COMO FUNCIONA A
AUDIÇÃO?
Fonoaudiólogas: Daniela Conrado
Priscila Santana
Quando começamos a ouvir?
Audição
5º mês de gestação
Embora o bebê apresente o
sistema auditivo periférico quase que
fisiologicamente funcionando como
em um adulto, isso não acontece com
sistema auditivo central.
Este continua aumentando a
eficiência e o número de sinapses
durante vários anos, até pouco mais
que a adolescência.
Para que serve a audição?
É por meio da audição que conseguimos
identificar e reconhecer os diferentes sons do
ambiente, além de podermos nos comunicar com
nossos semelhantes
O sentido da audição está envolvido com o
desenvolvimento linguístico, com a aprendizagem e
com a produção da voz.
Orelha
Orelha Externa
Pavilhão auditivo (antigamente denominado orelha) e pelo
canal auditivo externo ou meato acústico externo.
Orelha externa
Todo o pavilhão auditivo (exceto o lóbulo) é constituído por tecido
cartilaginoso recoberto por pele, tendo como função captar e canalizar os sons
para a orelha média.
Meato acústico externo: comunicação entre a orelha média e o meio
externo, tem cerca de três cm. É revestido internamente por pêlos e glândulas,
que fabricam uma substância gordurosa e amarelada (cerume).
Tanto os pêlos como o cerume retêm poeira e micróbios que
normalmente existem no ar e eventualmente entram nos ouvidos.
A limpeza com cotonete pode causar danos e lesões sérias na audição.
Orelha Média
 Situada na face interna do tímpano;
Câmara cheia de ar com três ossículos articulados entre si;
Os ossículos unem o tímpano à janela oval (abertura no revestimento ósseo
da cóclea).
Orelha Média
O canal auditivo externo termina numa delicada membrana - tímpano
ou membrana timpânica - firmemente fixada ao meato acústico externo.
Tem a função de vibrar e fazer a articulação com os ossículos ao batimento das ondas
acústicas
Orelha Média
Tuba auditiva: canal por onde a orelha média se comunica com a faringe
• Esse canal permite que o ar penetre no ouvido médio.
• Dessa forma, de um lado e de outro do tímpano, a pressão do ar
atmosférico é igual.
• Quando essas pressões ficam diferentes, não ouvimos bem, até que o
equilíbrio seja reestabelecido.
É por esta ligação da
orelha média e a faringe que
muitos
bebês
apresentam
infecções de ouvido
Orelha Interna
CÓCLEA
CANAIS SEMICIRCULARES
CÓCLEA
Órgão sensorial da audição
Receptores auditivos
internas (CCI)
Células ciliadas externas (CCE) e
CÉLULA CILIADA EXTERNA
SISTEMA VESTIBULAR
•Constituído pelos canais semicirculares;
•Informa sobre nossa localização em relação à gravidade;
•Sobre a aceleração e desaceleração de nossos movimentos;
•Sobre as alterações na direção do movimento.
CANAIS SEMICIRCULARES
EQUILÍBRIO
COMO OUVIMOS?
COMO OUVIMOS?
Como avaliar a audição?
Existem diversos exames audiológicos
O mais conhecido é a Audiometria
AUDIOGRAMA
NORMAL
PERDA AUDITIVA
NÍVEL DE AUDIÇÃO EM DECIBÉIS
A audição humana é mais sensível para as freqüências da fala
Quais são os tipos de Deficiência Auditiva?
Tipo
• Condutiva
• Neurossensorial
• Mista
Grau
•Leve
•Moderada
•Moderadamente severa
•Severa
•Profunda
Alteração de Processamento
Auditivo
Como ocorre a deficiência auditiva?
 Congênita
Adquirido
Causas da deficiência auditiva
 Pré natais (antes do nascimento): fatores genéticos (consanguinidade),
hereditários,
doenças adquiridas pela mãe durante a gestação (TORCHS) e exposição da mãe
a drogas ototóxicas
 Peri natais (durante o nascimento): prematuridade, anóxia, trauma de parto
 Pós natais (após o nascimento): meningite, caxumba, ototóxicos, idade
