11/Mar/2013 - Aula 8 Gases reais (não-ideais) Equação de van der Waals Outras equações de estado Isotérmicas, diagramas e transições de fase Constantes críticas. Diagramas PT e PVT Exemplo: fluidos supercríticos Factor de compressão e variáveis reduzidas Princípio e equação dos Estados Correspondentes 13/Mar/2013 – Aula 9 Processos Politrópicos Relações politrópicas num gás ideal Trabalho: aplicação aos gases perfeitos Calor: aplicação aos gases perfeitos Calor específico politrópico Variação de entropia P isocórica isobárica 0 isotérmica 1 adiabática V 1 Aula anterior Gases reais (não-ideais) Condições em que o comportamento dos gases não é explicável pela lei dos gases ideais: pressões elevadas e/ou temperaturas baixas. 1) Pressões elevadas O volume disponível para o gás é efectivamente inferior ao volume do contentor (as moléculas ocupam espaço): Lei dos gases ideais : P 1/ V , quando P aumenta V 0 Quanto maior é a pressão P, mais significativo é o volume V ocupado pelas moléculas 2 Aula anterior Gases reais (não-ideais) (cont.) 2) Temperaturas baixas Dependendo das moléculas que constituem o gás, as interacções entre elas podem tornar-se significativas: As forças de atracção intermoleculares tendem a diminuir a força das colisões nas paredes (nem toda a energia é cinética) Este efeito é mais pronunciado quanto menor for a temperatura, onde se registam experimentalmente pressões inferiores às que a lei dos gases ideais prevê. Potencial de interacção simulação Comportamento ideal para pressões baixas, temperaturas elevadas. Comportamento não-ideal para pressões altas, temperaturas baixas. 3 Aula anterior Equação de van der Waals n2 a P 2 V correcção a Pideal (devido às forças intermoleculares) V n b n RT correcção a Videal (devido ao espaço ocupado pelas moléculas) Eq. de van der Waals simulação 4 Aula anterior Isotérmicas dos gases reais • a temperaturas altas (acima dum valor crítico Tc , as isotérmicas são semelhantes às do gás ideal (Lei de Boyle); Pontos críticos Líquido • substâncias diferentes mostram diagramas PV diferentes; Coexistência de líquido e gás (vapor) • numa certa zona existem duas fases em equilíbrio (vapor e líquido) pressão de vapor. 5 Aula anterior Constantes críticas Temperaturas críticas para várias substâncias Ponto crítico (*) constantes críticas: Isotérmica crítica (Tc ) - acima de Tc não é possível formar uma fase líquida. Pressão crítica (Pc ) - pressão necessária para condensar o gás a Tc . Volume crítico (Vc ) -volume ocupado pelo gás a Pc , Tc . 6 Aula anterior Princípio dos Estados Correspondentes Experiência de van der Waals dois gases reais diferentes confinados no mesmo volume reduzido e à mesma temperatura reduzida mesma pressão reduzida. Princípio dos Estados Correspondentes gases reais diferentes têm os mesmos factores de compressão se tiverem as mesmas variáveis reduzidas; gases reais diferentes no mesmo volume e temperatura reduzidos têm a mesma pressão reduzida. Aplica-se melhor a gases de moléculas esféricas: moléculas polares conduzem a desvios maiores. Equação dos Estados Correspondentes: 3 1 8 Pr 2 Vr Tr Vr 3 3 7 Processos politrópicos Processo politrópico Qualquer processo reversível que satisfaça a equação ↔ expoente politrópico PV constante . , Os processos isotérmicos, adiabáticos, isocóricos e isobáricos são casos particulares dos politrópicos. Os processos reais, como a compressão de um gás numa máquina, por exemplo, não são normalmente nem isotérmicos nem adiabáticos puros, mas sim algo (politrópico) entre estes, que pode ser descrito por 1 . 