MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLÓGICA DO RIO GRANDE DO NORTE DEPARTAMENTO DE RECURSOS HUMANOS EDITAL Nº. 08/2009-DRH/IFRN Questão 1: As leis de Kepler para o movimento planetário, empíricas, passaram a ter um suporte teórico com o advento das leis de Newton para a dinâmica rotacional e da gravitação universal. Com base nessa informação, Chave de correção da questão 1: a) Leis de Kepler: − Lei das Órbitas: As órbitas dos planetas são elípticas, tendo o Sol em um de seus vértices; − Lei das Áreas: um segmento de reta conectando o centro de qualquer planeta ao centro do Sol varre áreas iguais em intervalos de tempos iguais; − Lei dos Períodos: o quadrado do período de revolução de qualquer planeta em torno do Sol é diretamente proporcional ao cubo da distância média entre o centro deste planeta e o centro do Sol. Leis de Newton para a dinâmica rotacional: − primeira lei: quando o torque resultante sobre um corpo é nulo, o seu momento angular é constante; − segunda lei: a somatória dos torques sobre um corpo é igual à taxa de variação do seu momento angular; − terceira lei: quando um corpo exerce um torque sobre um segundo corpo, este segundo corpo exerce um torque sobre o primeiro de igual intensidade e direção, mas de sentido oposto. Lei da Gravitação Universal: − A força de atração gravitacional existente entre dois corpos é diretamente proporcional ao produto entre suas massas e inversamente proporcional ao quadrado da distância entre os centros desses corpos. b) há várias respostas possíveis para essa questão. Segue um exemplo: Dedução da Lei das Áreas: A área infinitesimal dA, percorrida pelo raio vetor r (o segmento de reta que liga o centro do planeta ao centro do Sol), corresponde à área de um triângulo retângulo de catetos v.dt e r, tal que dA= r⋅v⋅dt 2 onde v é a velocidade do planeta em movimento. Como v = w.r, onde w é a velocidade angular do planeta, tem-se: dA= r⋅r⋅w⋅dt r 2⋅w⋅dt = 2 2 O torque total exercido sobre o planeta é nulo, de forma que, de acordo com a primeira lei de Newton, o seu momento angular L é constante. Pode-se escrever 2 L= I⋅w=m⋅r 2⋅w r ⋅w= L m onde m é a massa do planeta. Substituindo-se o resultado acima na equação da área infinitesimal, tem-se dA= L ⋅dt 2⋅m Integrando-se ambos os lados em um intervalo definido, lembrando-se que L e m são constantes, tem-se: A= L ⋅t 2⋅m Pela equação acima, verifica-se que a área “varrida” pelo raio vetor r é diretamente proporcional ao intervalo de tempo da “varredura”. Questão 2: No laboratório de física do IFRN, os alunos de licenciatura em Física montaram um pêndulo balístico, representado na figura a seguir. No esquema, quando o elástico é esticado e, a seguir, liberado, o projétil é disparado na direção do pêndulo. A massa da haste que empurra o projétil é desprezível. Ao atingir o pêndulo, o projétil fica incrustado nele e ambos se deslocam até uma altura máxima h, medida com relação à posição de repouso do pêndulo. Considere que o elongamento do elástico seja x, a massa do projétil seja m, a massa do pêndulo seja M e a aceleração da gravidade seja g. Com base no exposto, responda às solicitações seguintes. Chave de correção da questão 2: a) Supondo que o coeficiente de elasticidade k do elástico seja constante, obtenha uma expressão para a variação da energia interna do sistema elástico-projétil-pêndulo, em termos de k, x, m, M, g e h; E inicial = E final k⋅x 2 U inicial =mM ⋅g⋅h U 2 final U final −U inicial = ΔUint = k⋅x 2 −mM ⋅g⋅h 2 k⋅x 2 − m M ⋅g⋅h , onde Uint é a energia interna do sistema. 2 b) Supondo novamente que k seja constante, obtenha uma expressão para k em termos de x, m, M, g e h. Inicialmente, toda a energia potencial elástica é convertida em energia cinética do projétil: Inicialmente, toda a energia potencial elástica é convertida em energia cinética do projetil: k⋅x 2 m⋅v 2 = 2 2 2 k⋅x , onde v é a velocidade do projetil. v= m Quando o pêndulo chega à altura máxima, toda a energia cinética que ele possuía após a colisão com o projetil foi convertida em energia potencial gravitacional: m M ⋅V 2 = m M ⋅g⋅h 2 colisão. V = 2⋅g⋅h , onde V é a velocidade do pêndulo logo após a No instante da colisão, há conservação do momento linear: m⋅v= m M ⋅V Substituindo-se os valores de v e V na equação acima, tem-se: m⋅ 2 k⋅x = m M ⋅ 2⋅g⋅h m Elevando-se ao quadrado os dois lados da igualdade: 2 m⋅ k⋅x 2 2 =mM ⋅ 2⋅g⋅h m Finalmente, isolando-se k: k= 2⋅g⋅h 2 2 ⋅ m M m⋅x c) Se a energia potencial U, no elástico, for dada pela função U(x)=αx2-βx3, obtenha F(x), que representa a força elástica em função da posição. F x=− dU dx F(x) = 3.β.x2 – 2.α.x