ESPECIAL Mulheres O Brasil precisa de mais presença feminina em cargos de liderança NA PRÁTICA Administração pública O bem da sociedade como prioridade Março/2013 Ano 36 - nº 321 Por que esse novo conceito de empresa está em expansão no país? Editorial Compromisso com a inovação apegados às rígidas hierarquias corporativas ou aos processos testados e aprovados, muito menos impedir que o conhecimento circule livremente pelas organizações. Também temos o compromisso de reinventar a forma como administramos, mesmo que tal maneira tenha uma trajetória de sucesso e pela maioria seja aceita. Aqui no Conselho, o tema inovação tem sido frequente nas palestras que promovemos. Da mesma forma, vem sendo tópico dos nossos meios de comunicação nas mais diferentes oportunidades. Aos poucos, e sem nos desviar dos nossos objetivos principais e propósitos, temos introduzido a inovação também na nossa gestão no Conselho. Afinal, o compromisso com a inovação não pode ser adiado. Só precisamos estar conscientes disso. “Não podemos, como administradores, ser resistentes à quebra de paradigmas ou apegados às rígidas hierarquias corporativas” MARCELO MARQUES Recentemente, o governo federal anunciou um pacote de 32,9 bilhões de reais em investimentos para inovação na indústria brasileira, que serão aplicados neste e no próximo ano. A maior parte dos recursos será destinada ao crédito para as empresas. Outra parcela para estimular instituições de pesquisa e desenvolvimento (P&D) a realizar prospecção de projetos empresariais e arranjos cooperativos para inovação e criar um ambiente favorável à formação de recursos humanos. Cientes de que o incentivo à inovação é uma das principais formas de melhorar a competitividade e produtividade das organizações brasileiras, e, como consequência do país, o governo federal e os governos estaduais passaram a criar programas de estímulo para as empresas de setores considerados estratégicos. Mesmo aquelas que têm um modelo de negócios diferenciado, caso das chamadas start-ups, têm merecido atenção e programas específicos. Embora positivas, essas iniciativas porém, ainda são isoladas e incapazes de igualar o Brasil às grandes potências em inovação. É preciso que se crie um processo sistemático e permanente, que inclua a maior participação dos investimentos do setor privado na área, por exemplo. Nós, administradores, também temos um compromisso com a inovação, assunto que, inclusive, já foi tratado aqui, neste mesmo espaço. Insisto, porém, no tema, porque nosso papel no processo é maior do que pode parecer à primeira vista, já que a inovação não é um atributo de cientistas nem inventores como os estereótipos dão a entender, mas uma vocação do profissional moderno de todas as áreas, que, tanto quanto as empresas, precisa se inovar e renovar continuamente para crescer e conquistar espaços. De nossa parte, não podemos, como administradores, ser resistentes à quebra de paradigmas, Adm. Walter Sígollo Presidente do Conselho Regional de Administração de São Paulo - CRA-SP 3 facebook.com/ twitter.com/ oficial.crasp Presidente Administrador Walter Sigollo cra_sp SÃO JOSÉ DO RIO PRETO Diretoria Adm. José Alfredo Machado de Assis Vice-presidente Administrativo Adm. Milton Luiz Milioni Vice-presidente de Relações Externas 6 Na Prática BAURU CAMPINAS SÃO JOSÉ DOS CAMPOS Adm. Alberto Emmanuel de Carvalho Whitaker Vice-presidente de Planejamento SOROCABA Adm. Hamilton Luiz Corrêa Vice-presidente para Assuntos Acadêmicos Adm. Teresinha Covas Lisboa 1ª Secretária 3 Editorial em Na Prática RIBEIRÃO PRETO PRESIDENTE PRUDENTE Sumário A modernização da administração pública Administração pública Os conhecimentos avançados na área trazem agilidade aos processos e fortalecem a sociedade GRANDE SÃO PAULO SANTOS Seccionais CRA-SP Adm. Roberto Carvalho Cardoso 2ª Secretário Adm. Antonio Geraldo Wolff 1º Tesoureiro Adm. Álvaro Augusto Araújo Mello 2º Tesoureiro Conselheiros Arlindo Vicente Junior, Carlos Antonio Monteiro, Edgar Kanemoto, Luiz Carlos Marques Ricardo, Luiz Carlos Vendramini, Marco Antônio Sampaio de Jesus, Nelson Reinaldo Pratti, Rogério Góes, e Silvio Pires de Paula (representante suplente do CRA-SP no CFA) Conselho Editorial para RAP 2011/2012 Coordenador: José Alfredo Machado de Assis. Integrantes: Hamilton Luiz Corrêa, Luiz Carlos Marques Ricardo, Luiz Carlos Vendramini, Milton Luiz Milioni, Roberto Carvalho Cardoso, Teresinha Covas Lisboa e Maria Cecilia Stroka Redação Editora-chefe Maria Cecilia Stroka (Mtb 18.357) Editora Loraine Calza Repórteres Marcos Yamamoto Katia Carmo Publicidade Publicidade Nominal Representações Diagramação e arte Propagare Comercial Ltda. Impressão Plural Editora e Gráfica Ltda. Tiragem 45.000 exemplares A RAP é uma publicação mensal do Conselho Regional de Administração de São Paulo (CRA-SP), órgão regulamentador da profissão de administrador, sob a responsabilidade do seu Conselho Editorial. As reportagens não refletem necessariamente a opinião do CRA-SP. Rua Estados Unidos, 889 Jd. América – 01427-001 – SP Tel.: (11) 3087-3200 [email protected] www.crasp.gov.br Seccional de Bauru Delegado: Adm. William Lisboa Simas Coordenador Regional: Adm. Carlos Eduardo Sperança Av. Nações Unidas, quadra 17-17, sala 109, Vila Santo Antônio 17013-905 - Bauru - SP Tel.: (14) 3223-1857 [email protected] Seccional de Campinas Coord. Regional: Adm. Elcio Eidi Itida Rua Maria Monteiro, 830, cj. 53, Cambuí 13025-151 – Campinas – SP Tel.: (19) 3307-8555 [email protected] Uma avaliação das conquistas femininas no ambiente dos negócios em Especial Seccional de Presidente Prudente Av. Cel. José Soares Marcondes, 871, sala 132,Bosque 19010-080 - Presidente Prudente - SP Tel.: (18) 3916-7544 [email protected] Seccional de Ribeirão Preto Delegado: Adm. Marcos Silveira Aguiar Coordenador Regional: Adm. Marcelo Torres Av. Braz Oláia Acosta, 727, cj 109 - Jardim Califórnia 14026-040 - Ribeirão Preto - SP Tel.: (16) 3621-1061 [email protected] Seccional de Santos (Baixada Santista e Vale do Ribeira) Coordenadora Regional: Adm. Renata Farias Pizarro Busch Av. Ana Costa, 296, sala 14, Campo Grande 11060-000 - Santos - SP Tel.: (13) 3221-9357 [email protected] Seccional de São José do Rio Preto Coordenador Regional: Adm. Eduardo Gomes de Azevedo Junior Rua Imperial, 59, salas 1 e 2, Vila Imperial 15015-610 - São José do Rio Preto - SP Tel.: (17) 3305-1765 [email protected] Seccional de São José dos Campos (Vale do Paraíba e Litoral Norte) Coordenador Regional: Adm. Dejair Dutra de Souza Rua Euclides Miragaia, 700, sala 25, Centro 12245-820 - São José dos Campos - SP Tel.: (12) 3923-9954 [email protected] Seccional de Sorocaba Delegado: Adm.Edson Conceição Júnior Coordenadora Regional: Adm. Aida Rodrigues Avenida Antônio Carlos Comitre, 510, sala 86, Parque Campolim 18047-620 - Sorocaba - SP Tel.: (15) 3233-8565 [email protected] FOTOS: GETTY IMAGES O crescimento das start-ups no Brasil em Capa 10 Especial Mulheres As mulheres e suas conquistas cada vez mais significativas 14 Perfil Administrador Fernando Alves, sócio-presidente da PwC Brasil 18 Capa Start-ups O papel do administrador nesse modelo de negócios que se caracteriza, principalmente, pela inovação 26 Estilo Benefícios O que os colaboradores esperam dos pacotes de benefícios oferecidos pelas empresas 28 Notícias Conteúdo e informações para os administradores 34 Opinião Adm. Tadeu Cabral Alves Longo Na Prática por Marcos Yamamoto A Funcionalismo público de excelência 6 GETTY IMAGES Os conhecimentos avançados em administração pública trazem mais agilidade aos processos e criam condições para o desenvolvimento e fortalecimento da sociedade s empresas, em todo o mundo, passaram por reformas históricas nas visões e nas prioridades sobre os trâmites, a utilização do meio e as pessoas. O mesmo se deu com as instituições públicas, antes consideradas – até com certo fundamento – atrasadas, lentas e burocráticas. Porém, a evolução do pensamento em Administração, aliada com a difusão dos profissionais ligados às novas tendências, tem transformado, para melhor, a forma de lidar com a população. “A modernização das práticas de gestão pública vem ocorrendo devido à mudança do modelo de administração burocrática para o gerencial, focada nos fins, nos resultados, e não mais nos meios”, explica o presidente da Agência Paulista de Promoção de Investimentos e Competitividade – Investe São Paulo, Luciano Almeida, formado em Administração de Empresas. Para quem atua no setor público, a prioridade deve ser o bem da sociedade. “Seu campo de atuação é o Espaço Público Ampliado, e suas ações influenciam a coletividade. Quem vai trabalhar com administração pública lida com questões coletivas. Deve ter um forte ethos público”, afirma Fernando Luiz Abrúcio, coordenador do curso de graduação em Administração Pública e Governo da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV-Eaesp). A maior parte das pessoas do lado de dentro do balcão ainda sofre com estigmas de acomodação e desleixo com o público, causados por uma minoria. “A administração pública tem se modernizado muito e cada vez mais 7 Rufino: "Hoje a administração pública é conduzida por resultados" é exigida capacitação em ramos como a Administração. Por exemplo, temos as mudanças nas avaliações de desempenho (Decreto nº 7133/2010), em que as remunerações dos servidores federais são vinculadas com metas compactuadas entre chefia e equipe”, comenta o administrador Paulo César Rufino, chefe da seção de Recursos Humanos no Estado de São Paulo do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), ligado ao Ministério dos Transportes. A carreira de administrador público traz muitos desafios no combate às visões deturpadas e à cobrança constante da