UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
SA: A Tomada de Consciência
PROF. FERNANDO BECKER
AS CONDUTAS PRÁTICAS
RELATIVAS À BALANÇA
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Fernando Freiesleben
Júnior Frezza
Luciano Luduvico
"DÊEM-ME UMA ALAVANCA E UM PONTO
DE APOIO E EU MOVEREI O MUNDO".
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Objetivo do experimento da Balança

relacionar os sucessos práticos e a compreensão
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CONTRA-PESO?
4
Variável distância 
...ou simplesmente
  rx F
Torque = P . q
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QUESTÕES A SEREM RESPONDIDAS


Até que ponto as sucessivas conceituações da
criança dependem de suas ações? Ou será que
são as conceituações que dirigem as ações?
É a coordenação das ações que ocasionam as
transitividades e as transmissões que intervêm
na noção de interação entre os pesos? Ou será
que é o progresso operatório que determina essas
conexões entre ações?
INTERAÇÃO ou RELAÇÃO entre pesos?
 SOMENTE entre pesos?

7
SITUAÇÕES PARA COLETA DE DADOS

I – Uma variável em jogo  Peso em apenas um
dos “braços” da balança.

II – Coordenação  P e P’

III – Coordenação  P, P’ e Pp.

IV – Coordenação  P, P’ e segunda balança
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NÍVEL IA
Na situação I a partida do carrinho é garantida
por uma única ação relacionada a apenas um dos
lados da prancha
 Ocorrem transmissões por prolongamentos da
ação.
Ex.: ação direta(empurrar o carrinho com a
mão), ação instrumental (fazer pressão na
prancha com a mão), utilização do peso da mão e
depois só do peso;

9
NÍVEL IA
Nas demais situações, o indivíduo não procura
nenhuma interpretação: “eu não sei” é tudo o que
podem dizer as crianças deste nível.
 As crianças deste nível ainda estão longe de uma
noção de igualdade quantitativa de pesos.

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NÍVEL IB
Surgimento da simetria: fator, de natureza
perceptiva e sensorio-motora, responsável pela
consideração da influência de um lado da balança
sobre o outro, mas que ainda não comporta
nenhuma transmissão mediata (noção de
influência recíproca – quantidade de pesos)
 Uma consequência: argumento de que a colocação
do peso no meio faz com que ele atue sobre as
duas extremidades.

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NÍVEL IB
Falta de instrumentos operatórios que
assegurariam tal igualdade: a quantificação e sua
adição.
 Indecisão quanto à natureza das ações do peso:
sustentar ou arrastar para baixo (auxílio mútuo).

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NÍVEL IIA

O progresso da compreensão prática, ou seja, a
coordenação das duas ações distintas que
consistem em intervir de um lado e do outro e não
mais de um lado ou do outro, é que explica a
formação das transmissões mediatas e de
sentidos contrários do nível IIA
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NÍVEL IIA


NIC (6;7): E se você colocasse o peso aqui (centro)? - Não,
não daria certo porque está no meio: não pode descer."
Situação II: coloca um peso em cada ponta: "São necessários
dois do mesmo tamanho.
VAL (6 ;8). Situação III: "Eu colocaria as pilhas grandes
deste lado, porque ele está mais alto, e aquele mais baixo."
Ela coloca dois pequenos, depois os substitui por 2 grandes:
sucesso. Quanto ao porquê: "Acontece que há a mesma coisa
dos dois lados." Como não há mais nada além do lado
maior, é, portanto, em seu peso que ela pensa.
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NÍVEL IIB
Quando o fator distância não é relacionado
simplesmente a considerações de simetria mas ao
peso, ele, geralmente, só intervém no nível IIB:
BOU ( 10;2). Situação II: "Pus as duas
extremidades
em
equilíbrio.
Pode-se
acrescentar? - Sim, mas sempre os mesmos pesos
e nas duas extremidades. - Por quê? - Se puser
(um) cada vez mais próximo ao centro, é o outro
que o leva."
 TON (10;7): "Quanto mais se levar para o centro,
mais abaixa“ : ela compensa, então, um pequeno
na extremidade com um maior perto do centro.

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CONCLUSÕES


Outra questão: Todas essas novidades resultam do fato da
ação prática do individuo chegar a levar em consideração os
dois lados simultaneamente (no nível IB)?
Sem as ações particulares do indivíduo que se preocupam
ao mesmo tempo pelos dois lados da prancha, ele não seria
conduzido a admitir influências mútuas de sentidos
contrários, que implicam nas transmissões. Mas há
defasagem de um nível entre a subfase IB, em que
principiam os progressos práticos, e a fase II em que a
compreensão é adquirida, e deve, portanto, se passar
alguma coisa entre elas duas.
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CONCLUSÕES



É essencial distinguir, no seio da inteligência prática em si,
as ações específicas que consistem em colocar um peso, em
retirá-lo, em escolher posições, etc., e as coordenações
progressivas que permitem interligar ações diferentes em
um sistema mais eficaz.
Tais coordenações não são retiradas das ações particulares,
pois elas consistem em colocá-las em conexão, já que essas
ações já existiam anteriormente e sob as mesmas formas,
sem poderem se coordenar por si mesmas.
É, portanto, que sua colocação em conexão supõe o
emprego daquilo que chamamos as "coordenações gerais
da ação", tais como a reunião, a ordenação, a
correspondência, etc., cuja origem é mais profunda
(biológica), e que utiliza a inteligência prática em suas
correções e regulagens graduais, portanto através de novos
esforços de colocação em conexão.
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CONCLUSÕES



Embora a inteligência prática tenha desempenhado o papel
funcional de motor na solução de problemas como o da
balança, a descoberta das transmissões, transitividades,
etc., à qual ela conduz, supõe, além disso, uma abstração
reflexionante a partir dessas coordenações gerais.
Características das ações e das coordenações:
Ações particulares se referem aos objetos e
comportam sempre um aspecto físico, enquanto
coordenações gerais se referem às próprias ações, já que se
trata de coordená-las, e são, portanto, de natureza lógicomatemática.
Desta forma, para coordenar ações físicas é necessário
recorrer a instrumentos lógico-matemáticos, por mais
elementares que sejam.
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CONCLUSÕES


Na ausência de coordenações suficientes estas, dão lugar a
apenas uma tomada de consciência incompleta e
deformadora.
Por outro lado, as coordenações progressivas, que intervem
a partir das correções e regulagens da ação, resultantes de
abstrações reflexionantes, permitem novas formas de
correções e regulagens, quando as ações sucessivas são
reunidas em um todo representativo, daí uma conceituação
adequada, que se traduz, então, pela formação das
primeiras operações concretas: a reversibilidade
provocando a interação ou a compensação entre pesos que
agem em sentidos contrários, a transitividade acarretando
a transmissão mediata dessas ações, a adição permitindo as
composições, etc.
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CONCLUSÕES

A diferença entre as ações particulares, de
conteúdo físico, e as coordenações de natureza
lógico-matemática em suas origens, ou causais
em suas atribuições aos objetos, é marcada,
portanto, de modo evidente, em suas tomadas de
consciência conceituadas.
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