ANÁLISE E GERENCIAMENTO DE RISCOS CORPORATIVOS rumo à ética e à integridade públicas João Pessoa-PB, 28/11/2014 Paulo Grazziotin, AFC [email protected] Ementário de Gestão Pública https://groups.google.com/forum/#!forum/prgg https://pt-br.facebook.com/ementariogestaopublica https://twitter.com/ementario (inscreva-se e divulgue este serviço cidadão de fortalecimento de controles, mitigação de riscos e inspiração de compliance) 2 1. INTRODUÇÃO “Não receie tomar posse daquilo que é seu” (William Shakespeare; 1564-1616; Macbeth). A Pátria (1918), óleo sobre tela de Pedro Bruno. Dimensões: 278 x 190 cm. Museu da República-RJ. NÍVEIS DA ORGANIZAÇÃO COMPONENTES DO GERENCIAMENTO DE RISCOS CORPORATIVOS 4 CATEGORIAS DE OBJETIVOS ORGANIZACIONAIS COSO ICIF 2013 (Controles Internos) referenciado pela ISO 31000 (Gestão de Riscos) OBJETIVOS ORGANIZACIONAIS 5 COMPONENTES INTEGRADOS DO CONTROLE INTERNO INTEGRIDADE/CONFORMIDADE 7 2. GERENCIAMENTO DE RISCOS NA UG Apresentação deste módulo com base no Método Brasiliano de Análise de Riscos e na ferramenta Risk Vision. A Pátria (1918), óleo sobre tela de Pedro Bruno. Dimensões: 278 x 190 cm. Museu da República-RJ. Análise e gerenciamento de riscos corporativos (61) 8215-2665 [email protected] Paulo Grazziotin GERENCIAMENTO DE RISCOS “A gestão de riscos é elemento fundamental para a construção da governança corporativa. A implantação e o aprimoramento da gestão de riscos na organização constitui um processo de aprendizagem organizacional que começa com o desenvolvimento de uma consciência sobre a importância de gerenciar riscos e avança com a implantação de práticas e estruturas necessárias à gestão de riscos. O ápice desse processo se dá quanto da organização conta com uma abordagem consistente para gerenciar riscos e com uma cultura organizacional aderente aos princípios e práticas da gestão de riscos” (SEAUD/SEGECEX/TCU). Gerenciamento de riscos é o conjunto de técnicas que visa reduzir os efeitos das perdas. Enfoca o tratamento dos riscos que possam causar danos pessoais, materiais, ao meio ambiente e à imagem da empresa. É ainda a oportunidade de fazer com que a empresa mantenha e conquiste novos negócios e gerencie suas perdas de forma equilibrada e racional. O Gerenciamento de riscos é um processo interativo composto de etapas bem definidas que, realizadas em sequência, suportam melhor as tomadas de decisões, contribuindo com a redução dos riscos e seus impactos. Análise e gerenciamento de riscos corporativos (61) 8215-2665 [email protected] Paulo Grazziotin GERENCIAMENTO DE RISCOS E CONTROLE INTERNO “O Gerenciamento de riscos corporativos é um processo conduzido em uma organização pelo conselho de administração, diretoria e demais empregados, aplicado no estabelecimento de estratégias, formuladas para identificar em toda a organização eventos em potencial (portfólio de riscos), capazes de afetá-la, e administrar os riscos de modo a mantê-los compatível com o apetite a risco da organização e possibilitar garantia razoável do cumprimento dos seus objetivos (estratégicos, operações, comunicação e conformidade)” (BRASILIANO, Antonio Celso Ribeiro. Gestão e análise de riscos corporativos: Método Brasiliano avançado. São Paulo: Sicurezza Editora, 2012, 2ª ed, p. 13). “Controle interno é um processo conduzido pela estrutura de governança, administração e outros profissionais da entidade, e desenvolvido para proporcionar segurança razoável com respeito à realização dos objetivos relacionados a operações, divulgação e conformidade” (COSO ICIF 2013, Controle Interno - Estrutura Integrada, Sumário Executivo, IIA Brasil, maio/2013). Análise e gerenciamento de riscos corporativos (61) 8215-2665 [email protected] Paulo Grazziotin RM NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA “No Brasil, ainda não há um referencial que oriente a estruturação da gestão de riscos na administração pública federal. O mais próximo disso é o GESPÚBLICA, que consiste em conjunto de orientações e parâmetros para avaliação da gestão, embora esse modelo de gestão não tenha enfoque específico para gerenciamento de riscos” (TC-011.745/2012-6, Acórdão nº 2.467/2013-TCU-Plenário). Com base no modelo de gestão de riscos adotado pelo governo do Reino Unido, o TCU iniciou aplicação de ferramenta avaliativa na esfera da administração federal indireta, uma vez que nesse setor a gestão de riscos é assunto de conhecimento geral, e é adotada em muitas empresas estatais e autarquias como parte do seu modelo gerencial (TC-011.745/2012-6, Acórdão nº 2.467/2013-TCU-Plenário). Determinação à SEAUD para que acompanhe as ações do MPOG voltadas à disseminação de metodologia de gestão de riscos nos órgãos do Poder Executivo, com a finalidade de desenvolver instrumentos de avaliação da maturidade de gestão de riscos (item 9.1.2, TC-011.745/2012-6, Acórdão nº 2.467/2013-TCU-Plenário). Veja as boas experiências dos Ministérios da Previdência Social e da Fazenda: http://www.pmimf.fazenda.gov.br/frentes-de-atuacao-do-pmimf/riscos/noticias Análise e gerenciamento de riscos corporativos (61) 8215-2665 [email protected] Paulo Grazziotin RM NA ADMINISTRAÇÃO INDIRETA i. ii. iii. iv. v. Após contatos com entidades da Administração Pública federal indireta, verificou-se que tem-se optado, nos dias atuais, pela(s) seguinte(s) metodologia(s): ABNT NBR ISO 31000:2009 - conjunto de recomendações, idealizado por 35 países, para o aprimoramento da integridade de empresas. Objetiva uma linguagem comum, a padronização das melhores práticas, traz abordagens para implementação e propõe a convergência de todas as ISO`s. A ISO 31010 é utilizada na implantação da gestão de riscos, pois descreve as ferramentas e técnicas para aplicação dos preceitos recomendados pela ABNT NBR ISO 31000; COSO II ERM (2004) – além de vinculado ao IIA, é reconhecido mundialmente por fornecer orientações sobre os aspectos críticos da gestão organizacional, ética empresarial, controles internos, gestão de riscos, fraudes e informações financeiras; ISO GUIDE 73 – Guia ISO de padronização do vocabulário para uniformização das terminologias