AS PERSPECTIVAS DA INFLUÊNCIA PEDAGÓGICA
NA LEITURA DE MUNDO:
ESCOLA ESTADUAL GUILHERME DOURADO
Cássio Fonseca Alves1
Pretende-se construir uma proposta, que prepare o aluno para se localizar, compreender e atuar no
mundo complexo, reconhecendo as problematizações pertinentes à diversidade sócio-cultural e sócioespacial existentes dentro e fora do ambiente escolar. O profissional da educação deve formular idéias,
reconhecer diversas dinâmicas que envolvam o espaço social, pensar e atuar criticamente a respeito da
realidade do aluno, tendo em vista propostas de transformação e de sustentabilidade dos recursos
naturais e etc. O professor de qualquer área de ensino deveria de fato estimular os alunos na habilidade
de perceber o espaço a partir de referências concretas e ligadas ao seu dia-a-dia. Neste sentido é
interessante agir com os educandos no sentido de formar uma consciência espacial que vá além do
apenas conhecer, é se localizar, é sentir e poder compreender a realidade.
Palavras-Chave: Sócio-cultural. Sócio-espacial. Temática.
It is intended to build a proposal, which prepares the student to locate, understand and act in the
complex world, recognizing the relevant questionings to social and cultural diversity and socio-spatial
within and outside the school environment. The professional education needs to formulate ideas,
recognize various dynamics involving the social space, think and act critically about the reality of the
student, with a view to proposals for processing and sustainability of natural resources and so on. The
professor of any area of education would have in fact to stimulate the pupils in the ability to day-byday perceive the space from concrete and on references to its. In this direction it is interesting to act
with the students in the direction to form a space conscience that only goes beyond knowing, is if to
locate, is to feel and to be able to understand the reality.
Keywords: Socio-cultural. Socio-spatial. Thematic
1 Acadêmico do Curso de Geografia da Universidade Federal do Tocantins – UFT; Campus de Araguaína; R. Paraguai, s/n;
Setor Cimba; Araguaína-TO - CEP: 77.838-824. E-mail: [email protected].
C. F. Alves
ISSN 1983-6708
1. INTRODUÇÃO
Para atuar de forma coerente em sala é
preciso propor uma forma de organizar o
conhecimento e dar ênfase aos conceitos no ensino
das disciplinas, trabalhando e analisando os
alunos de forma individual, buscando uma
compreensão da sua realidade cultural e poder
relacioná-los com os conteúdos abordados.
Desta forma acredita-se que as disciplinas de
forma geral devem assumir papel de leitura de
mundo mediante uma discussão de conceitos
chaves, para contribuir com esclarecimento de
problemáticas e utilização de conteúdos que se
relacionem com acontecimentos locais e mundiais.
O tema surgiu da análise feita na Instituição
de Ensino, Colégio Estadual Guilherme Dourado
em Araguaína (TO), onde foi diagnosticado que
muitos alunos foram culturalmente instruídos
pela sociedade e por professores a se preocuparem
mais com determinadas áreas tidas como
“importantes’ exemplo: matemática e português.
Posicionamento do ilustre Jean Piaget que
segundo um dos seus discípulos, Gadotti, M
(1988, p. 64) considera que:
Quando a maioria dos institutos de
ciências, hoje, ainda se mantém em
pequenas capelas, fechados num linguajar
hermético, Piaget sempre concebeu o
estudo científico como uma interseção de
disciplinas. Não se pode fazer Psicologia
sem a física, sem a Matemática, sem as
Ciências Sociais.
Aliás, o sucesso das teorías de
Piaget
sobre
desenvolvimento
da
inteligência nas crianças deve-se, em
grande parte, à rigorosa fundamentação
físico-matemática e bioquímica. Ele
sempre soube escolher nesse, os melhores
pesquisadores das áreas.
Desta forma os professores não somente da
Geografia como as demais áreas do conhecimento,
devem contribuir de forma acentuada para
desmistificar os mitos acerca da realidade
impostas culturalmente, propondo atividades que
envolvam várias temáticas através de práticas
educacionais
relacionadas
às
atividades
cotidianas.
