NA PRÁTICA Branding Os benefícios de uma boa administração da marca ESTILO Comportamento Dicas para lidar com colegas e chefes difíceis Maio/2013 Ano 36 - nº 323 Saiba quais são os impactos do envelhecimento da força de trabalho para as empresas, as novas gerações e a sociedade bcscomunicação Vivências empresariais acontecem no Espaço Manacá. Workshops, treinamentos, seminários, eventos especiais. Ligue e reserve seu espaço: 11 3087 3200 No Espaço Manacá, você encontra toda a infraestrutura com a mais avançada tecnologia, localização privilegiada e capacidade para receber até 400 pessoas. Faça seu evento corporativo, acesse www.espacomanaca.com.br Av. 9 de Julho, 3.830 - Jardins | + 55 11 3087.3200 | www.espacomanaca.com.br Editorial O país não pode perder as oportunidades nomicamente ativa não é suficiente para sustentar a quantidade de beneficiários do sistema de previdência. O Brasil ainda vive o chamado bônus demográfico ou janela demográfica, ou seja, ainda temos uma população economicamente ativa que supera aquela que precisa de benefícios. Este, portanto, é o momento de equacionar e reformar o sistema de previdência social. Não pode faltar senso de urgência aos atores envolvidos para encontrar o consenso. Do contrário, o período de crescimento que temos vivido atualmente será apenas um hiato em nossa história. Nos últimos anos, a sociedade brasileira tem cobrado mais dos seus governantes, principalmente no aspecto ético. Ainda é preciso cobrar mais nesse sentido, mas também é hora de exigir resultados daqueles que lideram o país e foram colocados no poder para fazer o que tem de ser feito. As reformas, como a da previdência social, precisam ser realizadas agora. MARCELO MARQUES Até recentemente considerado um país jovem, o Brasil começa a enfrentar agora os dilemas decorrentes do envelhecimento da população. Criação de um aparato de saúde e cuidados com os idosos mais abrangente e competente é o mais óbvio deles. Penso ainda na necessidade de mudança cultural em um país que valoriza por demais a juventude e pouco celebra a experiência dos mais velhos, ao contrário do que acontece em muitas sociedades, notadamente na japonesa. Essa mudança na maneira de enxergar os mais velhos é determinante para diminuir os efeitos dos conflitos de gerações que se estabelecem nas empresas. Cada vez mais, os profissionais vão adiar a aposentadoria, tanto por questões econômicas, já que os benefícios nem sempre são suficientes para um sustento com conforto, tanto por questões de saúde, pois os avanços da medicina proporcionam uma vida mais saudável e longeva. Portanto, entender desde cedo que cada idade tem seus atributos próprios, apesar da visível decadência física, é determinante para uma convivência equilibrada dentro das organizações, que possa tirar o melhor de cada geração: dos mais jovens, o ímpeto à inovação e às mudanças; dos mais velhos, a avaliação profunda de cada situação e a experiência adquirida. É uma questão de atribuir a cada um o papel que lhe cabe. Tudo isso, no entanto, parece fácil quando comparado à questão previdenciária, que, sem dúvida, é a mais complexa de resolver. Temos exemplos semelhantes em países, como os europeus, que já envelheceram há mais tempo e nem por isso encontraram uma solução adequada. Nenhum país fecha as contas quando a população eco- Adm. Walter Sígollo Presidente do Conselho Regional de Administração de São Paulo - CRA-SP 3 facebook.com/ twitter.com/ oficial.crasp Presidente Administrador Walter Sigollo cra_sp SÃO JOSÉ DO RIO PRETO Diretoria Adm. José Alfredo Machado de Assis Vice-presidente Administrativo Adm. Milton Luiz Milioni Vice-presidente de Relações Externas RIBEIRÃO PRETO PRESIDENTE PRUDENTE BAURU CAMPINAS SÃO JOSÉ DOS CAMPOS Adm. Alberto Emmanuel de Carvalho Whitaker Vice-presidente de Planejamento SOROCABA Adm. Hamilton Luiz Corrêa Vice-presidente para Assuntos Acadêmicos Adm. Teresinha Covas Lisboa 1ª Secretária GRANDE SÃO PAULO SANTOS Seccionais CRA-SP Adm. Roberto Carvalho Cardoso 2ª Secretário Seccional de Bauru Delegado: Adm. William Lisboa Simas Coordenador Regional: Adm. Carlos Eduardo Sperança Av. Nações Unidas, quadra 17-17, sala 109, Vila Santo Antônio 17013-905 - Bauru - SP Tel.: (14) 3223-1857 [email protected] Adm. Antonio Geraldo Wolff 1º Tesoureiro Adm. Álvaro Augusto Araújo Mello 2º Tesoureiro Conselheiros Arlindo Vicente Junior, Carlos Antonio Monteiro, Edgar Kanemoto, Luiz Carlos Marques Ricardo, Luiz Carlos Vendramini, Marco Antônio Sampaio de Jesus, Nelson Reinaldo Pratti, Rogério Góes, e Silvio Pires de Paula (representante do CRA-SP no CFA) Seccional de Campinas Coord. Regional: Adm. Elcio Eidi Itida Rua Maria Monteiro, 830, cj. 53, Cambuí 13025-151 – Campinas – SP Tel.: (19) 3307-8555 [email protected] Conselho Editorial para RAP 2011/2012 Coordenador: José Alfredo Machado de Assis. Integrantes: Hamilton Luiz Corrêa, Luiz Carlos Marques Ricardo, Luiz Carlos Vendramini, Milton Luiz Milioni, Roberto Carvalho Cardoso, Teresinha Covas Lisboa e Maria Cecilia Stroka Seccional de Presidente Prudente Analista responsável: Adm. Manoel Barreto de Souza Av. Cel. José Soares Marcondes, 871, sala 132,Bosque 19010-080 - Presidente Prudente - SP Tel.: (18) 3916-7544 [email protected] Redação Editora-chefe Maria Cecilia Stroka (Mtb 18.357) Editora Loraine Calza Repórteres Marcos Yamamoto Katia Carmo Publicidade Publicidade Nominal Representações Diagramação e arte Propagare Comercial Ltda. Impressão Plural Editora e Gráfica Ltda. Tiragem 45.000 exemplares A RAP é uma publicação mensal do Conselho Regional de Administração de São Paulo (CRA-SP), órgão regulamentador da profissão de administrador, sob a responsabilidade do seu Conselho Editorial. As reportagens não refletem necessariamente a opinião do CRA-SP. Rua Estados Unidos, 889 Jd. América – 01427-001 – SP Tel.: (11) 3087-3200 [email protected] www.crasp.gov.br Seccional de Ribeirão Preto Delegado: Adm. Marcos Silveira Aguiar Coordenadora Regional: Adm. Fátima Angélica R. Moura Av. Braz Oláia Acosta, 727, cj 109 - Jardim Califórnia 14026-040 - Ribeirão Preto - SP Tel.: (16) 3621-1061 [email protected] Seccional de Santos (Baixada Santista e Vale do Ribeira) Coordenadora Regional: Adm. Renata Farias Pizarro Busch Av. Ana Costa, 296, sala 14, Campo Grande 11060-000 - Santos - SP Tel.: (13) 3221-9357 [email protected] Seccional de São José do Rio Preto Coordenador Regional: Adm. Eduardo Gomes de Azevedo Junior Rua Imperial, 59, salas 1 e 2, Vila Imperial 15015-610 - São José do Rio Preto - SP Tel.: (17) 3305-1765 [email protected] Seccional de São José dos Campos (Vale do Paraíba e Litoral Norte) Coordenador Regional: Adm. Dejair Dutra de Souza Rua Euclides Miragaia, 700, sala 25, Centro 12245-820 - São José dos Campos - SP Tel.: (12) 3923-9954 [email protected] Seccional de Sorocaba Delegado: Adm.Edson Conceição Júnior Coordenadora Regional: Adm. Aida Rodrigues Avenida Antônio Carlos Comitre, 510, sala 86, Parque Campolim 18047-620 - Sorocaba - SP Tel.: (15) 3233-8565 [email protected] getty images Sumário Os benefícios de uma boa administração da marca 3 Editorial 6 Na Prática em Na Prática Além do logotipo Os benefícios de uma boa administração da marca getty images Saiba como lidar com pessoas difíceis em Estilo 10 Conhecimento Negócios de Família Por que a maioria das empresas familiares não sobrevive à primeira geração 14 Perfil Administrador Manoel Horacio Francisco da Silva, presidente do Conselho de Administração da TIM GETTY IMAGES Como o envelhecimento da força de trabalho pode impactar nos negócios e na sociedade em Capa 18 Capa Aposentadoria adiada Como o envelhecimento da força de trabalho pode impactar nos negócios e na sociedade 24 Estilo Comportamento Saiba como lidar com pessoas difíceis 28 Notícias Informações sobre o CRA-SP e o mercado 34 Opinião Adm. Flavio Dias Santana Na Prática por Marcos Yamamoto Branding, além do logotipo A administração eficaz da marca traz uniformidade na comunicação corporativa e a eleva ao patamar de exclusividade diante da concorrência A cena é típica diante de uma prateleira de supermercado: na hora de decidir entre duas ou mais opções de um mesmo produto, o escolhido será aquele que apresentar algum diferencial diante dos rivais. Já há algum tempo, as empresas perceberam que a imagem e reputação são um importante fator nessa disputa e podem determinar o sucesso ou fracasso do produto. Fica por conta dos administradores 6 apresentarem os valores agregados por meio da administração da marca – ou branding –, atividade que tem como objetivo a sua construção e o gerenciamento em um trabalho que inclui desde a concepção do próprio produto, o logotipo, o design da embalagem até o posicionamento claro da mensagem a ser trabalhada ao público. “A marca é a identidade institucional de todos nós que atuamos dentro da organização. Além disso, o branding é um poderoso instrumento de gestão, fundamental para que as marcas de produtos e serviços o usem como uma suprema ferramenta de negócios e de relacionamento”, afirma Jaime Troiano, presidente do Grupo Troiano de Branding. É comum que o conceito de marca seja limitado ao logotipo, porém a sua aplicação é bem maior. Para Carlos Dranger, diretor da Cauduro Associados, um GETTY IMAGES bom design, capaz de comunicar atributos e diferenciais, é um ótimo começo. “A estratégia e o posicionamento bem definidos previamente são essenciais para avaliar corretamente se o design é bom ou ruim, se comunica o almejado, ou não”, diz Dranger. Além do processo de criação artística da identidade visual e do registro para evitar eventuais plágios, a preocupação do profissional de marketing encarregado de administrar a marca deve ser o seu desenvolvimento contínuo, fazendo com que deixe de ser somente uma imagem bonita em meio a tantas outras disponíveis no mercado. “A Apple não é apenas uma empresa que entrega um smartphone ou tablet de qualidade, ela é referência em