A FORMAÇÃO DA IDENTIDADE NACIONAL VERSUS A NEGAÇÃO DA NEGRITUDE BRASILEIRA LOPES*, Tulio Soares - UERJ [email protected] Resumo Se o passado nacional tinha antes, para a consciência das elites, o sentido global e unitário conformado pela aspiração à identidade européia, a presença da cultura afro-brasileira é indissociável da idéia de povo brasileiro. Aquele passado sonhado torna-se refigurável num novo jogo interpretativo, que permite repensar a nação a partir de um projeto de verdadeira interação com o povo e que introduz a sabedoria e o respeito como atitude ético-política salvaguarda da presença do outro. O que daí pode advir são subsídios concretos para uma nova práxis social, onde cooperativismo e comunitarismo emirjam como linhas de fuga para um universo societário regido unidimensionalmente pela lei estrutural do valor (o capital), pelo fetichismo do dinheiro. Este estudo investiga a criação da identidade brasileira em suas formas contraditórias de negação das matrizes africanas, que exclui os negros dos espaços sociais através da internalização inconsciente do simbólico, com a produção do racismo. Para obtenção deste estudo foi analisada e discutida a formação da “cultura e identidade brasileira” à luz das teorias sobre o racismo no Brasil e sobre as novas expressões do simbólico, no racismo de exclusão. Ao final dos estudos podemos concluir que a formação de novas elites, junto com a reinante “elite vanguardista” absorveu e ajudou a construir e propagar, todas as teorias de invenção do povo brasileiro, que deu novas formas ao racismo, que deixou de lado sua forma “primitiva” e passou a forma de racismo de exclusão, na qual fora negado cidadania ao indivíduo de cor, havendo uma estratificação ocupacional, onde o negro se encontra na base dessa pirâmide, ocupando as profissões de menores remunerações salariais, servindo a uma mais valia para seu empregador, isto é, quando está alocado em alguma ocupação reconhecida e definida por lei, pois fora este caso não era cidadão e sim indigente. Palavras-chave: Identidade; Racismo; Exclusão. Introdução A atualização do liberalismo econômico na forma da financeirização do mundo, ideologicamente conhecida como “globalização”, esquece, em sua utopia anunciada, as desigualdades e os conflitos subjacentes às diferenças econômicas, políticas e simbólicas. Dessa maneira, a sociedade hegemônica brasileira (classes dirigentes) fez questão de formular e legitimar teorias acerca do que seria o povo brasileiro, fantasiando sempre os modos de ser e pensar, nos moldes europeus, excluindo e marginalizando os “cidadãos” de pele escura, conseqüentemente, com traços físicos (fenotípicos) e culturais africanizados. * Graduando em pedagogia na Universidade do Estado do Rio de Janeiro, 4º período; Bolsista de Extensão do Programa de Estudos e Debates dos Povos Africanos e Afro-americanos – PROAFRO. 3448 Toda essa ocorrência, de fato, nos apresenta a necessidade de uma nova práxis social, que seja repleta de honestidade e respeito, onde a inclusão daqueles que sofrem secularmente com uma forma persistente que adquire sempre novas formas, o racismo, sejam respeitados e não tolerados. Para essa empreitada, é preciso entender que os espaços de construção de conhecimento não podem continuar a persistir na negação e omissão, do preconceito racial, pois, nas universidades brasileiras, os alunos brancos pobres e negros pobres, ainda não possuem oportunidades iguais, pois uns são discriminados uma vez pela condição socioeconômica e outros são discriminados duas vezes, pela condição racial e socioeconômica; mesmo assim, ainda persistem no pensamento viciado, das políticas universalistas, que “não entendem” ou simplesmente omitem, as questões simbólicas, na qual estão caucionadas as formas de racismo que excluem com maior precisão os negros dos espaços sociais, defendidas sobretudo por intelectuais e militantes de esquerda, que na verdade, na sua grande maioria, fantasiam uma militância aos modos marxistas, “sem entender” que todo relativismo que fazem, em uma reinterpretação da obra de Marx, ainda continua sendo europeu, denominando as singularidades como “diferenças”, expressando a negação da presença e da legítima autodeterminação das singularidades existentes no planeta. Neste trabalho, empenhamo-nos a demonstrar que a identidade cultural/nacional é uma das questões principais no pensamento intelectual do nosso país, onde os traços simbólicos agem de forma astuciosa, onde nada é imposto pela força típica dos afrontamentos do passado, o que é fornecido hoje em dia são apenas os materiais de uma servidão voluntária. A consciência do negro aprende a conciliar-se com o corpo ideal que lhe é oferecido como modelo pelos sistemas de poder†. Seu corpo concreto torna-se uma performance hegemônica das publicidades (no quadro da fragmentação individualista do multiculturalismo) ou de uma fantasia “étnica”, na prática, uma máscara para a desigualdade social, sem poder agitar verdadeiramente o pluralismo ou a diversidade humana. Nessa direção, o trabalho segue explicando como é desenhada e “formada” a identidade do negro brasileiro nas instituições de ensino, que indicam claramente possuir um viés discriminatório, desde o tratamento com os negros (dificuldade de acesso a alunos e professores) até o material didático utilizado, assim uma pesquisa fora realizada em duas universidades do Rio de Janeiro, uma pública (estadual) e outra privada, com estudantes pretos e brancos (auto-declarados) do curso de pedagogia, a fim de examinar com que † É importante salientar que a apreensão de valores e normas impostas pelas estruturas de poder; são internalizadas inconscientemente, moldando, por conseguinte parte da consciência e identidade. 3449 importância vem sendo tratada a questão racial nestas instituições e neste curso especificamente, trazendo para a discussão a dicotomia do ensino público e privado. Esperamos, assim, contribuir de forma significativa para a reflexão dos leitores deste trabalho, acerca da formação do que chamamos hoje de brasilidade e da contribuição que o povo negro pode dar para esse país, (e que já deu muito), se não for mais “impedido” de produzir conhecimento, falar por si mesmo e lutar pela auto-determinação dos povos estigmatizados, como o diaspórico, negro. Desenvolvimento Não há nada tão incondicional e limitado como nosso sentido de beleza. O que quer representar o belo abstraído do prazer que o homem produz no homem, perderá o equilíbrio em seguida. O Belo em si é apenas uma frase, nem sequer uma idéia. O homem se toma a si mesmo como medida de perfeição no belo e em certos casos escolhidos, adora-se. Uma espécie não pode fazer outra coisa a não ser afirmar-se dessa maneira. Seu mais profundo instinto, o de conservação e crescimento, reflete-se, todavia nessas sublimidades. O homem se figura que o mundo está por si só pleno de belezas, e se esquece que é ele mesmo a causa dessas belezas. Ele e ninguém mais foi que tornou o mundo pleno de beleza humana, demasiado humana, e toda aquela que lhe oferece sua imagem lhe parece bela; seu juízo do belo é a vaidade da espécie. Friedrich Wilhelm Nietzsche Numa sociedade sem projeto de igualdade democrática, como a brasileira, é fácil de entender que os pequenos burgueses sempre se esforçaram bastante para se manter o mais distante possível das matrizes africanas, pois aqui, notamos que todo projeto de invenção de cidadania esteve voltado para a produção de elites poderosas e de “diferentes” muito inferiorizados. O princípio de identidade é quase tão velho quanto o pensamento grego. Mas a identidade coletiva é uma invenção dos modernos. A verdade existencial, como propõe o pensamento moderno, reside em um projeto para alcançar um padrão ideal, assim o sujeito estaria em uma eterna busca por sua veleidade identitária; dessa maneira está ancorado o conceito que organiza a formação de identidade coletiva indispensável para toda consolidação de estado nacional moderno. No jogo feito em torno das identidades, existe algo que a visão européia tem como indispensável a ser pensado, a cultura. A idéia de cultura, segundo eles, equivaleria a uma “unidade de identificações”, donde mitos, ideologias e obras de expressão estariam contidos 3450 em qualquer cultura, mas havendo sempre um paradoxo, um limite, expressa pela diferença. Onde se inicia o mistério, a alteridade e a estranheza das culturas. Porém o erro conceitual deste pensamento é achar que cultura pode ser entendida como uma unidade de representações, pois não é um universo fechado de normas, costumes e valores, e sim uma forma, um modo de abordagem do real, onde se entrecruzam discursos e repertórios (valores, significações, padrões de condutas, etc.). Assim, cultura leva a invenção de alteridade e representações de identidades, pois na variedade de repertórios, estão contidos hábitos, costumes e enunciados, onde as identidades podem ser reconhecidas e moldadas. O perigo do entendimento sobre cultura incide em um universalismo uniformizante, onde a Europa seria o centro, e sua cultura vista como superior e legítima. Portanto, todo relativismo antropológico das singularidades, substancializa as “outridades” como “identidades culturais” fechadas, as reinterpretando, mas as fixando como culturas atrasadas, passíveis de incorporação de fatores modernizantes europeus. Dessa maneira, vemos que a intelectualidade européia (filósofos, sociólogos, antropólogos e etc.) buscou a harmonia das coisas diferentes numa unidade, a razão, manifesta num “espírito objetivo” (a cultura), administrado pela Europa, negando capacidade para razão (história e progresso) aos demais continentes. Mesmo assim, [...] as elites brasileiras sempre fantasiaram em torno da Europa como espaço simbólico superior e adequado, tentando reprimir a divisão do “corpo” nacional próprio ou mesmo a simbolização do “outro” nacional, que advém do radical pluralismo étnico cultural, característico alíás de todos os países americanos (SODRÉ, 2000.p. 81). A intelectualidade brasileira sempre buscou uma explicação para o ser brasileiro de maneira conciliadora e não conflitiva, escamoteando as contradições e diversidades de nossa realidade sócio-histórica. Intelectuais, como Gilberto Freyre, por exemplo, escreveram diversas obras nas quais foram pensada a identidade do ser brasileiro. Casa Grande e Senzala, talvez seja a sua mais (re) conhecida obra e que possui maior imanência na intelectualidade brasileira, até mesmo pelo desinteresse de uma elite branca na problematização desta, esforçando-se para sua perpetuação. Esta obra foi uma das grandes divulgadoras e propositoras da miscigenação da população brasileira‡ enquanto ideologia. Freyre relata as relações entre escravos e senhores de engenho como sendo harmoniosas, onde os negros eram representados como submissos, ‡ Sabemos que Gilberto Freyre não foi o percussor da antropologia afro-brasileira, pois seus estudos estavam ancorados em pressupostos teóricos que obviamente eram anteriores a ele, mas a sua obra é a que mais possui veleidade na sociedade e no meio acadêmico se comparado a outros autores da temática. 3451 assumindo arquétipos preconceituosos que ainda perduram no imaginário social brasileiro. Esses padrões classificavam os negros como; escravo doce, amas de leite maternal, negra masoquista, mucama que serve sexualmente ao seu senhor, o preto velho contador de história, dentre outros. Assim, a harmonia era reinante nos engenhos, como se não houvesse resistências, revoltas por parte dos escravizados e abusos por parte dos senhores. A existência de quilombos “é omitida”, a doçura da qual é explicada a escravidão torna difícil a compreensão de seu caráter hediondo. Outros autores além de Freyre, também tentaram formular a identidade do povo brasileiro, apresentando a mestiçagem como saída para o atraso econômico brasileiro, dentre estes, o literato Monteiro Lobato, que no início do século XX, declarou que: “Só a imigração e a conseqüente fusão de sangue superior trará uma aptidão congênita para o progresso” (Lobato, 1905, p.76), seu personagem Jeca Tatu era uma metáfora para o Brasil, figurado como corpo e alma atacados por doenças físicas e morais. No campo no pensamento identitário brasileiro, tivemos também o médico e fundador da antropologia afro-brasileira, Nina Rodrigues, que via no negro um infortúnio de toda positivação educacional, pois se tratavam de tema de patologia médica. E os índios, mesmo catequizados, não alcançariam a civilidade, pois era uma degeneração humana. O desenho de “um caráter nacional” constrói-se desde o século XIX, nas obras de ficcionistas e pensadores, sempre na direção da mestiçagem, perseguindo uma identidade absorvente das contribuições estrangeiras (sobretudo européias), com virtudes próprias e críticas das fraquezas e defeitos. Como a Europa era o “epicentro intelectual e cultural do planeta”, as formas de organização das populações africanas eram negadas, assim os complexos urbanos com práticas técnicas (metalurgia, tecelagem, comércio, etc.) , além das tradições artísticas (música, escultura e pinturas) eram desconsideradas ou mesmo desconhecidas, por intelectuais como Caio Prado Júnior, que em análise da formação econômica nacional, afirmou que os negros são incapazes de realizar trabalhos modernizantes,pois havia um despreparo básico por serem de regiões “atrasadas” da África§. Desconhecendo ou negando a diferenciação cultural da diáspora negra, fixando os negros em padrões preconceituosos, sem levar em consideração que as práticas técnicas e as tradições artísticas, eram “adequadas” aos padrões da época. § PRADO, Caio. Evolução política do Brasil. São Paulo: Jose Olympio, 1933, p.36. 3452 Todas essas ideologias acabaram por desviar uma discussão que denunciasse veementemente as condições precárias enfrentada pela população negra, que segundo os ideólogos da época, e até da contemporaneidade, estão nessa condição de precariedade por incompetência própria. A proibição da negritude de forma objetiva, (com leis que proibiam a capoeira e o candomblé) e as subjetivas (que classificam os negros como feios, burros, mal cheiroso e etc.) desautoriza a identidade com que o negro molda-se, até mesmo porque sempre fora vantajoso, para esses eugenistas que “o negro não se apresente como negro. E com a morenidade proposta por Freyre**, o branco inclusive se salva de ter que se responsabilizar pelos privilégios que adquiriu ilicitamente pela sua branquitude” (Carvalho, 2002.p.174). Dessa maneira, o negro será alocado em um novo conceito de moreno††, onde seu crédito reivindicatório por um século de discriminação e exclusão estará perdido, e o branco terá sua dívida como opressor cancelada. A partir daí, os morenos viverão em intensa harmonia, os ex-brancos, alimentando-se bem, gozando de todo conforto objetivo propiciado pelo capital econômico, e dentro da universidade. Enquanto os ex-negros, alheios a todas estas benesses e fora da universidade. As benesses do usufruto de uma sociedade racista, na qual foi conveniente excluir o negro de todo “projeto modernizante”, tem se construído desde o início da invenção da nação brasileira, em contornos essencialmente patrimonialistas. A classe média possui um ethos patrimonialista, e sempre obtiveram vantagens exclusivas nas quais estão contidos, além de um grande vácuo moral, antagonismo à lei e impunidade. O sistema patrimonialista, não deve ser entendido apenas como domínio exclusivo da economia. Esse sistema abarca valores simbólicos em toda sua construção, evidenciando que o fator econômico garante a manutenção do status patrimonial, mas a infra-estrutura, transmissão de bens de família por herança e referência figurada aquilo que se considera como um bem próprio, é o que garante ao sujeito o acesso a esse patrimônio. ** Para Freyre, o mestiço define fisicamente a nação e constitui a demonstração da essência do caráter democrático do Brasil, e para alem da democracia racial, seria abolida as distinções de cor, com as absorções de particularidades numa metarraça fluida e abrangente, a dos morenos. †† Sobre a morenidade Gilberto Freyre afirmou que. “Por morenidade deve-se entender uma transformação semântica, no Brasil, da palavra moreno que vem correspondendo a uma crescente indiferença, da parte de grande número de brasileiros, ao que, na sua situação, seja diferença entre descendentes de brancos, de pretos e de pardos, e uma crescente tendência para considerar-se não só o branco moreno, como outrora, mas o pardo, em vários graus de morenidade, da clara a mais escura, por efeitos de mestiçagem, e o próprio preto. Com esse amorenamento (antropológico e sociológico), ao qual tem se juntado, nos últimos anos, o de brancos que procuram amorenar-se ao sol tropical de Copacabana e de outras praias, a morenidade estaria a afirmar-se, no caso do homem brasileiro, como uma negação de raça e uma afirmação de metarraça”. (FREYRE, 1946, p. 120). 3453 Nesse âmago, está ancorada a imposição pessoal como um valor coletivo, dando margem a intermediações negociadas em bases familiares e a favores. Assim, notamos o predomínio das relações clientelistas, que se estabelecem através da natureza patrimonialista do poder, auferindo-lhes, talvez, maior culpabilidade inerente às opressões, do que a dominação de uma classe específica. Sendo que na maioria das vezes os patrimonialistas estão contidos nessas classes específicas, como exemplo, tem os donos de terras, que não necessariamente adquiriu esse patrimônio (no sentido econômico) por herança familiar, mas a partir daí pode formar um novo sistema patrimonial, por serem uma nova elite. Considerações Finais Objetivamente, esse racismo de exclusão trouxe um conjunto de desvantagem sócioeconômica cumulativas que se consubstanciam em bem estar e qualidade de vida muito inferior aquelas dos brancos. Pois é a população negra que majoritariamente habita em áreas onde a ausência do estado é maior, se originando de famílias mais pobres que possuem maiores dificuldades de realização escolar em todos os níveis de ensino, e se concentram em atividades ocupacionais desqualificadas e com baixo rendimento. Assim, percebemos que a tentativa de se criar um “ser brasileiro ideal” fora um projeto imbecil, mas que habita no imaginário social brasileiro, e causou uma cisão subjetiva e objetiva entre grupos raciais onde o grupo racial branco se beneficia, sejam os mais ricos ou os mais pobres, pois este segundo carrega um conjunto menor de estigmas (No mercado de trabalho, nas relações sentimentais, nos contatos com a polícia, etc) do que os negros , que em grande número acaba aceitando um conjunto de estereótipos criados pela sociedade brasileira, que afirma viver em uma “democracia racial”, mas que traz o negro a necessidade de uma “urgência material” que determina um habitus produzindo práticas individuais e sociais que são determinadas pela antecipação implícita de suas conseqüências , isto é, pelas condições passadas da produção de seu princípio de produção de modo que eles tendem a reproduzir as estruturas objetivas das quais elas são, em uma última análise, o produto (BORDIEU,1983, p. 61 ). Nesse sentido, somente uma mudança da “ordem inercial das coisas” pode viabilizar a operação da própria percepção subjetiva das estruturas do mundo material. 3454 REFERÊNCIAS BORDIEU, Pierre. A economia das trocas simbólicas. Introdução, seleção e organização de Sérgio Miceli. São Paulo: Perspectiva, 1983. CARVALHO, José Jorge; SEGATO, Rita Laura. Uma Proposta de Cotas para estudantes Negros na Universidade de Brasília. Brasília: Depto. De Antropologia/UNB, 2002. FREYRE, Gilberto. Casa Grande e Senzala. São Paulo: Livraria José Olympio Editora, 2 vol, 1946. LOBATO, Monteiro. O Presidente Negro ou o Choque das Raças. São Paulo: Brasiliense, 1926. PRADO, Caio. Evolução política do Brasil. Ed. José Olympio, 1993. SODRÉ, Muniz. Claros e Escuros: Identidade, povo e mídia no Brasil. Petrópolis: Vozes, 2000.