DOSAGEM DE FERRO SÉRICO, FERRITINA E TRANSFERRINA DOS PACIENTES SUBMETIDOS A HEMODIÁLISES NO MUNICÍPIO DE SANTARÉM – PARA MORAES DN1, SAATKAMP CJ2, ALMEIDA ML3, BARRINHA AF4, NAVARRO RS5 1,2,3,4,5 UNICASTELO/Instituto de Engenharia Biomédica/São José dos Campos,SP [email protected] 1, [email protected] 4 Resumo- Este trabalho identificou diferentes casos de anemia através da dosagem de ferro sérico, ferritina e transferrina nos pacientes submetidos a hemodiálises no município de Santarém – Pará. Foi coletado sangue venoso dos pacientes que aceitaram participar da pesquisa, onde os exames foram realizados em um laboratório de apoio. Nos resultados observou-se que alguns pacientes possuíam algumas dosagens alteradas demonstrando casos de diferentes tipos de anemias. Nota-se a necessidade de uma melhor atenção aos pacientes que realizam hemodiálises para assim poder melhorar as condições de saúde. Palavras-chave: Anemia, ferro sérico, ferritina, Área do Conhecimento: Ciências biológicas. Introdução Anemia de Doença Crônica é uma síndrome clínica que se caracteriza pelo desenvolvimento de anemia em pacientes que apresentam doenças infecciosas crônicas, inflamatórias ou neoplásicas. É uma doença comum em pacientes com insuficiência renal crônica (IRC). Pode ocorrer no início do desenvolvimento da IFC e tornar-se mais severa à medida que os rins perdem a capacidade de realizar suas funções normalmente.(CANZIANI, et al, 2009.) O ferro é um elemento essencial na maioria dos processos fisiológicos do organismo humano, desempenhando função central no metabolismo energético celular. Outros fatores que facilitam o aparecimento da anemia podem ser a perda de sangue e diálise inadequada. Por isso é obrigatório em todo centro de diálise a realização de exames de hemoglobina e hematócrito, pelo menos uma vez ao mês para verificar se estão ou não com anemia.(CANCADO et al., 2007) O objetivo deste trabalho é identificar casos de anemia através da dosagem de ferro sérico, ferritina e transferrina nos pacientes submetidos a hemodiálises no município de Santarém – Pará Metodologia Estudo com abordagem quantitativa envolvendo pacientes portadores de Doença Renal Crônica DRC, maiores de 18 anos, clinicamente estáveis, acompanhados por médicos transferrina, hemodiálise. e enfermeiros que trabalham no centro de hemodiálise do município de Santarém – PA. A população estudada foi pacientes submetidos à hemodiálise do Hospital Municipal de Santarém - Pá (HMS), de ambos os sexos, que totalizam 48 pacientes. Foram coletados 5 mL de sangue por punção venosa, pelos funcionários do setor da hemodiálise no turno da manhã. Para a coleta utilizaram-se os seguintes materiais: luvas, seringas de 5 mL, álcool e algodão. Os tubos foram identificados contendo registro do laboratório, nome do paciente, idade do paciente e código de barra no caso da transferrina e ferritina, pois as elas foram enviadas para o laboratório de apoio. O sangue coletado para análise do ferro sérico foi colocado em tubo de ensaio contendo EDTA e o sangue coletado para dosagem de transferrina e ferritina foi colocado em tubo de ensaio seco. As amostras foram acondicionadas em uma geladeira a temperatura de 2 a 8°C. Os seguintes exames laboratoriais que foram realizados são: ferro sérico, ferritina e transferrina. Foram analisados os resultados de ferro sérico, ferritina, transferrina, hemoglobina e hematócrito. Verificou-se que alguns exames apresentaram valores alterados. Os resultados foram tabulados, separados por sexo, pelo tempo em que o paciente realiza hemodiálise e foram tiradas as médias desses resultados conforme o tempo de diálise. Os pacientes assinaram o termo de consentimento de participação na pesquisa de acordo com a resolução 196/96, que diz respeito a pesquisa com seres humanos que se configura um documento legal assinado pelo participante da Encontro de Pós-Graduação e Iniciação Científica – Universidade Camilo Castelo Branco 117 pesquisa com o objetivo principal de protegê-lo, bem como o pesquisador e a instituição, contendo informações sobre a pesquisa como título, objetivos e finalidade da pesquisa. O termo assegurava aos pacientes que, sua privacidade seria assegurada, uma vez que seu