecciosas, reduzindo a prevalência de diferentes infecções como s
gastrintestinais, respiratórias e nutricionais, desde os primeiros dias de vida.

Segundo Victora, Barros e Vaughan (1988), crianças amamentadas ao peito
até o primeiro ano de vida, quando comparadas com crianças que não
foram amamentadas, têm 14 vezes menos chances de morrer por diarréia e
3,6 vezes menos chance de morrer por infecção respiratória aguda.

Além do mais, fortalece o vínculo mãe-bebê, fator importante para o
adequado desenvolvimento psico-social do ser humano
8
PNDS 1996-2006

A prática da amamentação contribui para a mãe:
 Ampliar a duração da amenorréia pós-parto,
 Favorece a perda gradual de peso materno,
 A involução mais rápida do útero,
 E é visto como fator protetor contra o câncer mamário.
 Mulheres portadoras de HIV-AIDS ou outras doenças que podem
ser transmitidas para o bebê por meio do leite materno e
crianças que nascem com erros inatos encontram-se limitadas a
prática da amamentação.

Segundo dados de 2005 do Ministério da Saúde, a prevalência
de mulheres no Brasil infectadas com HIV é de 0,41%, o que
representa cerca de 12 mil gestantes por ano.
9
PNDS 1996-2006

Conceitualmente, o MS adota as mesmas categorias de
aleitamento materno definidas pela OMS, assim descritas:
 a. Aleitamento materno exclusivo: quando a criança recebe
somente leite materno, diretamente da mama ou extraído, e
nenhum outro líquido ou sólido, com exceção de gotas de xarope
de vitaminas,minerais e/ou medicamentos.

b. Aleitamento materno predominante: quando a criança recebe,
além do leite materno, água ou bebidas à base de água, como
suco de frutas e chás.

c. Aleitamento materno: quando a criança recebe leite materno,
diretamente do seio ou extraído, independente de estar
recebendo qualquer alimento ou líquido, incluindo leite nãohumano.
10
PNDS 1996-2006

Até a década de 70, estudos regionais mostravam que havia um considerável
declínio da prática do AM.

A duração da mediana de amamentação era de cerca de 30 dias em meados da
década de 70.

Somente a partir da década de 70, com ENDEF, foi possível obter dados mais
abrangentes da situação do AM, mostrando uma tendência ascendente à
amamentação.

Outros grandes estudos que incluíram dados de AM foram a PNSN de 1989, a
Pesquisa Nacional sobre Demografia e Saúde (PNDS) de 1996 e as Pesquisas
de Prevalência do Aleitamento Materno nas Capitais e no Distrito Federal
(PPAMCDF) em 1999.

Tais pesquisas mostram que 33% das crianças eram amamentadas aos 6
meses na década de 70 e 49% na década de 80.
Nos anos 90, a proporção de crianças amamentadas subiu para mais de 60% .

11
I PESQUISA DE PREVALÊNCIA DE
ALEITAMENTO MATERNO

Comparando-se os dados encontrados de AM
apontados a partir da década 70 nas pesquisas
referidas, observa-se um aumento significativo na
duração da mediana de aleitamento materno no
país, passando de 5,5 meses em 1975 para 9,9
meses em 1999.

Este fato foi considerado bastante positivo, porém
ainda abaixo do que é preconizado pela OMS .
12
PNDS 2006



Amamentação na primeira hora: 43%
AME < 6 meses: 39,8%
Duração mediana do AME


1 mês (1996) -> 2,2 meses (2006)
Duração mediana do AM:

7 meses (1996) -> 14 meses (2006)
13
I PESQUISA DE PREVALÊNCIA DE
ALEITAMENTO MATERNO

A maioria das mulheres (89%) inicia a
amamentação de seus bebês; porém, a
queda das taxas de aleitamento materno é
progressiva a partir dos primeiros meses de
vida
14
I PESQUISA DE PREVALÊNCIA DE
ALEITAMENTO MATERNO

Com referência ao aleitamento materno exclusivo (AME), no estudo do
MS em 1999, observa-se que nas capitais brasileiras, pouco mais da
metade das crianças (53%) recebiam somente leite materno no
primeiro mês de vida.

Nos meses seguintes, a prevalência diminui, de modo que no 6º mês
de vida é de apenas 9,7%

Comparando os dados de AME nas áreas urbanas das regiões do
Brasil, a Região Sul é a que apresenta a melhor situação e a Região
Sudeste a que tem a situação mais desfavorável.