inovação tecnológica, cujos produtos chegam a ser o estado da arte para os fãs”, argumenta Eduardo Tomiya, diretor geral da BrandAnalytics, con- sultoria de análise em branding. Sendo a marca um ativo amplo e valioso da empresa, ela tampouco deve se limitar a uma campanha promocional ou à remodelação do portfólio da corporação. O branding acontece no longo prazo e em sintonia com uma visão mercadológica abrangente. “Construir e gerenciar uma marca corporativa forte implica construir relacionamentos fortes com diversos segmentos 7 Para Troiano, a marca é a identidade institucional de quem atua na organização da sociedade. A marca tem uma grande responsabilidade com sua atitude social, com o meio ambiente, a cidadania, qualidade de vida e comunidade. São elementos fundamentais para a construção de um brand equity e, assim, eliminar riscos da empresa em seu segmento de atuação”, argumenta a consultora de Branding e Gestão de Design, Márcia Auriani, formada em Administração de Empresas. De forma pragmática, o branding possui uma relação direta com a lucratividade. “Em todas as operações de fusão e aquisição, as normas contábeis FASB 142 e IAS 38 exigem um parecer de valor de marca”, informa Tomiya. Não basta trabalhar apenas o “objeto social” da organização, já que todos os elementos que a cercam podem ser decisivos na hora da boca do caixa. “No segmento de venda de tênis, por exemplo, o objetivo deve ir além da comercialização do produto. Trabalhar o ambiente, a vitrine, investir num atendimento de qualidade, qualquer que seja o ponto comercial, em shopping ou rua, são dinâmicas que podem ser aplicadas neste ou em qualquer ou8 tro segmento e que estimulam a lembrança à marca, impulsionando e favorecendo a empresa caso ela venha a oferecer um novo mix de produtos no futuro”, demonstra Adriano Obeid, sócio-diretor do Grupo Authentic Feet, formado pelas marcas Authentic Feet, Artwalk, Magic Feet e Tennis Express. Atualmente, quando o assunto é gestão de marcas, não é possível ignorar o poder da interação online. Levantamento promovido pelo grupo de marketing ExactTarget revela que 93% dos consumidores são assinantes e recebem informações por e-mail de pelo menos uma empresa; 58% deles “curtem” uma marca pelo Facebook; enquanto 46% seguem marcas e recebem informações sobre novos produtos no Twitter. “Os consumidores estão mudando de uma interação através de um único canal, para uma relação cross-channel”, avalia Jeff Rohrs, vice-presidente de Pesquisa de Marketing & Educação da ExactTarget. Público interno A construção de valor sustentável à organização, no entanto, não acontece apenas do lado de fora da fachada, mas também dentro de cada integrante da equipe, a partir da seleção criteriosa e embasada de novos colaboradores. “É como contratar um atendente de uma loja de time de futebol. O candidato à vaga precisa conhecer a história do esporte, quem são os craques. Para a estratégia da empresa, não tem cabimento contratar alguém que não possua noções disso”, pondera Tomiya. A reputação da marca é um diferencial em outra questão importante para o futuro de qualquer empresa: a retenção de talentos. Segundo a pesquisa Empresa dos Sonhos dos Jovens, realizada pelo Grupo DMRH e a Nextview People com líderes brasileiros de alta gerência à presidência, 50% dos entrevistados consideram importante o conjunto de valores e crenças que cercam a imagem da companhia, bem como a admiração que ela desfruta em seu segmento de atuação e produto/serviços. O estudo mostra que as duas principais fontes de informação no employer branding – o posicionamento da marca como empregadora – são a imagem que esta passa com seus produtos e serviços (28%) e o “re- Princípios básicos da estratégia de branding AFASTAR A VAIDADE CORPORATIVA E ALIMENTAR A ESTRATÉGIA DAS MARCAS A PARTIR DE UM SÓLIDO CONHECIMENTO DOS CLIENTES E CONSUMIDORES. PRESERVAR A CONSISTÊNCIA DA MARCA. EVITAR QUE, AO LONGO DO TEMPO, ELA SOFRA MUDANÇAS PROFUNDAS EM SUA IDENTIDADE. GARANTIR QUE O BRANDING ORIENTE ADEQUADAMENTE O PROCESSO DE CREDITO DIVULGAÇÃO Na Prática COMUNICAÇÃO INTEGRADA DA MARCA, MESMO DIANTE DA MULTIPLICIDADE DE MEIOS DE CONTATO, ANALÓGICOS OU DIGITAIS. Fonte: Grupo Troiano de Branding DIVULGAÇÃO AS MARCAS BRASILEIRAS MAIS VALIOSAS DE 2013 Tomiya: nas fusões e aquisições, normas contábeis exigem parecer sobre o valor MARCA US$ MILHÕES MARCA US$ MILHÕES 1 6.520 11 1.036 2 5.762 12 1.010 3 5.446 13 1.009 4 4.006 14 972 5 3.803 15 916 6 3.707 16 810 7 1.993 17 748 8 1.427 18 680 9 1.284 19 656 10 1.046 20 641 da marca trato falado” da organização, fornecido por pessoas que já estiveram ou ainda estão na ativa. “É preciso envolver este cliente interno, com uma linguagem acessível, explicando que as marcas que continuarem a vender apenas produtos e serviços morrerão: os funcionários, via de regra, são aqueles que ajudam, no dia a dia, a vender uma experiência, um valor que conversa com o consumidor”, analisa Obeid. Para Troiano, haverá cada vez mais profissionais nas empresas que serão CBO – Chief Brand Officer. “Embora todos os colaboradores tenham algum nível de participação nas definições de branding, as empresas precisam de um ‘guardião da marca’, alguém que saiba identificar como ela se manifesta em cada ponto de contato com os seus inúmeros públicos ou stakeholders. O CBO é quem deve garantir a sinergia desse processo de integração de contatos”, prevê. Afinal, como declarou o CEO da Amazon, Jeff Bezos, “marca é o que dizem de você quando você não está presente”. Fonte: Ranking Dinheiro/BrandAnalytics 9 Conhecimento GETTY IMAGES por Loraine Calza 10 Negócios de família Problemas de sucessão, principalmente a resistência do líder atual em abrir mão do poder, e fracasso nas negociações entre os membros da família impedem que as empresas durem mais do que uma ou duas gerações N em sempre uma administração eficiente é capaz de fazer com que uma empresa familiar sobreviva às diferentes gerações. Os índices exatos podem variar de país para país, mas estima-se que, de 100 empresas familiares, menos de 30 sobrevivam à primeira geração. A mortalidade é causada por diversos motivos: venda do negócio, perda de interesse da família, desafios imprevisíveis, mudanças no setor de atuação da empresa, oportunidades perdidas, conflito familiar, má gestão e problemas de sucessão. “A sucessão não é o principal desafio das empresas familiares, mas, sem dúvida, é um dos mais importantes. As organizações não lidam bem com isso”, reflete o professor John Davis, responsável pelo programa de educação executiva Families in Business: from Generation to Generation, na Harvard Business 11 lolastudio.com.br/Zen Conhecimento "É preciso ter em mente que o maior poder que temos é o poder de mudar o jogo", afirma Ury School. Segundo ele, que é considerado atualmente uma das maiores autoridades mundiais em gestão de empresas familiares, uma sucessão tranquila geralmente significa que a família pode produzir o próximo CEO ou presidente do Conselho, ou, às vezes, assumir o papel de liderança a partir da governança ou da propriedade. O desinteresse da família ou a falta de alguém qualificado para liderar ou conduzir a organização é apenas um dos fatores que impedem uma sucessão tranquila na empresa. Davis cita mais quatro: má escolha dos novos líderes ou do modelo de liderança; má seleção e preparação dos novos proprietários; apego do líder atual ou dos líderes ao poder; e despreparo da empresa para o futuro, a fim de ter sucesso na geração seguinte. Um dos processos mais complexos da sucessão é fazer com que o líder abra mão do poder. “Em geral, eles acreditam que são indispensáveis, acham que ninguém está preparado para substituí-los ou fará melhor que eles e não têm uma visão de longo prazo do sucesso da família”, explica Davis. “Por isso, não acredito que é o líder que deve decidir quando passar o bastão. Ele deve fazê-lo assim que a próxima geração estiver pronta para liderar.” O processo de retirada pode ser facilitado quando o líder reconhece que abrir mão do poder será carregado de emoções e desafios, encara a sucessão como uma mudança do seu papel, não como a eliminação do seu cargo, e cria confiança no seu sucessor, endossando formalmente o processo de transição. O líder também precisa ter garantida sua segurança financeira, adquirir novos ativos em novos negócios e participar de atividades externas, fora da empresa. “Sucessores interessados e preparados são essenciais. Planos, boa governança e recursos são importantes. Assessores são úteis. Entretanto, uma sucessão tranquila começa com um líder que enfrenta todas as questões, inclusive sua resistência em abrir mão do poder”, argumenta Davis. Gestão de conflitos A falta de planejamento da sucessão também pode exacerbar os conflitos familiares. Reclamações de injustiças, discordâncias sobre o processo, percepções de privilégios, falta de diálogo franco e sincero, facções, nepotismo, fofocas e maledicências são sinais de advertência que podem levar a um acirramento cujo resultado é o fim do negócio familiar. Nessas horas, o principal antídoto é negociar, uma habilidade que não é nada fácil, mas que pode ser adquirida e aprimorada. “Em uma negociação, a competência mais importante é a comunicação de ida e volta para chegar a um 12345 5 FATORES QUE PODEM DESCARRILAR A SUCESSÃO EM UMA EMPRESA FAMILIAR Ninguém na família está interessado ou é qualificado para liderar ou conduzir a empresa 12 Escolha de novos líderes que carecem de apoio da família ou de habilidade ou experiência necessária para gerir, liderar ou governar a empresa. Escolha de modelo de liderança inadequado às realidades da família ou do negócio Má seleção e preparação dos novos proprietários Apego do líder atual ou dos líderes ao poder Despreparo da empresa para o futuro, para ter sucesso na geração seguinte, seja porque não reinvestiu ou diversificou o bastante; seja porque a organização e a governança não são