-Nascida em Londres em 20 de agosto de 1797. -Filha de dois escritores, William Godwin e Mary Wollstonecraft. Estimulada desde cedo a escrever. -Casou-se com o poeta romântico Percy Shelley. -Muito amiga de Lord Byron. -Produziu sua principal obra, Frankenstein, com apenas 19 anos. -Morreu com 53 anos, em fevereiro de 1851, provavelmente com câncer cerebral em Chester Square. Título: Frankenstein ou O Moderno Prometeu Romance de horror gótico com inspirações do movimento romântico. Escrito em um concurso de historias de horror no castelo de Lord Byron, junto com seu marido e outros amigos escritores. Publicado em 1818 sem crédito para a autora, em 1831 foi publicada a terceira edição do livro, já com os devidos créditos. Certo dia, um navio fica preso quando o mar se congela e a tripulacão avista uma criatura em um trenó puxado por cães, era o monstro Frankeinstein. Logo depois eles encontram o doutor Victor Frankeistein e o acolhem. O doutor conta de sua ida para universidade na Alemanha. Ele logo se interessa pelos mistérios da criacão e depois de muito estudo descobre o segredo da geracão de vida. Depois de dois anos, ele consegue criar um ser humano gigante, mas ele fica espantado com a criatura horrivel que criou e o abandona. Nos meses seguintes, ele adoece. Victor retorna a Genebra por causa do assassinato de seu irmão, cuja empregada está sendo acusada, porém ele, Victor, tem a conviccão de que o verdadeiro assassino foi sua criatura. Completamente desesperado, o doutor decide escalar o Monte Branco e, durante sua caminhada, se encontra com sua criatura, terrivelmente articulada e tenebrosa. O monstro conta entao sua jornada desde a noite que foi criado, narrando como fugiu do laboratório de Frankenstein para uma floresta próxima. Porém, ao encontrar seres humanos era sempre escorraçado e agredido, então eventualmente esconde-se proximo a uma cabana. Lá, observa a vida de uma familia pobre, afeiçoando-se a eles e ajudando-os em segredo. Aprende a ler e escrever espionando as aulas que davam à noiva arabe do irmão, e encontra livros onde aprende sobre a vida e a virtude. Após longo tempo toma coragem para se apresentar a família, e consegue conversar com o pai cego, mas quando os filhos chegam e o vêem junto ao pai também escorraçam o monstro, e fogem para sempre da cabana. A criatura torna-se amargurada e resolve procurar seu criador, cujo diário descobrira no bolso do casaco que levou do laboratório na noite da fuga. Durante a travessia é sempre agredido pelos humanos. Ao chegar em Genebra encontra o irmão mais novo de Victor, William, e o assassina, incriminando depois Justine, como Victor imaginava. Ao terminar sua história, o monstro exige a promessa de que Frankenstein construa uma fêmea para ele, prometendo por sua vez deixar a humanidade em paz e ir viver com a sua noiva nas selvas. Caso o cientista se recusasse, o monstro promete fazê-lo passar por tormentos inimagináveis. Extremamente contrariado, Frankenstein concorda, e ao voltar para Genebra torna-se noivo de Elizabeth, partindo com Clerval para a Inglaterra, a fim de cumprir a sua promessa. Após passar por Londres, onde haviam os mais recentes avanços das ciências naturais sai para uma das ilhas do árquipelago das Orkneys, onde começa a construir a fêmea. Entretanto, ele muda de idéia, temendo criar uma raça de monstros que pudesse se virar não só contra ele, mas contra toda a raça humana. Após fazer várias considerações, Frankenstein decide que ele tem que sofrer as conseqüências por seus atos e não a humanidade, destruindo a criatura incompleta. O monstro acompanha o ato, e jura se vingar. Em seguida assassina Clerval. Frankenstein chega a ser acusado do crime, mas é inocentado por possuir um forte álibi. Seu pai vem lhe buscar e ambos retornam à Suíça. Mesmo devastado pela culpa e pela tristeza, Victor casa-se com Elizabeth e no mesmo dia sai para viajar em lua de mel. Na noite de núpcias, o monstro ataca Elizabeth e a estrangula. Victor volta a Genebra, e com a notícia da morte de Elizabeth, seu pai adoece e morre em seguida. Jurando vingança, o criador passa a perseguir a criatura, que o leva através de uma longa caçada em direção ao norte, prosseguindo pelos mares congelados, onde