sociedade. Por isso, fica mais evidente a necessidade de modernizar a gestão desses organismos, sejam eles das administrações direta, indireta, autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista e agências reguladoras e executivas. “As mudanças nacionais e internacionais ocorridas na organização e no papel do Estado moderno, assim como nas relações entre Estado e sociedade, geraram uma demanda por maior profissionalização daqueles que atuam em organizações públicas”, defende a 8 coordenadora da pós-graduação em Administração Pública do Centro Universitário Senac, Natalia Navarro dos Santos. “Tais ocorrências”, continua Natalia, “trazem a necessidade de administradores públicos que atuem de forma mais reflexiva, interajam e se comuniquem permanentemente, integrando áreas intra e intergovernamentais e tornando suas práticas transparentes.” “Hoje a administração pública é conduzida por resultados, aproximando-se das características do setor privado, com metas, melhorias institucionais e aumento da capacitação que visem ao interesse público”, complementa Rufino. Por ser a maior via de entrada para a carreira pública, os concursos passaram a exigir mais a expertise reconhecida em Administração como requisito na contratação às vagas (veja os principais concursos no quadro da pág. 9). “Os governos federal, estaduais e municipais criaram secretarias ou departamentos que visam ao fortalecimento da capacidade de governar, com diretrizes para a organização e o funcionamento da administração pública, uma vez que planejam, acompanham, supervisionam e aperfeiçoam suas ações. Cargos de analista de políticas públicas setoriais, consultor técnico legislativo e gestor de programas são possíveis áreas de atuação. Há também uma demanda expressiva por administradores para cargos gerenciais no setor público, organizações não governamentais e na área acadêmica, com a expansão da profissionalização dos servidores públicos”, relaciona Natalia. PPPs Para Abrúcio, dentro das Parce- Manifesto Brasil Profissional O Sistema Conselho Federal e Regionais de Administração (CFA/CRAs), em consonância com esforço de modernizar as práticas das instituições públicas brasileiras, tem reunido desde 2011 assinaturas de adesão ao Movimento Brasil Profissional. O objetivo da iniciativa é reivindicar uma gestão mais consciente, formada por profissionais éticos e preparados, que prestem serviços para a sociedade com compromisso e responsabilidade, visando ao desenvolvimento do país. “A nação precisa de uma gestão mais profissional no setor público, em todos os níveis, em todos os poderes. Temos defendido essa bandeira, não com objetivos corporativistas, mas com a convicção de que, sendo necessário o conhecimento técnico para o desempenho de um cargo, não pode o Estado fazê-lo ocupar por pessoa sem a qualificação necessária. Os resultados aparecem sob a forma da ineficiência e da ineficácia, com consequências sentidas principalmente pelos que necessitam do Estado para sobreviver”, afirma o documento público. Para participar do Movimento, basta acessar o site www. brasilprofissional.adm.br, preencher o cadastro e assinar o manifesto. Ao final da campanha, o CFA vai entregá-lo com todas as assinaturas no Congresso Nacional. rias Público-Privadas, ou PPPs, a integração das forças empresariais e governamentais será fundamental para dar mais impulso aos grandes projetos nacionais. “As PPPs funcionam como um motor de arranque para o desenvolvimento do país”, diz. Opinião compartilhada pelo presidente da Confederação Nacional da Indústria, Robson Braga de Andrade. Para ele, atingir números melhores de crescimento que o 0,9% alcançado em 2012 pelo Produto Interno Bruto (PIB) e desempenho negativo da indústria em 0,8% depende de mais investimentos e estímulos à competitividade nacional: “O país precisa elevar os investimentos públicos e garantir o êxito dos programas de concessão e das Parcerias Público-Privadas nas obras de infraestrutura”, disse. Para se ter uma ideia do montante de valores, a Associação Brasileira de Tecnologia para Equipamentos e Manutenção estima que, até 2017, os investimentos no país em infraestrutura devem chegar na cifra de R$ 1,24 trilhão e, no Estado de São Paulo, o Conselho Gestor de PPPs estima duas obras de metrô, uma de monotrilhos, uma rede de trens, projetos habitacionais, hospitais, uma fábrica de medicamentos e saneamento, com previsão de R$ 24 bilhões em parcerias assinadas entre 2013 e 2014. Segundo Abrúcio, isso pode significar um vasto campo para a atuação dos administradores. “As concessionárias de serviços públicos demandam, cada vez mais, a expertise dos administradores públicos. Eles podem fazer um meio de campo da empresa com o governo em setores como infraestrutura, saneamento e saúde”, afirma. DIVULGAÇÃO MAYARA BARBOZA Na Prática "As ações do administrador público influenciam a coletividade", afirma Abrúcio E a excelência na condução das PPPs, além do benefício intrínseco à população, é um ótimo negócio para as companhias. “Muito se fala dos benefícios para os governos, mas, no âmbito das empresas, elas ganham muito na alavancagem dos investimentos”, completa Abrúcio. Se o primeiro passo para resol- ver um problema é admitir a existência dele, então o Brasil pode enxergar com bons olhos o reconhecimento de outros modelos de gestão governamental que podem servir de exemplo em nossas terras. A secretária de Gestão Pública do Ministério do Planejamento, Ana Lúcia Amorim de Brito, destacou recentemente: “um exemplo é a gestão por resultados, muito forte na Inglaterra. O estabelecimento de metas e de indicadores de desempenho é um desafio no âmbito da gestão pública. Na Inglaterra, até o transporte público tem metas de cumprimento de horário. Nós temos estudado os modelos deles, sobre como estabelecer metas estratégicas, desdobrá-las até o servidor e conseguir que seja uma coisa executável e que traga resultados para a melhoria do serviço público”. O progresso de um país acontece, sobretudo, com a eficácia de suas instituições. Concursos públicos Até o final do ano, os administradores terão oportunidades para entrar na carreira pública. Estão previstas seleções em cargos de nível superior no Ministério da Fazenda, Ibama e INSS. Confira aqui alguns concursos previstos e acompanhe mais novidades no site do CRA-SP (www.crasp.gov.br) e nas redes sociais do Conselho (facebook.com/ oficial.crasp e twitter.com/cra_sp). Anvisa 82 120 Conselho Administrativo de Defesa Econômica 200 Agência Nacional de Saúde Escola Nacional de Administração Pública Ibama Ministério da Fazenda 45 61 255 vagas de técnico e analista vagas de analista administrativo vagas de gestores vagas de nível superior vagas de analista administrativo vagas de nível superior 9 Especial por Marcos Yamamoto Indicadores apontam a melhoria da presença feminina no mercado de trabalho, no âmbito da Administração e nos cargos de liderança das organizações N 10 GETTY IMAGES As mulheres e suas conquistas cada vez mais significativas o mundo dos negócios, há mulheres no comando de importantes instituições e empresas nacionais, liderando em pé de igualdade em ambientes há pouco tempo dominados pelos homens. “Qualidades mais típicas nas mulheres em ambiente corporativo, como flexibilidade, intuição e interação, costumam fazer a diferença. Dentro das organizações, assim como em qualquer lugar, é importante ter um equilíbrio entre as forças feminina e masculina”, avalia Luiza Helena Trajano, presidente da rede varejista Magazine Luiza, homenageada em 2003 com a distinção Administrador Emérito pelo Conselho Regional de Administração de São Paulo. De fato, as conquistas femininas são significativas no campo da educação e no âmbito dos negócios. Segundo o Censo 2010 do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o nível de escolarização das mulheres com 25 anos ou mais de idade já é superior ao dos homens: 12,5% do contingente feminino tem pelo menos o superior de graduação completo; já entre os homens esse número é de 9,9%. Outro exemplo é o mercado de trabalho em Administração. Segundo a Pesquisa Nacional 2011 – Perfil, Formação, Atuação e Oportunidades de Trabalho do Administrador, realizada pelo Conselho Federal de Administração (CFA) e divulgada no ano passado, o número de administradoras cresceu cerca de 67% de 1994 a 2011. “Houve avanços das mulheres nas últimas décadas, tanto na escolaridade como no mercado, em cargos de liderança. Porém, elas estão mais presentes em profissões ligadas ao universo feminino. Por isso, é atípico vermos uma Graça Foster na presidência da Petrobras ou uma Sonia Campos na GM [diretora de operações de manufatura da General Motors do Brasil]”, ressalta Maria José Tonelli, vice-coordenadora acadêmica da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV-Eaesp) e coordenadora do Programa 10.000 Mulheres, iniciativa de educação empresarial empreendedora. É certo que muitos preconceitos já foram vencidos, tanto que a renovação das ideias tem sido capaz de, ao longo das décadas, fazer jus à capacidade de pessoas talentosas, independentemente do gênero. Contudo, o atual espírito da época ainda lida com diferenças nas contratações e remuneração para cargos similares, em especial os de liderança. “Muitas culturas organizacionais ainda caracterizam as mulheres como diferentes dos homens, ou seja, demasiada11 Luiza Trajano: equilíbrio entre masculino e feminino mente sensíveis, de pouca iniciativa e objetividade, desprovidas de grandes ambições e muito voltadas à vida familiar. Por serem vistas assim, elas costumam ser avaliadas com muito mais rigor”, argumenta a administradora Patrícia Maria Figueiredo, autora do livro Assédio Moral contra Mulheres nas Organizações (Cortez Editora). Para ela, tal percepção leva as profissionais a trabalharem o dobro se almejam sucesso na carreira. Liderança O posicionamento das líderes no mercado é um importante indicador de como está a relação homens e mulheres nas empresas. A consultoria Hay Group aponta que elas ocupam apenas 17% dos cargos executivos e suas remunerações totais são, em média, 18% menores que as deles. De acordo com um estudo da consultoria Michael Page, as mulheres permanecem atrás dos ho- 12 siCo Brasil, responsável pela área de Organization & Management Development da empresa. Outros números, apesar de desiguais, já podem ser encarados com otimismo. De acordo com a Síntese de Indicadores Sociais 2012, do IBGE, entre 2001 e 2011, o percentual de mulheres com mais de 16 anos em trabalhos formais passou de 43,2% para 54,8% e o rendimento médio apresentou um aumento real de 22,3%, mais que a média nacional, de 16,5%. A pesquisa ainda constatou a redução no abismo que discrimina os gêneros pela remuneração. “Em 2001, elas recebiam o equivalente a 69% do rendimento dos homens, passando para 73,3% em 2011. Destaca-se que, entre as pessoas com 12 anos ou mais de estudo, essa desigualdade era maior: em 2011, o rendimento feminino equivalia a 59,2% do rendimento As brasileiras Colaboradoras... • Possuem clareza sobre o próprio papel. • Exercem suas atividades em um nível adequado de autonomia. • Buscam altos padrões de excelência. Líderes... • Proporcionam autonomia aos colaboradores, dando liberdade para riscos calculados. • Incentivam os subordinados a buscar a melhoria constante do próprio desempenho. • Deixam os colaboradores orgulhosos de pertencerem à equipe. Fonte: Os estilos de liderança e o clima das equipes das executivas brasileiras (Hay Group & Lidem) GETTY IMAGES mens no volume de contratações em setores-chave de muitas corporações. “Os números mostram a predominância de homens em cargos de chefia, principalmente em carreiras mais técnicas como Finanças, Banking, Engenharia e Supply Chain. A mulher, por outro lado, tem uma maior inserção em áreas, como Recursos Humanos, Jurídico, Healthcare , onde elas conseguem ter remunerações bem equiparadas. Em RH, por exemplo, 59% dos cargos de liderança são ocupados por mulheres”, analisa Renata Wright, gerente da Michael Page. “Faço parte de uma geração em que a liderança exercida pela mulher é natural, uma geração que já teve as portas abertas para o mercado de trabalho. Por isso percebo menos diferenças no exercício das funções”, analisa a administradora Cristiana Gomes, diretora de Recursos Humanos da Pep- GETTY IMAGES DIVULGAÇÃO Especial rar”, comenta Cristiana. Às mulheres empreendedoras, Luiza Trajano, que já foi premiada com títulos de Empreendedora do Ano pela consultoria Ernst & Young e a revista Isto É, costuma dar a dica: “É imprescindível estar sempre em busca de novos conhecimentos, aprimorar-se no que faz, permitir-se a ousadia, a inovação, enfim, que saia de seu ‘quadrado’. É importante nunca se acomodar”. Inteligência emocional masculino (em 2001, esse percentual era de 52,6%)”, segundo o relatório. “A percepção de injustiça gera um descontentamento grande em relação às empresas onde atuam, o que não é favorável para nenhuma das partes. Acredito que as mulheres precisam se organizar mais politicamente, participarem de modo ativo nos sindicatos, espaço em que a presença delas ainda é baixa, para estabelecerem melhores condições. Já as empresas, por sua vez, devem adotar políticas formais de seleção, promoção e desenvolvimento, assim como incentivar uma cultura organizacional que promova valores igualitários”, defende Patrícia. No quesito empreendedorismo, a igualdade já é uma realidade. De acordo com a Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República, metade das iniciativas de negócios são conduzidas por empreendedoras. A pesquisa mundial Global Entrepreneurship Monitor analisa que o envolvimento das brasileiras em partir para um voo próprio se dá pela flexibilidade de horá- rios, apesar de trabalharem tanto ou até mais que em um vínculo empregatício convencional: “O fato de a mulher empreendedora poder gerenciar seu próprio negócio acaba favorecendo a conciliação dos horários do trabalho com a educação dos filhos e o gerenciamento do lar. Mesmo que a educação dos filhos seja uma obrigação do casal, muitas mulheres acabam tomando para si tal tarefa, o que seria bem mais difícil se elas tivessem um emprego em que a flexibilidade de horários fosse limitada”. Muitas empresas já sabem que podem obter vantagens com a liderança feminina. “As mulheres se mostram multitarefa. Além de conciliar trabalho e as responsabilidades da casa, não raro estão envolvidas em esportes, artes e outras atividades. Elas adquirem uma capacidade de organização, de liderar pessoas e de resiliência, e esses talentos são justamente o que o mercado de trabalho valoriza, propiciando condições de desenvolvimento profissional”, analisa Renata. “As mulheres têm um lado intuitivo que predomina na forma de lide- A inteligência emocional também aparece como fator de liderança mais frequente pelo lado feminino. Segundo o Hay Group, mulheres de alto escalão possuem mais empatia, capacidade de gestão de conflitos, influência e autoconhecimento do que seus pares homens. Porém, Maria José alerta para o acúmulo de atividades. “Temos um lado positivo e outro negativo. A mulher se torna capaz de realizar muitas e diferentes tarefas no trabalho e em casa, e isso se transforma em uma vantagem competitiva. Por outro lado, ela também fica sobrecarregada com a dupla jornada, já que o parceiro ajuda pouco com os afazeres – um traço que ainda persiste na sociedade brasileira. Claro que existem outros lugares onde a situação é pior, mas, se compararmos com os países nórdicos, em que essas sociedades tendem a ser mais igualitárias, ainda precisamos avançar nessa questão”, adverte. Segundo o IBGE, a mulher dedica uma média de 27,7 horas semanais em afazeres domésticos, enquanto os homens destinam 11,2 horas. São aproximadamente 2,5 vezes mais tempo dispendido para a casa. 13 Perfil por Loraine Calza S Conhecimento como negócio Homenageado pelo CRA-SP, o administrador Fernando da PwC e como enxerga o futuro do país, e o papel do administrador nesse contexto, depois de um ano de crescimento abaixo das expectativas na área econômica 14 DIVULGAÇÃO Alves fala sobre a trajetória que o conduziu à presidência ócio-presidente da PwC, Fernando Alves foi agraciado com a homenagem Administrador Destaque, concedida pelo CRA-SP aos profissionais que se distinguem na prática da Administração, em cerimônia realizada em março na sede do Conselho. Formado em Administração de Empresas, com mestrado em Administração, ele coleciona em seu currículo diversos cursos realizados em renomadas escolas de negócios, como Fundação Getulio Vargas, Massachusetts Institute of Technology – MIT, University of Western Ontario (Canadá) e Darden School da Universidade de Virgínia. Desde 1993, Alves é sócio da PwC, empresa na qual ingressou como trainee no início da década de 1980, no escritório de Salvador. Ao longo de sua carreira na Price, ele passou dois anos em Houston (Estados Unidos), conheceu o mundo por meio da empresa e recebeu sete convites para sair – um deles feito pelo próprio Norberto Odebrecht, fundador do Grupo Odebrecht, quando ainda era um jovem profissional –, mas recusou todos eles. Eleito CEO da PwC-Brasil em 2010, ele lidera uma empresa que está presente desde 1915 no país e hoje conta com aproximadamente 5.500 profissionais trabalhando em 17 escritórios nos principais centros econômicos. “Gosto, porém, de lembrar que eu não sou CEO, eu estou CEO. No fundo, sou um sócio da PwC, eleito pelas escolhas dos meus pares para ser CEO. Isso significa que a minha condição permanente é a de sócio; minha condição circunstancial é de ser presidente”, costuma dizer. Outra caraterísticas da sua carreira é o intenso ativismo institucional, atividade que ele considera importante para ajudar a mudar o Brasil. Atualmente, Alves integra o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social - CDES da Presidência da República, é membro do Conselho de Administração do Conselho Empresarial Brasil-China e também da Câmara Espanhola de Comércio no Brasil. Integra ainda o Board of Advisors dos Programas no Brasil da Joseph M. Katz Graduate School of Business da Universidade de Pittsburgh/EUA. Foi também vice-presidente do Conselho de Administração do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa - IBGC. Na entrevista a seguir, ele fala mais da sua carreira e das suas expectativas para a PwC e o país. “É preciso fazer a reengenharia do Brasil”, ele alerta. RAP: O sr. construiu sua carreira praticamente em uma única empresa, já que ingressou na PwC no início dos anos 1980 como assistente de auditoria no escritório de Salvador. Como foi sua trajetória até se tornar CEO? Fernando Alves: Quando eu era estudante da Escola de Administração de Empresas da gloriosa Universidade Federal da Bahia, eu tinha um professor de Finanças de primeira linha que eu admirava muito e que tinha feito mestrado em Michigan [nos Estados Unidos] e, ao retornar para o Brasil, havia trabalhado na PwC. Quando ele foi meu professor, ele já não estava mais na Price, mas tinha feito carreira lá. Nessa época, eu queria ir para São Paulo fazer um MBA na Fundação Getulio Vargas, onde já tinha até me pré-qualificado. Mas, em uma conversa, ele me disse: “Já que você quer fazer um MBA em Finanças, por que não fica em Salvador em vez de ir para São Paulo e entra em uma empresa como a Price e a Arthur Andersen, que têm escritório aqui”? Isso foi no início da década de 1980 e havia na Bahia um grande