suficientemente fortes acordo. Também é fundamental saber dar um passo atrás para mudar sua suposição e suas abordagens”, orienta William Ury, um dos maiores especialistas em negociação e gestão de conflitos do mundo, cofundador do Program on Negociation, na Harvard University, e fundador e chairman da iniciativa Caminho de Abraão, que tem como objetivo contribuir para a paz e o entendimento no Oriente Médio. Segundo Ury, algumas atitudes impedem o sucesso das negociações entre os membros da família. Como há muita emoção envolvida, nossa tendência de agir sem pen- lolastudio.com.br/Zen Davis: uma sucessão tranquila significa que a família pode produzir o próximo presidente ou CEO sar e reagir só piora a situação. Quando a pessoa está zangada, ela faz o melhor discurso para se arrepender depois. A alternativa é o autodomínio, a capacidade de buscar um lugar de calma e perspectiva e conseguir manter os 'olhos no prêmio’. Outro desafio é saber ser duro com o problema e brando com as pessoas. Em outras palavras, ter a habilidade de traçar uma linha entre o problema que deve ser atacado e as questões emocionais. Em muitos casos, um conselho externo tem papel importante para ajudar a família. “É preciso ter em mente que o maior poder que temos é o poder de mudar o jogo”, sentencia Ury. Se as negociações fracassarem, talvez não seja o caso de manter o negócio. “Nem todas as empresas familiares foram feitas para passar para a geração seguinte. Algumas devem ser vendidas ou fundidas; algumas devem ser geridas por pessoas de fora da família; e algumas precisam ser conduzidas por outras pessoas. Nesse caso, a família continua proprietária, mas deixa a governança”, pondera Davis. John Davis e William Ury estiveram no Brasil para participar como palestrantes do Fórum HSM Family Business 2013 – A Gestão da Empresa Familiar no Século 21: Como construir o futuro com sucesso, realizado pela HSM entre 7 e 8 de maio na capital paulista CARACTERÍSTICAS DE UM BOM NEGOCIADOR, SEGUNDO WILLIAM URY Saber ouvir mais do que falar. Ouvir é a concessão mais barata que uma pessoa pode dar em uma negociação. Significa respeito pelo outro. Ir além da posição das pessoas e ver os interesses adjacentes (necessidades, medos e preocupação que as movem). Ter a capacidade de se colocar no lugar do outro, mudar de suposições e mentalidade. Saber dizer não de uma forma positiva. Buscar uma solução que cuide das necessidades de cada um. 13 Perfil por Loraine Calza Liderança e Competência Homenageado com a distinção Administrador Destaque, concedida pelo CRA-SP, Manoel Horacio Francisco da Silva fala nesta entrevista da sua longa experiência na presidência de várias empresas nacionais e internacionais e do momento atual da economia brasileira MARCELO KURA A 14 tualmente presidente do Conselho de Administração da TIM e membro do Conselho de Administração do Banco Fator, o administrador Manoel Horacio Francisco da Silva possui grande experiência presidindo empresas nacionais e internacionais que operam no Brasil. Foi presidente do Banco Fator de 2003 a 2011. Antes disso, presidiu empresas como Telemar, a Divisão de Papel e Celulose da Cia. Vale do Rio Doce, Vale do Rio Doce Energia, Vale do Rio Doce Navegação (Docenave), Sharp Equipamentos Eletrônicos, Ficap e Matec – Matel Tecnologia de Telecomunicações (Grupo Ericsson). Manoel Horacio teve uma carreira cuja ascensão foi em alta velocidade e ficou conhecido pelo trabalho de reestruturação feito nas empresas por onde passou. Nesta entrevista concedida à RAP em razão da homenagem Administrador Destaque, feita a ele pelo CRA-SP, Manoel Horacio fala da sua vida de executivo e do momento atual do Brasil, com inflação preocupante e baixo investimento. Graduado em Administração de Empresas pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), fez cursos de especialização na Harvard Business School e no Corpus Christi College (University of Oxford). Ele também participou de diversos conselhos de Administração de grandes empresas brasileiras, como Ficap, Caraíba Metais, Coplasa, Tess, Sadia, Docenave, Bahia Sul Celulose, Telemar e Gradiente. RAP: O que foi determinante para que o sr. construísse tão rápido uma carreira de sucesso? Manoel Horácio: Para ter sucesso na vida, é preciso muita determinação e esforço, principalmente quando você vem de um lar de imigrantes, como eu que cheguei ao Brasil com 2 anos de idade no pós-guerra. Desde o meu primeiro trabalho, como aprendiz de arquivista, sempre tive em mente que deveria fazer da melhor forma o possível o que eu pudesse fazer, tentando ser melhor. O segundo princípio que me fez realmente crescer na carreira, e de forma bastante rápida, foi nunca ter me contentado com o que fazia. Aprendia com uma facilidade formidável e ficava de olho no meu chefe, o que ele fazia e como, o que significava o seguinte: quando havia disponibilidade de alguma vaga, era candidato, porque eu tentava estar preparado. Já naquela época, buscava ser multifuncional. “O tempo me de uma multinacional com 26 anos. Então, quando você cresce rapidamente, se julga, não vou falar o super-homem, mas capaz de tudo. A sua liderança é muito mais de força, porque você até diz assim: “Ah, se você não fizer, eu mesmo faço.” O tempo, porém, me ajudou a ter certeza de que, por mais eficiente e inteligente que eu seja, o grupo tem muito mais poder de fazer do que apenas uma pessoa. Aprendi como lidar com o poder e a liderar as pessoas não pela força, simplesmente pelo mandar fazer, mas pela capacidade de ser realmente um vendedor de sonhos. Um bom líder é um vendedor de sonhos. Cito o exemplo de um líder que entra em uma empresa que está quebrada ou em uma situação ruim. A virada só vai dar certo se ele acreditar que é capaz de mudar a situação e conseguir vender seu sonho para outras pessoas, porque elas vão ser parceiras dele nessa mudança, o que é fundamental, ajudou a ter pois sozinho não se muda nada. RAP: Os jovens não parecerteza de que, por mais eficiente cem ter esse perfil? Manoel Horácio: Os jo- e inteligente que eu seja, o grupo RAP: O sr. liderou vens de hoje não querem processos de reestem muito mais poder de fazer investir em uma empresa. truturação em que Esse é um grande problema do que apenas uma pessoa” foi preciso demitir da geração Y. Eles simplesmuita gente, como é mente entram em um desesse momento para vio de carreira pelo menor aumento salarial, quer o executivo? dizer, ninguém hoje tenta ganhar tempo e experiManoel Horácio: É muito difícil. Uma vez, fui ência dentro de um lugar de trabalho. A lealdade e entrevistado por um grande jornal quando tinha a fidelidade desapareceram. Não acho que a pessoa acabado de demitir 900 pessoas de uma empresa deva ficar presa a uma função ou a uma empresa de 1.900. A jornalista estava fazendo a matéria com por fidelidade, mas existe um tempo de aprendizado. o foco na frieza e na racionalidade dos negócios. Eu O jovem quer sair da faculdade e já ser presidente, disse para ela que a situação depende de como você pois não tem paciência. É realmente a juventude da a vê: um copo meio cheio ou meio vazio. Eu achava internet: você faz a faculdade através da internet, que tinha de deixar o copo meio vazio para tentar procura o que quiser e vai se informando pela web, enchê-lo de volta. Uma empresa quebrada, trazendo e acha que a sua vida e sua experiência caminham prejuízo, nunca está com o copo totalmente cheio, na mesma velocidade. Não é verdade. Experiência é ao contrário, vai ficar vazio. Então, mantive metade um acúmulo que prepara você para chegar a cargos dessa estrutura funcionando para tentar completáde maior responsabilidade. Embora seja sempre bom -la de novo. Mas quem olha de fora só pensa: ele mudar, não podemos viver mudando o tempo todo. mandou 900 pessoas embora... Eu contei para a jornalista que o dia que tive de tomar essa decisão, RAP: Por falar em mudança, ao longo dos anos, cheguei a minha casa por volta das 10 horas da o sr., que foi presidente de várias empresas, mu- noite, amargurado, e fui dar um beijo na milha filha. dou o seu estilo de gestão? Minha mulher me viu e perguntou como havia sido Manoel Horácio: Embora eu tenha falado da an- meu dia, respondi um inferno, aí ela disse que meu siedade desses jovens, eu mesmo cheguei a diretor pai estava morrendo em Portugal. Então, foi um dia 15 MARCELO KURA Perfil terrível para mim. Com a idade, acho que não tenho mais coração para fazer isso, mesmo acreditando realmente que salvei metade do grupo. “Acredito que a grande contribuição que esses administradores podem dar ao país é ter uma empresa rentável, dar lucro e reinvestir dentro de nossa economia” RAP: Com tanta pressão por resultados, é possível os executivos terem qualidade de vida? Manoel Horácio: Eu acho que esse é um problema que no discurso vai muito bem, mas as pessoas são traídas por elas mesmas, porque, com esse mundo 16 da internet, ficam conectadas 24 horas por dia, sete dias por semana. Pessoalmente, sempre trabalhei muito, mas desligava o celular quando chegava a minha casa. Fazia o mesmo nos finais de semana. Muita gente reclamava: “Ah enviei um e-mail, você não respondeu?” Eu falava: “Ia resolver algo no sábado ou no domingo? Ou ia resolver depois das 8 horas da noite?” Olhar e-mail nessas horas simplesmente atrapalha a sua noite bem dormida (risos). Acho sinceramente que as pessoas estão extremamente preocupadas com estilo de vida, há milhares de eventos e especialistas falando sobre isso, mas a vida profissional hoje é extremamente competitiva. Você não pode tirar férias integrais de 30 dias, pois o mundo muda a cada dia, cada mês. É difícil, mas a qualidade de vida tem de realmente ser perseguida. Consegui fazer isso na maturidade, pois não tenho mais carreira para correr atrás, mas para os jovens é difícil. RAP: Com base na sua longa experiência em conselhos de administração, o sr. acha que as questões relacionadas à governança corporativa têm evoluído no Brasil? Manoel Horácio: Tais questões têm evoluído por força regulatória e do mercado. Um controlador forte não gosta de ver tanta transparência. Poder é poder e, se sou o maior, quem define as regras sou eu. Mas há o domínio do mercado e uma percepção de valor das organizações com governança e transparência. Portanto, as empresas que querem entrar no mercado precisam realmente ter uma gestão transparente e uma governança em que os minoritários participem da gestão e dividam o poder. RAP: O Brasil está formando bons administradores? Como eles podem contribuir para o país? Manoel Horácio: Excelentes administradores, tanto é que alguns foram para fora do país e estão tendo muito sucesso no exterior. Da mesma forma, quando converso com alguns administradores lá de fora, que são importantes, não vejo nada que realmente a gente fique devendo para eles. O Brasil melhorou muito nesse sentido. O setor privado aprendeu nas décadas de 1980 e 1990 a ser extremamente competente. A nova geração que está chegando agora é ainda melhor: mais globalizada, cursou faculdades com excelente conteúdo. É claro que há faculdades ruins, mas o próprio mercado vai fazendo a seleção. Há uma grande quantidade rado no banco, mas para movimentar a economia. de administradores, mas muita qualidade também, tanto de homens como de mulheres. Acredito que RAP: Qual é a expectativa em relação ao crescia grande contribuição que esses administradores mento do PIB e ao controle da inflação? podem dar ao país é ter uma empresa rentável, dar Manoel Horácio: É difícil prever, mas acho que lucro e reinvestir dentro da nossa economia. Eu o crescimento do PIB deve ficar entre 2,5% e 3% muitas vezes reestruturei empresas, demiti muitos são os números que os economistas do Banco Fator funcionários, mas, no segundo momento, eu gerei têm trabalhado. Já em relação à inflação, considero muito mais empregos do que demiti lá trás. preocupante o retorno da mentalidade inflacionária, ou seja, as pessoas voltaram a pensar assim: vou RAP: Esse modelo de crescimento do país base- aumentar o meu preço antes que eu perca a minha ado no consumo e no crédito já deu sinal de esgo- parte. A saída para o controle da inflação é, portanto, tamento, qual é a saída que o senhor imagina para o Banco Central trabalhar em cima da taxa de juros, mostrar-se atuante para tentar segurar essa inflação. o Brasil continuar crescendo? Manoel Horácio: Acho que a saída passa pelo Se você me perguntar se o Brasil vai descarrilar, eu aumento do investimento, não pelo consumo. Boa vou responder: não. Tenho até um amigo que já foi parcela desse investimento tem de vir do governo, ministro que diz: “O Brasil foi colocado nos trilhos”. que precisa parar de expandir o seu gasto, para in- A gestão da economia vai acelerar ou desacelerar a vestir mais. De alguma forma, já “caiu a ficha” so- velocidade do trem. Se crescer a 2,5%, com uma boa bre isso, tanto é que, em agosto do ano passado, a gestão, demoraremos muito mais tempo para chegar lá. Agora é preciso ter presidente Dilma lançou na cabeça que estamos alguns programas de ex- “Acho que a saída passa pelo vivendo o chamado bôpansão portuária, ferronus demográfico até viária e rodoviária, mas aumento do investimento, não 2030, em que a maior o problema é que eu vejo pelo consumo” parcela da população o governo com a capacibrasileira é produtiva. dade brutal de gastar e com pouco talento para investir. Um exemplo é o PAC A partir de 2030, o Brasil começa a ficar velho, e, [Programa de Aceleração do Crescimento], em que se nós ficarmos velhos sem crescer o suficiente, tenão se consegue fazer o que está programado. Outra remos mais gente paga pelo estado do que recurso questão é não termos um projeto de nação para 30 para pagar. Caso isso aconteça, nunca seremos um anos. Temos programas que duram apenas os quatro país rico, vamos ser sempre medíocres. anos de governo. Veja um exemplo: muito embora nosso problema educacional nos impeça de ganhar RAP: A crise europeia tem contaminado a ecoprodutividade no mercado, não vejo um projeto de nomia brasileira? educação bem estruturado para um longo prazo. Manoel Horácio: Já está contaminando, tanto que a balança de exportações para Europa ficou deficiRAP: O modelo de Parcerias Público Privadas tária nos últimos doze meses. Somos exportadores (PPPs) pode contribuir para a ampliação do in- básicos de commodities, quer dizer, os preços das vestimento? commodities caindo nos afeta, o volume das ouManoel Horácio: As PPPs contribuem bastante, tras economias diminuindo nos afeta. Do ponto de são um caminho correto. Entretanto, é preciso ter vista industrial, com todo nosso tamanho e carga serenidade para atrair o setor privado, que só vai tributária em cima, a mão de obra subindo como entrar em um negócio se tiver lucro. Do contrário, está subindo, tudo isso nos tira a competitividade. ele vai investir em outros países. Com a concorrên- O que acontece? Estamos importando cada vez cia, é possível limitar o tamanho desse lucro, mas mais, o que leva realmente a diminuir o superávit todo empresário realmente almeja isso, senão é da balança comercial e aumentar o buraco na conta como investir em um projeto social. O empresário corrente. Como consequência, estamos perdendo a tem de ter lucro, não para deixar simplesmente pa- atratividade de capitais para o Brasil. 17 Capa por Loraine Calza 18 Aposentadoria adiada O envelhecimento da população brasileira e, como resultado, da força de trabalho já é uma realidade. Esse cenário traz novos desafios para as empresas, os administradores, que têm de lidar com equipes cada vez mais multifacetadas, e para a própria sociedade, que enfrenta as consequências do amadurecimento tardio dos jovens Aos 62 anos de idade, o aposentado Vicente Prisco continua na ativa. Como gerente de Gestão e Controladoria da Crowe Horwath Brasil, ele convive diariamente com colegas de trabalho que têm, em média, entre 20 e 25 anos. Parar de trabalhar, por enquanto, não é uma opção para Prisco, que pretende daqui a alguns anos, no máximo, reduzir a jornada de trabalho para três dias por semana, dividindo seu tempo com atividades de voluntariado. Formado em Administração de Empresas, Jair Gagliego, de 58 anos, também pensa em diminuir a jornada, mas só daqui a um bom tempo. O objetivo agora, como chairman da Hello Research, empresa de pesquisas, é continuar se reciclando para acompanhar as mudanças do mercado e formar um futuro sucessor. Nem um pouco raros, os exemplos de Prisco e Gagliego vão ser cada vez mais comuns no mercado de trabalho brasileiro. O envelhecimento populacional é um fenômeno mundial que se repete no Brasil como resultado das taxas elevadas de crescimento, dada à alta fecundidade no passado em comparação com a atual, e da redução da mortalidade nas idades avançadas. Como reflexo, há um gradativo envelhecimento da força de trabalho, com o aumento do número de postos ocupados por pessoas com mais de 40 anos de idade. “Em 1940, a população idosa representava 4,1% da população total brasileira, e passou a representar 12,1% em 2011. O contingente, em valores absolutos, aumentou de 1,7 milhão para cerca de 23,5 milhões no mesmo período. Por outro lado, diminuiu a proporção da população jovem. Esta tendência irá se acentuar nas próximas décadas”, informa o Comunicado nº 157 do IPEA (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas) sobre tendências demográficas, publicado em outubro do ano passado. Graças aos avanços da medicina e à 19 DIVULGAÇÃO Capa Oliveira: os mais experientes devem exercer o papel de mentores dos mais jovens 20 melhoria das condições de higiene e saúde da população, a expectativa de vida do brasileiro também tem aumentado nos últimos anos. Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgados em 2012, houve um acréscimo de 25,4 anos em um período de 50 anos no Brasil. Atualmente, a expectativa é de 74 anos e 29 dias – o índice aumentou 0,31 ano (três meses e 22 dias) em relação a 2010 e 3,65 anos (três anos, sete meses e 24 dias) se comparado ao ano 2000. “A mudança na estrutura etária do país, seguida pelo aumento da expectativa de vida da população, proporcionará a continuidade de pessoas com idade para se aposentar a prolongar a sua vida útil no mercado de trabalho. Mesmo com inovações tecnológicas que exigem um novo tipo de conhecimento, as pessoas de mais idade estão dispostas a aprender”, analisa Jorge Martins, gerente da Divisão de Vendas & Marketing da Robert Half, empresa de recrutamento especializado de profissionais. “É muito difícil às pessoas mais velhas mudarem seus conceitos, a maioria acredita que o modelo antigo é melhor e que o passado foi melhor, mas, para se fazer respeitar nesse mundo competitivo de hoje, é preciso acompanhar as mudanças, alimentar-se com o que está acontecendo de novo”, aconselha Gagliego, que convive com profissionais que têm 30 anos em média. Ele cita como exemplo um motorista de caminhão: “Hoje, ele só consegue tirar um caminhão da garagem se fizer um treinamento e se reciclar, porque tudo é rastreado por satélite”. De modo geral, porém, as organizações não estão preparadas para o cenário que mostra o envelhecimento da força de trabalho. “Não existem muitas práticas para atrair e reter profissionais mais velhos nas equipes. A maioria das empresas não possui campanhas específicas para contratação de pessoas com mais de 50 anos, que é hoje a idade limite para a contratação de diretores, por exemplo,” destaca Nunes. Restrições Essa também foi a conclusão da pesquisa Envelhecimento da Força de Trabalho no Brasil, realizada em conjunto pela PwC e a FGV-Eaesp, cujos principais resultados foram mostrados na edição passada da RAP. “A análise dos resultados da pesquisa permite concluir que as empresas não estão preparadas e que o profissional mais velho ainda pode enfrentar alguns preconceitos dentro da organização. Umas das mais importantes mudanças que precisam ser consideradas para integrar os profissionais mais velhos à força de trabalho das empresas é o caráter cultural. Gerentes e empregadores precisam ser educados sobre esses profissionais a fim de não alimen- tar estereótipos e preconceitos nocivos”, recomenda o estudo da PwC. De acordo com a pesquisa, as principais dificuldades que as empresas percebem em ter profissionais mais velhos em suas equipes de trabalho são: falta de flexibilidade e adaptação às mudanças ocorridas na empresa; dificuldade em lidar com as novas tecnologias; dificuldade em se manter atualizado em relação às novas exigências do mercado; acomodação por conta da aposentadoria; e dificuldade de reconhecimento da liderança quando os mais velhos são liderados pelos mais novos. Um exemplo que destoa da maioria das organizações é o da Apsen Farmacêutica. A empresa alguns anos atrás chegou até a ter uma bandeira em prol da contratação de profissionais mais experientes; hoje, porém, adotou uma política de contratação sem restrições, que seleciona um profissional não pela sua idade, mas, sim, pelas suas competências técnicas e comportamentais. Dos 780 funcionários da empresa, atualmente, 40% têm entre 29 e 35 anos; 22% entre 36 e 42; e 14% acima de 42 anos. “A Apsen vê com bons olhos e não discrimina os mais velhos. Pelo contrário, acredita que eles trazem um tempero às equipes ao contribuir para a troca de informações e vivência com os mais jovens. Não temos concorrência entre as gerações, o que é atestado pelos bons índices de nossas pesquisas de clima organizacional”, diz o gerente de Gestão Marcílio Neto. Para ele, as especificidades do mercado de saúde também facilitam a contratação desse perfil de trabalhador. “Até por conta de o ritmo de inovações ser mais lento, o segmento tem retomado produtos que já foram trabalhados no passado. Com isso, a afinidade dos profissionais mais velhos com o produto e a experiência deles é muito importante para o negócio.” A experiência profissional é o benefício mais visível da contração dos mais velhos. Comprometimento e senso de responsabilidade, capacidade de disseminar a cultura e os comportamentos esperados pela organização para os mais jovens também pendem a balança para o lado dos experientes. “Equipes multigerenciais são consideradas mais bem preparadas para responder às rápidas mudanças associadas à globalização. Além disso, os profissionais de mais idade tendem a ser leais ao empregador, POSITIVO E NEGATIVO Os especialistas apontam os principais pontos positivos e negativos da presença dos mais experientes nas empresas: POSITIVO NEGATIVO Experiência Velocidade de inovação mais lenta Comprometimento e senso de responsabilidade Mais dificuldade em lidar com as novas tecnologias Capacidade de disseminar a cultura e os comportamentos Falta de flexibilidade e adaptação às mudanças Ganhos de produtividade Acomodação por conta da aposentadoria 21 DIVULGAÇÃO Capa Marcílio Neto: política de contratação sem restrições de idade na Apsen a apresentar uma postura mais ética no ambiente corporativo e têm disposição para atuar em diversas condições de trabalho”, enumera Nunes, que complementa: “Outro aspecto a ser considerado é vislumbrar a alta expectativa de vida como uma saída para problemas como o apagão de mão de obra qualificada”. Especialista em conflitos de gerações, o consultor Sidnei Oliveira vai além, ao citar outros impactos positivos da permanência dos veteranos na empresa, como ganhos de produtividade, pois a incidência de erros é menor, diminuição da rotatividade, porque eles têm mais a perder se saíram da empresa pela dificuldade de recolocação, e manutenção do conhecimento tácito. Por outro lado, ele enxerga aspectos negativos, como a redução na capacidade de inovação da organização, que naturalmente passa a ser feita em uma velocidade mais lenta, e o atraso no desenvolvimento do jovem. Oliveira costuma dar um exemplo para ilustrar essa situação: “Se você tem uma roupa nova, você dá para uma passadeira que está há três anos com você ou para uma que trabalha há duas semanas? Acaba acontecendo o mesmo na empresa. O jovem se torna refém e dependente do veterano. Como consequência, ele nunca está pronto par suprir os desafios da organização. Ele 22 também pode desanimar e ir embora, o que obriga a empresa a recorrer ao mercado para suprir a vaga”. A saída para uma convivência harmônica, que aproveite o melhor de ambos os lados, é dar aos veteranos o papel de mentores dos jovens talentos, conforme os especialistas. Assim, o principal benefício da presença dos mais velhos seria aplicar sua experiência para ajudar os menos experientes a se desenvolverem. Na definição do Instituto Brasileiro de Coaching, o mentoring é uma espécie de tutoria, em que um profissional mais velho e mais experiente orienta e compartilha com profissionais mais jovens, que estão iniciando no mercado de trabalho ou numa empresa, experiências e conhecimentos no sentido de dar-lhes orientações e conselhos para o desenvolvimento de suas carreiras. Uma vantagem do mentoring é que o profissional pode até mudar de empresa, mas sempre pode manter uma conexão com o seu Quem trabalha tem mais saúde Publicado recentemente, um estudo do Institute of Economics Affairs (IEA), centro de estudos sediado em Londres, apontou que a aposentadoria leva a um "drástico declínio da saúde" no médio e longo prazo. Realizado em onze países europeus, com uma amostra de 7 mil pessoas entre 50 e 70 anos, o estudo comparou aposentados com aqueles que continuaram a trabalhar mesmo após terem alcançado a idade mínima para parar de trabalhar. Segundo a pesquisa, a aposentadoria pode elevar em 40% as chances de desenvolver depressão, enquanto aumenta em 60% a possibilidade do aparecimento de um problema físico. O efeito é o mesmo em homens e mulheres. A polêmica desaposentadoria Muitos aposentados que voltaram a trabalhar e a contribuir para a Previdência Social estão renunciando ao benefício atual para obterem um novo, em condições mais favoráveis – a chamada desaposentadoria. O objetivo é conseguir um benefício mais vantajoso, dependendo do valor da contribuição e do novo tempo de serviço. O tema é polêmico. O projeto de lei que regulamenta a questão ainda tramita no Senado, devendo seguir para a Câmara dos Deputados para ser aprovado e virar lei. Como o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) argumenta que a medida é inconstitucional e nega os pedidos feitos diretamente ao órgão, a questão vem sendo resolvida na Justiça. Recentemente, a Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) concedeu a um aposentado o direito de renunciar ao benefício atual e requerer nova aposentadoria. “Os benefícios previdenciários são direitos patrimoniais disponíveis e, portanto, suscetíveis de desistência pelos seus titulares, dispensando-se a devolução dos valores recebidos da aposentadoria a que o segurado deseja renunciar para a concessão de novo e posterior jubilamento”, assinalou o relator do caso, ministro Herman Benjamin. A palavra final sobre o tema, porém, vai ser dada pelo Supremo Tribunal Federal. mentor. “Tenho proposto que a pauta do mentoring seja colocada dentro dos programas de desenvolvimento de lideranças das empresas”, comenta Oliveira. De uma maneira informal, é o que Prisco tem feito na Crowe Horwath. “Eu lembro os jovens que não tenho mais ambição de ascensão profissional, estou atingindo o meu limite. Por isso, eles devem aproveitar a minha experiência ao máximo enquanto eu estiver trabalhando. Por outro lado, também tenho muita vontade de aprender com eles para levar esse novo conhecimento ao meu próximo trabalho. É uma relação de dar e receber”, define. Na sociedade O envelhecimento da população traz ainda enormes desafios para a sociedade brasileira. O Comunicado nº 157 do IPEA cita o aumento na demanda por cuidados de longa duração e por serviços de saúde e a necessidade de pagamento de benefícios previdenciários e assistenciais por um período de tempo mais longo – uma questão que preocupa todos os países. Como o Brasil vive o chamado bônus demográfico, período em que o número de pessoas economicamente ativas supera amplamente o de dependentes, agora é o momento certo para a realização de reformas profundas no modelo de previdência a fim de evitar uma falência do sistema no futuro. Outros impactos para a sociedade do envelhecimento da população e a consequente permanência dos mais velhos no mercado de trabalho são percebidos por Oliveira. Entre os positivos, o retorno aos estudos dos profissionais veteranos – fundamental para quem quer se manter no mercado de trabalho –, o que acaba beneficiando a sociedade em razão da maior qualificação e do conhecimento. Já o ruim é o retardamento da maturidade dos jovens. Essa nova realidade “provoca jovens imaturos, desconectados dos problemas da sociedade, o que tem como consequência o aumento da violência, porque o jovem passa a agir de forma inconsequente – o que chamamos de adolescência civil, como é o caso daqueles que provocam acidentes de trânsito por dirigirem embriagados ou em alta velocidade. O resultado é a degradação da sociedade”, alerta Oliveira. Um problema que afeta a todos, mesmo quem ainda acha que não tem nada com isso. 23 Estilo por Mayara Marboza Como lidar com pessoas difíceis? GETTY IMAGES Essa é uma incógnita para muita gente, mas, segundo os especialistas, é possível encontrar espaço para a convivência ao adotar posturas como não entrar em confronto direto, manter o equilíbrio e ser flexível na medida do possível 24 A o digitar no Google a frase “como lidar com pessoas”, o termo difícil aparece em terceiro lugar das pesquisas, o que só comprova: o modo de se relacionar com pessoas classificadas como tal é uma incógnita para a maioria e um desafio para as empresas e seus gestores. De acordo com o livro Lidando com Pessoas Difíceis, da Harvard Business School, as chamadas pessoas difíceis