UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL PPGEdu TOMADA DE CONSCIÊNCIA: O CAMINHO DO FAZER AO COMPREENDER II FAZER E COMPREENDER (p. 176) Juliana Gonçalves Kátia Szczepaniak Porto Alegre 2010/1 Fazer é compreender em ação uma dada situação. Compreender é conseguir dominar em pensamento as mesmas situações. (porquê e como das ações) Em que consistem as coordenações da ação e as coordenações conceituais, desde as tomadas de consciência elementares até as conceituações superiores? AÇÃO Material e movimentos) PENSAMENTO causal (coord. Natureza implicativa (ligações entre as significações) Procedem sistematicamente de um em um (materiais) Coord. Garante Deduções uma acomodação contínua no presente; fácil conservação do passado; mas impede as inferências relativas ao futuro. Mentais por conjuntos simultâneos sobre o possível Os movimentos que constituem a ação não se sucedem linearmente, mas se encadeiam sob a forma de ciclos relativamente fechados em que consistem os esquemas, e estes correspondem a uma teleonomia (satisfação das necessidades). Se conservam por seu próprio exercício, e sua utilização dos objetos volta a integrá-los nesses ciclos, o que é um processo de assimilação cognitiva. A característica mais geral dos estados conscientes (desde as ações até as conceituações dos níveis superiores) é a de exprimir significações e reuni-las através de uma forma de conexão (implicação significante). Herança mais direta da ação: o sistema das coordenações operacionais, que transforma os objetos do pensamento assim como a ação modifica os objetos materiais...a esse respeito a operação é uma ação “significante” e não mais física. A passagem da ação para a conceituação consiste em uma espécie de tradução da causalidade em termos de implicação: conexão entre significações. FAZER COMPREENDER Isolar a razão das coisas. Saber que precede a ação e pode abster-se dela. Somente utilizá-las com sucesso. Condição preliminar da compreensão. Se há isomorfismo entre as estruturas causais da ação e de seus objetos e as estruturas implicativas do pensamento, as segundas limitando-se a fornecer a razão das primeiras, como explicar que essas razões se tornem autônomas, a ponto de abster-se de todo objeto atual? Buscando a razão de um fenômeno físico o indivíduo chega, necessariamente, a situar, em um mundo de relações possíveis, as relações reais observadas atualmente. O indivíduo tem necessidade para compreender o processo, de construir em pensamento séries indefinidas com recorrência, transitividade ou alternâncias regulares, etc. A compreensão ou a procura da razão só pode ultrapassar os sucessos práticos e enriquecer o pensamento na medida em que, pelos dois motivos precedentes e conjuntos, o mundo das “razões” se amplia sobre os possíveis e transborda, assim, o real.