investimento no Polo Petroquímico de Camaçari, com muitas empresas químicas se instalando na região, além das próprias empresas baianas produtoras de cacau. Eu fui fazer o teste na PwC e na Arthur Andersen e passei por processos parecidos em ambas, inclusive entrevista com os sócios. Acabei indo para a PwC. RAP: Que características foram determinantes para sua ascensão profissional? Fernando Alves: Como eu era um outsider em certo sentido, tinha vindo de um escritório regional e não era de São Paulo, percebi que a minha arma para vencer na vida tinha de ser a performance; e minha performance tinha de estar pautada naquilo que a PwC determinava como tal, que era o conhecimento. Passei a desenvolver um comportamento de não perder a chance de aprender e descobri que, se eu aprendesse e trabalhasse duro, haveria um reconhecimento, eu seria tratado de forma meritocrática na empresa. Não tinha de fazer concessões políticas a ninguém. O conhecimento viabiliza a ascensão em um ambiente meritocrático e é algo extraordinário, porque, quando você o adquire, você adquire um meio de produção que é seu, ninguém tira. É diferente de ter uma fazenda ou uma fábrica, que podem desaparecer. Quanto mais estuda, mais dono de si e mais livre você é, porque pode fazer escolhas e tem a chance de sair para as melhores empresas do mundo. Hoje 15 Perfil ter conhecimento é mais importante do que antes, porque vivemos a própria emergência da sociedade do conhecimento, não é à toa que a empresa mais valiosa do mundo é a Apple, que não tem grandes ativos fixos, como a Shell ou a Esso, mas vale mais porque é uma empresa do conhecimento – é a cabeça das pessoas que viabiliza a inovação. RAP: Por que o sr. participa e continua participando do conselho e da diretoria de muitas entidades paralelamente as suas atividades na PwC? Fernando Alves: Eu dou muito valor a entidades. Eu acho que algo que a gente não pode deixar de fazer para o Brasil é exercer o que eu chamaria de ativismo institucional. Eu acredito na força do ativismo institucional feito pelo profissional em um processo de mudar o país. Por isso, entidades como o CRA e o IBGC são tão importantes. Por meio dessas entidades, você vai melhorando a sociedade civil. Aqui na PwC, estimulamos esse ativismo. O profissional é premiado quando participa. E eu faço questão de dar o exemplo. RAP: A PwC se tornou a primeira empresa de auditoria a ultrapassar a marca de R$ 1 bilhão em receita bruta anual no Brasil, com um crescimento de 22,2% no faturamento bruto. O que foi determinante para esse resultado divulgado em 2012? Quais as expectativas para o próximo fechamento? Fernando Alves: Nós crescemos mais do que o PIB por duas razões. Primeiramente, a gente acredita que tem um estoque de talentos superior à média. Em segundo lugar, nos posicionamos em segmentos nas regiões do Brasil que têm condições de crescer a taxas mais aceleradas que a média. Temos forte penetração no agribusiness, por exemplo, que não tem crise. Nossa expectativa, porém, é a de que este ano o faturamento deve crescer uns 10%. Não mais do que isso, porque o país foi bastante impactado pelo PIB abaixo de 1%. RAP: Quais são os grandes desafios dos líderes na atualidade? Fernando Alves: Em relação aos jovens, um desafio das lideranças é dar a eles a noção de que não se deve apressar o rio, porque ele corre sozinho, como disse o dramaturgo Bertolt Brecht. A velocidade dos jovens é maior do que a nossa. Eles são muito bem informados e têm um tempo mais acelerado que o 16 nosso, mas isso não significa dizer que o tempo de pensar, de fazer, não tenha de ser vivido. A dificuldade é, portanto, gerenciar o sentido de tempo deles em um mundo em que tudo acontece mais rapidamente. Por outro lado, eles trazem para a nossa realidade demandas bastante interessantes. Os jovens não querem ser chefiados, mas liderados. Também é preciso estar aberto às demandas de flexibilidade de jornada de trabalho. Outro desafio no nosso mercado de atuação é a presença feminina. É importante entender que homens e mulheres são diferentes para tratá-las de forma homogênea. Hoje temos pessoas que pensam diferente e temos de admitir que a diversidade de pensamento seja algo positivo. Quanto mais diverso nosso ambiente, mais rico. Como nossa matéria-prima são as pessoas, e a genialidade humana se apresenta de várias formas, eu quero ter acesso a todas elas. Uma teoria de liderança vem emergindo, muito mais relacional. Uma liderança ética porque não basta mais ganhar dinheiro, seguindo a lei. Eu tenho de ganhar dinheiro, mas às vezes o que é legal, não é moral. Então, eu tenho de seguir outro código de conduta para estabelecer uma distinção entre o que é moral do que é legal. RAP: O sr. tem falado dos problemas que a falta de educação de qualidade gera para o país. Como avalia os recém-formados que ingressam na PwC? Fernando Alves: Nós temos dois grandes negócios: auditoria e consultoria tributária e de gestão, que têm seus próprios ritos, mas se baseiam no conhecimento e no estoque de talentos. E aí temos um problema: somos uma empresa de classe global, ainda recebendo alunos de um país de terceiro mundo. Há um gap entre o que as pessoas precisam saber e o que elas realmente sabem. São talentos do ponto de vista do potencial, mas menos informados que seus equivalentes nos Estados Unidos. Isso traz um custo adicional, porque, antes de aprender a metodologia de auditoria, ele tem de fazer um refresh em economia, contabilidade, tributos, etc. Gastamos alguns milhões na complementação na empresa daquilo que o estudante devia saber e não sabe para só depois ensinar o nosso processo. E isso porque contratamos das melhores fontes. Temos quase um mês daquilo que seria um curso introdutório, ou seja, um nivelamento e só depois ensinamos as práticas da empresa. É diferente nos Estados Unidos onde o treinamento inicial é de metodologia. RAP: Qual é a sua expectativa para o crescimento do país neste ano? Fernando Alves: Acho que o Brasil não cresce mais do que 3%, 3,5%. A presidente Dilma Rousseff vai colocar dinheiro na economia. Curiosamente, ela tem uma aceitação popular grande, que está associada ao emprego e à inflação contida. Os dois elementos precisam ser dominados. Então, se não houver investimentos, teremos menos emprego. Esse modelo econômico de investir no consumo, porém, já está em erosão. Meio que intuitivamente, os presidentes Fernando Henrique Cardoso e Lula construíram essa via. Foram dezesseis anos de estabilidade e de democracia plena, que, aliados aos ciclos de progresso na economia mundial que nos fizeram vender bem as commodities, produziram um excedente aplicado na incorporação do brasileiro na sociedade de consumo. Também houve a disponibilização do crédito. Agora, porém, a renda das famílias já atingiu o limite de comprometimento com crédito, que é superior ao que o mercado considera saudável. As famílias estão endividadas e já não têm mais propensão ao consumo. O governo precisa reconhecer que o modelo de crescimento baseado em consumo se exauriu e partir para um modelo de crescimento, que é mais difícil, baseado em alguns pontos: reformas que precisam ser feitas na tributação, garantir a competitividade da indústria, desonerar tributariamente o investimento, desonerar certas cadeias produtivas, investir em infraestrutura e realizar uma reforma política que funcione para enfrentar os problemas decorrentes do presidencialismo de coalizão. Esse é o tema. Dinheiro existe, mas a aplicação do dinheiro é uma leitura estratégica de país que por si só implica a conciliação dos três níveis de governo, das regiões. É preciso fazer a reengenharia do país, sem o que a gente não consegue avançar do ponto de vista desenvolvimentista. Esse é um desafio para um estadista. RAP: Que contribuições o sr. acha que um bom administrador pode dar ao país? Fernando Alves: O administrador do presente tem de ficar aberto para o novo, abrigar inovações. O agronegócio brasileiro é um grande exemplo nesse sentido. Inovar não é inventar a roda, é tudo aquilo que você pode fazer de novo que produza uma melhoria incremental e que, se não der certo, não prejudique a empresa. É produzir melhorias incrementais que, somadas de forma pontual, possam ser experimentadas. Você estimula a pessoa a tentar. Se não deu certo, o custo do erro não é problemático e o aprendizado da tentativa é ótimo. Eu também traria o tema da produtividade. Precisamos ter obsessão pela produtividade, porque não temos a produtividade que deveríamos no serviço público e na iniciativa privada. O Brasil deve enfrentar esse desafio, que está relacionado à logística, infraestrutura, com o atitudinal. No século 21, o administrador também tem de estar atento à melhoria das condições gerais da força de trabalho no plano da saúde. RAP: Como as questões relacionadas à governança corporativa têm evoluído no Brasil? Fernando Alves: Na minha perspectiva, a governança corporativa é um sistema de cuidar. O indivíduo que trabalha em um ambiente de governança corporativa trabalha cuidando para harmonizar os interesses dos vários stakeholders da empresa. É preciso partir de uma governança corporativa centrada em uma postura de fiscalização para, através desse sistema de cuidar, atingir uma governança corporativa mais voltada para agregar valor, não apenas no plano econômico, mas no plano ambiental e social, por exemplo. A primeira ação deve ser sempre fiscalizadora, mas a ambição precisa ser agregar valor, o que significa harmonizar interesses. 