estão em toda parte e cabe aos gestores aprender a lidar com elas. “Independentemente da forma que assume, o comportamento difícil representa um peso para as empresas. Os custos incluem alta rotatividade de pessoal e absenteísmo, além de decréscimos da produtividade e falta de ânimo”, alerta o livro. Alguns padrões de comportamento se repetem nessas pessoas. Existe o sabe-tudo – acha que sempre sabe de tudo e um pouco mais; o Reclamão – só reclama das coisas; o Grosso – desconhece o que a palavra gentileza significa; o Fofoqueiro – quer saber tudo dos outros para divulgar por aí; e o Inconveniente – que pode ser o pior tipo de pessoa difícil, pois sempre causa alguma situação constrangedora. Médico, professor e pesquisador na área de neurociência do comportamento, o Dr. Jô Furlan tem uma classificação própria para os indivíduos com essa característica: “São aqueles que possuem um alto grau de inflexibilidade, que normalmente enxergam tudo como pessoal e posicionam os outros como pessoas que estão sempre contra eles”, define. A pior situação acontece quando tal pessoa é justamente o chefe da equipe. “Um chefe é considerado 25 Para Stefania, manter o controle ajuda a lidar com chefes difíceis difícil em função de algumas características, como agressividade, autoritarismo, mau humor, impaciência e comunicação não assertiva – fala alto, usa palavras inadequadas e até palavrões –, o que provoca no outro medo e ansiedade”, analisa a palestrante e consultora, especialista no desenvolvimento de pessoas, Stefania Lins Giannoni. Quando o colaborador convive com um chefe difícil, acaba perdendo a motivação e o comprometimento para realizar um bom trabalho. Resultado: aumento do nível de estresse e queda da produtividade. “De maneira geral, para lidarmos com chefes desse tipo, podemos agir da seguinte forma: manter o controle e o equilíbrio emocional; procurar conhecer o chefe para poder se relacionar melhor com ele; não entrar em confronto direto; ser flexível na medida do possível; e procurar se posicionar”, orienta Stefania (veja mais dicas no quadro da pág. 27). 26 A convivência com o “difícil” vai depender do grau de interesse de quem precisa se relacionar com ele, ou seja, do quanto os demais serão capazes de suportá-lo. “Pessoas assim não se enxergam dessa maneira, para elas o difícil é o outro. A fim de tentar conviver melhor, é necessário estabelecer algumas regras de relacionamento preestabelecidas, que melhorem o rapport [a capacidade de entrar no mundo de alguém], essencial para a comunicação bem-sucedida, tornando essa convivência menos árida o possível. Também é preciso gerenciar essa relação de uma forma na qual não haja tanto desgaste, sendo flexibilidade a palavra-chave para o sucesso nesses casos", lembra o Dr. Jô. Na opinião de Alexandre Borin, especialista em gestão de tempo e produtividade, tudo depende da importância dada ao trabalho, pois isso acaba refletindo na maneira de se relacionar nesse Neusa: a inteligência de gestão tem de estar focada no profissional Chefes e difíceis A especialista Stefania Lins Giannoni classifica os seis principais tipos de chefes difíceis: • Chefe mal-humorado Está sempre de mau humor, reclamando de tudo e de todos. • Chefe instável Não tem equilíbrio emocional, é instável emocionalmente. • Chefe amigo Dá liberdade ao colaborador, entretanto, quando este “passa dos limites”, muda de maneira brusca o comportamento, fazendo com que o colaborador perca a referência com relação ao tipo de chefia com que está lidando. • Chefe reservado Com dificuldade de relacionamento, esse tipo de chefe não interage com a equipe e não compartilha, ficando distante. • Chefe centralizador Precisa estar a par de tudo e tem dificuldade de delegar atividades aos seus colaboradores, por medo de perder o lugar ou por receio de que as pessoas não saibam fazer como ele faz. • Chefe omisso É aquele que não se coloca nem se posiciona diante das situações do dia a dia e não fornece DIVULGAÇÃO DIVULGAÇÃO Grau de interesse GETTY IMAGES Estilo feedback para a equipe em relação aos pontos positivos e necessidade de melhoria. DIVULGAÇÃO O conflito de gerações também pode dificultar o relacionamento entre os colaboradores. O Brasil tem uma política de valorização de uma cultura jovem e digitalizada, em que o mais antigo muito vezes não é respeitado. Enquanto 47% da população brasileira tem menos de 47 anos, em países como o Japão, por exemplo, a porcentagem é de 25% abaixo dos 47. “Hoje ninguém pergunta mais as coisas para os pais, o jovem procura a informação com seus pares ou na própria internet”, lembra a administradora Eline Kullock, especialista em conflito de gerações. Além disso, os mais jovens têm ainda mais problemas para lidar com pessoas difíceis. “Eles têm uma política de ‘bloquear’ o chato. Se a pessoa o incomodou em alguma rede social, ele bloqueia e/ou apaga o comentário. O problema é que, quando isso acontece no mundo real, os jovens muitas vezes acabam perdidos não sabendo lidar com aquela situação.” Segundo Eline, a melhor forma de lidar com esses conflitos é na conversa, assim ambos os lados conseguem expor seus pontos de vista e chegar a um denominador comum. “O RH deve orientar essa conversa entre a gerações, pois o jovem não acredita na experiência do mais velho só por ele ser mais velho, e o mais velho enxerga no jovem o reflexo do passar do anos, fato nada agradável para ele”, conclui. Eline: "O RH deve orientar a conversa entre gerações" ambiente. “A pessoa que se sentir ‘deslocada’ de alguma maneira vai ficar menos motivada, e o administrador tem de ter a capacidade de analisar a situação e ser capaz de reverter esse quadro insatisfatório”, recomenda. Já para a administradora Neusa Miguel, fundadora de uma empresa de Recursos Humanos que gerencia os perfis dos gestores, todos os aspectos de tendências comportamentais possuem o lado bom e o ruim. Dessa forma, a inteligência da gestão tem de estar focada no profissional e na sua equipe. “Só 20% da população é proativa e arrojada, com foco na rapidez e na eficiência, sendo tomadores de ações de risco; já a grande a maioria é preocupada com regra e normas, sendo mais pacientes e metódicas.” Não evite conflitos, administre-os Administrar os conflitos é a melhor solução para lidar com um colega ou chefe que se encaixa nesse perfil. Algumas atitudes podem ajudar: •Tentar entender a outra parte Treinadores de resolução de conflito recomendam fazer exposições de “abertura” e “informação” neutras para encorajar o outro a se abrir. Comentários como “sei que estamos ambos muito preocupados com X, mas também notei que Y é importante para você; gostaria de entender melhor esse ponto” encorajam a outra pessoa a falar sobre suas preocupações e necessidades. •Concentre-se nos interesses comuns, não nas diferenças Focalizar primeiro os aspectos comuns com o seu oponente irá aproximá-lo de um acordo. Discutir diferenças sem retornar para uma base comum aumentará a lacuna entre vocês. •Procure reconhecer suas reações com pavio curto e suas necessidades O que colocamos em um conflito – suspeita, ira, a convicção de que não podemos ganhar – pode fazer com que esse conflito tome direções que nos tornam indefesos para corrigi-lo. •Há ocasiões, porém, em que evitar um conflito é certo Determinados conflitos, de fato, dissolvem-se com o tempo, mas há algumas questões institucionais que podem ser maiores do que você e seu antagonista, solucionáveis somente pela gerência sênior. Fonte: Livro Lidando com Pessoas Difíceis 27 Notícias ARQUIVO CRA-SP Excelência na administração das feiras de negócios Pasqualin: "As feiras são a vitrine do país" Ao longo deste ano deverão ser realizadas 201 grandes feiras de negócios no Brasil somente pelas empresas que integram o calendário da Ubrafe – União Brasileira dos Promotores de Feiras. O número é ainda maior em todo o país, devendo ultrapassar 350 feiras em 2013, realizadas por mais de 40 grandes segmentos: do agronegócio à beleza, da indústria de brinquedos à automobilística, do segmento de construção ao turismo, da moda à tecnologia de informação. A previsão é a de que só as feiras da Ubrafe reúnam 54 mil empresas, sendo 5 mil estrangeiras, e 5,5 milhões de visitantes profissionais, dos quais 50 mil compradores do exterior. As feiras deverão ocupar 3,5 milhões de m² de área de exposição nos pavilhões de 23 cidades brasileiras, sendo 75% dos eventos em São Paulo – 100 mil m² a mais em relação a 2012. Realizada em março, no Expo Center Norte, um dos principais pavilhões da capital paulista, a 28 Ao longo deste ano, mais de 350 feiras devem ser realizadas em todo o país por mais de 40 grandes segmentos, como agronegócio, construção, turismo, indústria automobilística e tecnologia da informação 46ª edição da Gift Fair, feira de decoração e utilidades para o lar, por exemplo, reuniu 700 empresas expositoras e aproximadamente 70 mil visitantes que devem gerar R$ 2 bilhões em negócios efetivados. “Foi uma edição auspiciosa”, resumiu o presidente da Laço, promotora da feira, Mauro Jordão, que projeta um crescimento de 15% a 20% para o próximo ano. Já a edição deste ano da Feicon Batimat, maior salão da indústria da construção da América Latina, promovida em março pela Reed Exbitions Alcantara Machado no Pavilhão de Exposições do Anhembi, também em São Paulo, reuniu mais de 127 mil compradores e expositores de 27 países diferentes, como Armênia, Bélgica, Chile, Egito, Emirados Árabes, Eslovênia, Grécia, Hungria e Sri Lanka. Na verdade, o setor de feiras cresce no Brasil no ritmo da economia. “As feiras são a vitrine do país”, define o administrador Sergio Medina Pasqualin, diretor-superintendente da Corporação Expo Center Norte. “É um segmento vibrante que injeta dinheiro novo na economia quando as feiras recebem visitantes, expositores e congressistas estrangeiros.” Pasqualin esteve na sede do CRA-SP no mês de abril para apresentar a palestra Excelência