ESCOLA DE ENSINO FUNDAMENTAL E MEDIO MARIO
QUINTANA
REDAÇÃO – PROFª ALINE NEUSCHRANK
PERCEPÇÃO DE LEITURA
FRANKENSTEIN - O MODERNO PROMETEU
NOME:
TURMA:
DATA DE ENTREGA: 02/05/08
INTRODUÇÃO
O livro Frankenstein ou o Prometeu moderno trata da história
de um cientista que ultrapassa os limites da criação e sofre as
conseqüências deste ato. Obstinado em descobrir o segredo da
vida, o estudante de ciências naturais Vítor Frankenstein acaba
criando um ser de características humanas em seu laboratório.
Porém, horrorizado com o aspecto medonho da criatura, decide
abandoná-la à própria sorte. Algum tempo depois, profundamente
decepcionado com a raça humana, que o rejeita e maltrata, o
Monstro jura vingança e resolve infernizar a vida de seu criador.
Frankenstein é um romance de terror gótico com inspirações
do movimento romântico, de autoria de Mary Shelley, escritora
britânica nascida em Londres. Mary escreveu a história quando
tinha apenas 19 anos, entre 1816 e 1817, e a obra foi
primeiramente publicada em 1818, sem crédito para a autora na
primeira edição. Atualmente costuma-se considerar a versão
revisada da terceira edição do livro, publicada em 1831, como a
definitiva. O romance obteve grande sucesso e gerou todo um novo
gênero de horror, tendo grande influência na literatura e cultura
popular ocidental.
Este livro está sendo trabalhado no Projeto de Leitura do 1º
trimestre, o qual tem como objetivo principal estimular a leitura e a
escrita, proporcionando um melhor contato dos alunos tanto com
obras clássicas como aquelas que ainda não possuem um grande
reconhecimento, mas que nem por isso deixam de ser também
interessantes.
DESENVOLVIMENTO
Relação da obra com a atualidade
O tema da obra relaciona-se com vários aspectos da
sociedade atual, principalmente a questão dos limites éticos e
religiosos da ciência. Há uma forte presença também do tema
relacionado à rejeição ao diferente e ao anômalo, característica
muito presente nas sociedades de massa.
Do ponto de vista ético e religioso, a obra critica toda e
qualquer tentativa de transgressão da ordem natural e divina. Victor,
ao dar vida a uma matéria morta, transgrediu as leis da criação,
equiparando seu ato à providência divina. Porém, ele sofreu uma
punição por agir desta forma, arcando com as conseqüências por
não ter medido a proporção que tomaria o resultado de sua atitude.
Outro tema bastante presente no romance é a abordagem
relativa ao preconceito imposto pela sociedade àquilo que é
diferente
ou
anormal.
O
Monstro
sempre
foi
desprezado
exclusivamente por suas características físicas, pois nenhum ser
humano teve o interesse de conhecer o que realmente constituía
aquela figura que transgredia as orientações naturais da beleza.
Nenhum humano preocupou-se em tomar ciência se aquela
Criatura era ou não, assim como nós, tomado por sentimentos e
passível de sensações.
Percebendo o repúdio que causava, o Monstro passou a fazer
jús ao que lhe era imposto: começou a comportar-se de maneira
cruel e vingativa, pois tudo o que esperava receber em dose mínima
dos seres humanos – a compreensão – acabou por apresentar-se
em forma de rejeição e desprezo. Assim, podemos dizer que em
nossa sociedade, existem muitas criaturas como esta, que recebem
o nosso descaso e repúdio como resposta ao pedido de
compreensão. No mundo de horrores em que se transformou a vida
cotidiana, a cada esquina podemos encontrar uma criação de
Frankenstein, agindo de forma vingativa contra nós por causa de
nosso desprezo e nossa falta de sensibilidade.
Relação da obra com o Mito de Prometeu
Pode-se dizer que boa parte da mitologia antiga, grega,
romana ou oriental, enfatiza os perigos que incorre o ser humano ao
tentar ultrapassar os limites fixados com leis de ferro da Natureza,
amparados pelos deuses. Basta lembrar a lenda de Ícaro, o jovem
filho de Decalião que tentou voar e terminou tragicamente, ou ainda
a tão conhecida história do titã Prometeu que, desconsolado com a
ignorância e miséria dos homens, roubou o fogo sagrado dos céus
para ajudá-los a sair do embrutecimento em que se encontravam.
O subtítulo do livro, “O Moderno Prometeu”, se refere à figura
da mitologia grega que é responsável pelo conflito entre os homens
e os deuses. Para conseguir ajudar as pessoas, Prometeu roubou o
fogo de Zeus. Os humanos ficaram assim com vantagem sobre os
animais, já que o fogo dava habilidade de fazer armas e
ferramentas e isso deixou o Senhor dos deuses furioso.
Assim, Victor Frankenstein pode realmente ser visto como um
“moderno Prometeu”. Criando vida, ao invés de apenas ter sido
criado, ele desafia os deuses e tomando o lugar de deus se
transforma em criador. Assim como Prometeu, Victor é punido por
seus feitos, porém, pela criatura que criou, enquanto Prometeu foi
punido pelo deus de quem roubou o fogo.
CONCLUSÃO
Este trabalho permitiu que pudéssemos aprofundar bastante a
leitura
da
obra
Frankenstein,
de
Mary
Shelley,
buscando
compreender as principais características dos personagens e
relacionando-os
com
situações
do nosso cotidiano.
Assim,
percebemos que este não é um texto puramente ficcional, já que
trata de assuntos tão presentes no nosso dia a dia.
Na verdade, não foi muito fácil elaborar esta atividade, já que
tivemos que construir textos que expressam o nosso entendimento
frente ao que lemos durante este período, podendo reconhecer
nesta leitura elementos presentes e constituintes da nossa vida em
sociedade. Mas, com certeza, este foi um trabalho bastante rico,
capaz de nos mostrar que a literatura está sempre a serviço de nós:
ao mesmo tempo em que nos proporciona entretenimento, nos abre
os olhos para que possamos enxergar coisas que muitas vezes nos
passam.
FONTES DE PESQUISA
AS 100 MELHORES HISTÓRIAS DA MITOLOGIA – Franchini e
Carmen Seganfredo
FRANKENSTEIN – Mary Shelley
O LIVRO DE OURO DA MITOLOGIA – Thomas Bulfinch
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profª aline neuschrank percepção de leitura frankenstein