17 Capa por Loraine Calza B O número de empresas que se encaixam na definição de start-ups, caracterizadas pelo aumento da escalabilidade e a busca pela inovação, vem crescendo no país. Estima-se a existência de mais de 10 mil companhias em operação no Brasil que se enquadram nesse perfil de negócios 18 GETTY IMAGEs Start-ups: em alta no Brasil asta uma pesquisa no Google para ver quanta informação está disponível sobre start-ups. O modelo de negócios, ainda desconhecido de muitas pessoas, anda em alta no Brasil. Tanto que, de acordo com a Associação Brasileira de Start-ups – sim, já há uma entidade própria para esse tipo de empresa –, existem mais de 10 mil companhias em operação no país que se encaixam na definição. Originado nos Estados Unidos, na época chamada de “Bolha da Internet”, ocorrida no final dos anos 90, o conceito de start-ups se aplica a empresas de pequeno porte, recém-criadas ou ainda em fase de constituição, com atividades ligadas a pesquisa e desenvolvimento (P&D) e caracterizadas por baixos custos de manutenção e a possibilidade de rápida e consistente geração de lucros. Entre as mais comuns estão as start-ups de base tecnológica, mas o modelo se enquadram em outras áreas e diferentes setores da economia. “O conceito de empresa start-up no Brasil vem, cada dia mais intensamente, sofrendo uma 'abertura', incluindo nessa categoria empresas cujas inovações e diferenciais tecnológicos não se encaixariam perfeitamente na definição inicial”, explica o administrador Jorge Aoni, coordenador do GEEI – Grupo de Excelência em Empreendedorismo e Inovação do CRA-SP. Segundo Aoni, hoje, todas as formas de inovação, com diferentes graus de tecnologia utilizados nos processos envolvidos, recebem do mercado a classificação start-up. “Daí termos um crescimento quantitativo real que é alavancado por uma expansão derivada da própria ampliação do conceito, dando, como resultado, um significativo crescimento no Brasil.” Para Maurilio Alberone, diretor Regional Sudeste da Associação Brasileira de Start-ups, criada há pouco mais de um ano, é importante entender que as start-ups não são uma classe empreendedora, 19 Capa DIVULGAÇÃO Para pequenas e médias "O trabalho de um administrador de start-up se assemelha ao de um cientista no laboratório", acredita Alberone O conceito de start-up foi originado nos Estados Unidos, na época chamada de "Bolha da Internet" mas um perfil de negócios. Também não são setorizadas, muito embora a maioria pertença à área de TI. “Elas têm duas características principais: o aumento de escalabilidade, pela possibilidade da obtenção de mais clientes a um custo mais baixo, e a inovação, pois atuam em um setor de incertezas, em que as coisas ainda não foram provadas”, destaca Alberone. CEO da start-up OndaLocal (veja quadro ao lado), que ele criou com sócios de diferentes áreas do conhecimento, o canadense Simon Croisetiere cita como um dos principais atributos dos empreendimentos desse tipo o grande senso de urgência de fazer o negócio crescer rapidamente. “A cultura da empresa é o diferencial”, defende. Pelas suas características e crescente importância para a competitividade do país, as start-ups têm chamado cada vez mais a atenção. O governo federal, por exem- 20 Lançada em setembro do ano passado, a start-up brasileira OndaLocal, que desenvolveu uma solução para ajudar Pequenas e Médias Empresas a conquistar novos clientes por meio de campanhas de marketing na internet, já conta com 100 clientes no seu portfólio, mas a meta é bem mais ambiciosa: segundo o CEO Simon Croisetiere, a projeção é atender, até o final de 2013, 1.500 PMEs. Para isso, a OndaLocal aposta na customização dos seus produtos, como a criação de websites, campanhas de anúncios no Google e no Facebook, criação de perfis em redes sociais, otimização mobile, além de cadastro em buscadores, classificados e mapas. “Oferecemos uma solução com preços acessíveis que atende bem de escritórios de contabilidade e administradoras de condomínios até dentistas e chaveiros. Dependendo do segmento, há casos em que, em apenas um mês, o retorno sobre o investimento foi 20 vezes maior”, informa Croisetiere. A start-up conta com investimento da incubadora Mountain do Brasil e de três investidores anjo, e tem parceria com a empresa alemã RegioHelden, especializada em marketing local, e com as brasileiras Apontador, site de anúncios locais, e Site PX, voltada para a construção online e simplificada de websites. que terão o compromisso de colocar as start-ups com ideias inovadoras rapidamente no mercado (aqui vale uma explicação, as aceleradoras são empresas ou instituições capazes de impulsionar novas empresas em função de sua inserção no mercado e sua experiência em negócios). O total de investimento privado entre as aceleradoras escolhidas pelo programa está previsto em R$ 36 milhões, sendo R$ 20,5 milhões para o aporte financeiro e o restante para business services, como infraestrutura, equipamento, etc. As aceleradoras credenciadas deverão Educação de qualidade Portal que reúne mais de 5 mil vídeos gratuitos, quase todos legendados em português, de 13 das principais universidades do Brasil e do mundo, incluindo Stanford, Massachusetts Institute of Technology, Columbia, Michigan, Harvard, University of California, Yale, Princeton, Berkeley e Universidade de São Paulo, o Veduca alcançou 1 milhão de visitantes e 5 milhões de page views em apenas sete meses de existência. “O Veduca nasceu para resolver um problema real, que é o acesso universal à educação. Hoje o Brasil é a sexta maior economia do mundo, porém, em todos os rankings de educação, está sempre nas últimas posições. Democratizar a educação de alta qualidade é o nosso objetivo”, diz o engenheiro aeronáutico Carlos Souza, criador da start-up. Recentemente, o projeto recebeu um aporte de R$ 1,5 milhão, liderado pelas incubadoras de start-ups Mountain do Brasil, 500 Start-ups e Macmillan para alavancar os negócios da empresa. apoiar entre oito e dez empresas nascentes, totalizando até 100 start-ups. Cada uma das start-ups receberá também R$ 200 mil em recursos federais para desenvolver o negócio em até 12 meses. “O nosso papel no MCTI é justamente criar um ambiente favorável no setor de TI para estimularmos o nascimento de novas empresas. O governo quer criar start-ups capazes de competir em nível internacional e fazer do país um player global no setor de software e serviços”, disse o secretário de Política de Informática do MCTI, Virgilio Almeida, na ocasião do anúncio das aceleradoras selecionadas. Administração diferente Se as start-ups são um perfil de negócios diferente, certamente a forma de administrá-las também é diversa. Todo administrador, seja ele contratado, eleito ou empreendedor de seu próprio negócio, necessita basicamente fazer com que a empresa, através de toda a cadeia de tarefas e processos inerentes a ela, alcance os resultados programados. Já o administrador de uma start-up tem de não apenas torná-la uma empresa lucrativa, mas também atrativa. “Uma start-up deve ter um diferencial de inovação que o investidor não encon- GETTY IMAGEs plo, por meio do Ministério da Ciência e Tecnologia e Inovação (MCTI), implantou o programa Start-up Brasil. Recentemente, o programa selecionou nove aceleradoras 21 GETTY IMAGEs Capa DIVULGAÇÃO Repercussão global "A cultura da empresa é o diferencial das start-ups", avalia Croisetiere 22 tre em nenhuma outra daquele mercado ou setor. As demais condições são básicas: tecnologia diferenciada e protegida, lucratividade, excelentes margens, aplicar e comungar religiosamente os princípios do Triple Bottom Line, facilitando sua aceitabilidade pela comunidade e/ ou mercado, aumentando com isso sua capacidade de perenidade e apontando para um belíssimo e promissor futuro”, complementa Aoni. No primeiro momento, na fase crucial de construção da start-up, quando é preciso encontrar um modelo de negócios, a administração é bem diferente da de uma empresa tradicional. “É preciso abrir mão de quase tudo o que se aprendeu na faculdade, pois o trabalho se assemelha mais ao de um cientista no laboratório em busca de descobertas”, avalia Alberone. Por isso mesmo, a morte das iniciativas é recorrente e significativa nessa fase. Alberone cita duas ferramentas que fazem mais sentido na fase de formação das start-ups: a Lean Start-up e a Business Model Canvas. A primeira é um método processual usado pelos empreendedores para desenvolver produtos e mercados, com a criação de protótipos rápidos projetados para validar suposições de mercado por meio do feedback Responsável pelo aplicativo Inaugural da cerimônia de posse do presidente Barack Obama, realizada no início do ano, e o aplicativo RoyalWedding para o casamento de Kate Middlelton com o príncipe William, que foi baixado por mais de 500 mil pessoas nos primeiros dias, a start-up brasileira I.ndigo, fundada há cinco anos, hoje tem uma subsidiária comercial nos Estados Unidos, 40 funcionários e obteve um faturamento de R$ 10 milhões em 2012 – “um crescimento de aproximadamente 300% em relação ao ano anterior”, assinala Edmar Miyake, um dos criadores da start-up. A abertura das portas para ser a responsável por aplicativos de repercussão internacional veio por meio da parceria estabelecida com a gigante norte-americana de telefonia AT&T. “Com uma equipe extremamente competente e com uma cultura que promove o conhecimento, conseguimos fomentar nosso patrimônio intelectual, o que permitiu desenvolvermos projetos inovadores e competitivos no mercado. Essa qualidade técnica chamou a atenção de um de nossos clientes que possuía base nos Estados Unidos e se estendeu à AT&T, que na época estava em busca de parceiros para desenvolver as soluções mobile”, recorda Miyake . A I.ndigo também é responsável pelo desenvolvimento de outros aplicativos, como o Stanford, criado para o time de futebol americano da Universidade de Stanford, o Athina Onassis Horse Show, aplicativo