1 p103-p164 : 2 Generalidades sobre funções reais de variável real. Conceito de ► Ler com atenção. ► Monotonia de uma função ► Dominar os conceitos. ► Função Par e Função Impar. ► Fazer exercícios. ► Função Periódica. ► Função Limitada. Conceito de ► Função (Aplicação). ► Classificação de funções reais de variável real. ► Correspondência Unívoca. ► Domínio e Contradomínio de uma função. ► Função Sobrejectiva, Injectiva e Bijectiva. ► Identidade, Restrição, e Extensão de uma função. ► Função Composta. ► Função Inversa. ► Operações com funções. 3 Função (Aplicação) Sejam A e B conjuntos quaisquer e seja f uma relação binária de A para B . Diz-se que f é uma aplicação de A em B ou uma função definida em A com valores em B se O domínio de uma função f : A → B é o conjunto dos objectos x ∈ A tais que existe y ∈ B correspondente a cada um deles, e representa-se por Df 1 ∀x ∈ A, ∃ y ∈ B : y = f (x) Note-se que se trata de uma correspondência unívoca definida de A para B , ou seja, qualquer elemento de A tem correspondente em B e o correspondente é único. 4 Domínio ∀x ∈ A, ∃1y ∈ B : y = f (x) Contradomínio O contradomínio de uma função f : A → B é o subconjunto de B cujos elementos são as imagens por meio de f dos elementos do domínio, e representa-se por CDf Os elementos de A designam-se por objectos. Os elementos de B designam-se por imagens ou transformados. O conjunto A designa-se por conjunto de partida ou domínio. O conjunto B designa-se por conjunto de chegada. 1 5 Função Sobrejectiva A função f : A → B diz-se sobrejectiva se o contradomínio de f coincide com o conjunto de chegada, CDf = B , isto é 6 Identidade de funções Diz-se que duas funções f e g são idênticas se - Têm o mesmo domínio ∀y ∈ B, ∃x ∈ A : y = f (x) - Têm o mesmo conjunto de chegada - f(x) = g(x), ∀x ∈ Df Função Injectiva A função f : A → B diz-se injectiva se a objectos diferentes correspondem imagens diferentes ∀x1 , x2 ∈ Df , x1 ≠ x2 ⇒ f (x1 ) ≠ f (x2 ) Restrição de uma função Seja f : A → B e C , um subconjunto de A , C ⊂ A . Chama-se restrição de f a C à função g : C → B tal que Função Bijectiva ∀x ∈ C , g(x) = f(x) A função f : A → B diz-se bijectiva se for sobrejectiva e injectiva. Extensão de uma função 1 Se g : C → B é uma restrição de uma função f : A → B onde C ⊂ A , então f diz-se uma extensão, ou prolongamento, de g a A ∀y ∈ B, ∃ x ∈ A : y = f (x) 7 Função Composta Dadas duas funções quaisquer f e g , chama-se g composta com f , e representa-se por g o f , ou g(f ) à função assim caracterizada Exemplo: 8 f : A → B com A = {1,2,3} , B = {1,3,5,7} e f (x) = 2x + 1 g : C → D com C = {− 1,1,3,5} , D = {− 4,4,20,27} e g(x) = x 2 − 5 - O domínio de g o f é o subconjunto do domínio de f C -1 constituído pelos elementos cujas imagens pertencem ao domínio 1 de g . { Dg o f = x : x ∈ Df ∧ f (x) ∈ Dg f } 3 1 - O conjunto de chegada de g o f é o de g . 2 - (g o f )(x) = g [f(x)], ∀x ∈ Dg o f 3 A Dg o f = {1,2} g 5 7 -4 D 4 20 27 B O conjunto de chegada é D CDg o f = {4,20} g o f = g [f(x)] = (2x + 1)2 − 5 = 4x 2 + 4x − 4 2 9 Função Inversa Seja f : A → B uma função injectiva. Chama-se função inversa de f , e Propriedades da composição e da inversão de funções 10 1. A composição de funções é associativa Para quaisquer funções f , g , h tem-se: (f o g )o h = f o (g o h) representa-se por f −1 , a função tal que 2. A composição de funções não é comutativa - Tem por domínio o contradomínio de