Conforme Callai, (2001, p. 134): tem-se que
compreender que “o mundo tem mudado
rapidamente e com ele deve mudar também a
escola e o ensino que nela se faz”.
A interação aluno e professor são
fundamentais na construção do saber e na
melhoria e construção das didáticas escolares, pois
com a evolução de ambas as partes os desafios dos
conteúdos vão sendo minimizados. Muitas das
necessidades
surgidas
são
impostas
e
influenciadas pela dinâmica de um sistema
capitalista que segrega e aflora as diferenças,
dando valores distintos às pessoas e aos objetos.
Diante das implicações no ensino, propõe-se
para o professor que adotem novas alternativas
metodológicas de ensino, para desmistificar os
mitos de que disciplinas são melhores ou piores.
2. ASPECTOS METODOLÓGICOS APLICADOS À PESQUISA
Existem necessidades de fazer novas
interpretações
diante das
várias
formas
tradicionais de transmissão de conteúdo,
buscando ênfase nas especificidades de cada
disciplina, aplicando perspectiva nova de ensino e
desmistificando ideologias impostas no âmbito
social e educacional para reforçar a real
necessidade dentro da leitura de mundo.
A educação segundo Callai, (2001):
“uma educação que desenvolva o
raciocínio lógico, a criticidade, a
instrumentalização
para
usar
coerentemente
o
conhecimento,
a
capacidade de pensar e especialmente de
poder construir o pensamento com autoria
própria” (p.135).
Somente a educação, sendo compreendida
como processo de conscientização é que traduz
realmente a natureza humana. Isto é, pode
desvendar as máscaras sociais, políticas,
econômicas e culturais possibilitando aos alunos
aquisição do saber para pensar o espaço em que
vivem.
É preciso também atuar na reafirmação do
poder da Geografia na interpretação das questões
que tangem problemas mundiais e modificações
na realidade atual do Brasil dentro de um contexto
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histórico. A ampliação do saber geográfico nas
escolas tem o poder de contribuição com o ensino
da Geografia Critica que não é baseada apenas em
conceitos teóricos, mas na vivência da prática
cotidiana em um fenômeno social e historicamente
condicionado e com um marcado caráter classista.
Segundo o ICCP, (1988): se entende por
educação o conjunto de influências que exerce a
sociedade sobre o individuo. Isso implica que o
ser humano se educa durante toda a vida.
“A educação consiste, ante todo, em um
fenômeno
social
historicamente
condicionado e com um marcado caráter
classista. Através da educação se garantirá
a transmissão de experiências de uma
geração à outra.” (ICCP, 1988, p.31)
A educação esteve presente desde em
remoto passado de colonização, onde as tribos
possuíam sua cultura e acabavam sendo
influenciadas pelos costumes dos desbravadores
do continente Americano. Porém, a educação já
existia dentro das aldeias indígenas através dos
ensinamentos que eram passados de geração em
geração.
Segundo Lênin, V (apud. ICCP, 1988): a
educação é uma categoria geral e eterna, pois é
parte inerente da sociedade desde seu surgimento.
Também, a educação constitui um elo essencial no
sucessivo desenvolvimento dessa sociedade, a
ponto de não conceber processo histórico-social
sem sua presença.
Para Martins, (1990): a educação é um
processo de ação da sociedade sobre o educando,
visando entregá-lo segundo seus padrões sociais,
econômicos,
políticos, e seus
interesses.
Reconhece-se aqui a necessária preparação para a
vida, já referida em outras definições e que só se
logra através de convicções fortes e bem definidas
de acordo com esses padrões. Por isso é tão
importante, mas que uma definição o mais precisa
possível, a caracterização deste objeto de estudo e
pesquisa de Pedagogia.