nome seria substituído de forma aleatória por códigos ou números; os dados coletados seriam utilizados apenas nesta pesquisa e os resultados divulgados em eventos e/ou revistas científicas. Resultados O ferro em ambos os sexos apresentouse alterado em 59,3% dos pacientes, mas apenas 38,7% (20) destes pacientes apresentaram valores abaixo do normal, sendo que dos 10 pacientes 50% (5) são do sexo masculino e 50% (5) do sexo feminino. Nos pacientes analisados a ferritina variou muito entre os pacientes. Porém valores acima de 1000 ng/mL de ferritina que foram apresentados por 29,2% (14) pacientes, 50% (7) são do sexo feminino e 50% (7) do sexo masculino, são considerados valores elevados e geralmente está relacionado com processos inflamatórios, acontecimento que é comum em pacientes com insuficiência renal crônica. Índices de saturação de transferrina abaixo de 20,0% têm uma sensibilidade de identificar casos de anemia por deficiência absoluta de ferro. Em 61,9% dos pacientes do sexo feminino e 22,2% do sexo masculino a saturação de transferrina estava abaixo de 20%. Possivelmente esses pacientes estavam com deficiência de ferro secundária (ocorre devido à perda excessiva de sangue), já que o esgotamento das reservas de ferro é uma complicação da hemodiálise, devido ao próprio processo e a flebotomias repetidas para exames, havendo uma perda de cerca de 100 mg de ferro/mês. Verificou-se que em relação ao tempo de diálise, os resultados de ferro sérico, ferritina e transferrina não apresentaram mudanças significativas. Pacientes que realizam hemodiálise há 7 anos (iniciaram o tratamento no ano de 2006), apresentaram valores de ferro sérico, ferritina e transferrina muito próximos e alguns iguais a pacientes que iniciaram o tratamento no ano de 2013. Podemos dizer que o grupo em estudo, independente do tempo de diálise, apresentará resultados parecidos ou iguais de ferro sérico, ferritina e transferrina. deficiência de ferro é um fator importante a ser detectada, pois assim identificado, medidas podem ser realizadas para corrigir essa carência de ferro, dessa forma aumentando a sobrevida dos pacientes em diálise. O hematócrito e a hemoglobina devem atingir valores maiores ou iguais a 30% e 11 mg/dL, respectivamente. A análise dos níveis de ferro sérico, ferritina e transferrina são importantes para assegurar que existe estoque de ferro e que esse ferro está sento distribuído no organismo, garantindo que não ocorra anemia. A anemia apresentou maior incidência no sexo masculino (92,6%); em relação ao tempo de diálise, pacientes que realizam hemodiálise a 7 anos (iniciou o tratamento no ano de 2006), apresentaram valores de ferro sérico, ferritina e transferrina muito próximos e alguns iguais a pacientes que iniciaram o tratamento no ano de 2013; diabetes e hipertensão são considerados doenças de base fundamentais para o paciente desenvolver IRC e o hematócrito apresentou-se alterados em 29,2% no sexo masculino e 22,9% no sexo feminino. Uma melhor atenção deve ser realizada, em virtudes de estudos recentes sugerirem que a correção da anemia pode diminuir a velocidade de progressão da DRC, alem do impacto inquestionável da condição cardiovascular. Conclusão Os pacientes que apresentam traços anemicos devem ser tratados de forma diferenciada, precisam de um acompanhamento especial, que começa desde suas atividades diárias, acompanhamento nutricional e a realização de exames de rotina. Por isso esses resultados laboratoriais precisam ser interpretados com cautela e atenção, garantindo e proporcionando uma melhora na função cardíaca, muscular e qualidade de vida destes pacientes. Referências - CANZIANI, M.E. et al. Deficiência de ferro e anemia na doença renal crônica. J. Bras. Nefrol. p.86-90, 2009. - CANCADO, R. D. et al. Avaliação da eficácia do uso intravenoso de sacarato de hidróxido de ferro III no tratamento de pacientes adultos com anemia ferropriva. Rev. Bras. Hematol. Hemoter., São José do Rio Preto, v. 29, n. 2, 2007. Discussão O estudo mostrou que uma parcela importante (61,9%) dos pacientes portadores de IRC apresentou anemia por deficiência de ferro. A Encontro de Pós-Graduação e Iniciação Científica – Universidade Camilo Castelo Branco 118