utilizadas no Gerenciamento de Riscos; Guia de Orientação para Gerenciamento Corporativo – IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa); e/ou Método Brasiliano de Gestão de Riscos - método que apresenta o processo de gestão de riscos com base na ABNT NBR ISO 31000:2009, bem como desenvolve ferramentas e técnicas de suporte para a gestão de riscos. Desenvolvida pela empresa Brasiliano e Associados com base na ferramenta Risk Vision. Análise e gerenciamento de riscos corporativos (61) 8215-2665 [email protected] Paulo Grazziotin 1ª fase: BIA - IMPACTO NO NEGÓCIO (identificação/classificação de de processos críticos) BIA (Business Impact Analysis) - é o coração da gestão de continuidade de negócios (PDCA). Identificar (workshop com gestores, brainstorming) os processos críticos de trabalho da unidade organizacional (ou programa de governo) sujeitos a vulnerabilidades, por macroprocesso. Avaliar a relevância do impacto no negócio (subcritérios: imagem, financeiro, legislação e operacional), conferindo uma média ponderada ao impacto. Nível de impacto no negócio de cada processo crítico de trabalho (massivo, severo, moderado, leve). Abrandar ou agravar a média ponderada com o nível de tolerância (tempo) à inação saneadora. Conferir status de criticidade (crítico, moderado, leve) a cada processo de trabalho vulnerável. Elaborar a Matriz de Processos Críticos e definir o que é alto, médio e baixo para impactos de imagem, financeiro, legislação e operacional. Análise e gerenciamento de riscos corporativos (61) 8215-2665 [email protected] Paulo Grazziotin 1ª fase: BIA - IMPACTO NO NEGÓCIO (identificação/classificação de de processos críticos) • • • • Subcritérios, segundo a Norma de Gestão de Riscos da FERMA (Federation of European Management Associations): Imagem (estratégico) – relacionados aos objetivos estratégicos de longo prazo (reputação, alterações jurídicas e regulamentares, riscos de soberania e políticos, disponibilidade de capital, alteração do meio ambiente físico, novos entrantes, estagnação, etc.); Financeiro – liquidez, disponibilidade de crédito, contingenciamentos, taxa de câmbio, movimento de taxas de juros e câmbio, endividamento, etc.; Legislação (conformidade legal, compliance) – a relacionados com temas como saúde e segurança, meio ambiente, práticas comerciais, proteção do consumidor, proteção de dados, assuntos regulamentares, legislação laboral, tributário, contratual; Operacional – cotidiano operativo com o qual a organização é confrontada quando se esforça para atingir os seus objetivos estratégicos (risco operacional). Análise e gerenciamento de riscos corporativos (61) 8215-2665 [email protected] Paulo Grazziotin 1ª fase: BIA - IMPACTO NO NEGÓCIO (identificação/classificação de de processos críticos) Estimulações cruciais que poderão ser pelo(s) facilitador(res), durante o workshop (não passar de 2 horas): questionar os processos para identificar quais são os cenários factíveis de interrupção dos mesmos, e quando acontecem? (considerar o pior cenário); quais os impactos que decorrerão destes cenários?; o que pode dar errado?; como e onde podemos falhar?; o que deve dar certo?; onde somos vulneráveis?; quais ativos devemos proteger?; onde podemos ser roubados ou furtados?; e etc. Análise e gerenciamento de riscos corporativos (61) 8215-2665 [email protected] Paulo Grazziotin subcritérios 5 (influencia muito); 4 (influencia); 3 (influencia medianamente); 2 (influencia pouco); 1 (influencia quase nada) Análise e gerenciamento de riscos corporativos (61) 8215-2665 [email protected] Paulo Grazziotin Análise e gerenciamento de riscos corporativos (61) 8215-2665 [email protected] Paulo Grazziotin 2ª fase: LISTAGEM, DEFINIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DOS RISCOS Conhecendo os objetivos estratégicos e organizacionais, em workshop (brainstorming), tendo por base os processos críticos de trabalho já levantados na 1ª fase, identificar os riscos (perigos) para a unidade organizacional (ou programa de governo). Tanto os riscos conhecidos como os até então desconhecidos (aqueles que nunca ocorreram, mas podem ocorrer). Montar quadro com riscos, definição e classificação (conformidade/legal, operacional, financeiro ou estratégico). Análise e gerenciamento de riscos corporativos (61) 8215-2665 [email protected] Paulo Grazziotin Análise e gerenciamento de riscos corporativos (61) 8215-2665 [email protected] Paulo Grazziotin 3ª fase: FATORES DE RISCO Dados os objetivos estratégicos e organizacionais e com o uso do Diagrama de Ishikawa (causa e efeito/espinha-de-peixe) com 6 macro fatores de riscos (facilitadores/fontes de riscos: TI, RH, MEIOS ORGANIZACIONAIS, INFRAESTRUTURA PATRIMONIAL, AMBIENTE EXTERNO e AMBIENTE INTERNO), os quais podem potencializar a concretização riscos listados na 2ª fase, identificar fatores (fontes de risco) que possam concretizar o risco para cada macro fator. Os macro fatores de riscos podem variar de acordo com o negócio ou o processo estudado. Na busca dos fatores de risco, o(s) facilitador(es) pode(m) utilizar-se da análise SWOT, inclusive. Poder-se-ia citar, no workshop, as espécies de riscos operacionais abordadas pelo TCU no item 3.3 do relatório proferido nos autos do TC018.401/2004-2, publicado no D.O.U. de 22/11/2005, Seção 1, ps. 144145, quais sejam: a) risco humano (erro não-intencional; qualificação; fraude); b) risco de processo (modelagem; transação; conformidade; controle; técnico); c) risco tecnológico (equipamentos; sistemas; confiabilidade da informação). Análise e gerenciamento de riscos corporativos (61) 8215-2665 [email protected] Paulo Grazziotin 3ª fase: FATORES DE RISCO Tecnologia da Informação (MTA-Meios Técnicos Ativos) – levantamento da não existência de sistemas eletrônicos/informatizados. RH-Segurança (RH) – levantamento do nível de qualificação, quantidade, posicionamento tático da equipe. Meios Organizacionais (MO) – levantamento se a organização dispõe de normas de rotina e de emergência, políticas de tratamento de riscos e gerenciamento de riscos corporativos. Infraestrutura (MTP-Meios Técnicos Passivos) – levantamento de recursos físicos. Ambiente Externo (AE) – levantamento de cenários prospectivos, identificando fatores externos sem governabilidade, mas que influenciam na concretização de perigos (criminalidade, mercados paralelos, estrutura do Judiciário, corrupção, movimento sindical, etc.). Ambiente Interno (AI) – levantamento do nível de relacionamento colaboradores-alta administração, remuneração, clima organizacional, cultura organizacional, política de RH, correição, ética, metas, etc. Análise e gerenciamento de riscos corporativos (61) 8215-2665 [email protected] Paulo Grazziotin macro fatores de risco (macro causas) TI–TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO fatores de risco (fatores facilitadores) CAUSAS CAUSAS EFEITO INFRAESTRUTURA “Entender de tudo é impossível, mas ser flexível na busca de entender o que lhe cerca, é possível. Entretanto, o impossível é a brasa do possível” (Tibor Simcsik). Análise e gerenciamento de riscos corporativos (61) 8215-2665 [email protected] Paulo Grazziotin Vantagens do Diagrama de Ishikawa (causa e efeito/espinha-de-peixe) É educativo, pois exige um esforço coletivo de profissionais para hierarquizar as causas (“fatores de risco”) identificadas e agrupá-las em grandes grupos (“macro fatores de risco”) que abordam o mesmo tema (risco). Direciona o foco da atenção para o problema (risco), levando à conscientização dos profissionais de que sua solução não se restringe a atitudes simplistas (substituir pessoas, adquirir equipamentos...), mas exige uma abordagem integrada para combater as diversas causas possíveis. Conduz à efetiva pesquisa das causas, evitando-se o desperdício de esforços da equipe de profissionais com o estudo de aspectos não relacionados ao problema (risco). Nivela a compreensão dos envolvidos, no workshop, com o problema (risco). Permite uso genérico, sendo aplicável a problemas das mais diversas naturezas. Fonte: adaptação de LINS, B. F. E. Ferramentas básicas de qualidade. Revista Ciência da Informação. Brasília, v.22, nº. 2, p.153-161, maio/ago. 1993. Análise e gerenciamento de riscos corporativos (61) 8215-2665 [email protected] Paulo Grazziotin Limitações do Diagrama de Ishikawa (causa e efeito/espinha-de-peixe) Uma significativa limitação da ferramenta “reside no fato de que o resultado encontrado não é exato. Como o diagrama é construído a partir de opiniões e percepções de um grupo de pessoas, é possível que, ao se mudar os integrantes do grupo, as conclusões obtidas no estudo de um mesmo problema não sejam as mesmas”. “Para mitigar essa limitação, é preciso que o grupo estude o assunto com base em diversas fontes de informações antes da reunião de construção do diagrama e ouça os diferentes atores envolvidos. Além disso, validar o instrumento com gestores e especialistas é importante para acrescentar causas que não foram citadas e retirar aquelas que não interferem ou são pouco significativas para produzir o problema estudado”. Fonte: Técnica de Análise de Problemas para Auditorias (SEAUD/SEGECEX/TCU, 2013, ps. 15 e 16). Análise e gerenciamento de riscos corporativos (61) 8215-2665 [email protected] Paulo Grazziotin 4ª fase: ANÁLISE DE RISCOS Critério universal de probabilidade e impacto. Construir a Matriz de Probabilidade, baseada em média aritmética entre os 6 macro fatores de riscos, acrescidos da exposição ao risco. Daí se obtém um número para a classificação da probabilidade do risco (baixa, média, alta, muito alta e elevada), para cada risco identificado na 2ª fase. Construir a Matriz de Impacto, baseada em média ponderada subcritérios imagem, financeiro, legislação e operacional (=BIA). Daí se obtém um número indicativo do nível de impacto (muito leve, leve, moderado, severo e massivo), para cada risco identificado na 2ª fase. MTA+RH+MO+MTP+AE+AI FR (Fato de Risco) = --------------------------------------6 Análise e gerenciamento de riscos corporativos (61) 8215-2665 [email protected] Paulo Grazziotin 4ª fase: ANÁLISE DE RISCOS O máximo GP (Grau de Probabilidade) que poderia ser obtido seria 25. “Para transformar esta classificação subjetiva em uma classificação objetiva, basta multiplicar o fato 4. Por que fator 4? Porque estamos fazendo uma equivalência entre o número máximo obtido na multiplicação direta entre os dois fatores (fator de riscos x fator de exposição) que é 25 e a porcentagem da probabilidade máxima que é 100%” (BRASILIANO, Antonio Celso Ribeiro. Op. cit. p. 91). Desta forma, teríamos a tabela a seguir: Escala Nível de Probabilidade 1-5 Baixa 4% a 20% 5,01 - 10 Média 20,01% a 40% 10,1 - 15 Alta 40,01% a 60% 15,01 - 20 Muito Alta 60,01% a 80% 20,01 - 25 Elevada 80,01% a 100% Sempre haverá um risco residual de 4%. Análise e gerenciamento de riscos corporativos (61) 8215-2665 [email protected] Paulo Grazziotin E (exposição) – frequência com que os perigos costumam manifestar-se 5 (uma ou + vezes por mês); 4 ( uma ou + vezes por ano); 3 (uma ou + vezes a cada 5 anos); 2 (uma ou + vezes a cada 10 anos); 1 (remotamente possível) GP = (FR x E) macro fatores de risco (GP x 4) 5 (influencia muito); 4 (influencia); 3 (influencia medianamente); 2 (influencia pouco); 1 (influencia quase nada) Análise e gerenciamento de riscos corporativos (61) 8215-2665 [email protected] Paulo Grazziotin 4ª fase: ANÁLISE DE RISCOS Utilizando-se de 4 fatores de impacto: a) IMAGEM (peso 1); b) FINACEIRO (peso 1); c) LEGISLAÇÃO (peso 2); e d) OPERACIONAL (peso 2). PONTUAÇÃO ESCALA IMAGEM FINANCEIRO LEGISLAÇÃO OPERACIONAL 5 De caráter internacional Massivo Perturbações muito graves Perturbações muito graves 4 De caráter nacional Severo Graves Graves 3 Regional Moderado Limitadas Limitadas 2 Local Leve Leves Leves 1 De caráter individual Insignificante Muito leves Muito leves Análise e gerenciamento de riscos corporativos (61) 8215-2665 [email protected] fatores de impacto Paulo Grazziotin Análise e gerenciamento de riscos corporativos (61) 8215-2665 [email protected] 4ª fase: ANÁLISE DE RISCOS Classificação do nível de impacto: GRAU DE IMPACTO NÍVEL DE IMPACTO 4,51 – 5,00 