eventualmente são avistados pelo capitão Walton e sua tripulação, é a cena de inicio do livro. O navio dos exploradores fica preso no gelo, e Victor, já bastante doente, acaba morrendo. O capitão Walton então surpreende a criatura na cabine, no leito de morte de Frankenstein, pranteando seu criador. Ela diz para Walton que não havia mais o que temer pois seus crimes terminaram com a morte de Frankestein e prometeu ir ao extremo Norte e lá ela cometeria o suicídio trazendo paz aos humanos. -A obra tem também o nome de “O novo Prometeu” porque remete ao antigo mito de grego de Prometeu. - O doutor Victor Frankenstein, em meio aos seus estudos, desenvolve um modo de criar vida em seres inanimados, na tentativa de se igualar a Deus, e paga isso com sua vida e daqueles com quem se importa. - A criatura representa o oposto de seu criador, que o completa. - A obra representa uma crítica aos valores burgueses, ao avanço tecnológico, sem limites - A história se passa na maior parte em ambientes fechados, impregnados pela melancolia das personagens, denotando grande tristeza e pessimismo em relação ao mundo. - A descrença nos valores atuais das pessoas, pautados em aparências e preconceitos também é colocado como negativo e danoso. - A criatura é provida de grande inteligência, astucia e sentimentos, ao contrário de seu criador. Victor cria o monstro colocando nele o oposto de seus pontos negativos. -Victor é um ser humano pouco humanizado, ele acredita na fria luz da razão e seus sentimentos são restritos, já que que a criatura é muito mais humanizada, tendo uma visão mais crítica do mundo, talvez por ser mais feio e excluido. - O fim do livro, uma perseguicão nos mares congelados do ártico, ilustra bem o estado de espírito das personagens. Ambos já estão no fim de suas jornadas, no limite de suas exitências. - O monstro solitário e devastado, decide se suicidar, encerrando sua vida de sofrimentos, ao passo que o doutor adoece e morre,perseguindo sua criatura até o final com desejo de vinganca. -A obra de Shelley possui traços românticos muito perceptíveis, principalmente por fazer parte da segunda geração desse movimento. Já possui aspectos muito diferentes da primeira geração. - Uma característica marcante no livro é a diferença entre o criador e seu monstro. Cada um se encaixa em lados opostos do movimento romântico. Victor Frankenstein é uma pessoa totalmente virada para o lado racional, partidário dos valores e moral burguesas. - O monstro é um ser que vive a vida olhando para dentro de si, claramente um movimento romântico. Ele faz isso porque e extremamente excluído pela sociedade, principalmente pela sua extrema feiúra, isso representa um ultra romantista, que nada contra a maré. Ele logo percebe que para buscar sua identidade e respostas deve olhar para dentro de si mesmo e conseqüentemente para seu criador, já que ambos se completam. - O criador é o contrario do que os ultra românticos valorizam, pois o uso da razão como modo predominante de pensar e, para eles, uma morte simbólica. Isso acontece porque toda a moral burguesa e seu modo de vida são baseados nela. -Já a criatura usa o sentimento, seu espírito como uma maneira de se entender, um valor enobrecido por essa geração romântica. - A tentativa do Frankenstein de dominar a vida, contornando a morte e mais uma prova de seus valores burgueses, também criticados pelos românticos. Essa habilidade e da alçada divina, não deve ser alcançada pelo homem (mito de prometeu). - O objeto de estudo dessa geração é o homem e sua interioridade na busca de uma identidade, não acreditam que a completude deve ser buscada, mas sim que se deve aprofundar na solidão causada pelo tempo deles. - A criatura, cujo aspecto se aproxima da morte, e assim é mais humana possível, descobriu sua existência por meio da dor e, sendo o contrario do médico, também, que tentou se aproximar de deus, a criatura se aproxima mais ainda do que é ser humano. - O que não é encontrado no texto são alguns pensamentos dos primeiros romantistas, como por exemplo a busca de uma completude por meio do amor, se aproximando de Deus. - O que pode ser percebido na obra é uma tentativa de compreensão da natureza humana por parte do monstro, explorando