f , Df −1 = CDf Para quaisquer funções f e g , tem-se em geral que: f o g ≠ g o f - Tem por contradomínio o domínio de f , CDf −1 = Df Se f o g = g o f , então f e g dizem-se permutáveis. −1 - y = f (x) ⇔ x = f(y) 3. A aplicação identidade é elemento neutro para a composição de aplicações, f o I A = I A o f = f . Só as funções injectivas têm função inversa 4. A composição entre uma função e a sua inversa é a aplicação identidade. Função Identidade Chama-se função identidade num conjunto A , e representa-se por I A , a função que a qualquer elemento de A faz corresponder o próprio Sendo f : A → B , então f o f −1 = I B e f −1 o f = I A . 5. A inversa da composta de duas funções é igual à composta das inversas dessas funções, em ordem inversa, (g o f )−1 = f −1 o g −1 . elemento, ∀x ∈ A, I A (x) = x . Função Real de Variável Real 11 12 Domínio Chama-se função real de variável real a qualquer função dum subconjunto É usual indicar uma função real de variável só pela sua expressão analítica, de ℜ em ℜ , f : A ⊂ ℜ → ℜ, x → y = f(x) neste casos convenciona-se que o domínio da função é o maior subconjunto de ℜ para o qual a expressão analítica é possível (em ℜ ). É usual usar a variável x para indicar qualquer objecto, e a variável y para indicar a correspondente imagem. Diz-se que x é a variável Sendo A(x) e B(x) quaisquer expressões analíticas, indicam-se na tabela independente e y a variável dependente. as condições a impor para a determinação do domínio Expressão Condição A(x) B(x) B(x) ≠ 0 n A(x), com n par A(x) ≥ 0 log a (A(x)), (a > 0, a ≠ 1) A(x) > 0 A(x)B(x) A(x) > 0 3 Exemplo: 13 x Domínio da função real de variável real f(x) = (3 − x )100 +1 14 Contradomínio No caso geral a determinação do contradomínio de uma função real de ? variável real implica o Por definição de potência de expoente real, a base tem de ser positiva. - Estudo da função: continuidade; assimptotas; monotonia; 3 − x > 0 ⇔ −3 < x < 3 extremos locais; etc. D = {x ∈ ℜ : −3 < x < 3} Nos casos mais simples o contradomínio pode ser determinado Re(f(x)) 3 - A partir da definição. Im(f(x )) 0.4 - A partir do domínio da relação binária inversa. 0.3 2 0.2 1 0.1 0 0 -0.1 -1 -0.2 -2 -3 -5 -0.3 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 -0.4 -5 5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 Exemplo: 15 (f + g)(x) = f(x) + g(x) , Df + g = Df ∩ Dg 2 Subtracção y = 3 − 52x − x ⇔ 3 − y = 52x − x ⇔ log 5 (3 − y) = 2x − x 2 ⇔x= (f − g)(x) = f(x) − g(x) , Df − g = Df ∩ Dg 2 ± 4 − 4 log 5 (3 − y) y < 3 ⇒ y ≥ 2 2 4 Multiplicação 3 (f × g)(x) = f (x) × g(x) , Df × g = Df ∩ Dg 2 Divisão (f ÷ g)(x) = f(x) ÷ g(x) , Df ÷ g = Df ∩ Dg ∩ {x ∈ ℜ : g(x) ≠ 0} 1 CDg = [− 2,3 [ 16 Adição 2 Determine o contradomínio da função g(x) = 3 − 52x − x . 2 Operações com funções 0 Composição -1 (f o g)(x) = f (g(x)) , -2 -3 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6 { Df o g = x ∈ ℜ : x ∈ Dg ∧ g(x) ∈ Df } Inversão y = f −1(x) ⇔ x = f (y) , Df −1 = CDf , CDf −1 = Df 4 Exemplo: 17 se x < 1 se x ≥ 1 x g(x) = 1 x2 − 4 18 Uma função r.v.r. diz-se monótona num subconjunto A do seu domínio Considerando as funções reais de variável real x − 1 f (x) = 1 x − 2 Monotonia de uma função se é crescente ou decrescente em A . se x < 0 se x > 0 Função crescente. f(x) é crescente em A se caracterize (f ÷ g)(x) ∀x1 , x2 ∈ A : x2 > x1 ⇒ f(x2 ) ≥ f(x1 ) Função estritamente crescente. f(x) é estritamente crescente em A