Cinema
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Alzheimer nas telas,
mais perto de você
Diagnóstico não pode ser descartado para
pessoas com menos de 60 anos
O
José Luiz Riani Costa é
professor do Instituto
de Biociências da
Unesp de Rio Claro.
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UnespCiência
filme Para sempre Alice traz à cena um
dos maiores desafios atuais: a doença
de Alzheimer. O Oscar de melhor atriz para
Julianne Moore, por interpretar uma mulher
diagnosticada com a doença, tem permitido
debater diversos aspectos da doença e as alternativas de prevenção e tratamento. Um
dado interessante do filme é a idade em que
a doença de Alice se manifesta, pois geralmente acomete pessoas idosas, especialmente
após os 65 anos, dobrando sua frequência a
cada cinco anos.
O filme mostra que o diagnóstico não pode
ser descartado quando uma pessoa com me-
nos de 60 anos apresenta um quadro clínico
compatível com a doença. Aliás, o primeiro
caso da doença descrito pelo Dr. Alois Alzheimer era uma mulher com pouco mais de
50 anos de idade.
Outro debate importante que o filme suscita é a doença acometer uma pessoa com
alta escolaridade e com atividades intelectuais desenvolvidas ao longo de toda a vida.
Sabe-se que estes são fatores protetores para
o Alzheimer, mas não garantem que a doença
não aconteça. Outro filme que aborda esta
temática mostra a história real de Iris Murdoch, autora de diversos livros, que também
teve doença de Alzheimer (Íris, 2002).
Para sempre Alice é um filme bastante didático que mostra o aparecimento dos primeiros
sintomas e a evolução da doença, bem como
o pesado ônus que traz ao paciente e a seus
familiares. Como revela o filme, o diagnóstico
da doença é baseado na análise dos sinais e
sintomas e nos antecedentes pessoais e familiares, acompanhados por uma avaliação
neuropsicológica e exames de imagem, como
tomografia computadorizada e ressonância
magnética.
As alterações de memória recente são as
manifestações mais conhecidas, mas outros
comprometimentos podem estar presentes,
como alterações na linguagem, desorientação
temporal e déficit de atenção.
Além disso, podem aparecer distúrbios
comportamentais, como apatia, depressão,
agitação, irritabilidade, ansiedade, euforia,
delírios e alucinações. Existem, ainda, as alterações motoras que podem se manifestar ao
longo da doença, tornando-se mais evidentes
nas fases tardias. A somatória desses comprometimentos pode afetar a independência dos
pacientes, exigindo um cuidador.
Já existem alguns medicamentos que atenuam a progressão da doença, mas, além do
tratamento farmacológico, vem ganhando força o tratamento não farmacológico da doença
de Alzheimer, que inclui atividades físicas e
estimulação cognitiva.
A Unesp de Rio Claro desenvolve um projeto pioneiro que atende pacientes e seus cuidadores, propiciando os benefícios da prática
regular de exercício físico e convívio social,
com excelentes resultados. Essa experiência
foi publicada em um livro digital, disponível
no site da Cultura Acadêmica, um selo da
Editora Unesp, para download gratuito.
O objetivo do livro é divulgar atividades
voltadas a pacientes com doença de Alzheimer e seus familiares e cuidadores, aliviando
o sofrimento das pessoas envolvidas neste
desafio, como tão bem retrata o filme Para
sempre Alice.
© Divulgação
© Divulgação
josé luiz riani costa
O Oscar de melhor atriz
para Julianne Moore, por
interpretar uma mulher
diagnosticada com a
doença, tem permitido
debater alternativas de
prevenção e tratamento
Ouça entrevista sobre
o livro
O livro Vivências sobre
a doença de Alzheimer
na Unesp: diálogo entre
ensino, pesquisa e
extensão, de José Luiz
Riani Costa, Larissa
Pires de Andrade e
Angelica Miki Stein, está
disponível em:
<http://goo.gl/rR4PsN>.
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