em Estratégia e Planejamento na Administração de Eventos e Congressos Empresariais, realizada pelo Grupo de Excelência de Estratégia e Planejamento do Conselho. Segundo ele, 42 setores gravitam ao redor do pavilhão – alimentação, limpeza, segurança, transportes, empresas de montagem e desmontagem de estandes são alguns exemplos. Portanto, oportunidades de trabalho para o administrador não faltam no mundo das feiras de negócios. “É importante ressaltar, porém, que os promotores de feira são a terceira profissão mais estressante que existe, porque o evento tem dia e hora marcada para começar. É adrenalina pura”, lembra Pasqualin. “Não é uma palavra que não pode existir e é preciso ter uma proximidade grande com o cliente e conhecer muito bem o mercado onde a feira está inserida para ser bem-sucedido profissionalmente.” GETTY IMAGES Ética na Administração Ser ético na sociedade, no trabalho, em casa, nos negócios. A definição da palavra ética, que é uma das grandes questões da sociedade, pode ser extensa e envolver tanto aspectos sociais como pessoais. Ser ético significa compreender as regras e valores de determinada cultura e observar o bem-estar social, ou seja, saber como se comportar e agir. Para orientar os profissionais e empresas da área da Administração em suas ações e trabalhos, o sistema CFA/CRAs reformulou o seu Código de Ética Profissional e, desde 2008, conta com uma nova redação para itens fundamentais como deveres, direitos, proibições, sanções e, também, parâmetros para a cobrança de honorários. Criado em 2010 para ajudar nesse processo de conscientização e também com a finalidade de criar mecanismos que, efeti- vamente, defendam a profissão, o Comitê de Ética do CRA-SP tem atuado fortemente em questões que envolvem desde denúncias até a tentativa de registro com diplomas falsos. “De 2010 para cá houve um grande crescimento no volume de processos analisados e isso se deve às reuniões constantes do Comitê (acontecem de 15 em 15 dias). Além disso, já temos vários casos nos quais temos autonomia nas decisões devido a jurisprudências criadas com base em outros processos equivalentes”, informa a coordenadora do Comitê e conselheira do CRA-SP, administradora Teresinha Covas Lisboa. Integram o Comitê conselheiros do CRA-SP e colaboradores das áreas de Fiscalização e Jurídica, que dão suporte aos processos. Segundo a coordenadora, a presença desses setores é fundamental, pois os relatos e as decisões dependem tanto de atividades ligadas à fiscalização como do entendimento legal das questões. O Comitê pode sugerir e aplicar sanções previstas no Código de Ética Profissional, lembrando que em todos os processos cabe a defesa, que pode ser endereçada ao próprio Comitê ou para a esfera federal do Conselho, dependendo da fase de tramitação do caso. As decisões finais são publicadas em órgãos de imprensa, como jornais de grande circulação, para que fiquem públicas à sociedade. “Acredito que, se o CRA-SP for rígido em suas decisões, teremos cada vez mais visibilidade. Além disso, é necessário que o estudante saiba e conheça os seus direitos, deveres e sanções, tendo essa consciência desde cedo. Para isso, é importante que divulguemos nossas ações de forma clara”, define Teresinha. 29 Notícias Social GETTY IMAGEs Médicos sem Fronteiras Empreendedorismo e intraempreendedorismo Segundo Peter Drucker, pai da Administração moderna, inovação e empreendedorismo caminham juntos na geração de negócios futuros sem, contudo, perder o foco nas demandas atuais. No curso inédito Empreendedorismo e intraempreendedorismo, que o CRA-SP oferece em parceria institucional com a Dtcom, como benefício gratuito aos profissionais registrados em todo o Estado de São Paulo, entrarão em discussão as definições de empreendedorismo, empreendedor e intraempreendedorismo, seus focos e valores associados, os elementos de uma decisão competente, além da análise dos impactos das variáveis de mercado sobre as estratégias de negócio. O curso é apresentado pela consultora Deise Bautzer, mestre em Gestão Empresarial pela Fundação Getulio Vargas do Rio de Janeiro e doutoranda da American World University, nos Estados Unidos. Esse e outros cursos grátis fazem parte da parceria do CRA-SP com a Dtcom, empresa de capacitação corporativa a distância, destinada aos administradores registrados. A programação com30 pleta, junto com as sinopses dos cursos, pode ser acessada no hotsite www.cursos.crasp.gov.br. Quem mora na região da Grande São Paulo deve se inscrever pelo e-mail eventos.participe@crasp. gov.br. Administradores de outras cidades podem procurar a seccional do Conselho mais próxima. Mais estratégia nas redes sociais Elaborado pelo Ibramerc (Instituto Brasileiro de Inteligência de Mercado), um estudo comparativo entre os dois últimos anos (2011 e 2012) sobre a utilização das mídias sociais nos negócios B2B e B2C mostrou que as empresas passaram a usar essas ferramentas de forma mais estratégica e segmentada. De acordo com a pesquisa, a porcentagem de entidades que atribuíram ações nas redes sociais às áreas específicas aumentou 10% nas empresas de segmentos B2B e 12% nos segmentos B2C. Além disso, a área responsável pelo monitora- Criada em 1971 na França por jovens médicos e jornalistas, a Médicos sem Fronteiras (MSF) é uma organização médico-humanitária não governamental que atua em contextos de desastres naturais e humanos, conflitos, epidemias, desnutrição e exclusão do acesso à saúde. Atualmente, a MSF conta com mais de 34 mil profissionais, de diferentes nacionalidades, espalhados por mais de 70 países. A entidade aceita doações individuais e parcerias corporativas. Segundo a MSF, com R$ 30,00 por mês, duas crianças desnutridas, com menos de 5 anos, podem ser tratadas. Já com R$ 120,00 mensais, 1.980 podem ser vacinadas contra a meningite. Saiba mais em: www.msf.org.br Telefone: (21) 3527-3636 mento dessas redes passou a ser o Marketing. A utilização das redes sociais dentro das empresas do segmento B2B é impulsionada pela necessidade de ampliar o efeito de seus projetos de marketing já existentes. Já nas companhias B2C, os investimentos na área têm como intuito facilitar trabalhos relacionados aos negócios e vendas. O Facebook é a ferramenta mais usada. De um ano para o outro, sua utilização aumentou em 6%. O YouTube também registrou aumento de 4%. C M Y CM MY CY CMY K Educação financeira Apesar dos vários reflexos positivos para a população, o modelo de crescimento baseado na expansão do crédito e do consumo desencadeou um fator negativo: o endividamento das famílias brasileiras. No Dia das Mães, as vendas tiveram um crescimento abaixo do esperado, fruto da inflação, dos juros em alta e também da inadimplência ainda elevada que segurou o ímpeto dos consumidores às novas compras. Conjuntura econômica à parte, muitos dos problemas de inadimplência da população são decorrentes do desconhecimento dos pontos fundamentais da educação financeira. Mais dinheiro na conta COMO O GOVERNO COMPRA: Análises e Procedimentos Adotados Amauri Domakoski Preços sujeitos a alteração sem prévio aviso.Oferta válida até 15/06/2013 1ª edição (2013) | 200 páginas de R$ 49,00 por R$ 39,20 não significa melhor comportamento financeiro, infelizmente. É o que aponta o recém-lançado Indicador Serasa Experian de Educação Financeira do Consumidor, que avalia as finanças pessoais e familiares dos brasileiros em três dimensões: Conhecimento, Atitude e Comportamento. Em uma escala de 0 a 10, os brasileiros ficaram com média 6.0 (quanto maior o índice, maior o nível de educação financeira). À medida que se avança nas escalas de rendimentos, a educação financeira é maior, segundo o indicador. Para os consumidores que possuem rendimentos supe- QUALIDADE EM TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Jarbas Lopes Cardoso Júnior, Ivanir Costa, Mario Mollo Neto e Pedro Luiz De Oliveira Costa Neto 1ª edição (2013) | 352 páginas de R$ 76,00 por R$ 60,80 riores a 10 salários-mínimos por mês, a nota vale 6,5 e, para quem ganha até 1 salário-mínimo, 5,9. O indicador também mostra resultados diferentes por classe social. A classe AB atinge nota 6,3, a classe C, 6,0 e a classe D/E, 5,7. Pessoas com curso superior completo conseguiram nota 6,4 e aquelas sem acesso à escola chegaram a 5,6. “O indicador mostra também que o subíndice Comportamento apresenta a menor nota, pois a população gasta mais do que ganha, não guarda dinheiro e não planeja o futuro. Ela é novata no crédito”, afirma Ricardo Loureiro, presidente da Serasa Experian. PESQUISA QUALITATIVA ESTRATÉGIAS PARA A FRUTICULTURA EM ADMINISTRAÇÃO: Fundamentos, Métodos NO BRASIL e Usos no Brasil José Guilherme Ambrósio Adriana Roseli Wünsch Takahashi 1ª edição (2013) | 392 páginas de R$ 82,00 por R$ 65,60 Nogueira, Marcos Fava Neves 1ª edição (2013) | 208 páginas de R$ 42,00 por R$ 33,60 Compre essas obras com 20% de desconto, frete grátis e pagamento facilitado, somente: 31 Notícias Perfis e percepções do empreendedor brasileiro A Endeavor Brasil divulgou recentemente os resultados da Pesquisa Empreendedores Brasileiros: Perfis e Percepções sobre cultura empreendedora, realizada com o apoio do Ibope Inteligência. O levantamento ouviu 3.240 pessoas de 16 a 64 anos, sendo dividido em dois estudos: um representativo da população em geral e outro dos empreendedores. ALEGAM PREFERIR ABRIR O NEGÓCIO PRÓPRIO A SER EMPREGADO OU FUNCIONÁRIO DE TERCEIROS 82% 56% 90% 51% 37% TURQUIA BRASIL CHINA EUA 76% NO ENTANTO, 60% DOS ENTREVISTADOS CONCORDAM COM FRASES DO TIPO: “EMPREENDEDORES EXPLORAM O TRABALHO DE OUTRAS PESSOAS” E “EMPRESÁRIOS PENSAM APENAS NO SEU PRÓPRIO BOLSO”. 