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Classificação do artigo 11 mai 2015 O Globo
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Crise no estado afeta o Hospital
Rocha Faria, e lixo se acumula
Situação se deve a atraso no repasse de verba para empresa de limpeza
Os atrasos no repasse de verbas do governo do estado prejudicam o atendimento em mais uma
instituição. Desta vez, foi o Hospital estadual Rocha Faria, em Campo Grande, que amanheceu com uma
grande quantidade de lixo nos corredores. Fotos tiradas ontem e enviadas pelo WhatsApp do GLOBO
(99999­9110) mostram caixas de papelão, sacos plásticos e papéis jogados no chão. Numa das imagens,
aparece até sangue. O problema é consequência da falta de pagamento do salário de profissionais da
limpeza, que, segundo relatos de uma funcionária que pediu anonimato, ocorre há cerca de um mês.
— É uma situação temerosa, pois propicia o surgimento de baratas, ratos e insetos. Não estamos
falando de lixo comum — afirma o infectologista Edimilson Migowski, alertando para o perigo de infecções
nos pacientes devido ao acúmulo de lixo hospitalar na unidade. — As pessoas em contato com essa sujeira
já estão doentes e, muitas vezes, com baixa imunidade. O risco, então, é muito maior.
FALTA DE MEDICAMENTOS
A Secretaria estadual de Saúde reconhece o atraso nos repasses. Mas diz que está trabalhando para
regularizá­los. Em nota, o órgão afirma que a situação estará resolvida nos próximos dias. Enquanto isso,
informou, profissionais da limpeza de outras unidades hospitalares teriam sido deslocados para o Rocha
Faria para fazer a manutenção.
Funcionários do hospital denunciam ainda que faltam medicamentos importantes para pacientes em
estado grave, como antibióticos e remédios para pressão arterial. Um deles é o noradrenalina. A direção do
hospital nega essa informação.
Antes do Rocha Faria, a crise econômica no estado já tinha afetado outras instituições, como o Colégio
de Aplicação da Uerj ( CAp­ Uerj). Em entrevista ao GLOBO, em abril, os secretários de Fazenda, Júlio
Bueno, e de Planejamento, Cláudia Uchôa, chegaram a admitir que estavam em atraso os pagamentos a
fornecedores, prestadores de serviço — incluindo os de limpeza — e Organizações Sociais ( OS), mas que
um plano estava sendo traçado para ajustar as contas.
Na época, Bueno estimou em R$ 1 bilhão o valor devido pelo estado em atrasados. Mas o Sistema
Integrado de Administração Financeira para Estados e Municípios (Siafem), acessado pela liderança do
PSDB na Alerj, revelava que essa dívida chegava a R$ 3,1 bilhões.
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