para um dos maiores eventos de hipismo no Brasil, e o Dollar General, para a grande rede varejista com aproximadamente 10 mil lojas espalhadas por mais de 40 estados norte-americanos. de clientes, por exemplo. Já a Business Model Canvas é uma ferramenta de gerenciamento estratégico que permite desenvolver e esboçar modelos de negócio novos ou existentes. É um mapa visual pré-formatado dos principais itens que irão constituir uma empresa. Desafios A busca permanente de algo novo também traz diversos desafios. “Pode parecer clichê, mas, para uma start-up dar certo, o administrador precisa contar com profissionais competentes que "vistam a camisa" e ajudem a promover o seu negócio, uma vez que os recursos (financeiros e de pessoas) são limitados no início do empreendimento e, muitas vezes, um colaborador precisa desempenhar mais de um papel para preencher a lacuna existente nos seus processos”, reflete Edmar Miyake, formado em Administração e um dos criadores da start-up I.ndigo (veja quadro na pág. 22). Para Miyake, o mais difícil no começo do empreendimento é justamente conquistar tais profissionais. “Uma empresa iniciante não tem a imagem, transmite a segurança de carreira e tampouco oferece os benefícios de uma grande empresa. Portanto, o desafio se torna criar um ambiente que permita motivar o profissional, através da promoção da inovação, o conhecimento e desenvolvimento profissional, principalmente pela abertura que uma start-up possui.” Além de fazer com que os colaboradores respondam de acordo com o tempo e a eficácia necessária para a consecução dos objetivos de rápido e sustentável resultado, há outro desafio das start-ups: a tentação de ceder aos assédios de compra da companhia. “O administrador tem que estar ciente da capacidade de a empresa vir a ser mais que uma start-up, mas uma empresa de sucesso perene”, alerta Aoni. Como não vai ter necessariamente um cargo, um título ou uma função específica, o profissional que trabalha numa start-up precisa ter qualidades diferentes daquele que atua numa empresa tradicional. “Ele deve ser multidisciplinar, assumir um projeto, ter capacidade para gerenciá-lo e operá-lo, o que eu acredito que seja positivo para adquirir competências adversas”, comenta Miyake. “Obviamente, com o crescimento da start-up, as áreas acabam sendo definidas e os processos mais claros, mas a estrutura hierárquica é bastante horizontal, estimulando a comunicação e a troca de conhecimentos.” Banco de dados A Associação Brasileira de Start-ups acaba de lançar uma ferramenta gratuita que apresenta todos os nichos do ecossistema. Além dos dados sobre start-ups – segmentados por estado e área de atuação –, disponibiliza informações geográficas sobre agências de fomento público, aceleradoras, incubadoras e investidores anjos. A ferramenta também oferece um ambiente favorável para os donos de start-ups realizarem suas transações de negócio. “O principal benefício para o empresário é dar visibilidade para seu empreendimento. Já que temos um banco de dados nacional de start-ups, a todo momento, investidores, clientes e potenciais parceiros solicitam os contatos das empresas para iniciarem relações comerciais”, lembra Maurilio Alberone, diretor Regional Sudeste da entidade. Além disso, a plataforma pode incentivar o surgimento de iniciativas que contribuam para o pleno desenvolvimento do ecossistema de start-ups no país. Através do site, também é possível realizar o levantamento de dados que possam sustentar políticas públicas e iniciativas privadas que fomentem a construção e evolução das start-ups brasileiras. 23 Estilo por Loraine Calza Muito mais que um plano de saúde Hoje os profissionais valorizam muito mais novos benefícios, como 14º salário e auxílio-educação, do que os tradicionais planos de saúde e auxílio-alimentação. Como consequência, as empresas que oferecem pacotes diferenciados saem na frente na atração e retenção de talentos 24 Participação nos lucros é o benefício mais valorizado ou desejado pelos colaboradores, segundo estudo “Esse tema está sempre no radar dos profissionais e das empresas. Os benefícios mais desejados são subsídio para educação, como cursos de idiomas, por exemplo, plano de previdência, carro no nível executivo, horário flexível e participação nos resultados/bônus. A empresa que tiver um bom pacote de benefícios com certeza será muito competitiva no que tange à retenção de talentos”, avalia Felipe Westin, diretor executivo da Westin Desenvolvimento de Pessoas. O Mapa de Benefícios procurou saber quais benefícios os profissionais possuem e se realmente os valorizam ou desejam possuir. Mais da metade dos consultados (54,2%), por exemplo, têm participação nos lucros e 79,1% valorizam ou desejam ter o benefício. Na sequência aparece previdência privada, com 37,5% de beneficiários e 60,2% que almejam ou desejam ter um plano. Os que recebem algum subsídio para cursos ou bolsas de estudo representam 25,2% da amostra e 38,2% valorizam ou querem ter esse auxílio. O 14º salário está presente na cesta de vantagens de 11,2% dos respondentes, enquanto 38,2% gostariam de ter ou dão importância a esse subsídio. Ainda: ter o carro da empresa à disposição é realidade para 7,3% dos profissionais da amostra e 12,8% pretendem desfrutar essa oferta. Já ter ações da companhia é uma conquista de 4,3% dos participantes e 12,9% também gostariam de receber esse incentivo. Na contramão dos sonhos e desejos, também foram listados os benefícios que menos atraem os profissionais. Para 44,2% dos consultados, oferecer subsídio para alimentação não é mais um diferencial. Conceder reembolso de custos com transporte também não é um atrativo para 22,4% dos respondentes. “O pacote de benefícios pode ser uma excelente estratégia de Luciana: “Os jovens vêm como bons olhos as empresas que se preocupam com o desenvolvimento profissional” divulgação GETTY IMAGES A s empresas de ponta que investem na atração e retenção de talentos já sabem que oferecer um pacote de benefícios, composto basicamente por planos de saúde e participação nos resultados, já não faz mais a cabeça dos profissionais, principalmente os das novas gerações. É preciso muito mais para quem quer se diferenciar no competitivo mundo corporativo. “Como consequência de um movimento iniciado nas últimas décadas, os profissionais começaram, aos poucos, a tomar conta das suas carreiras. Eles se conscientizaram de que deveriam ser responsáveis não só pela sua empregabilidade, mas também pelo que as empresas oferecem como benefício. Como a pessoa não pretende mais ficar a vida toda na mesma organização e sabe que pode ser surpreendida por um desligamento ou pela troca da operadora, às vezes ela prefere assumir o seu próprio plano de saúde, mesmo esperando que a empresa ofereça esse benefício”, contextualiza a diretora da ABRH-SP (Seccional São Paulo da Associação Brasileira de Recursos Humanos) Luciana Carvas. Realizado pela Page Personnel, empresa global de recrutamento especializado em profissionais de suporte à gestão e primeira gerência, o Mapa de Benefícios 2013 confirma essa tendência. De acordo com o levantamento, realizado no ano passado com cerca de 2.500 profissionais na América Latina, os colaboradores estão de olho em novos subsídios, muito além dos planos de saúde e auxílio-alimentação. 25 Estilo Veja o que os profissionais das diversas áreas de administração pensam dos benefícios OS BENEFÍCIOS E SUA PERCEPÇÃO DE IMPORTÂNCIA SECRETARIADO E ADMINISTRATIVO RH LOGÍSTICA MARKETING ❶ ❷ ❶ ❷ ❶ ❷ ❶ ❷ 14º SALÁRIO 0,0% 32,3% 8,3% 41,1% 17,7% 40,7% 9,8% 42,1% AÇÕES DA COMPANHIA 1,2% 6,7% 1,8% 10,7% 4,3% 12,6% 3,8% 8,2% BOLSA DE ESTUDOS / CURSOS SUBSIDIADOS 17,0% 76,2% 17,3% 68,5% 24,6% 64,5% 25,7% 68,9% CARRO 1,2% 4,9% 3,6% 8,9% 3,9% 9,5% 2,2% 9,8% HOME OFFICE 2,4% 7,3% 3,0% 10,1% 9,5% 14,7% 10,9% 22,4% PAGAMENTO DE ALUGUEL/ CASA 0,0% 7,3% 1,8% 9,5% 3,3% 8,2% 1,6% 2,2% PAGAMENTO DE ESCOLA PARA OS FILHOS 3,6% 12,8% 4,2% 16,1% 3,0% 14,3% 1,6% 13,1% PAGAMENTO DOS CUSTOS DE TRANSPORTE 49,7% 36,6% 38,1% 28,6% 33,6% 26,8% 37,7% 26,8% PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS DA EMPRESA 42,1% 70,7% 50,0% 79,2% 57,8% 80,1% 41,0% 74,9% PLANO DE SAÚDE / ODONTO E SEGURO DE VIDA 67,3% 83,5% 81,0% 78,0% 89,7% 84,0% 79,2% 82,0% PREVIDÊNCIA PRIVADA 17,6% 43,9% 29,2% 57,1% 46,1% 57,1% 25,1% 54,6% SUBSÍDIOS DE ALIMENTAÇÃO 70,3% 55,5% 73,8% 46,4% 69,8% 48,1% 69,9% 54,6% 6,1% 15,9 7,1% 17,9% 5,2% 10,0% 7,1% 12,6% SUBSÍDIOS PARA GASTOS COM BEM-ESTAR ❶ = Benefícios que possui retenção e atração de talentos para as empresas, desde que contemple o que as pessoas realmente buscam ou desejam. Hoje não basta apenas oferecer um plano de saúde adequado, um auxílio-alimentação atraente ou subsidiar o transporte. As empresas precisam entender que os trabalhadores miram novas conquistas sociais e parte disso pode estar atrelada a um plano de recompensas mais atraente e sofisticado. A cesta de benefícios convencional já não atende aos anseios de boa parte dos candidatos consultados”, explica Roberto Picino, diretor-executivo da Page Personnel. taram adotar os chamados benefícios flexíveis, baseadas no reconhecimento das necessidades de cada indivíduo e para atender as especificidades de uma mão de obra cada vez mais diversificada, composta por integrantes de diferentes gerações, pela presença universal da mulher, por solteiros, pais solteiros, casais e famílias não tradicionais. “Além de ter uma administração muito complicada e um grande fator de responsabilidade, esse modelo acabou sendo menos usado porque as empresas acabavam perdendo na escala, o que aumentava os custos dos benefícios”, analisa Luciana. Administrador Chegaram os planos da Amil (linhas Dix e Blue) e Bradesco Saúde, em condições supervantajosas pelo SAESP/CRA-SP. 80 ir de t r a p A R$ Comprove o quanto vale a pena. Ligue: ❷ = Benefícios que considera importante, independentemente de possuí-lo ou não Fonte: Page Personnel Por conta disso, as empresas têm apostado na diversificação. Para um jovem, por exemplo, é mais importante ter subsídio para estudar e fazer um MBA ou uma pós-graduação do que ter um superplano de saúde ou mesmo de previdência. Já para um profissional mais maduro é exatamente o contrário. “Os jovens vêm como bons olhos as empresas que se preocupam com o desenvolvimento profissional, subsidiando cursos de idiomas, MBAs e cursos de liderança. É um fator importante de atração e retenção”, assinala Luciana. Ela lembra que durante uma época algumas empresas ten- Amil: Bradesco Saúde: * ,42 11 3061-1920 Qualicorp Adm. de Benefícios: Dix: 306622 *Preço para o plano Dix 100 RM SP QC PJCA – da Amil linha Dix, faixa etária de 0 a 18 anos, acomodação coletiva (tabela de maio/2012 - São Paulo). 