Massivo 3,51 – 4,50 Severo 2,51 – 3,50 Moderado 1,51 – 2,50 Leve 1,00 – 1,50 Muito leve Paulo Grazziotin Análise e gerenciamento de riscos corporativos (61) 8215-2665 [email protected] Paulo Grazziotin 5ª fase: AVALIAÇÃO DE RISCOS Para melhor visualização, e preparando-se para implementar uma forma de tratamento de cada risco, constrói-se uma Matriz de Riscos, “permitindo o acompanhamento da dinâmica dos riscos” (BRASILIANO, Antonio Celso Ribeiro. Gestão e análise de riscos corporativos: Método Brasiliano avançado. São Paulo: Sicurezza Editora, 2012, 2ª ed, p. 95). A partir do grau de probabilidade (GP) e do impacto (I), calcula-se o nível de riscos que é a multiplicação da média do Grau de Probabilidade de todos os riscos vezes a média do Impacto dos referidos riscos. Quanto maior o nível do risco, maior sua criticidade para o processo. O nível de risco serve para determinar seu apetite ao risco, conforme terminologia COSO. A organização pode decidir não tolerar nível de risco em seus processos acima de determinado nível, os quais seriam intoleráveis, merecendo ação e tratamento imediatos por parte dos gestores. Análise e gerenciamento de riscos corporativos (61) 8215-2665 [email protected] Paulo Grazziotin Análise e gerenciamento de riscos corporativos (61) 8215-2665 [email protected] Paulo Grazziotin Análise e gerenciamento de riscos corporativos (61) 8215-2665 [email protected] Paulo Grazziotin 5ª fase: AVALIAÇÃO DE RISCOS O nível do risco pode ser calculado de tempos em tempos, com o objetivo de monitoramento e acompanhamento da evolução do risco no processo, no unidade organizacional ou na organização. Para calcular o nível do risco, é necessário utilizar as variáveis já identificadas anteriormente: Grau de Probabilidade (GP) e Impacto (I). O nível de risco é a multiplicação da média do Grau de Probabilidade de todos os riscos vezes a média do Impacto de todos os riscos. Média do Nível de Risco = Média do GP x Média do I Quanto maior o nível de risco, maior sua criticidade para o processo. O nível de risco serve para determinar seu apetite ao risco. A organização pública pode decidir-se por não tolerar nível de risco em seus processos acima do nível 3. Análise e gerenciamento de riscos corporativos (61) 8215-2665 [email protected] Paulo Grazziotin Análise e gerenciamento de riscos corporativos (61) 8215-2665 [email protected] Paulo Grazziotin 6ª fase: PLANO DE AÇÃO “Depois de identificados, avaliados e mensurados, deve-se definir qual o tratamento que será dado aos riscos (...) As opções podem incluir os seguintes aspectos: a) a ação de evitar o risco ao se decidir não iniciar, ou descontinuar a atividade que dá origem ao risco; b) a tomada ou o aumento do risco na tentativa de tirar proveito de uma oportunidade; c) a remoção da fonte de risco; d) a alteração da probabilidade; e) a alteração das consequências; f) o compartilhamento do risco com outra parte ou partes; e g) a retenção do risco por uma decisão consciente e bem embasada” (BRASILIANO, Antonio Celso Ribeiro. Gestão e análise de riscos corporativos: Método Brasiliano avançado. São Paulo: Sicurezza Editora, 2012, 2ª ed, ps. 111 e 112). Poder-se-ia, então, aceitar (reter, reduzir, transferir ou explorar) ou rejeitar (evitar) os riscos. Para cada risco e respectiva(s) fonte(s) (fator de risco), técnica 5w2H (O quê?; Quem?; Quando?; Onde?; Porque?; Como?; Custo?). Análise e gerenciamento de riscos corporativos (61) 8215-2665 [email protected] Paulo Grazziotin Análise e gerenciamento de riscos corporativos (61) 8215-2665 [email protected] Paulo Grazziotin 7ª fase: PRIORIZAÇÃO DAS AÇÕES “A Ferramenta de Apoio à Decisão – Priorização das Ações tem por objetivo fazer com que o gestor e/ou analista possa de forma mais prática e objetiva enxergar, através de critérios pré estabelecidos e plotados em uma Matriz, as ações que são prioritárias em termos de benefícios. Os dois macro critérios são: i. Esforço de Implementação (custo, tempo, autonomia/decisão); ii. Benefício Estimado (eficácia operacional, probabilidade de dar certo, impacto no contexto)” (BRASILIANO, Antonio Celso Ribeiro. Gestão e análise de riscos corporativos: Método Brasiliano avançado. São Paulo: Sicurezza Editora, 2012, 2ª ed, p. 120). Análise e gerenciamento de riscos corporativos (61) 8215-2665 [email protected] Paulo Grazziotin Análise e gerenciamento de riscos corporativos (61) 8215-2665 [email protected] Paulo Grazziotin Análise e gerenciamento de riscos corporativos (61) 8215-2665 [email protected] Paulo Grazziotin Análise e gerenciamento de riscos corporativos (61) 8215-2665 [email protected] Paulo Grazziotin 8ª fase: ANÁLISE DE RISCO RESIDUAL Após a implementação do Plano de Ação. Volta-se à 4ª fase (análise dos riscos), com verificação do critério universal (probabilidade e impacto). Risco inerente é o risco do negócio, do processo ou da atividade, independente dos controles adotados. Risco residual é o risco que remanesce após a mitigação por controles internos administrativos. Análise e gerenciamento de riscos corporativos (61) 8215-2665 [email protected] Paulo Grazziotin Auditoria Interna no gerenciamento de riscos O papel da Unidade de Auditoria Interna no processo de gerenciamento de riscos de uma organização pode mudar ao longo do tempo e pode ser encontrado, em algum ponto do curso, abrangendo o seguinte espectro: • nenhum papel; • Auditoria do processo de gestão de riscos como parte do plano de auditoria interna (PAINT) (é o ideal); • suporte ativo e contínuo envolvimento nos processos de gestão de riscos, tais como participação em comitês de fiscalização, no monitoramento de atividades e relatórios de situação, na elaboração de planos de segurança, na definição de formulários de gerenciamento de riscos, etc. (incubadora; pode ser útil para iniciar o gerenciamento de riscos na organização); e • Administração e coordenação de processos de gestão de riscos (não é a tendência brasileira). PA/IIA nº 2100-3 Obs.: “Art. 6º A atividade de gerenciamento do risco operacional deve ser executada por unidade específica nas instituições mencionadas