8 Processos politrópicos P S, =k V, =∞ T P, =0 0< <1 P, =0 T, =1 0< <1 > 1< <k T, =1 S, = 1< <k >k V, =∞ V PV constante Isobárico (pressão constante): = 0. Isotérmico (temperatura constante): =1. Adiabático (entropia constante): =. Isocórico (volume constante): =. S 9 Relações politrópicas num gás ideal P,V T ,V T , P Politrópico: Gás ideal: PV Cte. PV n RT nRT V Cte. V PV P V 1 1 2 2 P P1 P2 V2 V1 nRT V TV 1 Cte. P, V T1V1 1 T2V2 1 1 T1 V2 T2 V1 T , V 10 Relações politrópicas num gás ideal PV n RT Gás ideal: nRT P Cte. P V n RT P T P1 Cte. 1 1 T1P1 T2 P2 1 T1 P2 T2 P1 T , P 11 Trabalho num processo politrópico Geral: 2 W12 P dV dW PdV Politrópico: 1 PV P1 V1 P P1 V1 V Nota: P1 e V1 são constantes. V 1 2 2 2 V W12 P1 V1 V dV P1 V1 V dV P1 V1 1 1 1 V 1 P2V2 P1V1 1 1 12 Trabalho num processo politrópico Se 1 : 21 1 V W12 P1 V1 dV P1 V1 dV P1 V1 lnV V2 1 1V 1 V 2 V2 P1 V1 ln V1 1 P V PV nR W12 2 2 1 1 T2 T1 1 1 V2 W12 n RT1 ln V1 1 1 Nota: =1 → isotérmico 13 Calor num processo politrópico Identidade fundamental: dU TdS PdV Energia interna dependente de duas das variáveis U=U V, T U CV T V (definição de CV) U dU V P, V, T : U dV dT T T V U V P T P T T V (das Relações de Maxwell) P P dU CV dT T P dV CV dT T dV W T V T V 14 Calor num processo politrópico Substituindo na equação Q dU W , obtém-se: P Q CV dT T dV T V P Q12 CV T2 T1 T dV V1 T V V2 15 Calor num processo politrópico de um gás ideal P dV Politrópico: Q12 CV T2 T1 T V1 T V nRT Gás ideal: PV n RT P V V2 nR P V T V P T P T V V2 P V1 T T V dV V1 P dV W12 V2 Q12 CV T2 T1 W12 U12 W12 Q12 n cV T2 T1 nR T2 T1 1 R n cV T2 T1 1 1 16 Calor específico politrópico de um gás ideal R Q12 n cV T2 T1 1 Capacidade calorífica específica politrópica: Dado que R CP CV C X CV 1 1 R C X CV 1 C CV C X CV P 1 Q12 C X T2 T1 17 Calor específico politrópico de um gás ideal C X CV 1 Capacidade calorífica específica Caso particular Expoente Adiabático CX 0 Isobárico 0 C X CP Q12 CP T Isocórico C X CV Q12 CV T Calor Q12 0 18 Variação de entropia num processo politrópico Definição: Q12 C X T2 T1 Q dS T Q C X dT T2 S12 C X ln T1 19 Mostre que quando →∞ se tem um processo isocórico (V=constante). PV cte. Diferenciando esta expressão: d PV d cte. Separando os termos: Quando →∞: dV V dPV P V 1 dV 0 dP dV 0 P V 1 dP P dV 1 dP V P 0 Para qualquer sistema com um volume finito, a expressão anterior é válida se dV=0. Portanto, quando →∞, o volume mantém-se constante. 20 Considere um processo termodinâmico em que a relação entre a pressão e o volume é dada por PV 1,3 = constante. Determine o trabalho realizado ao longo do processo. Dados: Vinicial=0,04 m3 Pinicial=200 kPa Processo politrópico, = 1,3: PV Pi Vi P dV Pi Vi V dV Pi Vi Vi V 1,3 0,04 Pf Pi 200 0,1 Vf Vf Vi Nota: Pi e Vi são constantes. Vi Vf PV cte. P Pi Vi V Pi Vi Pf V f W Vfinal=0,1 m3 1 V2 Pi Vi 1 V 1 Vf 60,8 kPa V dV Vi Pf V f PV i i 6 ,4 kJ 1 21