26 Planos de saúde coletivos por adesão, conforme as regras da ANS. Informações resumidas. A comercialização dos planos respeita a área de abrangência das respectivas operadoras. Preços sujeitos a alterações, por parte das respectivas operadoras, respeitadas as disposições contratuais e legais (Lei no 9.656/98). Condições contratuais disponíveis para análise. Fevereiro/2013 27 Notícias As 7 leis da influência Reciprocidade Saiba o valor daquilo que você oferece e recebe. Contraste Para o ser humano, tudo é relativo e influencia nossos humores. Se alguém pergunta “você ganha bem?”, sua resposta depende do referencial: a remuneração em ARQUIVO CRA-SP anos anteriores, a do vizinho, etc. Hirata, na palestra do CRA-SP: "Você não pode ter um script de negociação" Escassez O que foi mais difícil de possuir é mais valorizado do que o que foi fácil de obter. Se algo é raro, passa a valer mais em nossa mente. Coerência proporcionar, assim, resultados até melhores do que o esperado? A resposta está na real flexibilidade dos termos da parceria e as possibilidades de atender às demandas e necessidades dos interlocutores. “Negociação é uma atividade interativa que exige várias habilidades. Não é limitada ao processo de fazer concessões, ofertas e contraofertas. Exige autoconfiança, habilidade para fazer perguntas, capacidade de ouvir e habilidade para solucionar conflitos, bem como de compreender as necessidades e interesses dos outros”, explica Ira Asherman, autor do livro Negociação na Prática (Editora Campus/Elsevier). “Durante qualquer negociação, manter o foco no cliente garante um bom relacionamento entre as partes e induz a um maior comprometimento dos atores envolvidos, valorizando e estreitando a confiança. Trata-se de uma tática que pode abrir caminhos em caso de negociações mais difíceis do ponto de vista estratégico”, afirma Camilla Cerca, responsável pela área de Marketing e Comunicação da empresa de TI Unione. No ambiente de trabalho, por exemplo, uma negociação muito comum é o momento em que o profissional decide pedir aumento de salário. “Existem formas de tornar isso mais simples. Antes de tudo, o funcionário precisa avaliar o que ele representa dentro da empresa, quais são seus verdadeiros valores e quanto isso pode custar a ambos. Além disso, é preciso entender as necessidades do gestor e convidá-lo a olhar para a realidade da companhia, tendo em mente os benefícios que a valorização de um empregado poderia trazer”, reflete Rodrigues. De acordo com Hirata, que ministrou a palestra Os Segredos da Proposta Irresistível, realizada pelo CRA-SP em parceria com a HSM Educação, no início de março, na sede do Conselho, a negociação é uma via de mão dupla, em que as partes transmitem e recebem informações e valores que nortearão as conversas. “Se você quer influenciar alguém, precisa ser influenciado. Negociar é a arte de somar diferenças”, argumenta. Por estar no cerne da lógica, a A negociação flexível coerência é uma grande ferra- O brasileiro foi considerado o profissional com maior medo de negociação segundo um levantamento da rede profissional da internet LinkedIn. O percentual foi de 21%, enquanto a média global ficou em 6%. Segundo o diretor do Instituto Brasileiro de Vendas, Mário Rodrigues, “existem pessoas que entram em uma negociação sem ter ideia do que a outra parte quer. Antes de tudo, é preciso desenvolver a habilidade de ouvir e fazer perguntas que nortearão o trabalho. Dessa forma, é possível alcançar resultados positivos com mais facilidade”. Na verdade, o ganha-ganha é a meta de qualquer negociação. metimento garante o cumpri- 28 No entanto, chegar a um ponto de concórdia, apesar de desejável, nem sempre é viável. Um dos erros que jogam contra o entendimento é o engessamento do processo de negociar, tornando-o um roteiro com começo, meio e fim, em que pouco importa o interlocutor. “Você não pode ter um script pronto de negociação. É preciso entender o cliente e criar soluções para formular a oferta”, explica Renato Hirata, coordenador do curso Executive Development Program em Negociação na HSM Educação e sócio-fundador da Hirata Consultores e Editora. Mas qual é a conduta ideal para dar mais liberdade de interação e menta para influenciar pessoas. Compromisso Atrelado à coerência, o compromento da palavra. Conformidade Observar como seus interlocutores se comportam ajuda a cometer menos gafes. Autoridade A obediência mecânica baseada na autoridade é muito utilizada na sociedade, para o bem ou para o mal. Pode ser apropriada, como no caso de uma recomendação médica, ou deixa o receptor vulnerável à manipulação de aproveitadores. Fonte: Livro Os Segredos da Proposta Irresistível, Renato Hirata (Editora Renato Hirata) 29 Feedback na prática Quando um profissional escuta de seu chefe que ele precisa realizar uma reunião de feedback, as emoções ficam à flor da pele. Isso ocorre quando a expressão “feedback” é erroneamente associada àquela crítica destrutiva transmitida de maneira agressiva. Entretanto, um retorno eficaz consegue avaliar desempenhos com o objetivo de desenvolver competências. Como benefício gratuito aos profissionais registrados em todo o Estado de São Paulo, o CRA-SP oferece o curso inédito Feedback na Prática, em parceria institucional com a Dtcom, empresa de capacitação corporativa a distância. As aulas vão abordar o conceito e tipos de feedback, e como fazer e recebê-lo de forma positiva. O tema é apresentado pelo professor Marcelo Pirani, especialista 30 em treinamentos comportamentais com foco em liderança e desenvolvimento de equipes, por meio de cinco vídeos, além de explicações e textos complementares disponíveis online. Essa e outras atividades grátis aos registrados fazem parte da parceria do CRA-SP com a Dtcom destinada aos administradores em todo o Estado de São Paulo. Entre os temas do mês, ainda destacam-se os cursos Editor Eletrônico de Texto Aplicado e Fluxo de Caixa na Prática. A programação completa, junto com as sinopses dos cursos, pode ser acessada no hotsite www.cursos.crasp.gov.br. Quem mora na região da Grande São Paulo deve se inscrever pelo e-mail [email protected]. Administradores de outras cidades podem procurar a seccional do Conselho mais próxima. Enquete: mulheres e a liderança Como parte das reflexões decorrentes do Dia Internacional da Mulher (leia também a seção Estilo desta edição), o CRA-SP perguntou a seus registrados o que falta para que mais cargos de lideranças sejam ocupados pelas mulheres nas empresas e organizações em geral. Foram proposta quatro alternativas. Quase 50% dos respondentes afirmaram que não é preciso fazer nenhuma ação específica, já que o acesso da mulher aos cargos de liderança vem crescendo naturalmente e com o tempo. Quase empatadas, com mais de 23% cada uma, ficaram as respostas “combater de forma mais eficaz o preconceito” e “implementar internamente programas que incentivem e facilitem o acesso das mulheres aos cargos de liderança”. Apenas 4% dos administradores que participaram do levantamento optaram pela alternativa “institucionalizar uma política de cotas, semelhante à dos portadores de deficiência”. CRA-SP promoveu encontro para apresentar projeto sobre Certificação Profissional Em conjunto com o CFA – Conselho Federal de Administração, o CRA-SP promoveu no dia 28 de fevereiro, na sua sede, um encontro para discutir as diretrizes para a Certificação Profissional do Administrador com os convidados. Pelo projeto, que ainda está sendo definido pela Comissão Especial Mista de Certificação Profissional dos Administradores (Cemcea), o registrado (administrador ou tecnólogo) poderá requerer a sua certificação profissional voluntária por meio de uma prova, a ser disponibilizada pelos Conselhos Regionais, que o certificará para determinada área da Administração. A entidade parceira do CFA/CRA-SP neste projeto é o ICSS – Instituto de Certificação dos Profissionais de Seguridade Social, associação civil de direito privado, sem fins lucrativos, voltada à pesquisa, ao fomento e à difusão da cultura de qualificação e certificação profissional. Para explicar o projeto, estavam presentes o presidente do CFA, adm. Sebastião de Mello; o presidente do CRA-SP, adm. Walter Sígollo; o presidente do ICSS, Vitor Paulo Camargo Gonçalves; o superintendente geral da Abrapp - Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar, Devanir Silva; e o adm. Alberto Emmanuel Whitaker, conselheiro do CRA-SP e integrante da Cemcea. MARCELO KURA GETTY IMAGES GETTY IMAGES MARCELO KURA Notícias Convidados debateram o projeto e seus desdobramentos para os administradores e a sociedade Social Instituto Sou da Paz O Instituto Sou da Paz tem por objetivo influenciar a atuação do poder público e de toda