avançada, traumas, acidentes, otites, ruídos de repetição
Como saber se meu aluno precisa de uma avaliação
audiológica?
Quando por exemplo...
O aluno não responde quando é chamado de costas;
O professor precisa utilizar gestos indicativos para que o aluno execute
uma ação, por exemplo, dar um beijo;
O aluno é desatento, agitando ou quieto demais;
O aluno não percebe os sons ambientes;
O aluno só escuta televisão ou rádio em volume muito alto;
O aluno tem histórico de só ter começado a falar aos três anos de
idade.
São apenas indícios que servem como sinais de alerta, porém não são certeza que
o aluno tenha uma deficiência auditiva
É importante estarmos atentos, pois sempre que a
perda auditiva é diagnosticada precocemente, as
chances de sucesso na reabilitação aumentam,
principalmente quando unidas a bons aparelhos de
amplificação sonora individual (AASI), ao empenho
da família e à constante terapia fonoaudiológica
QUAL DESTAS DUAS CRIANÇAS É SURDA?
A DEFICIENCIA AUDITIVA É INVISÍVEL!!!
O que é a Protese Auditiva
Embora não tenha o objetivo de substituir o ouvido humano, é um instrumento
indispensável para pessoas que possuem uma deficiência auditiva não tratável
por medicamentos e/ou cirurgia, seja ela de grau leve ou profundo.
Tipos de Próteses Auditivas
Este instrumento, de vários tamanhos e formatos, quando adequadamente
selecionado para cada caso, em bom funcionamento e usado de maneira
correta, proporciona uma enorme ajuda à audição.
ANALÓGICOS, PROGRAMÁVEIS, DIGITAIS
Próteses Auditivas
O que devo observar na Prótese Auditiva do meu aluno?
- Limpeza;
- Pilhas funcionando;
- Molde;
- Volume confortável;
- Solicitar um relatório para a
Fonoaudióloga
que
fez
a adaptação do aparelho.
IMPLANTE COCLEAR
IMPLANTE COCLEAR
Dispositivo eletrônico de alta tecnologia,
(ouvido biônico), que estimula eletricamente as
fibras nervosas remanescentes, permitindo a
transmissão do sinal elétrico para o nervo auditivo,
afim de ser decodificado pelo córtex cerebral.
A prótese amplifica o som e o implante
coclear fornece impulsos elétricos para estimulação
das fibras neurais remanescentes em diferentes
regiões da cóclea, possibilitando ao usuário, a
capacidade
de
perceber
o
som.
IMPLANTE COCLEAR
O implante coclear é constituído de dois dispositivos, sendo um externo (o
qual vemos acoplado a cabeça e atrás da orelha da criança) e um interno.
INDICAÇÃO:
Perda auditiva profunda bilateral;
Perda auditiva pré-lingual com até seis anos de idade após seis meses;
Uso de prótese auditiva não proporcionou bons resultados;
Idade de 18 meses ou mais;
Sem contra-indicação médica;
Motivação e expectativas familiares apropriadas e realistas
R$ 250.000,00
Sistema FM
O que é o sistema FM?
O sistema FM (transmissor de FM/receptor de FM) funciona, basicamente, como um
microfone sem fio, que transmite o som diretamente para o ouvido.
Com a amplificação adequada, o resultado é uma conexão clara e direta entre a fonte
sonora e quem usa o aparelho; a voz é transmitida ao receptor como se quem está falando estivesse
bem perto do ouvinte, sem a interferência do ruído de fundo e nem a diminuição do volume causada
pela distância.
Por que utilizar o sistema FM nas escolas?
O ambiente de uma sala de aula apresenta
dois problemas básicos para a criança que usa aparelho
auditivo: o ruído de fundo e a distância entre o professor e
o aluno.
O sistema FM é de fundamental importância
porque
elimina
essas
duas
dificuldades
na
plena
compreensão do que é falado, já que elimina o ruído e
supera a perda de energia do som causada pela distância.
O QUE É TRANSTORNO DO PA(C)

Transtorno de audição no qual há um impedimento da habilidade de
analisar e/ou interpretar padrões sonoros.

É uma dificuldade em lidar com as informações que chegam pela audição.
(Pereira, 1997)
ETIOLOGIA
 Otites freqüentes nos primeiros anos de vida;
 Meio ambiente pobre quanto a estimulações auditivas nos primeiros anos de
vida;
 Lesões ocorrentes em qualquer etapa das vias de condução dos estímulos
sonoros desde a orelha externa até o córtex cerebral.
Devemos lembrar que...
DEFICIÊNCIA AUDITIVA É DIFERENTE DE
ALTERAÇÃO DE PROCESSAMENTO AUDITIVO!
TRANSTORNO DO PROCESSAMENTO
AUDITIVO ( CENTRAL)
SINTOMAS:
1- Quanto à Comunicação Oral:
 Problemas de produção de fala envolvendo alterações fonêmicas dos
fonemas /s/, /ch-x/, /r/(brando) e grupos consonantais/r/ e /l/;
 Problemas de linguagem expressiva: uso das regras da língua portuguesa
(estrutura gramatical), discurso desorganizado, sem fluência,
empobrecimento do vocabulário, uso de sintaxe simplificada, distúrbio
de evocação, nomeação e fluência verbal, tempo de latência aumentado
para emissão de respostas;
Exemplos:
“ Hum...Quero dizer uma coisa, mas não acho a palavra certa....Espera aí,
tá na pontinha da língua...”
“ Que?....Hã?”
TRANSTORNO DO PROCESSAMENTO AUDITIVO
( CENTRAL)
– Solicitam a repetição de informações auditivas;
“ Eu sei que você falou, mas não entendi o que você disse.
Dá pra repetir?”
– Dificuldade de compreender em ambiente ruidoso;
– Dificuldade de compreender palavras de duplo sentido
(piada).
TRANSTORNO DO PROCESSAMENTO AUDITIVO
( CENTRAL)
2- Quanto à Comunicação Escrita:
– Problemas de escrita quanto as inversões
de letras;
TRANSTORNO DO PROCESSAMENTO
AUDITIVO ( CENTRAL)
– Desempenho escolar inferior ao esperado
(em leitura, gramática, ortografia e
matemática);
– Disgrafias;
– Problemas em organizar os pensamentos e
apresentá-los por meio da escrita ou mesmo
representar graficamente os sons da língua;
TRANSTORNO DO PROCESSAMENTO
AUDITIVO ( CENTRAL)
3- Quanto ao Comportamento Social:
 Tempo de atenção curto;
 Facilmente distraídos;
 Agitados/impulsivos/hiperativos/quietos/isolados.
 Ansiedade e estresse quando escuta;
4- Quanto à Audição:
 Atenção ao som prejudicada;
 Dificuldade em seguir direção;
 Dificuldade para lembrar informações auditivas;
 Dificuldade em escutar em ambiente ruidoso.
O QUE FAZER NAS ALTERAÇÕES DE
PROCESSAMENTO AUDITIVO?
A conduta principal é a fonoterapia.
Objetivo principal do fonoaudiólogo é criar condições para
reorganizar a comunicação no que se refere a utilização dos
fonemas, da prosódia e das regras da língua.
Habilidades Auditivas
Localização sonora
•
Capacidade de localizar no espaço, a
origem do som escutado, em diferentes
distâncias e direções
•
Com seis meses a criança localiza sons
lateralmente (direita e esquerda)
•
A partir dos dois anos, já localiza em todas
as direções
Atividades para localização sonora
•
Propor questões sobre o texto trabalhado
em sala de aula, fazendo-as de diferentes
lugares da sala, os alunos devem voltar-se
para o professor e responder as questões com
os olhos fechados
•
Brincar de cobra cega, um aluno com os
olhos fechados deverá localizar o colega,
tomando como base a sua voz
Discriminação auditiva
•
Capacidade de perceber semelhanças e
diferenças entre dois ou mais sons;
•
A partir de três anos, as crianças já
conseguem discriminar auditivamente os
sons;
•
A habilidade melhora significativamente
com a idade.
Atividades para discriminação auditiva

Apresentar uma folha que contenha dois desenhos
(representando diferentes sons ambientais ou palavras)
relacionadas a duas cores diferentes, e solicitar que os alunos
pintem balões, bandeirinhas, etc, usando a cor correspondente ao
som apresentado.

Propor que os alunos identifiquem entre dois desenhos, qual
deles foi nomeado; para dificultar, pode-se aumentar o número de
desenhos

Dizer duas palavras e pedir para os alunos relatarem se são
iguais ou diferentes, se opondo cada vez mais por diferenças
menores. Ex.: vaca X carrinho, vaca X pata, vaca X mão; vaca X faca
Lista de palavras com pares mínimos
surdo
sonoro
Faca
Vaca
Feio
Veio
fim
Vim
Fio
viu
farinha
Varinha
fender
Vender
fendido
Vendido
cana
Gana
congo
gongo
cinco
zinco
Afiado
avoado
chumbo
jumbo
Obs.: Essa atividade pode auxiliar as crianças com dificuldade na fala
(dessonorização)
Lista de palavras com pares mínimos
surdo
sonoro
pato
Bato
Pala
Bala
Pia
Bia
Pula
Bula
pomba
Bomba
Pilha
Bilha
Pompom
Bombom
Sapão
Sabão
Aperta
Aberta
Roupa
rouba
tia
Dia
bote
bode
Memória auditiva
•
Capacidade da criança em reter o estímulo
auditivo
•
Fundamental para o aprendizado (da fala e
escrita)
Atividades para memorizar auditivamente
sons verbais
•
Emitir palavras de diferentes classes semânticas, e
solicitar que os alunos digam qual a palavra que
correspondem a uma determinada classe. Por ex.: o
professor fala: cachorro, pente, maçã, lápis, blusa,
solicitando que os alunos digam qual foi a fruta. Para
dificultar, pode-se aumentar o número de palavras, além de
solicitar a resposta com duas ou mais classes
•
O ditado de frases em si, já é uma atividade de
memória verbal
Atividades para memorizar auditivamente
sons verbais