Estes dados refletem uma realidade ainda distante da desejada, já que
o MS preconiza a amamentação exclusiva até os seis primeiros meses
de vida .
15
PNDS 1996-2006

Observações sobre AM no período 1996-2006
– Aleitamento materno


95% das crianças da amostra haviam iniciado a
amamentação, sendo observadas variações regionais,
com proporção significativamente mais baixa encontrada
no Sul do País e mais altas no Sudeste e Norte.
Estes dados mostram que houve elevação do
percentual de crianças alguma vez amamentadas,
em relação à PNDS 1996, que era de 92%.
16
PNDS 1996-2006

Amamentar na primeira hora é um indicador importante para o
sucesso da amamentação, presente em 42,9% das crianças
alguma vez amamentadas, 30% superior ao encontrado na
PNDS 1996 (33%).

Mais da metade das crianças do Norte e do Nordeste foram
amamentadas na primeira hora, o que nos leva a esperar
decisiva contribuição desta prática à queda da mortalidade
neonatal nessas regiões.

Além disso, a maior ocorrência de amamentação, logo ao
nascimento, ocorreu entre os filhos de mulheres menos
escolarizadas, de cor negra, com partos realizados no Sistema
Único de Saúde (SUS) e partos não-cirúrgicos.
17
PNDS 1996-2006

Apesar dos avanços na assistência ao parto, 20,5% dos recémnascidos eram alimentados com pré-lácteos, isto é, com líquidos
oferecidos antes do leite materno, incluindo água, chá, água com
açúcar, glicose, soro, outros leites e leite em pó, como indagado na
entrevista

O uso de pré-lácteos na alimentação dos recém-nascidos no Brasil foi
significativamente (p<0,05) mais frequente entre mulheres submetidas
a cesáreas e com o parto realizado em instituições privadas ou de
convênios, sendo a menor prevalência de uso desses alimentos entre
os recém-nascidos da região Nordeste do País

A alimentação com pré-lácteos pode representar risco adicional para o
sucesso da amamentação . Isso ocorre porque a oferta de líquidos
nessa fase diminui a demanda pelo colostro, além de expor o recémnascido a riscos de infecção pelo uso de utensílios como bicos
artificiais (mamadeiras e chucas), e aumentar o risco de
descontinuidade da amamentação por falta de estímulo da sucção.
18
PNDS 1996-2006

A análise do perfil de aleitamento materno de crianças com idade
inferior a 36 meses mostra que era de 48% a proporção daquelas
alimentadas exclusivamente com leite materno nos primeiros três
meses de vida

Desta forma, para cerca de 50% das crianças com até três meses de
idade estava garantida uma alimentação segura e adequada.

Estudos mostram que a proteção conferida pelo aleitamento materno
exclusivo é maior nos primeiros meses de vida, especialmente contra a
morbidade e a mortalidade por doenças infecciosas , além de resultar
em menor risco de alergias.

Em 2006, a prevalência de aleitamento exclusivo entre o nascimento e
seis meses incompletos foi de 38,6%, dado que não estava disponível
na PNDS 1996.
19
II Pesquisa de Prevalência de ALEITAMENTO
MATERNO nas Capitais Brasileiras e Distrito
Federal -2008

Verifica-se que, no total de crianças analisadas, 67,7% mamaram na
primeira hora de vida.

Esse percentual é maior do que aquele encontrado na PNDS/2006,
que foi de 43%, em uma amostra de crianças menores de 60 meses.

Essa diferença pode ser explicada, pelo menos em parte, em função
desta pesquisa analisar essa informação em crianças menores de 1
ano de idade, e talvez por refletir a situação mais recente desta prática
nas maternidades brasileiras.

As regiões Norte, Centro-Oeste e Sul apresentaram os melhores
resultados (72,9% e 72,0% e 71,8%, respectivamente) e na região
Sudeste verificou-se o menor percentual de crianças nessa condição
(63,5%)
20
II PESQUISA

A prevalência do AME em menores de 6 meses foi
de 41% no conjunto das capitais brasileiras.

A região Norte foi a que apresentou maior
prevalência desta prática (45,9%), seguida da
Centro-Oeste (45,0%), Sul (43,9%) e Sudeste
(39,4%), com a região Nordeste apresentando a
pior situação (37,0%)

Na PNDS/2006 o percentual de crianças em AME
de 0 a 6 meses no Brasil foi de 38,6%, próximo ao
verificado neste estudo
21
II PESQUISA

A estimativa de duração mediana do AME foi de 54,1 dias (1,8
meses) no conjunto das capitais brasileiras.

Verifica-se na que a região Centro-Oeste apresentou a maior
estimativa de duração em dias desta prática (66,6 dias), seguida
da Norte (66,2 dias), Sul (59,3 dias), Sudeste (55,0 dias) e
Nordeste (34,9 dias).

A mediana do AME verificada na PNDS/2006 foi de 2,17 meses
e na área urbana, que mais se aproximaria do perfil das capitais,
a duração mediana do AME foi de 2,23 meses, pouco superior a
encontrada nesse estudo
22
II PESQUISA

A estimativa de duração mediana do AM foi de 341,6 dias (11,2
meses) no conjunto das capitais brasileiras.

Verifica-se na que a região Norte apresentou a maior estimativa
de duração desta prática (434,8 dias – 14,3 meses), seguida da
Centro-Oeste (373,6 dias – 12,3 meses), Nordeste (346,8 dias –
11,4 meses), Sudeste (303,5 dias – 10,0 meses) e Sul (302,1
dias – 9,9 meses).

A mediana do AM verificada na PNDS/2006 foi de 14,0 meses, e
na área urbana, que mais se aproximaria do perfil das capitais, a
duração mediana do AM foi de 12,9 meses, superior a
encontrada nesse estudo.
23
II PESQUISA

Em relação ao aleitamento materno na primeira hora de vida, todas as
capitais e DF apresentaram situação considerada “boa”.

No tocante ao AME em menores de 6 meses, apesar dos avanços no
País, 23 capitais ainda se encontram em situação “ruim”, segundo a
OMS, e apenas 4 estão em “boa situação”(Belém, Campo Grande, DF
e Florianópolis).

A situação no conjunto das capitais e DF, portanto, ainda é considerada
“ruim”.

E, por fim, quanto a duração do aleitamento materno em nosso País, a
situação ainda é considerada “muito ruim”, com apenas uma capital
classificada como “ruim” (Macapá – 601,36 dias).
24
II PESQUISA

Aleitamento materno exclusivo (AME)(1999-2008)
 No conjunto das capitais brasileiras e DF, a duração mediana do
aleitamento materno exclusivo aumentou um mês, passando de
23,4 dias (22,1 – 24,7) para 54,1 dias (50,3 – 57,7).

Verifica-se aumento da prevalência de AME em menores de 4
meses no conjunto das capitais brasileiras e DF, de 35,5%, em
1999, para 51,2%, em 2008.

A comparação entre as regiões aponta aumentos mais
expressivos nas regiões Sudeste, Norte e Centro-Oeste.

Menor incremento é verificado na região Nordeste, onde ocorreu
a única situação de piora do indicador, em Fortaleza
25
II PESQUISA

Aleitamento materno (AM)
 Em relação ao aleitamento materno, a duração mediana
aumentou um mês e meio, passando de 295,9 dias (289,3 –
302,7), em 1999, para 341,6 dias (331,8 –352,4), em 2008.

A comparação do percentual de crianças de 9 a 12 meses
amamentadas em 1999 e 2008 (indicador da continuidade do
aleitamento materno no final do primeiro ano de vida) mostra
aumento no conjunto das capitais brasileiras e DF, passando de
42,4%, em 1999, para 58,7%, em 2008.

A comparação entre as regiões aponta aumentos mais
expressivos nas regiões Nordeste e Norte, e menor modificação
do indicador na região Sul
26
II PESQUISA

EM 2008 RESUMO -Fatores associados ao aleitamento materno

Verifica-se maior freqüência do AME no sexo feminino e na
região Norte do País.

Observa-se, ainda, uma tendência crescente da prevalência do
AME com o aumento da escolaridade materna.

Em relação a idade materna, a maior freqüência de AME foi
identificada entre as mulheres de 20 a 35 anos.

Chama atenção o predomínio do AME entre as mulheres que
gozavam da licença-maternidade no momento da pesquisa .
27

Conclui-se que houve melhora significativa da situação do
aleitamento materno no período analisado, com aumento mais
expressivo do AME quando comparado ao AM.

Chama atenção as diferenças existentes entre as regiões e
capitais, que já se faziam notar na pesquisa realizada em 1999.

Apesar dos avanços que vem refletindo ao longo de três
décadas nos resultados da Política Nacional de Aleitamento
Materno, criada em 1981, estamos distantes do cumprimento
das metas propostas pela OMS e MS, de amamentação até o
final do segundo ano de vida ou mais e aleitamento materno
exclusivo até o sexto mês de vida
28

Alimentação complementar e substituta
 As características do consumo alimentar foram obtidas por meio
de recordatório alimentar das últimas 24 horas e frequência
semanal de consumo, ambos relativos a todas as crianças vivas
no momento da entrevista.

O padrão alimentar observado entre os menores de 24 meses
nesta PNDS ainda está longe do recomendado.

Ele pode ser caracterizado pela introdução de alimentos não
adequados e em idades muito precoces, anteriores aos seis
meses de idade.

Entre o nascimento e o primeiro mês de vida cerca de 15% dos
lactentes que eram amamentados já consumiam leite nãomaterno com algum espessante, ou seja, os mingaus.
29
PNDS 1996-2006

Outros 25% desses lactentes tinham o leite materno
complementado com outros tipos de leite, percentual que sobe
para quase 39% entre o quarto e o quinto mês de idade.

Nessa faixa etária um quinto dessas crianças já consumia
comida de sal como complemento da amamentação

Bebês amamentados e menores de seis meses foi observado
que 29,3% deles haviam sido alimentados com leite nãomaterno, outros 19,5% com mingau e 9,8% com sucos.
30
PNDS 1996-2006

Segundo recomendação da OMS, os alimentos
complementares só deveriam ser introduzidos à
dieta a partir do sexto mês de vida, porque a partir
dessa idade as necessidades nutricionais do
lactente não podem mais ser supridas apenas pelo
leite humano.

Também é a partir dessa idade que a maioria das
crianças atinge um estágio de desenvolvimento
geral e neurológico (mastigação, deglutição,
digestão e excreção) que as habilita a receber
outros alimentos.
31
PNDS 1996-2006

Consumo diário de carnes:



Crianças com idade inferior a 24 meses, em aleitamento materno ou não, a
maior proporção encontrada (30,4%) foi entre crianças de 18 a 24 meses,
Diminuindo para 17,3% entre as de seis a 11 meses .
Segundo o “Guia alimentar para crianças menores de 2 anos”, o
consumo de carnes deve ser de duas porções diárias, pois constitui
fonte alimentar de ferro com biodisponibilidade e em quantidade
suficiente para suprir os requerimentos dessa faixa de idade.

A anemia ferropriva é decorrente principalmente de uma dieta pobre em
ferro, que exige medidas preventivas que incluam, além do incentivo à
prática de aleitamento materno exclusivo até o sexto mês, orientação para
uma dieta complementar ou substituta oportuna e de qualidade. Deve,
portanto, constituir uma prioridade nas políticas e ações de assistência à
criança, sobretudo nos serviços de atenção primária.
32
PNDS 1996-2006

CONCLUSÕES

A PNDS 2006 mostrou que a prática da amamentação tem
progredido no Brasil, especialmente em relação à duração
total da amamentação.

Do total de crianças, 95% haviam iniciado a amamentação,
das quais 42,9% foram amamentadas na primeira hora,
proporção 30% superior ao encontrado na PNDS 1996.

Entretanto, o aleitamento materno exclusivo continua
sendo uma prática pouco frequente e de muito curta
duração.
33
PNDS 1996-2006

A proporção em aleitamento exclusivo aos 2-3 meses
aumentou de 26,4% em 1996 para 48,2% em 2006.

Esses resultados apontam a necessidade de rever a
efetividade das medidas de proteção, promoção e apoio
continuado, considerando a população brasileira em geral,
mas, sobretudo, observando com atenção especial os
filhos de mulheres socialmente mais vulneráveis.

Devem ainda ser analisados os fatores que podem
determinar as diferenças regionais da duração do
aleitamento materno exclusivo
34
PNDS 1996-2006

Fatores que contribuem para o insucesso da
amamentação:

Partos cirúrgicos, retardo da primeira mamada, o uso de
pré-lácteos e de mamadeiras, mais frequentemente entre
usuários do sistema de saúde suplementar .

Um grande contingente dos lactentes brasileiros está
submetido à dieta complementar ou substituta de baixa
qualidade ao aleitamento materno.

A introdução precoce de leite não-materno foi alta, mesmo
entre amamentados. O mingau foi alimento complementar
frequente.
35
PNDS 1996-2006

O consumo diário de frutas, legumes e verduras, in natura
ou em suco, não foi relatado para quatro de cada dez
crianças na faixa de 6 a 23 meses.

O consumo de carne entre quatro e sete vezes na semana
foi reportado para 50% das crianças. Para 10% delas essa
frequência era de uma vez na semana.

Isto mostra aos gestores e profissionais de saúde que é
justificável e muito necessário conferir prioridade à
proteção e promoção da alimentação infantil saudável
36
PNDS 1996-2006

Apesar dos avanços observados, a maioria dos
lactentes brasileiros ainda está sujeita a práticas
inadequadas de aleitamento materno e à baixa
qualidade da alimentação complementar ou
substituta do leite materno.

Portanto, é fundamental a revitalização de políticas
de saúde que contemplem a melhoria dessas
práticas.
37
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situação do aleitamento materno e alimentação complementar