PESQUISA DE CRYPTOSPORIDIUM EM ANIMAIS
DA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA
Tatiane Bressan Moreira
Iniciação Científica Voluntária
Larissa Reifur/Sheron Sierakowski
O estudo das parasitoses causadas pelo
protozoário coccídeo do gênero Cryptosporidium
vem adquirindo maior importância na medicina
veterinária. A baixa especificidade deste patógeno
faz com que o número de espécies hospedeiras
seja extremamente variado, acometendo tanto
animais domésticos quanto selvagens, que podem
atuar como transmissores do parasito ao ser
humano. A escassez de dados epidemiológicos no
estado do Paraná e na região metropolitana de
Curitiba motivou a atual pesquisa que, por meio de
exames coproparasitológicos, tem como objetivo
detectar oocistos nas fezes de animais da região.
As coletas de amostras fecais e análise das
mesmas se deram entre junho de 2012 e agosto de
2013. Ao total, foram coletadas 120 amostras,
sendo 60 de equinos, 30 de caninos e 30 de
bovinos. Foram associados dois métodos para
auxilio do diagnóstico, o de sedimentação de
Ritchie e o esfregaço de fezes em lâmina de vidro
corado pela técnica de Ziehl-Neelsen modificada
(Znm). A leitura foi feita em microscópio óptico de
luz branca, no aumento de 400x e 1000x.
FAYER, R.; XIAO, L. Cryptosporidium and
Cryptosporidiosis. Boca Raton: IWA Publishing,
CRC Press, 2008. 576 p.
Das 120 amostras analisadas todas tiveram resultado
negativo para oocisto de Cryptosporidium. O resultado nulo
pode ser decorrente de alguns fatores, dentre eles o estado
de saúde dos animais, técnicas de manejo dos animais,
condições sanitárias onde os animais vivem e técnica de
diagnóstico utilizada. Todas as amostras pertenciam a animais
sadios, que não apresentaram nenhum episódio recente de
diarreia, que vivem em propriedades onde as condições de
manejo e de higiene são boas e que bebem apenas água
tratada.
Sabe-se
que
infecções
significativas
por
Cryptosporidium estão comumente associadas a diarreia
severa e alta porcentagem de oocistos nas fezes, o que não é
observado em animais saudáveis. O método de sedimentação
de Ritchie associado à coloração Ziehl-Neelsen modificada,
apesar de ter baixo custo e fácil execução, possui
sensibilidade mais baixa se comparado às técnicas de ELISA
e PCR .
O não encontro de oocistos nas amostras fecais dos animais
selecionados pode ser explicado pelo fato de todas as
amostras analisadas pertencerem a animais sadios, que não
apresentaram episódio recente de diarreia, que vivem em
propriedades onde as condições de manejo e higiene são
boas. O método de Ritchie associado à Znm, apesar de baixo
custo e fácil execução, possui sensibilidade mais baixa se
comparado às técnicas de PCR e ELISA. Sendo assim, os
resultados encontrados não descartam a hipótese de algum
animal estar infectado. Assim a presença de Cryptosporidium
não deve ser negligenciada, uma vez que apresenta riscos à
saúde pública e animal.
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