o terror, as sensações causadas por eles, suas causas, a dor, a imperfeição -A criatura pode ser vista como o lado humano de Victor, suprimido pela vida burguesa e sua moral. O que ele realmente é está exteriorizado no monstro. Essa é uma abordagem ultra romântica do mundo, diferente da romântica original. - A morte passa a ser vista como um fim, mas não para alcançar uma união idealista como na primeira geração, ela tem sua existência aceita e é vista como uma condição da humanidade. - O monstro era um ser livre, ele possuía uma consciência de si mesmo, pois estava fora do mundo burguês daquela época. -As alterações vistas nessa obra do romantismo original são as mesmas que ocorrem deste para a segunda geração romântica, liderada por Lord Byron, amigo dos Shelley. - A hipótese criada por nós para explicar as alterações ocorridas, como a mudança de foco para a solidão humana e todas as suas implicações na individualidade, e uma mudança na perspectiva e no jeito de encarar a condição humana. Provavelmente o agravamento do modo de vida burguês, aumentando a alienação das pessoas fez com que eles pensassem em um modo mais radical para negá-lo. - Após lerem e entenderem a primeira geração discordaram em alguns pontos, pois concluíram que não conseguiriam alcançar uma completude e então se voltaram para o entendimento do homem em sua essência. Com esse objetivo, passaram a enxergar a morte de outra maneira, não como um modo de se igualar a Deus, mas sim como a condição humana de existência. - A morte passou a ser valorizada e sua experiência passaria a ser o maior grau de mergulho dentro da complexidade humana. Já que não é possível experimentar a morte varias vezes, tentaram se aproximar dela usando outros meios, como drogas, sexo, doenças, dor etc. CRÍTICA: -Pensamos que a obra cria uma narrativa envolvente, que proporciona momentos de reflexão sobre a natureza humana. - Apesar de personificar o medo na forma do monstro, consideramos o livro uma história de horror, pois se preocupa em mostrar o lado obscuro do homem com o monstro, que seria seu melhor representante. Ao contrario de uma literatura de entretenimento, que quer criar um terror artificial, criando apenas situações apavorantes, esse livro consegue nos fazer sentir algo a mais porque se dedica a explorar o homem, colocando em uma historia abstrata os problemas que nos atormentam desde o inicio do individualismo e solidão causados pelo capitalismo. -Primeira adaptação foi feita em 1910, por Thomas Edison. - Uma das mais famosas versões foi realizada em 1931, pela Universal Studios. Este foi o filme que se tornou um clássico dos cinemas. - A partir de então, as versões que se seguiram já tinham a história muito modificada, como em 1943 com “Frankenstein encontra o lobisomen” e em 1969, “ Frankenstein tem que ser destruido”. -Na década de 80, foram lançados mais dois filmes: “Frankestein” e “Gothic”. -Em 1994 foi feito um filme chamado “Frankenstein de Mary Shelley”, sugerindo uma adaptação fiel, mas fugiu bastante da história original. http://www.youtube.com/watch?v=TcLxsOJK9bs http://www.youtube.com/watch?v=tTNN5h8CG_Y http://www.youtube.com/watch?v=Lg17y6iz7Xs http://www.youtube.com/watch?v=GtIGksMFijE -As adaptações começaram sendo bastante fiéis ao livro, a ponto de a de 1931 ser considerada um clássico. -No decorrer do tempo, começaram a mudar a história, provavelmente com o intuito de ter um maior público alvo, tentando atingir as massas. -As histórias pararam de ser histórias sobre a essência humana e passaram somente a tentar vender mais, tentando criar medo externo, do que existe. Há também uma tendência de criar histórias baseadas em romances (de amor), também para atingir maior público -O espírito original do livro foi se perdendo ao longo do tempo, pois foi cedendo ao mundo burguês (capitalismo) e se voltando para ele, usando a história do livro apenas como um motor gerador de dinheiro. -Poucas foram as adaptações que procuraram voltar ao tema original e uma delas foi a de Tim Burton, que dirigiu Edward Mãos de Tesoura, que conta a história de um homem que tem suas mãos substituídas por tesouras, o que dificulta sua colocação na sociedade, assim como a criatura de frankenstein.