a sociedade por meio do desenvolvimento de metodologias inovadoras e da promoção de ações mobilizadoras da sociedade ante a violência. Para isso, foca seu trabalho em quatro grandes áreas: adolescência e juventude, controle de armas, gestão local da segurança pública e polícia. As ações do instituto acontecem principalmente na região metropolitana de São Paulo e os trabalhos de assessoria e mobilização têm abrangência nacional e global. É possível contribuir através de doações, trabalho voluntário, compra de produtos e divulgação da entidade. Saiba mais em: www.soudapaz.org Telefone: (11) 3812-1333 31 Notícias Setor de franquias continua crescendo no país Dados da Associação Brasileira de Franchising - ABF apontam que as franquias tiveram um faturamento total de cerca de R$ 103 bilhões no ano passado, 16,2% superior ao do ano anterior, em que o faturamento foi de R$ 88,8 bilhões. Além disso, o franchising brasileiro gerou 103 mil novos empregos diretos, crescimento de 12,3% em relação a 2011, totalizando 941 mil pessoas empregadas. Quanto ao número de redes, a expansão foi de 19,4%, passando de 2.031 marcas em 2011 para 2.426 em 2012. As unidades também aumentaram consideravelmente: o segmento expandiu de 93.098 para 104.543 no prazo de um ano. O setor que teve maior crescimento foi o de Hotelaria e Turismo, com 97,8%. Logo em seguida, vieram Limpeza e Conservação (44,5%) e Informática e Eletrônicos (32,5%). Por outro lado, os setores com pior desempenho foram, pela ordem, Fotos, Gráficas e Sinalização, com expansão de 1,6%, Negócios, Serviços e Outros Varejos, setor líder em faturamento, mas com apenas 2,6% de crescimento, e Educação e Treinamento, com 10,3%. Para 2013, segundo a ABF, a expectativa é de que o franchising aumente 16% em faturamento, 9% em novas redes e 11% em novas unidades. A entidade projeta também mais de 11% de crescimento na geração de novos postos de trabalho para este ano. 32 CRESCIMENTO EM 2012 97,8% 44,5% 32,5% 10,3% HOTELARIA E TURISMO LIMPEZA E INFORMÁTICA CONSERVAÇÃO E ELETRÔNICOS FATURAMENTO TOTAL (bilhões R$) 88,8 103 EDUCAÇÃO TREINAMENTO 2,6% 1,6% NEGÓCIOS, SERVIÇOS E OUTROS VAREJOS FOTO, GRÁFICA SINALIZAÇÃO NÚMERO DE UNIDADES 93.098 2012 941 +12,3% NOVAS REDES NOVAS UNIDADES POSTOS DE TRABALHO 2011 2012 NÚMERO DE REDES (marcas) 2.031 2011 +12,3% 2.426 +19,4% 2012 EXPANSÃO DAS MICROFRANQUIAS FATURAMENTO (bilhões R$) 3,7 2011 4,5 +22% 2012 Nº DE REDES (marcas) 336 2011 368 Nº UNIDADES 12.561 13.352 +6% +10% 2012 2011 2012 MICROFRANQUIAS EM RELAÇÃO AO MERCADO DE FRANQUIAS TRADICIONAL PARTICIPAÇÃO 4,2% 4,4% MARCAS 17% +4,8% 2011 2012 15,2% Nº UNIDADES 13,5% 12,8% -5,2% -10,6% 2011 2012 2011 2012 2012 EXPECTATIVAS PARA 2013 FATURAMENTO GERAÇÃO DE EMPREGOS (mil pessoas) 838 104.543 +16,2% 2011 2011 R$ 3,7 bilhões para R$ 4,5 bilhões. Em número de redes, as microfranquias passaram de 336 para 368, uma evolução de 10% no período. Já em unidades, de 12.561 foram para 13.352, um acréscimo de 6%. Na participação percentual em relação às franquias tradicionais, em 2012 as microfranquias representaram uma parcela de 4,4%. Em 2011, a fatia era de 4,2%. No caso das marcas, a participação era de 17% em 2011 e, em 2012, caiu para 15,2%. Já no número de unidades, de 13,5% em 2011 diminuiu para 12,8% em 2012. Para a ABF, tal comportamento se justifica por certa acomodação no surgimento de novos negócios, bem como pela evolução de algumas marcas. +16% + 9% +11% +11% GESTÃO DO COMPOSTO DE MARKETING C M Y Microfranquias Os negócios enquadrados como microfranquia, aqueles com investimento inicial de até R$ 50 mil e faturamento mensal máximo até R$ 30 mil, tiveram uma expansão considerada estável, quando comparada ao universo das franquias tradicionais. Em faturamento, as microfranquias cresceram 22% em 2012 sobre 2011, saltando de Visão Integrada de Produto, Preço, Distribuição e Comunicação. Táticas para Empresas Brasileiras. Casos e Aplicações Flávio Torres Urdan e André Torres Urdan CM MY CY CMY K 2a edição (2013) | 488 páginas de R$ 109,00 por GESTÃO EM AMBIENTES MULTICULTURAIS Letícia Fantinato Menegon, Germano Glufke Reis e Gilberto Sarfati FALANDO DE SERVIÇOS Um Guia para Compreender e Melhorar os Serviços em Empresas e Organizações ADMINISTRAÇÃO DE MARKETING Conceitos, Estratégias e Aplicações Kleber Nóbrega Angela Maria da Rocha, Jorge Brantes Ferreira e Jorge Ferreira da Silva 1a edição (2013) | 122 páginas 1a edição (2013) | 288 páginas 1a edição (2012) | 680 páginas de R$ 32,00 por de R$ 55,00 por R$ 25,60 R$ 44,00 de R$ 120,00 por R$ 96,00 R$ 87,20 Compre essas obras com 20% de desconto, frete grátis e pagamento facilitado, somente pelo: 0800 17 1944 ou em nossas filiais atlas.com.br Preços sujeitos a alteração sem prévio aviso. Oferta válida até 15/04/2013 33 BYOD – Seu dia a dia agora passa por aqui 34 “Pela primeira vez, os usuários declararam sua independência de `hardware`” Mas aí chegamos ao trabalho e nos vemos obrigados a desligar nossa recém-adquirida metade digital em prol da realidade corporativa, certo? Errado! BYOD (Bring Your Own Device) , que em português quer dizer “Traga Seu Próprio Dispositivo”, foi a maneira encontrada pelas empresas para adicionar essa nossa recém-desenvolvida metade ao mundo dos negócios. A velocidade com que os negócios evoluem e a necessidade crescente de comunicar e nos manter atualizados trouxe um cenário até há pouco tempo impensado para os departamentos de TI das empresas: permitir que os usuários tragam seus aparelhos eletrônicos utilizados em seu dia a dia e os conectem às redes corporativas, acessando e-mails, intranets, sistemas corporativos e até sistemas de verificação de produção, com seus quadros sinóticos e de acompanhamento de indicadores. Pela primeira vez, os usuários declararam sua independência de “hardware” e agora possuem uma ampla variedade de equipamentos, que, por vezes, são mais potentes e mais rápidos do que aqueles disponibilizados pelas empresas. Da mesma forma que compartilham suas opiniões e detalhes de seu cotidiano nas redes sociais, os usuários querem compartilhar seus dispositivos no mundo corporativo. De bom grado oferecem suas preciosidades digitais para receberem atualizações, pacotes de segurança, antivírus, sistemas de autenticação e assim poderem integrar-se à sua vida corporativa e, a partir daí, levá-la consigo, usufruindo sua recém-adquirida liberdade de tempo, espaço e sua nova capacidade de estar conectado sempre e onde quiser. O mundo corporativo passa por aqui. E a sua empresa já está preparada para o futuro, agora? DIVULGAÇÃO Atualmente, a maioria de nós está, de alguma forma, conectada a alguma rede social, quer seja ela de caráter mais informal, como o Facebook, ou de negócios, como o LinkedIn. Utilizamos também softwares aplicativos que nos permitem armazenar e compartilhar documentos e fotos no que hoje chamamos de computação na nuvem, ou simplesmente nuvem, através de discos virtuais disponibilizados de forma gratuita por grandes empresas como Microsoft e Google, permitindo-nos guardar fotos, planilhas e documentos, e mantê-los lá por tempo indefinido, compartilhando-os com nossa rede de amigos, se assim o quisermos. Todas essas tecnologias têm em comum o fato de funcionarem em multiplataforma, em uma variedade de dispositivos, desde smartphones e tablets até notebooks e computadores pessoais de mesa. A cada dia somos mais dependentes e ligados a esses “pequenos dispositivos”, que carregamos conosco todo o dia, para cima e para baixo. Estamos acostumados e a eles conectados de forma pessoal e intimista – eles fazem parte de nossas vidas e atuam como extensões de nós mesmos. Avisamos que estamos em determinado restaurante, classificamos nossa comida preferida, atribuímos notas a hotéis e pousadas, entre outras centenas de atividades de nosso cotidiano. Adm. Tadeu Cabral Alves Longo CRA-SP nº 57.171 Especialista em Gestão de TI, implementação de sistemas ERP e de manufatura bcscomunicação Opinião Vivências empresariais acontecem no Espaço Manacá. Workshops, treinamentos, seminários, eventos especiais. Ligue e reserve seu espaço: 11 3087 3200 No Espaço Manacá, você encontra toda a infraestrutura com a mais avançada tecnologia, localização privilegiada e capacidade para receber até 400 pessoas. Faça seu evento corporativo, acesse www.espacomanaca.com.br Colaborações para esta seção podem ser enviadas para o e-mail [email protected] Os textos devem conter no máximo 3.000 caracteres (com espaços), nome completo do autor, foto em alta resolução e o registro no CRA-SP. → Este artigo reflete, exclusivamente, a opinião de seu autor. O CRA-SP não se responsabiliza pelas ideias nele contidas. Av. 9 de Julho, 3.830 - Jardins | + 55 11 3087.3200 | www.espacomanaca.com.br Meu plano de saúde não cobre o médico e o hospital que eu prefiro me tratar. E agora? Administrador: não se preocupe. Com a parceria do SAESP com a Qualicorp, os planos de saúde que oferecem os melhores médicos, hospitais e laboratórios do Brasil já estão ao seu alcance.¹ Planos até 50 Ligue e confira: %mais baratos.2 0800 799 3003 ou acesse www.qualicorp.com.br ¹A comercialização dos planos respeita a área de abrangência das respectivas operadoras. ²Em comparação a produtos similares no mercado de planos de saúde individuais (tabela de fevereiro/2013 - Omint). Planos de saúde coletivos por adesão, conforme as regras da ANS. Informações resumidas. A cobertura de hospitais e laboratórios, bem como de honorários profissionais, se dá conforme a disponibilidade da rede médica e as condições contratuais de cada operadora e categoria de plano. Condições contratuais disponíveis para análise. Março/2013. Amil: Bradesco: Golden Cross: Omint: SulAmérica: Qualicorp Adm. de Benefícios: