88 Engenharia de cardápios Luiz Guilherme Buchmann Figueiredo Objetivos de um cardápio O principal objetivo de um cardápio é vender os produtos ofertados pelo restaurante, sendo, dessa forma, seu maior instrumento de vendas. Ao informar ao cliente o que o restaurante oferece, o cardápio deve observar a grafia e desenho corretos, atendendo, desse modo, as expectativas do cliente em relação à alimentação, ao formato, a cor e à organização (BARRETO, 2001). Dessa forma, o cardápio deve estar alinhado com a proposta do restaurante, pois ele será a origem da oferta restaurativa e deve ser encarado como a primeira etapa do planejamento de uma oferta, além de ser o ponto de partida dentro de uma análise da eficiência de um restaurante. O cardápio também é chamado de menu, e é continuamente avaliado pelo público. É a primeira impressão que o cliente tem do restaurante. O cardápio é responsável também pelo Marketing do restaurante. Assim, antes de definir o que fará parte do menu, é necessário estudar o local, a sazonalidade de produtos, fornecedores, mão de obra especializada, faixa etária do público alvo e poder aquisitivo dos clientes, formando todos os parâmetros para implantar a oferta. (MAGNEÉ, 1996; TEICHMANN, 2000; BARRETO, 2001). Importante Além das questões relacionadas ao Marketing, para o restaurante efetuar um cardápio adequado, deve também levar em conta os custos fixos e variáveis, para então elaborar o preço de venda. O cardápio e os custos Para se obter os custos, podemos proceder de várias formas, orientando-se pela variabilidade (custos fixos e variáveis), pelas facilidades de alocação (custos diretos e indiretos), a partir de métodos como: o rateio simples, o custo-padrão, os centros de custos, a Unidade de esforço de Produção (UEP) e o Activity-Basead Costing - Custeio Baseado em Atividades (ABC) (BORNIA, 2002; BERNARDI, 2004). FIGUEIREDO, Luiz Guilherme Buchmann; FERREIRA, Victor Henrique Moreira. Empresas de alimentação: tipologia e sistema operacional. 1. ed. rev. – Palhoça: UnisulVirtual, 2013. Pós-graduação 89 Todos esses métodos são baseados pela análise contábil, análise do trabalho e dos resultados das unidades produtivas. São o resultado de muitos estudos que visam a otimizar os processos, e todas as técnicas de engenharia de cardápios estão também ligadas ao estudo dos custos e sua formação. A maioria dos empresários do ramo restaurativo ignora as formas técnicas de se alocar custos, e monta seus custos por meio da prática de preços da concorrência, ou então, a partir da simples análise do custo de matériaprima, não levando em consideração outros fatores essenciais na formação do custo total, como o custo do trabalho, a energia elétrica, a água e os custos administrativos. (MARICATO, 2001). Esse pode ser um erro muito sério. Apesar de negligenciada por muitos empresários, a gestão correta dos custos e a formação dos preços devem ser estudadas com seriedade, para que a oferta restaurativa não acabe engrossando as estatísticas nacionais de empresas que fecham as portas antes do segundo ano de atividade. Muitos empresários ainda se levam pelo prazer de cozinhar e não avaliam que cozinhar em casa é diferente de investir em um restaurante, e outros ainda buscam investir nesse ramo porque não existe obrigação de formação no setor para exercer a profissão. (FONSECA, 2006; MARICATO, 2001). A origem da engenharia de cardápios O Menu Engeenering (ME), conhecido em português por engenharia de cardápios, aplicado junto com a técnica de custeio baseado em atividades (ABC) para a alocação correta dos custos, pode garantir o sucesso do empreendimento, uma vez que não avalia apenas os custos da matéria-prima, e trata do cardápio como um instrumento de venda e não apenas como a vitrine de papel do restaurante. Assim, aplicando-se os princípios da engenharia de cardápios, faz-se a classificação de cada item do menu, fazendo-se, então, uma análise crítica sobre cada uma das ofertas, analisando a validade da permanência de cada item, efetuando a promoção de pratos, ou até mesmo corrigindo erros de precificação dos pratos do cardápio. A utilização da técnica de determinação de custos, baseada em atividades (ABC), auxilia no diagnóstico de custos que não agregam valor, medidas não financeiras de desempenho e contabilidade por atividades, permitindo uma análise ainda mais completa do cardápio. O sistema ABC leva em conta não somente os cálculos de custos, mas também o que se pode fazer com essa informação. (BORNIA, 2002). Padrões atuais de ofertas restaurativas 90 Ao mesmo tempo, a engenharia de cardápios possui um papel importante para o desenvolvimento da gestão das empresas de restauração. Aplicando corretamente o gerenciamento dos cardápios, junto à aplicação de métodos de custeio, (como o ABC), podemos atingir o desenvolvimento sustentável dos restaurantes, acompanhando a gestão com relatórios de custos, detalhados para cada item do menu. Para Linassi (2009), a engenharia de cardápios é uma ferramenta gerencial que tem por objetivo avaliar e assim elevar a lucratividade potencial dos menus de um restaurante. Ao mesmo tempo, Atkinson e Jones (1994) afirmam que a engenharia de cardápios pode habilitar os empresários a tomar as decisões mais efetivas em relação ao marketing e à operacionalização do cardápio. Assim, por meio da utilização da engenharia de cardápios e da correta análise de custos, baseando-se nas atividades, podemos identificar e obter melhores resultados durante a análise mais crítica dos pratos ou grupo de pratos. (LINASSI, 2009). Análise de menu por meio dos princípios da engenharia de cardápios A análise dos menus, segundo Atkinson e Jones (1994), é definida como uma série de técnicas e procedimentos que possibilitam decisões efetivas relacionadas ao marketing e à operacionalização de um menu. Na atualidade, a análise de menus, após responder por uma série de nomenclaturas diversas, é conhecida como Menu Engineering. Contempla as análises prévias do cardápio, desde a análise sensorial, passando pelos custos e a reformulação deles. É sempre necessário considerar as necessidades e percepções dos clientes, conhecimento prévio dos administradores, a posição e descrição utilizada para cada item no menu, e ainda as fotos de pratos apetitosos, que irão fazer despertar interesse nos consumidores. Sendo assim, as análises de engenharia de cardápios também são formadas por considerações prévias que envolvem as decisões a serem tomadas, antes mesmo da criação definitiva do cardápio, ou então que posteriormente possam influenciar na tomada de decisões. De acordo com Teixeira, Meinert e Barbetta (1987), a análise sensorial poderá determinar a aceitabilidade e a qualidade do alimento, com auxílio das avaliações realizadas pelos avaliadores treinados, a partir de metodologia científica validada. Pós-graduação 91 Analisar sensorialmente um alimento não significa apenas degustá-lo, pois a degustação avalia um alimento no momento em que ele passa pela boca, enquanto a análise sensorial avalia as propriedades organolépticas de um produto por meio dos órgãos dos sentidos (MIELE, 2006). A análise sensorial atua na engenharia de cardápios como forma de testar novos produtos e receitas, tanto por meio de consumidores como pelas avaliações realizadas por avaliadores treinados, aumentando, dessa forma, a confiabilidade dos dados, podendo aumentar a rentabilidade do restaurante. Os primeiros modelos de engenharia de cardápio prometiam solucionar todos os problemas dos restaurantes, a partir da otimização dos cardápios que não atingiam seu lucro potencial. Teoricamente, eram capazes de guiar os restaurantes em direção à lucratividade, além de promover o aumento a competitividade do negócio. Modelos de engenharia de cardápios Os modelos de engenharia de cardápios propostos por diversos autores são apresentados no quadro a seguir, de acordo com os estudos realizados por Linassi (2009). A partir da análise desse quadro, podemos realizar uma comparação rápida dos modelos de engenharia de cardápios, apontando seus principais aspectos relevantes e deficiências. Quadro 1 - Aspectos relevantes e limitações dos modelos de ME Autor Aspectos relevantes Limitações Miller 1980, 1987 apud Taylor (2005) Precursor do menu analysis. Inclui apenas custo do alimento. Uso de matriz de 4 quadrantes. Não inclui outros custos. Popularidade do produto X custo percentual do Alimento. Não utiliza trabalho. Uso de matriz de 4 quadrantes. Não utiliza trabalho. Kasavana e Smith 1982, apud Taylor (2005) Relação maior de vencedores. Introdução ao lucro bruto. Criadores do ME. Popularização do ME. Pavesic 1983, 1985 apud LeBruto, Ashley e Quain (1995,1997) Uso de matriz de 4 quadrantes.Introduz análise custo/ margem.Examina os itens do menu por categoria de alimento. Inclui categoria de custo suplementar que pode ser usada para custos diretos, incluindo trabalho. Não utiliza plenamente trabalho. continua... Padrões atuais de ofertas restaurativas 92 Autor Aspectos relevantes Limitações Hayes e Huffman (1985; 1995) Examina outros custos. Não direciona a alocação de custos variáveis. Segmenta a análise em grupos de alimentos e períodos de alimentação. Alocação de custos simplista. Uso do valor meta. Declaração de perdas e lucros. Bayou e Bennet (1992) Divide a análise em grupos. Comparação entre quatro métodos. Não apresenta como calcular os custos. Simplificação da análise. LeBruto, Ashley e Quain (1995, 1997) Uso de matriz de 8 quadrantes. Introdução de componentes do trabalho. Apresenta técnicas de mix de vendas utilizando ME e MC. Cohen, Mesika e Schwartz, 1998 apud Taylor (2005) Horton , 2001 apud Taylor (2005) Expande a matriz de 4 para 8 quadrantes. Cálculos não são bem definidos. Inclui múltiplos fatores na análise. Alocação inapropriada dos Normalização dos dados para simplificar a comparação entre os itens. outros custos. Uso de matriz de 4 quadrantes. Alocação de custos de trabalho incompletos. Inclui custos de trabalho. Inclui períodos de alimentação. Inclui categorias de alimentos. Comparação entre modelos. Taylor (2005) Uso de matriz. Inclui custos de trabalho. Análise Delphi. Análise DEA. Fatores potências do trabalho. Comparação entre modelos. Raab (2003, 2005, 2006, 2007) Uso de matriz de 4 quadrantes. Inclui custos de trabalho. Inclui períodos de alimentação. Inclui categorias de alimentos. Inclui custeio baseado em atividades. Fonte: Linassi (2009). Pós-graduação Complexidade e custos elevados para aplicação. 93 De acordo com Linassi (2009), entre os modelos apresentadzos, o de Miller foi o pioneiro, em 1980 criando o Menu Analysis Model (MAM). Essa técnica de análise é baseada em matrizes obtidas pelo cálculo de popularidade versus custo percentual. A deficiência do método está em apontar muitos produtos considerados “vencedores”, o que faz com que as estratégias de vendas sejam direcionadas a esses produtos. Já o método proposto por Kasavana e Smith (1982) é conhecido como Menu Engineering Model (MEM), propõe uma alteração no modelo anterior, utilizandose da margem de contribuição, e não do custo percentual para a realização dos cálculos. Foram esses autores que popularizaram o termo “Menu Engineering” para definir todos os tipos de análises de cardápios. O modelo proposto foi então criticado por vários autores, mesmo assim, serviu de inspiração e balisamento para construção de vários outros modelos. O Cost Margin Analysis Model (CMAM) foi desenvolvido por Pavesic (1983). O modelo inclui o peso da margem de contribuição ao modelo anterior (MEM), incorporando mais uma ferramenta para análise. Nesse modelo, os itens do cardápio não são avaliados apenas considerando se sua margem de contribuição é alta ou baixa, mas é realizada a quantificação da margem de contribuição de cada item do cardápio. O próximo modelo foi descrito por Hayes e Huffman (1985) e se trata do modelo pioneiro na apresentação de distribuição de custos fixos, porém, não consideraram os custos variáveis. Por sua vez, Bayou e Bennet (1992) não apresentam como calcular os custos. LeBruto, Ashley e Quain (1995, 1997) introduziram os componentes de trabalho, mas não tornaram os cálculos claros e acessíveis. Cohen, Mesika e Schwartz (1998) tiveram dificuldade em alocar os custos em seu modelo de análise de cardápios, enquanto Horton (2005) teve dificuldades em alocar corretamente os custos decorrentes do trabalho. Taylor (2005) por sua vez foi muito atento em analisar todos os aspectos dos trabalhos anteriores, porém, tornou os cálculos muito complicados, limitando a utilização dos métodos. Todos os modelos propostos foram criados com o propósito de aumentar a lucratividade e o desempenho do restaurante, porém, cada um possui suas vantagens e limitações. O mais completo, que tentou da mesma forma solucionar problemas encontrados nos modelos anteriores é o descrito por Raab (2003, 2005, 2006, 2007). Padrões atuais de ofertas restaurativas 94 Aplicações da engenharia de cardápios De acordo com Mifli (2000), os especialistas da indústria da alimentação estão buscando, ao longo dos anos, a análise qualificada da engenharia de cardápios, transpondo as informações para o food-service e para educação. Linassi (2009) considera que as análises conduzidas por Mifli (2000) se utilizam da combinação entre dados quantitativos e qualitativos, e não de modelos teóricos. Mifli (2000) procura indicar a realização de inspeções periódicas que servem para avaliar os processos tidos como padrão, e assim constatar onde e o que pode ou deve ser modificado no cardápio. O modelo não deixa claro quais os critérios utilizados, e ainda considera o uso de clientes anônimos para verificar sabor, preço e apresentação geral. Na figura seguinte, podemos observar o processo para desenvolvimento e análise proposto por Mifli (2000), bem como as soluções apontadas para cada evento, os quais equivalem à tradução dos modelos propostos por outros autores. (LINASSI, 2009). Figura 1 - Desenvolvimento e análise de menu Processo de criação do menu Lançamento do menu Revisão da eficiência do menu Menu Analysis complexo Menu Analysis simples Modificação do prato Promoção (1) Reposicionamento (2) Retenção (3) Eliminação (4) Introdução de novos itens (5) Apresentação (6) Re-precificação (7) Re-custeamento (8) Receitas (9) Reposicionamento (10) Lançamento de prato(s) revisado(s) Fonte: Mifli (2000) apud Linassi (2009). Conforme podemos observar na figura apresentada, as alternativas propostas por Mifli (2000), em sua proposta de análise simples, são as seguintes: Promoção: Utilizado para valorizar os itens de baixa popularidade; Pós-graduação 95 Reposicionamento: Efetua a modificação do desenho e da apresentação do cardápio, posiciona os itens com baixa venda em locais estratégicos do cardápio, ou ainda modifica aspectos como sua descrição, tornando-a mais atraente, dessa forma, aumenta a popularidade do prato; Retenção: Alternativa utilizada para itens que apresentem sucesso. O objetivo deste fator é manter ou aperfeiçoar a qualidade do prato considerado; Eliminação: Utilizado para aqueles itens que apresentam problemas constantes em todas as análises, com problemas atribuídos a sua baixa popularidade, ou pela inserção de novos itens, graças à demanda por pratos mais populares ou ainda devido a pesquisas que demonstrem o desinteresse dos clientes pelo prato. Entretanto, quando analisamos a proposta de análise de menu complexo, temos os seguintes critérios: Apresentação: Realizada a partir da percepção dos consumidores, em relação a gosto, guarnições (acompanhamentos), cor do prato, e textura; Re-precificação: Fator diretamente influenciado pela inflação, políticas financeiras e também quando se diagnostica uma precificação abaixo do custo por parte do restaurante. Também pode ser utilizada a re-precificação como alternativa de promoção ou simplesmente como atualização dos valores de mercado; Re-custeamento: Reflete as alterações nas especificações dos produtos, nos preços de custo ou mesmo na alteração no tamanho das porções; Receitas: Modificações realizadas nas receitas para adequações, diminuição de custos, adequações sazonais devido à disponibilidade de matérias-primas, melhoria de receitas; Reposicionamento: Realizado da mesma maneira que o item re-precificação, porém, as mudanças são mais significativas, como, por exemplo, alteração do nome do prato, receita, preço de venda e até mesmo apresentação do prato. Esse item pode causar mudança de todo o cardápio e de seu desenho. Cabe destacar que a Metodologia proposta por Mifli (2000) foi utilizada no Brasil por Pelaez (2008) para avaliar as mudanças ocasionadas nos cardápios de um restaurante por um período de tempo. Apesar de toda informação proporcionada pelo método, os dados quantitativos não foram suficientes para uma tomada de decisão estratégica, e os dados qualitativos mostraram-se simples ou não possuíam critérios. Assim uma diminuição das vendas, por exemplo, poderia ser causada por inúmeros outros fatores não computados pelo método. Padrões atuais de ofertas restaurativas 96 As sugestões apresentadas por Mifli (2000) e Jones e Mifli (2000) foram as mesmas sugestões já apontadas por outros autores (Miller 1980, Kasavana e Smith 1982 e Pavesic 1983), como verificamos no quadro referente aos aspectos relevantes e limitações dos modelos de ME, no qual autores trazem aos seguintes considerações. Raab (2003) abordou a criação de um novo modelo de engenharia de cardápios aliado ao custeio baseado em atividades (ABC/ME), o modelo foi aplicado a um restaurante com pratos ala carte, sendo validado e analisado, considerando-se as principais diferenças desse modelo novo em comparação aos modelos tradicionais de ME. Raab et al. (2005) também efetuaram a validação do modelo por meio da aplicação em diversos tipos de restaurantes, estabelecendo as despesas operacionais não distribuídas nos custos para cada item, apontando as perdas do buffet em cada venda realizada. Já Raab e Mayer (2007) demonstraram os benefícios do uso do ABC/ME, consolidando o modelo para o uso, para a gestão, atingindo lucratividade nos cardápios e efetuando o correto levantamento dos custos de produção e de mão de obra utilizados. Dessa forma, percebemos que os estudos que avaliam a engenharia de cardápios em sua maioria procuram justificar o uso de algum modelo. Os estudos buscam fazer comparações entre os modelos propostos, a fim de justificar a escolha por um ou outro modelo. Além disso, percebemos que a engenharia de cardápios não é comumente aplicada pelos restaurantes, os quais apresentam resistências em utilizá-los. Os empreendedores acabam justificando sua resistência, alegando a complexidade dos modelos a difícil aplicação ou acompanhamento, o que demanda tempo e ocasiona aumento nos custos operacionais. (LINASSI, 2009). A análise de cardápios no Brasil Esse tema não é apresentado em profundidade em livros e artigos brasileiros, sendo trabalhado por Fonseca (1999), que apresentou o modelo de Kasavana e Smith, de forma equivocada, pois confunde os nomes e o posicionamento dos quadrantes, discorrendo mais sobre o gerenciamento de restaurantes de forma geral do que sobre ME. (LINASSI, 2009). Fonseca (2006) corrige esses equívocos de sua primeira publicação, porém, sem ampliar as discussões acerca da análise de cardápios. Sua obra é a única que apresenta, mesmo que rapidamente, a engenharia de cardápios como modelo de análise. Pós-graduação 97 Outras obras citam a engenharia de cardápio e seus modelos (FREUND, 2005), citando a técnica de análise de cardápios, sem explicar como usá-la, sem modelos ou mesmo estudos relacionados. Knight (2005) por sua vez escreve sobre gerenciamento de restaurantes, apenas citando a existência das técnicas de análise de menu, sem apresentar modelos, estudos ou formas de aplicação da engenharia de cardápios. Entretanto, é importante observar que estudos recentes buscam modificar esse cenário, como as pesquisas de Pelaez (2008) e de Linassi (2009), as quais procuram identificar os processos de concepção e mudança de cardápios em restaurantes, buscando fatores condicionantes para definição e alteração dos menus. Diante desse contexto, notamos que no Brasil, apesar da engenharia de cardápios não ser estudada com propriedade pela academia, e tão pouco é aplicada com seriedade pelos gestores de empresas de alimentação, há estudos como o de Linassi (2009), que agregam valor aos estudos internacionais, demonstrando a validade do método de Jones e Mifli (2000), incorporando um importante referencial ao tema de cardápios à bibliografia nacional, até então pouco desenvolvida. Referências ATKINSON, H., JONES, P. Menu engineering: Managing the foodservice Micro-marketing mix. Journal of restaurant and foodservice marketing, Vol. 1, N°. 1, p. 37-55. 1° sem. 1994. BARRETO, Ronaldo L.P, Passaporte para o sabor: Tecnologia para elaboração de cardápios, São Paulo: Senac, 2001Bayou e Bennet (1992) BERNARDI, Luiz Antonio. Manual de formação de preços: Políticas, estratégias e fundamentos. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2004. 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