Será proposto contribuir com o ensino no
sentido de auxiliar na compreensão da dinâmica
das
paisagens
culturais,
da
forma
de
representação do espaço geográfico, dos
problemas ambientais e da utilização de novas
tecnologias
informacionais
metodológicos.
como
recursos
3. METODOLOGIA APLICADA
A análise foi observada a partir da observação
dos alunos do 6º D da Escola Estadual Guilherme
Dourado, os eixos temáticos sugeridos foram
abordados em sala didaticamente despertando a
curiosidade e a inquietude, criando assim nova
relação dos alunos com os temas, pretendendo
obter uma nova relação de sociabilidade e
apreensão de conhecimento, enfocando sempre a
relevância de se pensar a realidade social na
compreensão do saber.
A elaboração do tema foi baseada em
necessidades reais da Instituição de ensino e
visitas feitas a campo com diagnósticos acerca da
realidade local, objetivando buscar o interesse
natural do alunado de Geografia, fazendo um elo
entre aluno e professor que contribuam para a
difusão de uma cultura de paz e busque sanar os
problemas no ensino.
Segundo Baranov, et al (1989): o ensino é
“um
processo
bilateral
de
ensino
e
aprendizagem”. Daí, que seja axiomático
explicitar
que
não
existe
ensino
sem
“aprendizagem”. Seu posicionamento sempre foi
muito claro, quando estabeleciam etre ensino e
aprendizagem, uma unidade dialética.
Durante a construção das perspectivas
deste referido artigo, obteve-se ajuda para
experiência profissional, tendo ênfase na realidade
dos alunos e partindo da visão crítica e construção
de propostas viáveis para aplicação dos conteúdos
e métodos adotados.
O artigo visa à relação a campo na referida
escola, onde foi dirigida a busca de aulas
envolventes e didáticas iniciadas a partir de
agosto até novembro.
Os métodos abordados seguiram as seguintes
etapas de elaboração:
1. Apresentação do tema;
2. Utilização de materiais áudios-visuais;
3. Dinâmicas temáticas em sala, uso do
laboratório de informática e etc;
4. Demonstração de diferentes didáticas de
interação;
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5.
Propor durante as aulas visão ampla das
necessidades impostas pelo mundo
globalizado;
6. Mostrar a necessidade de leitura de mundo
para compreensão dos acontecimentos
atuais.
Considera-se pertinente entender o papel do
ensino através da necessidade de leitura do
mundo, onde os próprios alunos estejam inseridos
e contribuir para se pensar o espaço com mais
interesse, observando as atividades humanas ao
redor e tendo capacidade crítica de analisá-las.
ISSN 1983-6708
CALLAI, H. C. A geografia e a escola: muda a
geografia? muda o ensino? Terra Livre, São
Paulo, n.16, 2001.
ICCP. Pedagogía.
Educación, 1988.
La
Habana:
Pueblo
y
MARTINS, J. Didática Geral. 2.ed. São Paulo:
Atlas, 1990.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A vida urbana é uma experiência mundial,
é um modo de vida social e espacial generalizado
em nossas cidades e que tem grande impacto na
vida das pessoas, em geral. É através desta
experiência com a vida urbana, que se busca
despertar nos alunos o interesse pelos conteúdos,
visto que precisam entender-se como parte
atuante da realidade exposta diariamente em sala
de aula, compreender que as disciplinas como a
Geografia não é apenas uma categoria teórica,
mas serve para pensar e analisar cientificamente a
realidade.
O ensino, como objeto de estudo e
pesquisa da Didática, é uma atividade
direcionada por docentes à formação qualificada
dos discentes. Por isso, na implementação do
ensino se dão a instrução e o treinamento, como
formas de manifestar-se, concretamente este
processo na realidade objetiva dos alunos..
Portanto, diante de um grande desafio,
deve-se motivar mais e mais os alunos na busca
do saber, mostrando a importância do
conhecimento no que tange as questões mundiais
e as divergências sócio-econômicas. Espera-se
através deste contribuir na formação de um aluno
mais interessado e motivado pelo saber, que veja
no conhecimento a oportunidade de mudanças
de atitude e pensamento.
5. REFERÊNCIAS
BARANOV, S.P. et al. Pedagogía. La Habana:
Pueblo y Educación, 1989.
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