se ∀x1 , x2 ∈ A : x2 > x1 ⇒ f(x2 ) > f(x1 ) Df ÷g = ℜ \ { 0,2} Função decrescente. f(x) é decrescente em A se x − 1 se x < 0 x 3 f 2 (x) = x − x − 4x + 4 se 0 < x < 1 g x + 2 se x ≥ 1 ∀x1 , x2 ∈ A : x2 > x1 ⇒ f (x2 ) ≤ f (x1 ) Função estritamente decrescente. f(x) é estritamente decrescente em A se ∀x1 , x2 ∈ A : x2 > x1 ⇒ f (x2 ) < f (x1 ) Função Par e Função Impar Uma função r.v.r. diz-se uma função par se 19 Função Limitada 20 Seja f(x) uma função r.v.r. e A um subconjunto do seu domínio. ∀x ∈ Df : f (x) = f(−x) Uma função par é simétrica em relação ao eixo das ordenadas. Uma função r.v.r. diz-se uma função impar se f (x) diz-se uma função minorada em A se o conjunto f (A) for minorado. ∀x ∈ Df : f(x) = −f (−x) f(x) diz-se uma função majorada em A se o conjunto f(A) for Uma função impar é anti-simétrica em relação ao eixo das majorado. ordenadas. f (x) diz-se uma função limitada em A se o conjunto f (A) for limitado. Função Periódica Uma função r.v.r. diz-se periódica se existir um T ∈ ℜ \ {0} tal que ∀x ∈ Df : f (x + T ) = f (x) O menor valor positivo de T diz-se o período fundamental da função. Chama-se supremo, ínfimo, máximo, e mínimo de f(x) em A , ao supremo, ínfimo, máximo e mínimo do conjunto f(A) , se existirem. Se f(x) for limitada em A , chama-se oscilação de f(x) em a A sup(f (x)) − inf(f (x)) . A A 5 21 Classificação de funções reais de variável real 22 1.2 Função Quadrática f (x) = ax 2 + bx + c 1 Funções Polinomiais , a ≠ 0, b, c ∈ ℜ Uma função r.v.r. diz-se polinomial se a sua expressão analítica é da forma f (x) = a0 x n + a1x n − 1 + a2x n − 2 + ... + an − 1x + an a>0 em que a0 , a1 , ... , an são números reais, ditos os coeficientes do polinómio, e n, n − 1, ... ,1,0 são inteiros não negativos, sendo n o grau do polinómio. 1.1 Função Afim f (x) = mx + b , y a, b ∈ ℜ y − y1 m= 2 x2 − x1 b = y1 − mx1 b f− 2a 40 15 20 10 0 5 -20 0 -40 -5 -60 -10 -80 -15 -100 -20 -2 -1 y1 x2 23 4 5 6 -120 -10 7 -8 -6 -4 -2 0 2 4 6 8 10 Exemplo: f (x) = a0 x n + a1x n − 1 + a2 x n − 2 + ... + an − 1x + an b0 x m + b1x m − 1 + b2 x m − 2 + ... + bm − 1x + bm analítica é da forma lim f (x) = x → −1− lim f (x) = a, b, c ≠ 0, d ∈ ℜ 2x x+1 lim f (x) = lim 2.1 Função Homográfica Uma função r.v.r. diz-se uma função homográfica se a sua expressão 24 5 4 x → ±∞ , 3 x da forma ax + b cx + d 2 b Uma função r.v.r. diz-se uma função racional se a sua expressão analítica é f (x) = 1 b x=− 2a 2 Funções Racionais P (x) 0 y2 x1 f (x) = Q(x) = a<0 20 x → −1+ 2 x → ±∞ −2 0− −2 0+ 1+ = +∞ 3 1 x =2 2 1 0 -1 = −∞ -2 -3 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 A representação geométrica duma função homográfica é uma Hipérbole Equilátera com as assimptotas paralelas aos eixos coordenados 6 3 Funções Irracionais 25 Uma função r.v.r. diz-se uma função irracional se na sua expressão analítica existem operações sobre a variável independente não redutíveis à adição, subtracção, multiplicação e divisão em número finito. 3.1 Irracionais algébricas Uma função r.v.r. diz-se uma função irracional algébrica se na sua expressão analítica as operações sobre a variável independente são apenas as de adição, subtracção, multiplicação, divisão, potenciação de expoente inteiro e radiciação em número finito. Exemplo: f(x) = x + 5 x2 + 1 3.1 Irracionais transcendentes Uma função r.v.r. diz-se uma função irracional transcendente se não é algébrica. Exemplos: f(x) = sen(x) ; f(x) = e x 7