Montar agenda, diário e calendário junto com os
alunos para marcação de compromissos, atividades,
tempo, entre outros, como apoio visual importante
para o desenvolvimento da memória

Orientar o aluno a estudar o conteúdo escolar
para o desenvolvimento de técnicas de elaboração de
resumo, marcação de palavras-chaves sobre o
assunto, associação com referências visuais
Sequencialização auditiva
• A partir dos três anos
sequência
• A partir dos seis
sequência
•
três sons em
quatro sons em
Propicia a representação lógico-temporal de
fatos relacionados, essencial para o
aprendizado da linguagem oral e escrita
Atividades de senquencializar
auditivamente sons verbais

Falar uma sequência de palavras (três ou quatro) e
pedir para os alunos identificarem qual a sequencia
correta, entre duas ou mais sequencias de desenhos
entregues a cada aluno

O ditado em si, já é uma atividade de
sequencializar sons verbais

Ensinar aos alunos músicas que acrescentam
gradativamente personagens, que os repetem:
“Estava a velha em seu lugar, veio a mosca lhe fazer mal, a mosca na velha, e a velha a fiar; estava a mosca
em seu lugar, veio a aranha lhe fazer mal, a aranha na mosca, a mosca na velha e a velha a fiar...” (rato,
gato, cão, vara, fogo, água, boi, homem, moça, padre, morte)
Atividades com sons verbais e consciência
fonológica: aspectos segmentais da língua
 Essas são habilidades essenciais para o sucesso no
aprendizado da leitura e da escrita.
 A consciência fonológica é a habilidade de se refletir
sobre a estrutura sonora das palavras faladas,
percebendo-as como uma sequencia de fonemas.
 Se uma criança tiver dificuldades para identificar os
componentes sonoros das palavras, ela inevitavelmente
terá dificuldades para relacionar os sons com as letras
Para finalizar .....
Algumas orientações ao professor
• As crianças com desordem do processamento
auditivo ou dificuldades nas habilidades de
consciência fonológica devem receber
cuidados especiais na escola, como forma de
facilitar sua percepção auditiva
Algumas orientações...
 Reduzir ao máximo os ruídos da sala
 Posicionar a criança longe do corredor, de janelas,
portas, colocando-a mais perto possível do professor
 Possibilitar um rodízio no posicionamento da criança
em sala de aula, a fim de proporcionar maior atenção e
participação nas atividades propostas
Algumas orientações...
• Garantir a atenção da criança antes de
começar a ensinar, chamando-a pelo nome ou
com leves toques
• Usar instruções curtas e reformular
mensagem caso a criança não a entenda
a
• Falar com articulação clara,precisa e rica em
entonação
Algumas orientações...
• Avaliar a compreensão do conteúdo
periodicamente, mediante direcionamento
como perguntas
• Elaborar uma lista com palavras-chaves da
matéria nova a ser ensinada
• Familiarizar o aluno com os novos conceitos
que serão utilizados na aula
Algumas orientações...
• Escrever instruções por meio de anotações
organizadas
e
lembretes
para
que
posteriormente a criança possa realizar o
mesmo na sua própria agenda
• Realizar associação auditiva-visual, ajudando o
aluno a memorizar novos aprendizados
Algumas orientações...
• Solicitar que o aluno repita a ordem em voz
baixa ou imagine sua execução, auxiliando a
memorização
• Fazer intervalos de aula mais frequentes para
garantir a atenção do aluno
“Deficiente é quem não consegue modificar a sua vida,
aceitando as imposições dos outros e da sociedade, ignorando que é
dono do seu destino; louco é quem não procura ser feliz com o que
possui; cego é aquele que não vê seu próximo morrer de frio, de fome,
de miséria, e só tem olhos para seus míseros problemas.”
Mario Quintana
OBRIGADA!
E-mail: [email protected]
Download

Audição HTPC