Notícia anterior Próxima notícia Classificação do artigo 17 nov 2014 O Globo SOCIEDADE PAGARÁ A CONTA, COM OU SEM REFORMA Os especialistas não têm dúvida de que a fatura dos gastos com Previdência é paga por toda a população na forma de crescimento menor da economia, carga tributária elevada e falta de recursos para setores como educação e saúde. — Não tem como sustentar esse ritmo de crescimento dos gastos previdenciários. Quanto mais o governo gasta nessa área, menos sobra para fazer investimento. E quanto menos se investe, menos o país cresce. Quanto mais tempo se levar para fazer a reforma da Previdência, mais rigorosa ela terá que ser — diz Paulo Tafner, do Ipea. Ele lembra que hoje, para cada trabalhador aposentado, há outros 8,5 ativos contribuindo. Com as mudanças demográficas, em 2040 serão só 2,5. Sem reforma, o caminho para cobrir os gastos será elevar ainda mais os tributos. — A sociedade vai pagar com reforma ou sem reforma. Ou se faz isso de forma compartilhada ao longo de 20 anos, ou faz de maneira abrupta ou não se faz. E deixa para as próximas gerações um volume de gastos tão alto que o risco é de os trabalhadores jovens e qualificados se revoltarem por pagar 40% a 45% do salário em impostos e se mudarem para outros países — diz Tafner. Raul Velloso diz que a situação no Brasil é mais difícil, porque o país começou a envelhecer antes de se tornar um país rico. Mas, ainda assim, o problema precisa ser enfrentado. — Nós estamos brincando com a questão fiscal, e as discussões que aparecem são para piorar. Eu tremo quando ouço falar em fim do fator previdenciário — diz, referindo-se à formula que faz com que quanto mais jovem a pessoa ao pedir a aposentadoria, menor o benefício concedido. O fator foi a alternativa à idade mínima de aposentadoria, derrubada no Congresso. No serviço público a exigência foi implantada e, junto com a cobrança de contribuição previdenciária dos inativos, ajudou a conter o avanço dos gastos. —Estamos abertos a discutir a reforma, mas queremos o fim do fato que prejudica quem começa a trabalhar muito jovem, que são os mais pobres. Queremos uma fórmula que junte a idade com tempo de contribuição — diz João Carlos Gonçalves, o Juruna, secretário-geral da Força Sindical. O Ministério da Previdência e a Central Única dos Trabalhadores (CUT) não quiseram comentar os dados do Ipea. Impresso e distribuído por NewpaperDirect | www.newspaperdirect.com, EUA/Can: 1.877.980.4040, Intern: 800.6364.6364 | Copyright protegido pelas leis vigentes. Notícia anterior Próxima notícia