no art. 1º. Parágrafo único. A unidade a que se refere o caput deve ser segregada da unidade executora da atividade de auditoria interna, de que trata o art. 2º da Resolução 2.554, de 24 de setembro de 1998, com a redação dada pela Resolução 3.056, de 19 de dezembro de 2002” (Resolução/CMN nº 3.380, de 29.06.2006, DOU de 03.07.2006, S. 1, p. 15). Análise e gerenciamento de riscos corporativos (61) 8215-2665 [email protected] Paulo Grazziotin Rumo ao gerenciamento de riscos corporativos VISÃO HABILIDADES SOBRE HUMANAS A RM (CAPACITAÇÃO) INCENTIVOS DA CÚPULA RECURSOS MATERIAIS ($) PLANO DE AÇÃO P/ ADOTAR A RM MUDANÇA :-( HABILIDADES INCENTIVOS RECURSOS PLANO DE AÇÃO CONFUSÃO VISÃO :-( INCENTIVOS RECURSOS PLANO DE AÇÃO ANSIEDADE VISÃO HABILIDADES :-( RECURSOS PLANO DE AÇÃO MUDANÇA LENTA VISÃO HABILIDADES INCENTIVOS :-( PLANO DE AÇÃO FRUSTRAÇÃO VISÃO HABILIDADES INCENTIVOS RECURSOS :-( INDECISÃO “É claro que as instituições não se transformam e se purificam da noite para o dia. As velhas práticas – até por serem velhas – não são erradicadas apenas pela vontade de mudar ou pela decisão de fazê-lo. Isto não se faz por um ato. Trata-se, antes, de um processo” (Jorge Hage, Ministro-Chefe da CGU). Análise e gerenciamento de riscos corporativos (61) 8215-2665 [email protected] Paulo Grazziotin “É perdoável ser derrotado, mas nunca ser surpreendido” (Frederico II, o “Grande” Rei da Prússia, 1712-1786). “É impossível que o improvável nunca aconteça” (Emil Gumbel, estatístico alemão, 1891-1966). Análise e gerenciamento de riscos corporativos (61) 8215-2665 [email protected] Paulo Grazziotin46 3. COMPLIANCE A Pátria (1918), óleo sobre tela de Pedro Bruno. Dimensões: 278 x 190 cm. Museu da República-RJ. Análise e gerenciamento de riscos corporativos (61) 8215-2665 [email protected] Paulo Grazziotin Ética e integridade O compliance começa a ganhar importância na Administração Pública Federal (exclusive instituições financeiras) a partir de 2011, com o documento “Avaliação da OCDE sobre o sistema de integridade da administração pública federal brasileira: gerenciando riscos por uma administração pública íntegra”. http://www.cgu.gov.br/assuntos/etica-e-integridade/setor-publico Análise e gerenciamento de riscos corporativos (61) 8215-2665 [email protected] Paulo Grazziotin Confiança nas organizações públicas (trust in public organizations) “All public organizations face operational risks: both from internal factors (e.g. attributed to excessive discretion in decision-making processes, complex and decentralized service delivery arrangements, etc.) as well as external factors (e.g. new legislation and standards, changing citizens expectations, etc.). Operational risk management means having in place a systematic process and adequate capability (e.g. knowledge, resources, etc.) to identify, (re-)evaluate and mitigate operational risks in a costeffective manner – elimination of operational risk is generally not a practical goal. Managing operational risk supports effective public service delivery, improved managerial accountability, and trust in public organizations. It also supports better resource allocation and compliance outcomes. If not appropriately managed, these risks can affect the effectiveness and efficiency of public service delivery and public trust in government” (OECD Integrity Review of Brazil: Managing Risks for a Cleaner Public Service, OECD Public Governance Reviews, 2011, p. 21). Análise e gerenciamento de riscos corporativos (61) 8215-2665 [email protected] Paulo Grazziotin Gerenciamento de riscos corporativos (cf. COSO II ERM 2004) O gerenciamento de riscos corporativos é um processo conduzido em uma organização pelo conselho de administração, diretoria e demais empregados, aplicado no estabelecimento de estratégias, formuladas para identificar em toda a organização eventos em potencial, capazes de afetá-la, e administrar os riscos de modo a mantê-los compatível com o apetite a risco da organização e possibilitar garantia razoável do cumprimento dos seus objetivos. Há riscos associados à continuidade dos negócios (sobrevivência organizacional/sustentabilidade). Há riscos associados aos objetivos estratégicos. Risco de compliance é o risco de sanções legais ou regulamentares, perdas financeiras ou mesmo perdas reputacionais decorrentes da falta de cumprimento de disposições legais, regulamentares, códigos de conduta, etc. “Estar em compliance” é estar em conformidade com leis e regulamentos internos e externos. “Ser e estar compliance” é, acima de tudo, uma obrigação individual de cada colaborador dentro da instituição. Veja que compliance vai além das barreiras legais e regulamentares, incorporando princípios de integridade e conduta ética. Análise e gerenciamento de riscos corporativos (61) 8215-2665 [email protected] Paulo Grazziotin Conformidade (COSO II ERM 2004) A estrutura de gerenciamento de riscos corporativos é orientada a fim de alcançar os objetivos de uma organização e são classificados em quatro categorias: a) Estratégicos – metas gerais, alinhadas com o que suportem à sua missão; b) Operações – utilização eficaz e eficiente dos recursos; c) Comunicação – confiabilidade de relatórios; d) Conformidade – cumprimento (compliance) de leis e regulamentos aplicáveis (em alguns casos dependem de fatores externos e tendem a ser semelhantes em todas as organizações e, em outros casos, em todo um setor/ramo econômico). A expressão “conformidade” é empregada com os objetivos e relacionada com o cumprimento de leis e regulamentos aplicáveis. “O gerenciamento de riscos corporativos contribui para (...) garantir que a organização está em conformidade com leis e regulamentos, o que evita danos à sua reputação e as consequências associadas”. Análise e gerenciamento de riscos corporativos (61) 8215-2665 [email protected] Paulo Grazziotin Objetivos de conformidade (COSO II ERM 2004) “As organizações devem conduzir as suas atividades, bem como, adotar, frequentemente, medidas específicas, de acordo com as leis e os regulamentos pertinentes. Esses requisitos podem relacionar-se a mercados, preço, impostos, meio ambiente, bem-estar social de empregados e comércio internacional. As leis e os regulamentos aplicáveis estabelecem padrões mínimos de comportamento, que a organização integra em seus objetivos de conformidade. Por exemplo, as leis de saúde ocupacional e segurança podem levar uma organização a definir o seu objetivo como ‘Embalar e rotular todos os produtos químicos de acordo com as normas’. Nesse caso, as políticas e os procedimentos referem-se a programas de comunicação, inspeções locais e treinamento. O histórico de conformidade de uma organização poderá afetar de modo significativo, positivo ou negativo, a sua reputação na comunidade e no mercado”. Análise e gerenciamento de riscos corporativos (61) 8215-2665 [email protected] Paulo Grazziotin Conformidade (COSO II ERM 2004) “O gerenciamento de riscos corporativos eficaz oferece garantia razoável de que os objetivos de comunicação estão sendo alcançados. Da mesma forma, deverá haver garantia razoável de que os objetivos de conformidade estão sendo alcançados. De um modo geral, o alcance dos objetivos de (...) conformidade está sob o controle da organização. Em outras palavras, uma vez determinados os objetivos, a organização terá total controle sobre a sua capacidade de fazer o que for necessário para atingi-los”. “A função jurídica disponibiliza informações aos gerentes de linha de negócio relacionados a novas leis e regulamentos que afetam as políticas operacionais, e/ou junto com os executivos de compliance fornecem informações críticas se as transações ou os protocolos planejados estão em conformidade com requisitos legais e éticos”. Análise e gerenciamento de riscos corporativos (61) 8215-2665 [email protected] Paulo Grazziotin Conformidade (COSO ICIF 2013) “Controle interno é um processo conduzido pela estrutura de governança, administração e outros profissionais da entidade, e desenvolvido para proporcionar segurança razoável com respeito à realização dos objetivos relacionados a operações, divulgação e conformidade”. Os objetivos de conformidade se relacionam ao cumprimento de leis e regulamentações às quais a entidade está sujeita. Leia o Sumário Executivo do COSO ICIF 2013 no sítio web abaixo: http://migre.me/lsHPT Análise e gerenciamento de riscos corporativos (61) 8215-2665 [email protected] Paulo Grazziotin Conformidade e aderência Controle sobre as transações: é imprescindível estabelecer o acompanhamento dos fatos contábeis, financeiros e operacionais, objetivando que sejam efetuados mediante atos legítimos, relacionados com a finalidade da unidade ou entidade e autorizados por quem de direito” (MSCI da CGU, IN/SFC nº 1/2001). “Aderência a diretrizes e normas legais: o controle interno administrativo deve assegurar observância às diretrizes, planos, normas, leis, regulamentos e procedimentos administrativos, e que os atos e fatos de gestão sejam efetuados mediante atos legítimos, relacionados com a finalidade da unidade ou entidade” (MSCI da CGU, IN/SFC nº 1/2001). “Art. 7º A Conformidade dos Registros de Gestão tem como finalidade: I – verificar se os registros dos atos e fatos de execução orçamentária, financeira e patrimonial efetuados pela Unidade Gestora Executora foram realizados em observância às normas vigentes” (IN/STN-MF nº 6, de 31/10/2007). Análise e gerenciamento de riscos corporativos (61) 8215-2665 [email protected] Paulo Grazziotin COMPLIANCE ATIVIDADE AUDITORIA INTERNA Vital aos processos de governança corporativa da organização. SEMELHANTE Vital aos processos de governança corporativa da organização. Desempenha suas funções de forma independente. SEMELHANTE Desempenha suas funções de forma independente. Utiliza os relatórios da Auditoria Interna, quando cabíveis e disponibilizados. SEMELHANTE Utiliza os relatórios do Compliance, quando cabíveis. Complementa as funções desempenhadas pela auditoria interna, mantendo sua independência, sem sobreposição das atribuições desenvolvidas por ambas. SEMELHANTE Complementa as funções desempenhadas pelo Compliance, mantendo sua independência, sem sobreposição das atribuições desenvolvidas por ambas. Reporta o resultado de suas atividades à alta administração, ao conselho de administração e/ou comitê de auditoria. SEMELHANTE Reporta o resultado de suas atividades à alta administração, ao conselho de administração e/ou comitê de auditoria. Subsidia o gerenciamento dos processos, monitorando a conformidade com as diretrizes estabelecidas pela organização. DIFERENTE Avalia a aderência e integridade dos processos e de controles internos da organização, aferindo se estes estão adequados às diretrizes estabelecidas pela organização e normas emitidas pelos reguladores. Aponta a falha, podendo recomendar a solução, auxiliando no seu monitoramento. DIFERENTE Aponta a falha, podendo ou não recomendar solução. Não se envolve na elaboração e implementação da solução, porém avalia se a falha apontada foi corrigida e o risco relacionado, mitigado. Executa trabalhos de forma rotineira e permanente, com vistas a assegurar a existência de um sistema de controle interno efetivo, consoante as diretrizes estabelecidas pela alta administração. DIFERENTE Executa trabalhos de forma regular, com base em cronograma previamente elaborado, por mecanismo de avaliação dos principais riscos e ameaças aos objetivos da organização, com a finalidade de aferir o cumprimento das diretrizes estabelecidas e instituídas pelo conselho de administração e/ou pela alta administração, bem como leis e regulamentos. Fonte: Cartilha Função de Compliance, FEBRABAN. Análise e gerenciamento de riscos corporativos (61) 8215-2665 [email protected] Paulo Grazziotin Pedra angular: planejamento institucional Recomendação ao TRT/13ª R/PB para que implemente técnicas conhecidas no mercado visando à elaboração do planejamento institucional do órgão, a exemplo daquela denominada "Balanced Score Card" e do gerenciamento por diretrizes, atentando para a necessidade de que tais instrumentos não se restrinjam à duração dos mandatos dos presidentes do TRT (item 9.2.1, TC-026.311/20072, Acórdão nº 663/2009-Plenário, DOU de 09.04.2009, S. 1, p. 125). Recomendação à Câmara de Políticas de Gestão, Desempenho e Competitividade (CGDC), do Conselho de Governo, no sentido de que, em atenção ao Decreto-lei nº 200/1967, art. 6º, inc. I, e art. 7º, normatize a obrigatoriedade de que todos os entes sob sua jurisdição estabeleçam processo de planejamento estratégico institucional, observando as boas práticas sobre o tema (item 9.1.1, TC011.772/2010-7, Acórdão nº 1.233/2012-TCU-Plenário, DOU de 30.05.2012, S. 1, p. 162). Análise e gerenciamento de riscos corporativos (61) 8215-2665 [email protected] Paulo Grazziotin Programa/gestão de compliance elementos para estar em conformidade Padrões de conduta, governança e integridade e políticas & procedimentos devidamente formalizados e comunicados (Manual de Governança e Integridade). Institucionalização da função compliance (preferencialmente em área autônoma/segregada, vinculada à Diretoria Executiva) ou, alternativamente, designação de um Conselho/Comitê de Compliance (por delegação de competência). Educação, capacitação e treinamento para fornecer conhecimento efetivo necessário ao cumprimento da missão organizacional, dentro dos balizadores da legalidade. Ouvidoria e canal de comunicação (anônima, inclusive) sobre falhas em processos de trabalho (prática dialógica e transparente para com os stakeholders). Comunicação efetiva (por meio de relatorias ad-hoc) e preventiva (senso crítico em face de riscos operacionais: humanos, de processo e tecnológicos). Monitoramento permanente de não conformidades (em face de padrões normativos e operacionais) e ajuda participativa na redução dos problemas relatados (risco de compliance). Ações administrativo-disciplinares e corretivas em face de disfunções havidas. Estado de prontidão, adaptação/internalização em face de mudanças normativas e melhorias operacionais (incremento tecnológico em TI, p.e.), nas dimensões de economicidade, eficiência e eficácia; etc. Análise e gerenciamento de riscos corporativos (61) 8215-2665 [email protected] Paulo Grazziotin Convenção da ONU (corrupção) A UNCAC (Decreto nº 5.687, de 31.01.2006) prevê a promoção da ética pública, por meio da atuação de comissão de ética com funções orientativa e consultiva, disseminação de princípios, valores e normas éticas e elaboração de código de ética e de conduta, bem como a realização de cursos e treinamentos sobre ética pública, no momento de ingresso do servidor. Art. 8: “1. Com o objetivo de combater a corrupção, cada Estado participante, em conformidade com os princípios fundamentais de seu ordenamento jurídico, promoverá, entre outras coisas, a integridade, a honestidade e a responsabilidade entre seus funcionários públicos. 2. Em particular, cada Estado participante procurará aplicar, em seus próprios ordenamentos institucionais e jurídicos, códigos ou normas de conduta para o correto, honroso e devido cumprimento das funções públicas. 5. Cada Estado participante procurará, quando proceder e em conformidade com os princípios fundamentais de sua legislação interna, estabelecer medidas e sistemas para exigir aos funcionários públicos que tenham declarações às autoridades competentes em relação, entre outras coisas, com suas atividades externas e com empregos, inversões, ativos e presentes ou benefícios importantes que possam dar lugar a um conflito de interesses relativo a suas atribuições como funcionários públicos”. Análise e gerenciamento de riscos corporativos (61) 8215-2665 [email protected] Paulo Grazziotin Espectro normativo sobre ética e integridade Fraude e corrupção (Decreto nº 5.687, de 31/01/2006, promulgou a Convenção da ONU contra a Corrupção - UNCAC; Decreto nº 4.410, de 07/10/2002, promulgou a Convenção Interamericana contra a Corrupção; Decreto nº 3.678, de 30/11/2000, promulgou a Convenção sobre o Combate da Corrupção de Funcionários Públicos Estrangeiros em Transações Comerciais Internacionais). Lei nº 12.527, de 18/11/2011 - transparência e acesso à informação. Lei nº 12.813, de 16/05/2013 - conflito de interesses; cujo inc. I do art. 3º define “conflito de interesses: a situação gerada pelo confronto entre interesses públicos e privados, que possa comprometer o interesse coletivo ou influenciar, de maneira imprópria, o desempenho da função pública”). Lei nº 12.846, de 01/08/2013 - lei anticorrupção ou “lei da empresa limpa” (dispõe sobre a responsabilização administrativa e civil de pessoas jurídicas pela prática de atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira); foi concebida pela CGU, amplia o rol de condutas puníveis, e introduz a responsabilização objetiva da pessoa jurídica, cometidas em seu interesse ou benefício, contra a administração pública. Dessa forma, as empresas precisam cada vez mais adotar medidas internas de compliance e uma cultura organizacional baseada na ética. http://www.cgu.gov.br/assuntos/etica-e-integridade Análise e gerenciamento de riscos corporativos (61) 8215-2665 [email protected] Paulo Grazziotin Cultura organizacional baseada na ética Practice Advisory/IIA nº 2130-1: Role of the Internal Audit Activity and Internal Auditor in the Ethical Culture of an organization (IPPF, IIA). Cultura organizacional é a alma corporativa (valores, crenças e condutas), a qual distingue os profissionais que integram uma organização de outra. “A cultura é diretamente proporcional à estabilidade do grupo, ao tempo em que ele tem de convivência e à intensidade da aprendizagem gerada” (Edgard Schein). “Organizações esclarecidas sabem que a cultura corporativa, as contribuições sociais e comunitárias são os próximos setores de vantagem competitiva” (BARRETT, Richard. Libertando a alma da empresa: como transformar a organização numa entidade viva. São Paulo: Cultrix, 2000, p. 120). “A cultura come a estratégia no café da manhã” (Peter Drucker, consultor de gestão norte-americano, 1909-2005). Análise e gerenciamento de riscos corporativos (61) 8215-2665 [email protected] Paulo Grazziotin Cultura organizacional baseada na ética As organizações não se transformam, as pessoas sim; a cultura organizacional se sustenta sobre os valores subjacentes a ela, demonstrados por meio de comportamentos observados. As organizações mais bem sucedidas são guiadas por uma visão e orientadas por valores e buscam o alinhamento entre os valores pessoais e organizacionais para serem sustentáveis. Paulatinamente, está havendo uma mudança global nos valores das sociedades, cada vez mais conscientes da importância do papel corporativo nas questões ambientais e sociais, questões essas cada vez mais discutidas em nossos dias. “Ambiente interno” COSO ICIF 2013 e o iceberg da cultura organizacional Aspectos visíveis: Comportamentos Relacionamentos Histórias Cerimônias Símbolos Aspectos invisíveis: Valores Premissas (modelos mentais) Atitudes Crenças Sentimentos Atenção! “Por mais influência que a cultura organizacional tenha na conformação das práticas gerenciais e no comportamento do funcionário, a cultura nacional é predominante” (ROBBINS, Stephen P. Administração: mudanças e perspectivas. São Paulo, Brasil: Editora Saraiva, 2000. 524p, p. 293). Análise e gerenciamento de riscos corporativos (61) 8215-2665 [email protected] Paulo Grazziotin Ambiente interno à luz de Dona Flor e seus Dois Maridos - Jorge Amado (1912-2001) 65 1° marido Vadinho, o típico malandro e excelente amante, morre em pleno Domingo de Carnaval de 1943, vestido de baiana (enquanto dançava). O seu funeral foi muito concorrido. Vadinho era rebelde, impulsivo, espontâneo e dado ao caos (no seu caso, o jogo). 2° marido Teodoro Madureira, farmacêutico, é diferente do falecido em tudo. Fiel (não compreende mesmo quando uma cliente da farmácia levanta o vestido bem alto para tentá-lo), regular (sexo às quartas e sábados, bis aos sábados e facultativo às quartas) e inteligente, Teodoro propicia a paz de volta à vida de Dona Flor. Teodoro toca fagote numa orquestra de amadores. Teodoro é metódico e controlado (seu lema é “um lugar para cada coisa e cada coisa em seu lugar“). Final feliz A obra acaba com Flor andando feliz com Teodoro e o espírito de Vadinho (nu, como sempre) ao seu lado, pelas ruas de Salvador (o “ideal” brasileiro do equilíbrio entre os dois). Análise e gerenciamento de riscos corporativos (61) 8215-2665 [email protected] Paulo Grazziotin 7 níveis de consciência pessoal e organizacional Fonte: Richard Barrett. “Os problemas não podem ser solucionados no mesmo nível de consciência que os criou” (Albert Einstein, físico alemão, 1879-1955). Análise e gerenciamento de riscos corporativos (61) 8215-2665 [email protected] Paulo Grazziotin67 4. ANÁLISE DE RISCOS PELA AUDIN A Pátria (1918), óleo sobre tela de Pedro Bruno. Dimensões: 278 x 190 cm. Museu da República-RJ. Análise e gerenciamento de riscos corporativos (61) 8215-2665 [email protected] Paulo Grazziotin Gerenciamento de riscos ≠ análise de risco O desenvolvimento de avaliações e relatórios sobre o gerenciamento de riscos de uma organização é normalmente alta prioridade da Auditoria Interna. A avaliação dos processos de gerenciamento de riscos é normalmente diferente das exigências de análise de risco que os auditores utilizam para planos de auditoria. Entretanto, as informações provindas de um processo compreensivo de gestão de riscos, incluindo a identificação das preocupações da administração e do Conselho de Administração, podem assistir o auditor interno no planejamento de atividades de auditoria (PA/IIA nº 2100-3 e PA/IIA nº 2100-4). Análise e gerenciamento de riscos corporativos (61) 8215-2665 [email protected] Paulo Grazziotin Variáveis básicas para o planejamento dos trabalhos de auditoria Materialidade montante de $ envolvido. Relevância estratégica importância relativa ou papel desempenhado por uma determinada questão, situação ou unidade organizacional, existente em um dado contexto. Criticidade representa o quadro de situações críticas efetivas ou potenciais a ser controlado, identificadas em uma determinada unidade organizacional ou programa de governo. Trata-se da composição dos elementos referenciais de vulnerabilidade, das fraquezas, dos pontos de controle com riscos operacionais latentes, etc. Análise e gerenciamento de riscos corporativos (61) 8215-2665 [email protected] Paulo Grazziotin Fatores de risco para priorização Cronogramas de trabalho de auditoria devem ser baseados, entre outros fatores, em uma avaliação da prioridade de risco e a exposição a risco. É necessário priorizar para tomar decisões sobre aplicação de respectivos recursos, com base na importância do risco e exposição ao mesmo. Existe uma variedade de modelos de risco para assistir ao Auditor-Chefe (CAE) na priorização de potenciais áreas sujeitas à auditoria. A maioria dos modelos de riscos utiliza fatores de risco para estabelecer a prioridade dos trabalhos de auditoria, tais como: materialidade em valor; liquidez de ativos; competência gerencial; qualidade dos controles internos administrativos; grau de mudança ou estabilidade; tempo decorrido desde o último trabalho de auditoria; complexidade; relações com empregados e governo, etc. (PA/IIA nº 2010-2, IPPF-Red Book). Análise e gerenciamento de riscos corporativos (61) 8215-2665 [email protected] 71 Paulo Grazziotin Análise e gerenciamento de riscos corporativos (61) 8215-2665 [email protected] Paulo Grazziotin72 5. PROVOCAÇÃO A Pátria (1918), óleo sobre tela de Pedro Bruno. Dimensões: 278 x 190 cm. Museu da República-RJ. Análise e gerenciamento de riscos corporativos (61) 8215-2665 [email protected] Paulo Grazziotin Será que o Doutor Gestão já defendia e inspirava o “ser e estar em compliance”? “O governo está consciente de que administra fundos públicos e deve prestar contas de cada centavo. Ele não tem outra escolha exceto ser burocrático (...) Um governo que não seja um ‘governo de formulários’ degenera rapidamente numa sociedade de pilhagem generalizada” (Peter Drucker, 1909-2005, apud BEATTY, Jack. O mundo segundo Peter Drucker. São Paulo: Ed. Futura, 1998, p. 162). “Sob um bom governo, deveríamos nos envergonhar da pobreza; sob um mau governo da riqueza“ (Confúcio, 551 a.C.-479 a.C.). Obrigado!