45% 27% CITAM INDEPENDÊNCIA PESSOAL MELHOR PERSPECTIVA DE RENDA/GANHAR MAIS DINHEIRO PREOCUPAÇÃO FINANCEIRA 26% 32 POSSIBILIDADE DE FALÊNCIA POSSIBILIDADE DE FRACASSO PESSOAL INDEPENDÊNCIA PARA O LOCAL E A HORA DE TRABALHO NA COMPARAÇÃO COM OUTROS PAÍSES, NOTA-SE QUE SE APRESENTAM MAIS OPORTUNIDADES DE NEGÓCIO NO BRASIL DO QUE FORA, O QUE SUGERE QUE EXISTE MAIS ESPAÇO NO MERCADO PARA NEGÓCIOS DO QUE PODE EXISTIR LÁ FORA E QUE A RECENTE CRISE ECONÔMICA FOI MENOS IMPORTANTE NO BRASIL QUE NO RESTO DO MUNDO 60% 11% 26% PELA OPORTUNIDADE DE NEGÓCIOS QUAIS OS MAIORES RISCOS DA DECISÃO DE ABRIR UM NEGÓCIO 30% UNIÃO EUROPEIA ENTRE OS MOTIVOS QUE LEVAM O BRASILEIRO A EMPREENDER DE ACORDO COM O ESTUDO, O BRASILEIRO TEM UMA RELAÇÃO AMBÍGUA COM O EMPREENDEDORISMO QUASE 90% DA POPULAÇÃO ACREDITA, POR EXEMPLO, QUE “EMPREENDEDORES SÃO GERADORES DE EMPREGOS” – PERCENTUAIS SIMILARES AOS ENCONTRADOS NOS ESTADOS UNIDOS E À MÉDIA DA UNIÃO EUROPEIA E ACIMA DAS PORCENTAGENS DO JAPÃO E COREIA DO SUL. 76% 9% INSEGURANÇA NO TRABALHO 6% PERDER A PROPRIEDADE 5% GASTAR MUITA ENERGIA PESSOAL OU TEMPO EM COMPARAÇÃO COM AS ECONOMIAS DESENVOLVIDAS E EM DESENVOLVIMENTO, OS MESMOS RISCOS LIDERAM O RANKING, MAS COM PORCENTAGENS MUITO MAIS SIGNIFICATIVAS. OU SEJA, O BRASILEIRO ACREDITA QUE OS RISCOS EXISTEM, MAS EM MENOR NÍVEL DO QUE O RESTO DO MUNDO. ESSE PODE SER UM SINAL DE OTIMISMO, MAS TAMBÉM UM DÉFICIT NO REAL CONHECIMENTO DA SITUAÇÃO. HÁ BOAS DIFERENÇAS ENTRE OS EMPREENDEDORES EMPREGADORES, OU SEJA, DONOS DE NEGÓCIOS COM AO MENOS UM FUNCIONÁRIO SEGUNDO A PESQUISA, OS EMPREENDEDORES REPRESENTAM 28% EMPREENDEDORES SEM FUNCIONÁRIOS DA POPULAÇÃO BRASILEIRA ENTRE 16 E 64 ANOS. PROJETANDO ESSA TAXA DE EMPREENDEDORISMO SOBRE A POPULAÇÃO URBANA RECENSEADA EM 2010, CHEGA-SE À CONCLUSÃO DE QUE, ATUALMENTE, HÁ CERCA DE 4% 6% 30 OS DEMAIS, TAMBÉM SEM FUNCIONÁRIOS, SÃO AQUELES QUE NÃO ENXERGAM SUA ATIVIDADE COMO UM NEGÓCIO, SENDO AUTÔNOMOS OU CONSIDERANDO O TRABALHO COMO UM BICO O estudo também levantou as principais dificuldades do cotidiano do empreendedor. Informais ou formais, eles ainda têm um déficit em escolaridade, o que leva, naturalmente, a problemas no cotidiano das empresas que poderiam ser evitados com uma melhora em sua educação. Entre os quatro maiores problemas enfrentados pelos empreendedores brasileiros, três deles estão ligados à falta de conhecimento: MILHÕES DE BRASILEIROS ENCARANDO O DESAFIO DO NEGÓCIO PRÓPRIO A PESQUISA TAMBÉM DESTACOU NOVE PERFIS DE EMPREENDEDORES ENTRE AQUELES QUE PRETENDEM SER EMPREENDEDORES, MAS AINDA NÃO SÃO: DESBRAVADOR QUER EMPREENDER PARA GANHAR MAIS DINHEIRO, MAS NÃO POSSUI EXPERIÊNCIA E RENDA. EMPOLGADO QUER EMPREENDER PARA TER MAIS INDEPENDÊNCIA PESSOAL. É MAIS JOVEM DO QUE A MÉDIA. PROVEDOR COMPOSTO PRINCIPALMENTE POR MULHERES E PESSOAS MAIS VELHAS, COM BAIXA ESCOLARIDADE E RENDA PESSOAL. ENTRE OS EMPREENDEDORES FORMAIS: AINDA SOBRE AS CARACTERÍSTICAS DO EMPREENDEDOR 38 61% ANOS É A MÉDIA DE IDADE SÃO HOMENS EM GERAL, POSSUI EMPRESAS NAS ÁREAS DE SAÚDE, ESTÉTICA E VENDA DE ACESSÓRIOS. ENFRENTA DIFICULDADES BUROCRÁTICAS E FALTA DE INVESTIMENTO. ANTENADO GERALMENTE JOVEM E COM MAIOR RENDA FAMILIAR. ENFRENTA OBSTÁCULOS DE CO- INDEPENDENTE 35% SUPERIOR A MAIORIA É MULHER, ENTRE 25 E 35 ANOS. NHECIMENTO E INVESTIMENTO. ESCOLARIDADE 11% APAIXONADO EMPREENDEDOR MAIS MADURO E ESTÁVEL. MÉDIO NÃO ACESSA MUITO A INTERNET. PARA RESOLVER PROBLEMAS FINANCEIROS, REQUER 46 EDUCAÇÃO SOBRE LINHAS DE FINANCIA- % MENTO. FUNDAMENTAL ARROJADO 35 % SUPERIOR POSSUI, EM GERAL, RENDA MÉDIA À DO BRASILEIRO. JÁ A RENDA FAMILIAR É PRATICAMENTE A MESMA ENTRE OS DOIS GRUPOS A MAIORIA É COMPOSTA POR HOMENS COM MAIORES RENDAS PESSOAL E FAMILIAR. PARA CRESCER, PRECISARIA DE AJUDA SOFISTICADA E MENTORING/NETWORKING COM ESPECIALISTAS PARA RESOLVER PROBLEMAS DE CONHECIMENTO EMPRESARIAL, OBSTÁCULOS FINANCEIROS E PESSOAIS. PRINCIPAIS DIFICULDADES DO COTIDIANO ENTRE OS INFORMAIS: 43% PRAGMÁTICO EMPREENDEDOR 28% 27% 26% A EMPREENDEDORES INFORMAIS EM GERAL. PROBLEMAS DE FLUXO DE CAIXA TERNET E REDES SOCIAIS. PARA AUMENTAR O BAIXO FATURAMENTO ANUAL E A FALTA DE INVESTIMENTO, CARECE DE CONTEÚDO 5% FALTA DE INVESTIMENTO TRABALHA SOZINHO E UTILIZA MUITO A IN- INFORMAL 15% 16% 15% 14% 13% FALTA DE CONHECIMENTO DE GESTÃO DE PESSOAS ESCOLARIDADE MEDIANA, SE COMPARADA FORMAL PROBLEFALTA DE INFORMAÇÃO MAS COM O PAGAMENDE COMO TO DOS ADMINISTRAR UM NEGÓCIO IMPOSTOS 7% 8% 7% 7% 10% 2% FALTA DE INFORMAÇÃO CONTÁBIL FALTA DE FUNCIONÁRIOS/MÃO DE OBRA QUALIFICADA BEM PRÁTICO E INSPIRACIONAL. LUTADOR EMPREENDEDOR COM MAIS IDADE E MENOR NENHUM ESCOLARIDADE, QUE ABRIU O NEGÓCIO POR NECESSIDADE. NÃO COSTUMA ACESSAR A INTERNET, DEMANDANDO MAIS CONTEÚDO ATRAVÉS DA TELEVISÃO E DE CURSOS BÁSICOS EM GESTÃO DE NEGÓCIOS. 33 Opinião O papel do gestor dentro das organizações 34 do mesmo time. Além de administrar conflitos, o gestor ainda desenvolve o papel motivacional para sua equipe, e talvez essa seja a tarefa mais difícil dentre as atividades do líder, pois pessoas diferentes sentem necessidades distintas, e suprir necessidades individuais não é nada fácil, pois a empresa tem políticas padronizadas, que buscam atender à maior proporção de colaboradores. No processo controle, o papel do gestor é averiguar se as atividades estão ocorrendo dentro da programação, se os resultados prévios estão dentro do esperado para o projeto, como prazos e custos. Exercendo o controle, o gestor, junto com sua equipe, pode identificar se as etapas do projeto estão sendo realizadas conforme planejado. O gestor precisa possuir todas essas habilidades? Sim, é necessário ter o conhecimento para dominar a situação e desenvolver um bom projeto ou gerenciar uma equipe. Porém, como ninguém nasce preparado para desempenhar esse papel de múltiplas atividades, o caminho é a busca pelo constante conhecimento e aperfeiçoamento. Para se tornar um excelente gestor o caminho está em desenvolver habilidades técnicas, humanas e conceituais. As habilidades técnicas são ligadas à execução do trabalho e ao domínio do conhecimento específico para executar o trabalho operacional. As humanas são necessárias para um bom relacionamento. Já as habilidades conceituais são necessárias aos gestores, ao proprietário, presi- dente, CEO, pois mantêm a visão da organização como um todo, influenciando diretamente no direcionamento e na administração da empresa. O desenvolvimento de habilidades é um processo longo e contínuo, que pode ser iniciado ainda na universidade. O conhecimento atribuído às experiências adquiridas ao longo da vida ajudará na formação do profissional que deseja ser. O importante para ser um excelente gestor é gostar do que está fazendo e amar sua equipe. A dedicação e a disciplina são fatores de sucesso para obtenção de resultados. Fazer sempre as melhores escolhas possíveis também, pois, em todo projeto, ser o gestor é carregar a responsabilidade de sucesso do projeto, da equipe e da organização como um todo. E, mais do que tudo isso, ter satisfação do sucesso na obtenção dos objetivos. DIVULGAÇÃO As mudanças ocorrem a todo momento, e dentro das organizações essas mudanças ocorrem cada vez mais rapidamente. A dinâmica que envolve desenvolver novas tecnologias, novos produtos e serviços, buscando atender às novas necessidades e aos desejos dos consumidores, e até a própria sobrevivência da empresa frente à concorrência, está inteiramente ligada ao papel do gestor, como esse profissional irá administrar o andamento adequado dos processos e alcançar os objetivos desejados. Hoje o papel do gestor é tema importante dentro das universidades, e estar à frente de uma equipe leva o gestor a exercer aqueles princípios adquiridos dentro da sala de aula, como planejamento, organização, liderança e controle. Planejar é definir o futuro da empresa ou projeto, os recursos que serão utilizados, as pessoas que participarão do desenvolvimento do projeto e os caminhos para alcançar os objetivos com sucesso. O gestor precisa conhecer tudo acerca do projeto para organizar o seu andamento – os recursos físicos, humanos e financeiros. A organização deve ser bem desempenhada para evitar contratempos durante a execução do projeto, como, por exemplo, gastos não excessivos ou não previstos. Nunca um tema foi tão abordado como liderança. As pessoas mudaram a forma de pensar, trabalhar e viver em sociedade ou grupo. Tornou-se cada vez mais desafiante para os líderes gerenciar uma equipe de diferentes culturas, hábitos, personalidades e costumes, trabalhando dentro Adm. Flavio Dias Santana CRA-SP n.º 126.461 Supervisor no Departamento de Administração de Vendas da EMS Colaborações para esta seção podem ser enviadas para o e-mail [email protected] Os textos devem conter no máximo 3.000 caracteres (com espaços), nome completo do autor, foto em alta resolução e o registro no CRA-SP. → Este artigo reflete, exclusivamente, a opinião de seu autor. O CRA-SP não se responsabiliza pelas ideias nele contidas. SEMPRE EM CONTATO E SINTONIA COM OS PROFISSIONAIS Administrador: o que você está esperando para ter acesso ao melhor da medicina pelo menor preço? Só a parceria do SAESP com a Qualicorp proporciona acesso aos melhores planos de saúde, com inúmeras vantagens para você, Administrador. Com os melhores planos, você irá contar com: • Os hospitais e clínicas mais conceituadas do País1 • Os mais modernos laboratórios • Livre escolha de prestadores médico-hospitalares com reembolso2 Ligue e confira: 0800 799 3003 Parceria: Apoio: De segunda a sexta, das 9 às 21h, e aos sábados, das 10 às 16h. www.qualicorp.com.br Menor preço: em comparação a produtos similares no mercado de planos de saúde individuais (tabela de março/2013 - Golden Cross). ¹ De acordo com a disponibilidade da rede médica da operadora escolhida e do plano contratado. ² Conforme condições contratuais. Planos de saúde coletivos por adesão, conforme as regras da ANS. Informações resumidas. Os preços e a rede estão sujeitos a alterações, por parte das respectivas operadoras, respeitadas as disposições contratuais e legais (Lei no 9.656/98). Condições contratuais disponíveis para análise. Maio/2013. Amil: ANS nº 326305 Golden Cross: ANS nº 403911 Seguros Unimed: ANS nº 00.070-1 Qualicorp Adm. de Benefícios: