Teoria Macroeconômica II (A)
Teoria da Inflação
Notas de Aula
Prof. Giácomo Balbinotto Neto
UFRGS
Bibliografia Recomendada
Marques, Maria Silvia Bastos (1987), RBE
Lopes & Rosetti (2005, cap. 6)
Helmut Frisch (1983)
Mishkin (2000, cap.24, 26 a 28)
Simonsen, Mário Henrique
(1983, cap. 7, 8 e 11)
2
Inflação:
Definição e Caracterização
A inflação pode ser definida como um aumento
sustentado no nível de preços; ao contrário de
um aumento de uma vez por todas nos preços.
A inflação lida com o aumento nos preços
médios e não apenas com o aumento de alguns
poucos preços na economia.
3
O Conceito de Inflação
A inflação é definida com sendo uma elevação do nível
geral de preços de uma economia.
A taxa de inflação é medida pelo percentual de
incremento do índice de preços durante certo período
de tempo, isto é:
 = [(P1-Po)/Po]
4
Inflação e Nível de Preços
Inflação é um processo no qual o nível de
preços está aumentando e a moeda perdendo
valor.
A inflação não é ou não se refere ao aumento
no preço de um ítem isolado.
Inflação é o aumento no preço de todos os itens
em percentagem similar.
5
Índices de Preços
Usados no Brasil
Índice Geral de Preços
Índice de Preços ao Consumidor
Índice Nacional de Preços ao Consumidor
IPCA - Abrangência geográfica: Regiões metropolitanas de
Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de
Janeiro, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre, Brasília e município
de Goiânia
6
IGP-DI
7
IPCA
8
Índices de Preços
Usados no Brasil
Deflator do PIB - é a razão entre o PIB Nominal e o PIB
Real, ou seja, é o preço de determinada mercadoria ou
serviço em um determinado ano relativamente ao preço
desta no ano-base.
Resumindo: O PIB nominal mede o valor da produção da
economia. O PIB real mede a quantidade de produto, ou
seja, a produção avaliada em preços constantes (do anobase). O deflator do PIB mede o preço da unidade típica
de produto em comparação com seu preço no ano-base.
9
Índices de Preços
Usados no Brasil
IPEA - Instituto Brasileiro de Pesquisa Econômica Aplicada - Uma incrível base de dados de vários
indicadores da economia Brasileira e com os números índices dos indicadores.
BC - Banco Central do Brasil - É possível pesquisar vários índices econômicos, também com uma enorme base
de dados disponível.
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - Onde é possível colher todas as informações sobre os
índices de preços por ela elaborados, inclusive séries históricas.
FGV - Fundação Getúlio Vargas - Você pode, gratuitamente, fazer diversas pesquisas das séries históricas dos
índices de preços. Séries completas são cobradas.
FIPE - Página da Fundação e Instituto de Pesquisas Econômicas - onde se disponibiliza gratuitamente
todas as informações e séries históricas dos índices por ela elaborados e pesquisas de preços de veículos, etc.
DIEESE - Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos - Conheça informações
detalhadas sobre o ICV, entre outras várias informações do site.
CNI - Página da Confederação Nacional das Indústrias - com uma enorme quantidade de índices de preços
do país divididos em categorias. A consulta às séries mais recentes é gratuita, mas se você quiser efetuar
download, será cobrado.
10
Taxa de Inflação e Planos de Estabilização
Econômicos – Brasil (1976 - 2004)
85
Inflação (% a.m.)
% a.m
75
Plano Collor I
65
Plano Verão
55
45
35
25
Plano Collor II
Plano Bresser
Plano Cruzado
Pré-fixação da
correção monetária e
câmbio
Plano Real
15
5
-5
jan/76
jan/80
jan/84
jan/88
jan/92
jan/96
jan/00
jan/04
11
A Natureza da Inflação
A inflação é um fenômeno de natureza
monetária.
Segundo Milton Friedman (1992,p. 179): A
inflação na faixa à qual ficamos acostumados,
sem falar na faixa hiperinflacionária, só se
tornou possível depois que o papel moeda
passou a ser multiplicado indefinidamente, a um
custo insignificante; é necessário apenas
imprimir números mais altos nos mesmos
pedaços de papel.
12
Quando há inflação?
A Visão de Friedman
A inflação ocorre quando a quantidade de moeda
aumenta muito mais rapidamente do que a produção, e
quanto mais rápido o aumento da quantidade de moeda
por unidade de produção, mais alta a taxa de inflação.
Talvez não exista nenhuma outra proposição, em
economia, que seja tão bem confirmada quanto esta.
13
Qual a causa da inflação?
Nenhum governo aceita de bom grado a responsabilidade por provocar
inflação,mesmo que num grau moderado, e muito menos a taxas
hiperinflacionárias. Autoridades do governo sempre acham alguma desculpa
- empresários gananciosos, sindicatos vorazes, consumidores perdulários,
xeques árabes, mau tempo ou qualquer outra coisa que pareça remotamente
plausível. Não há dúvida de que os empresários são gananciosos, os
sindicatos são vorazes, os consumidores são perdulários, os xeques árabes
têm aumentado o preço do petróleo e o tempo muitas vezes é ruim.
Qualquer um deles pode provocar preços altos para itens isolados; não
podem provocar preços em alta para bens em geral. Podem causar altos e
baixos temporários na taxa de inflação. Mas não podem provocar uma
inflação contínua, por uma razão muito simples: nenhum dos supostos
culpados possui uma impressora na qual possa produzir legalmente aqueles
pedaços de papel que levamos em nossas carteiras e chamamos de dinheiro;
nenhum deles tem poderes legais de autorizar um guarda-livros que faça
lançamentos em livros-razão que sejam equivalentes a esses pedaços de
papéis.
14
Índices de Preços
[Henri Guitton (1955)]
...um índice é uma maneira de designar um fenômeno
oculto ou complexo. È antes uma seta que indica um
caminho desconhecido. De uma maneira menos figurada, é
um elemento que exprime um outro elemento difícil de ser
apreendido diretamente... No mundo econômico, não se
conhecem índices perfeitos, exatos. Existem muitos índices
e, a priori, não se conhece o melhor. E é porque um único
elemento não pode sozinho, indicar um fenômeno
complexo, que a técnica estatística procura contornar
através de um estratagema. É aquele do número índice.
Trata-se de um número abstrato que exprime, em
principio um conjunto de fenômenos que se desejaria
entender como um todo.
15
Índices de Preços
Índice de preço de Laspeyres:
O índice de Laspeyres pondera preços (p) de insumos
(i) em duas épocas, inicial (0) e atual (t), tomando
como pesos quantidades (q) arbitradas para estes
insumos na época inicial.
Como essas quantidades são consideradas adequadas à
época inicial e não à época atual, admite-se que o
numerador possa se apresentar super dimensionado e
assim o índice de Laspeyres apresentar tendência de
elevação.
16
Índice de Preços de Laspeyres
I(L) = (Σ pnqo/ Σpoqo)
17
Índices de Preços
Índice de preço de Paasche:
O índice de Paasche pondera preços (p) de insumos (i)
em duas épocas, inicial (0) e atual (t), tomando como
pesos quantidades (q) arbitradas para estes insumos na
época atual.
Como essas quantidades são consideradas adequadas à
época atual e não à época inicial, admite-se que o
denominador possa se apresentar, eventualmente, super
dimensionado e assim o índice de Paasche apresentar
tendência a rebaixamento.
18
Índice de Preços de Paasche
I(P) = (Σ pnqn/ Σpoqn)
19
Índices de Preços
Diante das características dos índices de Laspeyres e de
Paasche vários autores sugeriram índices que
apresentassem valores intermediários entre eles,
considerando que ambos atendem à formula geral:
Dentre eles, destaca-se Fisher que adotou a média
geométrica dos índices de Laspeyres e Paasche.
20
A magnitude da taxa
de elevação dos preços
Alguns autores consideram que há ou se
manifesta um processo inflacionário quando há
uma elevação apreciável (considerável ou
suficientemente grande) nos níveis de preços.
Contudo, devemos reconhecer que o caráter
desta definição é arbitrário.
21
Hiperinflação
Hiperinflação – e a taxa de inflação que excede
a taxa de 50% ao mês.
[Philip Cagan (1958)]
A hiperinflação em alguns países foi causada
porque o governo emite moeda de modo
excessivo para financiar seu déficit.
22
Trabalhos Clássicos
sobre Hiperinflação
Bresciani-Turroni, C. (1937). The economics of inflation,
a study of currency depreciation in post-war Germany.
23
Oferta monetária e preços
durante quatro hiperinflações
índice (Jan.
1921 = 100)
(a) Austria
(b) Hungria
índice (Jan.
1921 = 100)
100,000
Nível de preços
100,000
Nível de preços
10,000
10,000
Oferta monetária
1,000
1,000
100
1921
1922 1923 1924 1925
100
Oferta de moeda
1921
1922 1923 1924 1925
Oferta monetária e preços
durante quatro hiperinflações
c) Alemanha
d) Polônia
índice (Jan.
1921 = 100)
índice (Jan.
1921 = 100)
100 trilhões
Nível de preços
10 million
Nível de preços
1 trilhão
1 million
10 bilhões
100 milhões
Oferta
de moeda
1 milhão
100,000
10,000
10,000
Oferta de
moeda
1,000
100
1
100
1921 1922 1923 1924 1925
1921 1922 1923 1924 1925
Hiperinflações
Table 23-1
País
7 hiperinflações das décadas de 1920 e 1940
Inicio
Fim
PT/P0
Austria
Out. 1921
Ago. 1922
70
Alemanha
Ago. 1922
Nov. 1923
Grécia
Nov. 1943
Hungria 1
Taxa média mensal Taxa média mensal
de inflação
de crescimento
(%)
monetário (%)
47
31
1.0 x 1010
322
314
Nov. 1944
4.7 x 106
365
220
Mar. 1923
Fev. 1924
44
46
33
Hungria 2
Ago. 1945
Jul. 1946
3.8 x 1027
19,800
12,200
Polônia
Jan. 1923
Jan. 1924
699
82
72
Russia
Dez. 1921
Jan. 1924
1.2 x 105
57
49
PT/P0: Price level in the last month of hyperinflation divided by the price level in the first month.
26
Exemplos de Hiperinflações Recentes
Crescimento da
Oferta de
Moeda(%)
Inflação
(%)
Israel, 1983-85
295
275
Polônia, 1989-90
Brasil, 1987-94
344
1350
400
1323
Argentina, 1988-90
Peru, 1988-90
1264
2974
1912
3849
Nicarágua, 1987-91
Bolívia, 1984-85
4991
4208
5261
6515
País/Período
27
Inflação Alta
Alta Inflação na América Latina, 1976-2000
Taxa média mensal de Inflação (%)
Country
1976-1980
1981-1985
1986-1990
1991-1995
1996-2000
Argentina
9.3
12.7
20.0
2.3
0.0
Brasil
3.4
7.9
20.7
19.0
0.6
Nicaragua
1.4
3.6
35.6
8.5
0.8
Peru
3.4
6.0
23.7
4.8
0.8
28
A dimensão do fator tempo
Persistência – o que caracteriza um processo
inflacionário é a hipótese de sua tendência altista.
Continuada – a alta nos preços deve ser continuada; ela
deve persistir por um período considerável de tempo.
Prolongada – um processo inflacionário é diferente de
um processo de alta temporária nos preços.
29
O caráter dinâmico do
processo inflacionário
Laidler e Parkin (1977) destacam que a
inflação não se refere a uma situação
estática de preços altos, mas a um
processo dinâmico de preços crescentes.
30
Abrangência do Fenômeno
A inflação é caracterizada como sendo um fenômeno
macroeconômico, na medida em que se refere a uma
considerável e persistente elevação geral dos preços.
Devemos ter claro que a elevação inflacionária de preços
não se limita a um só produto ou a uma dada fração dos
bens e serviços que resultam do esforço social de
produção, mas a uma alta generalizada, abrangente,
que envolve praticamente os preços de todos os fatores
e produtos.
31
Principais Custos da Inflação
(i) Shoeleather costs;
(ii) Menu Costs;
(iii) Aumento na variabilidade dos preços relativos;
(iv) Imposto inflacionário;
(v) Confusão e inconveniências;
(vi) redistribuição arbitrária da riqueza.
32
Principais Custos da Inflação:
Shoeleather Costs
A inflação reduz o valor real da moeda, de modo
que as pessoas tem um incentivo a minimizar
seus saldos reais. Com menores saldos as
pessoas tem que ir mais frequentemente aos
bancos para realizar transações e sacar seus
depósitos.
Idas freqüentes aos bancos tomam tempo das
atividades produtivas.
33
Principais Custos da Inflação:
Shoeleather Costs


Definição: custos e inconveniências de reduzir os
saldos monetários para evitar o imposto inflacionário.
  i
  saldos monetários reais
Obs: no longo prazo, a inflação não afeta a rend
areal ou os gastos reais. Assim, com os mesmos
gastos, mas menores saldos monetários nominais, há
mais saques nos bancos ou trasnferências para a
conta corrente.
34
Principais Custos da Inflação
Menu Costs
Definição: custos de se modificar os preços.
Exemplos:
Custos de imprimir novos menus e catálogos;
Quanto mais alta a inflação, mais frequente as firmas
devem mudar seus preços e incorrer em tais custos.
35
Principais Custos da Inflação
Menu Costs
One reason that prices do not adjust immediately to clear
markets is that adjusting prices is costly. To change its
prices, a firm may need to send out a new catalog to
customers, distribute new price lists to its sales staff, or in
the case of a restaurant, print new menus. These costs of
price adjustment, called "menu costs," cause firms to
adjust prices intermittently rather than continuously.
N. G. Mankiw
http://www.econlib.org/Library/Enc/NewKeynesianEconomics.html
36
Principais Custos da Inflação
Menu Costs
Durante o período inflacionário, é necessário
reajustar e remarcar listas de preços.
Este é um recurso que consome tempo que
poderia ser utilizado em outras atividades
produtivas.
37
Principais Custos da Inflação
Má Alocação de Recursos
Durante o processo inflacionário, há uma
defasagem entre os aumentos de preços.
Enquanto alguns estão constantes, outros
estão crescendo.
Assim, torna-se difícil saber-se os preços
relativos a medica em que ocorrem mudanças
irregulares nos preços. Isto implica numa má
alocação de recursos.
38
Principais Custos da Inflação:
Tratamento Fiscal Injusto
Com a inflação, rendas não indexadas ou não
ajustadas são tratadas como ganhos reais.
Consequentemente, com um imposto
progressivo, aumento nas rendas nominais são
tratados como ganhos reais e assim taxados.
Isto reduz a renda real e aumenta as distorções
redistributivas causadas pela inflação.
39
Principais Custos da Inflação:
Tratamento Fiscal Injusto
Efeitos Fiscais
- aumento na taxa nominal de juros
- os impostos são baseados em retornos nominais;
- os retornos sobre os investimentos resultam em alta
impostos mais elevados;
- a taxa efetiva de impostos aumenta, e depois depois
do imposto a renda real declina.
40
Principais Custos da Inflação:
Tratamento Fiscal Injusto
Quando alguns impostos não são ajustados para levar em
conta a inflação, tais como os ganhos de capital, temos
que, por exemplo:
Jan 1: você compra $10,000 em ações.



Dec 31: você venda as ações por $11,000,
assim, seu ganho monimal é de $1000 (10%).
Suponha que  = 10% durante o ano.
Seu ganho real foi $0.
Mas o governo pode requer que você pague impostos
sobre o seu ganho nominal de $1000!!
41
Principais Custos da Inflação:
Confusão e Inconveniências
Com aumento nos preços, é necessário fazer-se
correções constantes a fim de comparar rendas
reais, custos e lucros ao longo do tempo.
O tempo gasto para realizar tais ajustamentos
poderiam ter sido empregados para produzir
mais bens e serviços.
42
Principais Custos da Inflação:
Redistribuição da Renda
Com uma inflação não antecipada ou não
corretamente antecipada, a riqueza é
redistribuída entre credores e tomadores
de empréstimos de modo arbitrário, e
algumas vezes de modo inaceitável.
43
Principais Custos da Inflação:
Redistribuição da Renda
Redistribuição da renda:
- se a inflação aumenta inesperadamente, os salários
não serão reajustados imediatamente;
- os lucros das empresas serão mais altos do que o
esperado;
- Haverá uma redistribuição da renda dos
trabalhadores para os empresários
44
Principais Custos da Inflação:
Redistribuição da Renda
Quando os contratos não são indexados, mas baseados na inflação
esperada ( e). Se  for diferente de  e, então alguns ganham as
expensas de outros.
Exemplo:
Se  >  e, então (i  ) < (i   e)
e o poder de compra é transferido dos emprestadores para os
tomadores de empréstimos.
Se  <  e, então o pode de compra é transferido dos tomadores
de empréstimo para os emprestadores.
45
Os custos da inflação:
distribuição arbitrária da riqueza
Quando um país enfrenta uma inflação como a existente no
Brasil (na década de 1960), o principal determinante das
taxas nominais de juros passa a ser o ritmo esperado da taxa
da alta geral de preços.
As previsões quanto a taxa de inflação, todavia, são
inevitavelmente precárias e arriscadas, sobretudo quando se
estendem a prazos não muito curtos. Esse problema conduz à
redução dos prazos de operação do mercado de crédito,
criando impasse de difícil solução para as operações de longo
prazo.
[cf. Simonsen (1970, p.135-136)]
46
Os custos da inflação:
a instabilidade e a desordem salarial
Segundo Simonsen (1970) a inflação provoca uma
instabilidade nos salários reais, visto que eles se
tornam oscilantes pela conjugação de altas de
preços contínuas com revisões intermitentes das
remunerações nominais.
Some-se a isto o fato de que as hierarquias de
remuneração são distorcidas pelo processo
inflacionário.
47
Principais Custos da Inflação:
Redistribuição da Renda
A subestimação da inflação leva a:
Menor renda real para os trabalhadores:
Os empregadores não encontram os trabalhadores
adequados;
Os empregados começam a se demitir;
As firmas incorrem em custos de rotatividade (turnover
costs).
A produção esta abaixo do que poderia ser se a taxa de inflação
fosse corretamente antecipada.
48
Principais Custos da Inflação:
Redistribuição da Renda
Superestimando a taxa de inflação temos que:
Mais renda real fluiu para os trabalhadores
Os empregadores dispensam os trabalhadores
A taxa de desemprego cresce
A produção fica abaixo do que teria sido se a taxa
de inflação tivesse sido corretamente antecipada.
49
Principais Custos da Inflação:
Redistribuição da Renda
Inflação antecipada
Os salários monetários são assumidos serem rígidos
enquanto a economia esteja experimentando uma
inflação de demanda (demand-pull) ou de custos
(cost-push).
A antecipação correta da inflação aumenta o nível de
preços e as pessoas ajustam seus salários monetários
para compensar as perdas que teriam.
50
Inflação Antecipada
LAS
Nível de preços
(Deflator do PIB
133
SAS2
SAS1
SAS0
121
110
AD2
AD0
0
6.0 6.5
AD1
7.0 7.5 8.0 8.5
PIB Real
51
Efeitos da Inflação
O PIB potencial pode declinar por três
razões:
Custos de transação;
Efeitos fiscais;
Aumento na incerteza.
52
Efeitos da Inflação
Custos de transação
A velocidade de circulação da moeda aumenta;
- as pessoas gastam mais tempo tentando evitar
perdas devido ao declinio no valor da moeda;
- as pessoas buscam formas alternativas ao moeda trocas diretas ou outro ativo (dolarização da
economia).
53
Efeitos da Inflação
Aumento na Incerteza
Altas taxas de inflação resultam levam a um
aumento na incerteza sobre a taxa de inflação
de longo prazo.
O investimento cai.
O crescimento econômico é reduzido.
54
Inflação
Distorções
Expectativas
Expectativas sobre o futuro em ambiente inflacionário
Setor
Empresarial
Sensível a
Investimentos
Produção Futura e
Nível de emprego
comprometidos
55
55
Efeitos sobre o crescimento econômico per capita de
um aumento da inflação de 5% para 50% ao ano.
Autores
Número
de países
Período
Tipo de dado
Efeito sobre o
crescimento (%)
Heitger (1985)
115
1950-80
Panel data
-0,9 a -4,5
Barro (1990)
117
1960-1985
Cross section
insignificante e
fraca
Fischer (1991)
73
1970-1985
cross section
-2,1
Grimes (1991)
21
1960-1987
panel data
-5,0
Roubini e Sala-i-Martin
(1992)
98
1960-1985
Cross section
-2,2
Montley (1994)
78
1960-1990
Cross section
-1,3 a -4,5
Sarel (1996)
87
1970-1990
Panel data
-5,8
Taylor (1996)
EUA
1952-1993
Times series
-11,2
Gylfason (1999)
105
1985-1994
Cross section
-2,3
84
1960-1995
Panel data
-0,14
Rousseau e Wachtel
(2001)
56
Efeitos sobre o crescimento econômico per capita de
uma redução da inflação de 50% para 5% ao ano.
Autores
Número de
países
Período
Tipo de dado
Efeito sobre o
crescimento (%)
Fischer (1991)
73
1970-85
Cross-section
-2,1
Gylfason (1991)
37
1980-85
Cross-section
-2,0
Roubini & Sala-i-Matin
(1992)
98
1960-1985
Cross-section
-2,2
De Gregorio (1993)
12
1950-1985
Cross-section
-0,7
Fisher (1993)
80
1960-89
Cross-section
-1,8
Barro (1995)
100
1960-92
Cross-section
-1,0 -1,5
145-170
1960-92
Panel data
- 0,6 ; 1,3
80-87
1960-90
Panel data
1,3-1,81,2
97
1961-92
Panel data
-1,2
Gylfason (1991)
160
1985-94
Cross-section
-2,4
Gylfason (2001)
170
1960-92
Panel data
-0,6 a -1,3
Gylfason & Herbertsson
(1996)
Barro (1997)
Bruno & Easterly (1998)
57
Inflação e Desenvolvimento
Por certo a estabilidade de preços não é condição
suficiente para que um país cresça. Mas a teoria e o
bom senso também deixam claro que a inflação
dificilmente será ingrediente de uma trajetória ótima de
desenvolvimento. O processo inflacionário, afinal, resulta
apenas da tentativa de se implantar um conjunto de
aspirações incompatíveis da sociedade, do desejo de
dividir o bolo em fatias de soma superior ao todo. E a
revolta contra a aritmética jamais constituiu arma
eficiente para a construção do progresso de qualquer
país.
Mário Henrique Simonsen (1970)
58
A Teoria Quantitativa de
Moeda e a Taxa de Inflação
Teoria Quantitativa de Moeda
A teoria quantitativa é considerada como sendo a teoria
clássica ou neoclássica da inflação.
A teoria quantitativa se apresenta em duas formas:
(i) equação de transações, como formulada por Irving
Fisher;
(ii) a equação de saldos efetivos da Escola de
Cambridge.
60
A Teoria Quantitativa de Moeda:
as versões de Fisher e Cambridge
(i) Fisher:
P.T = M. V
(ii) Cambridge
M = k PY
61
Pressupostos da Teoria Quantitativa
Assume-se que, a velocidade renda da moeda seja
constante.
Isto implica, então, que a elasticidade do nível geral de
preços com relação a uma variação da oferta monetária
é igual a unidade.
Este resultado forma o núcleo da teoria quantitativa.
62
A teoria quantitativa da
moeda e a inflação
A elasticidade de P com respeito a M é dada por:
ePM = (dP/dM)(M/P)
da equação quantitativa obtemos que:
(dP/dM) = (V/Y)
63
A teoria quantitativa da
moeda e a inflação
Substituindo a equação acima na equação da
elasticidade:
ePM = (V/Y)(M/P)
mas como V = (PY/M), temos que:
ePM = (YP/MY)(M/P) = 1
64
A teoria quantitativa da
moeda e a inflação
Da equação quantitativa podemos utilizar a relação que
sugerida pelos modelos monetaristas. Derivando a
equação quantitativa, temos que:
Y(dP) + (dY)P = M(dV) + (dM)V
Multiplicando ambos os lados da equação por (1/YP),
chegamos a seguinte equação:
(dP/P) + (dY/Y) = (M/YP)dV + (V/YP)dM
65
A teoria quantitativa da
moeda e a inflação
Usando a definição da velocidade renda da moeda
V=PY/M, temos que:
(dP/P) + (dY/Y) = (dM/M) + (dV/V)
(dM/M) = (dP/P) + (dY/Y)
=0
ou
 =m-y
66
Implicações da TQM
(i) Países com altas taxas de crescimento
monetário devem ter altas taxas de inflação
no longo prazo.
(ii) a tendência de longo prazo da inflação de
um país deveria ser similar a sua tendência
de de crescimento monetário no longo prazo.
67
EUA – Inflação e Crescimento
Monetário: 1960-2005
15%
No longo prazo, a inflação e a taxa de crescimento monetário
se movem juntas, como prediz a TQM.
Taxa de crescimento
de M2
12%
9%
6%
3%
0%
1960 1965
Taxa de
inflação
1970 1975
1980 1985
1990 1995
2000 2005
68
Inflação e crescimento monetário –
uma análise de cross-country
Inflation rate 10,000
(per ce nt,
loga rithmic
sc ale)
1,000
Democratic Re public
of Congo
Nicaragua
Angola
Brazil
Georgia
100
Bulgaria
10
Germany
Kuwait
1
USA
Oman
0.1
0.1
1
J apan
10
Canada
100
1,000
10,000
Mone y supply gr owth (per ce nt, logar ithmic sc ale )
69
70
percentual
Inflação e taxa nominal
de juros – EUA (1950-2000)
16
14
12
10
8
6
4
2
Nominal
interest rate
Inflation
rate
0
-2
1950
1955 1960 1965 1970 1975 1980 1985 1990 1995 2000
Ano
71
Inflação e taxa nominal de juros –
dados de cross country
100
Nom ina l
inte re st rate
(per ce nt,
loga rithm ic
sc ale)
Kazak hstan
Kenya
Armenia
Uruguay
Italy
Franc e
10
Nige ria
United Kingdom
United States
J apan
Germany
1
Singapore
1
10
100
1000
Inflation ra te (pe rc ent, logar ithm ic sc ale)72
A teoria quantitativa da
moeda e a inflação
A teoria quantitativa da moeda enuncia que o banco
central, que controla a oferta de dinheiro, tem o controle
supremo sobre a taxa de inflação.
Se o banco central mantém estável a oferta monetária,
o nível de preços será estável.
Se o banco central aumenta rapidamente a oferta
monetária, o nível de preços subirá rapidamente.
73
Inflação de Demanda
Inflação de Demanda
Uma inflação é dita ser de demanda quando é
impulsionada pela elevação das quantidades de bens e
serviços que os consumidores estão dispostos e aptos a
adquirir aos níveis de preços existentes. Se a elevação
dos preços não corresponder a uma expansão
equivalente da oferta agregada, os preços tendem a ser
pressionados para cima, a taxas consideradas como
inflacionárias.
Em suma, existe um excesso de moeda em relação aos
bens e serviços disponíveis.
75
Inflação de Demanda
Uma inflação é dita ser de demanda quando é
impulsionada pela elevação das quantidades de bens e
serviços que os consumidores estão aptos e dispostos a
adquirir aos níveis de preços existentes.
Se esta elevação não corresponder a uma expansão
equivalente da oferta global, os preços tendem a ser
pressionados para cima, a taxas consideradas como
inflacionárias.
76
Inflação de Demanda
Uma inflação de demanda é gerada por um deslocamento
ascendente da curva de demanda da economia causado por fatores
como:
1 - aumento na propensão a consumir;
2 - aumento nos gastos do governo;
3 - aumento na oferta de moeda;
4 - aumento das exportações numa economia aberta;
5 - aumento no investimento autônomo.
77
Inflação de Demanda
P
Do
D1
OA
c
P2
a
b
P1
0
Y0
Y2
Y1
Y
78
Inflação de Demanda:
Os Efeitos Inicias e Finais
I) Os efeitos iniciais:
a) um aumento na demanda;
b) um aumento no nível de preços;
c) um excesso de demanda ao nível inicial de preços;
II) Os efeitos finais:
a) um aumento no nível de preços;
b) uma diminuição no nível de emprego em relação ao excesso de
demanda;
c) nível de produção mais elevado que o anterior.
79
Inflação de Demanda:
O Processo de Ajustamento
Ao nível inicial de preços, Po, o produto de equilíbrio do
lado da demanda da economia aumenta até Y1, o que
cria um excesso de demanda medido por Y1-Yo e os
preços começam a aumentar.
Este aumento nos preços reduz o produto até Y2 ao
longo da curva de demanda D1.
80
Inflação de Custos
Inflação de Custos
Uma inflação de custos é gerada por um
deslocamento para cima da curva de oferta, o
que gera um excesso de demanda ao nível
inicial de preços. Isto aumenta os preços, mas
reduz o produto de equilíbrio.
82
Inflação de Custos:
os efeitos iniciais e finais
I) Os efeitos iniciais de uma inflação de custos:
a) deslocamento da oferta agregada;
b) redução dos níveis de emprego e produto;
c) um excesso de demanda ao nível inicial de preços, Po.
II) os efeitos finais de uma inflação de custos:
a) aumento no nível geral de preços;
b) redução nos níveis de produto e emprego.
83
Inflação de Custos
S1
p
So
b
p2
p1
a
D0
0
Y2
Y1 Yo
Y
84
Critério para distinguir uma
inflação de custos de uma de demanda
Um critério geral para distinguir uma inflação de custos
de uma de demanda é verificar o comportamento do
nível de produção resultante após o ajustamento.
Se no final tivermos um nível de produção maior do que
o inicial, podemos caracteriza-la como uma inflação de
demanda, caso contrário, se caracteriza como uma
inflação de custos.
85
Inflação Inercial
Inflação Inercial
Inflação Inercial refere-se à idéia de memória
inflacionária, onde o índice atual é a inflação passada
mais a expectativa futura.
A inflação se mantém no mesmo patamar sem
aceleração inflacionária e é decorrente de mecanismos
de indexação. Estes mecanismos podem ser: formais e
informais. Formais: regras específicas e legais de
aumento. Ex.: aluguéis, mensalidades escolares, etc.
Informais: quando os agentes aumentam o preço
porque os outros também o fizeram.
87
Inflação Inercial
No Brasil, na época da inflação elevada(nos
anos 70 e 80) os contratos de diversos tipos
tinham cláusulas de correção que eram autoaplicáveis.
Isso gerou na população um comportamento
inflacionário: transferia-se para o mês seguinte
a taxa de inflação do mês passado mesmo que
não houvesse pressões de demanda ou de
custo.
88
Inflação inercial
Inflação Inercial
Inflação inercial – quando a inflação se mantêm no
mesmo patamar sem aceleração inflacionária e é
decorrente de mecanismos de indexação.
Mecanismos de indexação – atrelam os preços do
presente à inflação passada. Estes podem ser:
(i) formais - regras específicas e legais de aumento,
por exemplo de alugueis, mensalidades escolares
etc.;
(ii) informais- quando os agentes aumentam os
preços porque os outros também o fizeram.
89
Inflação Inercial
Para Simonsen, no contexto dos anos 70, correção
monetária é o reajustamento periódico do valor nominal
de preços contratados, sendo tais reajustes com base
em números-índices observados de um índice de preços
estabelecido em contrato.
Os reajustes são automáticos por força de contrato. A
análise de Simonsen tem um caráter geral - independe
de que os contratos indexados sejam contratos de
salários ou outros tipos de contrato. Seu foco em
aspectos gerais deve ser distinguido de considerações
sobre questões específicas de algum tipo de contrato,
tais como a questão de picos e médias nos contratos
salariais.
90
A Teoria Monetarista
da Inflação
Teoria Monetarista:
Principais Autores
Milton Friedman (1970, 1971)
Anna J. Schwartz (1970)
Karl Brunner (1970)
Alan Meltzer (1977)
D. Laidler (1975, 1976, 1981)
Harry G. Johnson
Michael Parkin (1975)
Phillips Cagan (1989) – New Palgrave Dictionary of
Economics
92
Teoria Monetarista:
Principais Autores
93
Teoria Monetarista da Inflação
Segundo Cagan (1989, p.195), o termo
monetarismo foi usado pela primeira vez por Karl
Brunner (1968). Contudo, o monetarismo está
fortemente associado com os trabalhos de Milton
Friedman que advogavam o controle da oferta
de moeda como sendo superior as medidas
fiscais keynesianas para estabilizar a demanda
agregada.
94
Os Monetaristas afirmam que dados como os
apresentados abaixo sustentam sua hipótese
de que a inflação é um fenômeno monentário
Annual average percentage change 1985 to 1995 in:
Country
Money Supply
Prices (GDP Deflator)
Brazil
995.5%
875.3
Peru
388.5
398.5
Sierra Leone
51.4
61.6
Jamaica
32.8
28.3
Israel
22.1
17.1
United States
3.9
3.2
Crescimento Monetário e Inflação
96
Hiperinflação
Alemã: 1921–23
97
Pontos comuns entre os
teóricos monetaristas
(i) a inflação é em essência um fenômeno monetário;
(ii) a teoria keynesiana, a qual os monetaristas a
igualam a uma simples Curva de Philips sem ajustamento
das expectativas, não pode explicar o problema da
inflação e especialmente sua aceleração;
iii) a taxa de crescimento e a aceleração da oferta da
moeda explicam a taxa de inflação e sua aceleração,
respectivamente.
98
Pontos comuns entre os
teóricos monetaristas
(iv) a demanda de moeda é uma função estável,
ou seja, nega-se a instabilidade keynesiana do
investimento, que implicaria, pela lei de Walras,
instabilidade da demanda de algum outro bem,
em particular, da demanda por moeda.
99
Pontos comuns entre os
teóricos monetaristas
(v) o estoque de moeda é controlável
pelas autoridades monetárias;
100
Pontos comuns entre os
teóricos monetaristas
(vi) as economias de mercado são estáveis no
sentido de que os desvios em relação à posição
de pleno emprego são sempre eliminados pelo
sistema de preços estabelecidos nos diversos
mercados.
101
Pontos comuns entre os
teóricos monetaristas
(vii) Uma mudança na taxa de crescimento da
moeda primeiro altera a taxa de crescimento
econômico,e portanto, a taxa de desemprego.
No longo prazo, isto é, depois que todas as
variáveis foram ajustadas, este efeito real se
esvai e permanece apenas um aumento na
tendência inflacionária.
102
Pontos comuns entre os
teóricos monetaristas
(viii) A taxa de crescimento da quantidade de moeda é
consistentemente, embora não precisamente,
relacionado com a taxa de crescimento da renda
nominal.
Isto é, se a quantidade de moeda cresce rapidamente, o
mesmo acontecerá com a renda nominal e vice-versa.
A velocidade de circulação da moeda, embora não seja
constante, é altamente previsível.
103
Pontos comuns entre os
teóricos monetaristas
(ix) os gastos do governo podem ser inflacionários ou
não.
Eles serão inflacionários se forem financiados pela
criação de moeda e se a resultante taxa de criação
monetária exceder a taxa de crescimento do produto.
Se os gastos forem financiados por impostos ou por
empréstimos junto ao público, o principal efeito é que o
governo gasta tais fundos ao invés dos indivíduos.
104
Monetarismo Numa Estrutura OA-DA
P
OA
C
B
A
DA2
DA1
0
Yp
Y
105
Monetarismo Numa Estrutura OA-DA
106
“The key feature of this process [during which interest rates are low] is
that it tends to raise the prices of sources of both producer and
consumer services relative to the prices of the services themselves…. It
therefore encourages the production of such sources and, at the same
time, the direct acquisition of the services rather than of the source. But
these reactions in their turn tend to raise the prices of services relative to
the prices of sources, that is, to undo the initial effects on interest rates.
The final result may be a rise in expenditures in all directions without any
change in interest rates at all; interest rates and asset prices may simply
be the conduit through which the effect of the monetary change is
transmitted to expenditures without being altered at all….”
Milton Friedman (1969 [1961]), “The Lag Effect in Monetary Policy,” in Milton
Friedman, The Optimum Quantity of Money and Other Essays, Chicago: Aldine.
107
“It may be … that monetary expansion induces someone
within two or three moneys to contemplate building a
factory; within for or five, to draw up plans; within six or
seven, to get constructions started. The actual construction
may take another six months and much of the effect on the
income stream may come still later, insofar as initial goods
used in construction are withdrawn from inventories and only
subsequently lead to increased expenditure by suppliers.”
Milton Friedman (1969 [1961]), “The Lag Effect in Monetary Policy,” in Miltion
Friedman, The Optimum Quantity of Money and Other Essays, Chicago: Aldine.
108
Monetarismo Numa Estrutura OA-DA
Friedman was the first to demonstrate that the accepted assumption of
a simple trade-off between unemployment and the rate of inflation was
only a temporary phenomenon; on the longer term (more than five
years), no such trade-off exists. Unemployment below a structural level
of balance thus leads, according to Friedman's theory, to a cumulative
increase rate in prices and wages mainly on account of the destabilizing
influence exerted by expectations. Modern ideas about the factors
determining wage structures are very much based on Friedman's
hypotheses on the importance of expectations of inflation.
Nobel Foundation (1976) - Press Release: The Sveriges Riksbank (Bank
of Sweden) Prize in Economic Sciences in Memory of Alfred Nobel for
1976
109
Um Modelo Monetarista
simplificado (II)
Os monetaristas tendem a se concentrar no
longo prazo e nas economias onde as variações
no crescimento monetário são os distúrbios
primários.
110
Um modelo monetarista simplificado (II):
pressupostos
(i) A demanda agregada: é assumido que a demanda agregada e a
produção aumetarão toda vez que os ativos reais estiverem
aumentando.
Por outro lado, quando os encaixes reais estiverem caindo, então,
também estarão caindo a demanda agregada e o nível de
produção.
y = f(m-)
(1)
111
Um modelo monetarista simplificado (II):
pressupostos

m<
y = 0
m>
0
y
112
Um modelo monetarista simplificado (II):
pressupostos
Ao longo de (m = ) a produção é constante.
Para pontos onde m < , a inflação excede a taxa de
crescimento monetário. Aqui temos, então, que os
encaixes reais apresentam uma queda, e de acordo com
a equação (1), a produção também.
Para pontos abaixo de (m = ), a taxa de crescimento
monetário excede a inflação, o que implica que os
encaixes reais estão aumentando, as taxa de juros
estão caindo e o produto crescendo.
113
Um modelo monetarista simplificado (II):
pressupostos
A oferta agregada:
seja:
y* - o nível de produção de pleno emprego;
e= t-1
A curva de oferta agregada é dada por:
 = e +  (y - y*)
114
Um modelo monetarista simplificado (II):
pressupostos

0
y*
y
115
Um modelo monetarista simplificado (II):
pressupostos
Substituindo-se a variação da inflação ao longo do
tempo por:
 =  (y – y*)
Quando a produção está abaixo do nível de pleno
emprego [y*], a inflação está caindo, e quando a
produção está acima do nível de pleno emprego [y*], a
inflação está aumentando.
116
Um modelo monetarista simplificado (II):
oferta, demanda e dinâmica

m
0
m=
E
y*
y
117
Um modelo monetarista simplificado (II):
oferta, demanda e dinâmica
O ponto [E] da figura acima é o único ponto no
diagrama onde tanto a produção como a
inflação são constantes.
O ponto [E] é o ponto de equilíbrio de longo
prazo onde a economia converge.
118
Um modelo monetarista simplificado (II):
os efeitos de curto e longo prazos de
um crescimento monetário
Um aumento permanente no crescimento
monetário de mo para m1 leva a economia ao
longo da trajetória EoE1.
119
Um modelo monetarista simplificado (II):
oferta, demanda e dinâmica

E1
m1
mo
0
Eo
y*
m1=1
mo=o
y
120
As propriedades do modelo
monetarista simplificado
Não se deve esperar uma forte correlação entre
taxa de inflação e a taxa de expansão monetária
no curto prazo, pois para uma taxa de
crescimento mais elevada da base monetária, a
taxa de inflação apresenta várias fases até o
ajustamento final.
121
A Curva de Phillips e
sua Evolução Teórica
Os três estágios da Curva de Phillips
Estágio I – formulação do conceito da curva de
Phillips (1958) por Alban William Phillips e
Richard Lipsey (1960) – baseado na existência
de uma relação estável e negativa entre a taxa
de inflação e a taxa de desemprego.
Richard Lipsey
123
Curva de Philips para para os EUA,
1961–1969
124
Os três estágios da Curva de Phillips
Estágio II – formulação da hipótese da taxa
natural de desemprego por Edmund Phelps
(1967) e Milton Friedman (1968), na qual é feita
uma diferenciação entre as curvas de Phillips de
curto e longo prazo.
125
Edmund S. Phelps
Columbia University, NY, USA
The work of Edmund Phelps has deepened our understanding of the
relation between short-run and long-run effects of economic policy. His
contributions have had a decisive impact on economic research as well as
policy.
Low unemployment and low inflation are central goals of stabilization
policy. During the 1950s and 1960s the view of a stable tradeoff between
inflation and unemployment was established, the so-called Phillips curve.
According to this, the price for reduced unemployment was a one-time
increase of the inflation rate. Phelps challenged this view through a more
fundamental analysis of the determination of wages and prices, taking into
account problems of information in the economy. Individual agents have
incomplete knowledge about the actions of others and must base their
decisions on expectations. Phelps formulated the hypothesis of the
expectations-augmented Phillips curve, according to which inflation
depends on both unemployment and inflation expectations.
126
Deslocamentos da Curva de Phillips
127
Oferta e Demanda
Agregadas e Curva de Phillips
128
Os três estágios da Curva de Phillips
Estágio III – a escola das expectativas racionais
[ Robert Lucas, Thomas Sargent e Neil Wallace.
Na qual se assume que não há um dilema (trade
off) sistemático entre inflação e desemprego,
mesmo no curto prazo.
129
A Formulação Phillips/Lipsey
A contribuição original de A.W Phillips (1958) foi
a de concluir, com base em observações
empíricas para a Grã-Bretanha, no período de
1861 a 1957, que havia uma correlação negativa
entre a taxa de mudança de salários nominais e
a na taxa de desemprego, e que esta relação
era estável.
130
A Formulação Phillips/Lipsey
A mais influente interpretação teórica foi dada por Richard Lipsey
(1960) que derivou a curva de Phillips de um sistema de oferta e
demanda de mão-de-obra.
A idéia principal do modelo de Phillips-Lipsey é que a inflação
salarial é explicada pelo excesso de demanda no mercado de
trabalho, pela qual a taxa de desemprego é interpretada como um
indicador do nível de excesso de demanda.
Este primeiro estágio da CP foi, além disso, caracterizado pela
crença de que existia uma relação estável entre o nível dos salários
nominais e a taxa de desemprego, de modo que os formuladores de
política econômica pudessem explorar tal dilema (trade off).
131
A Formulação Phillips/Lipsey
A curva estimada por Phillips (1958) para a GrãBretanha foi a seguinte:
ln (gw + 0.9) = ln9.64 - 1.39 ln Ut
onde: gw é a taxa de crescimento monetário dos
salários e Ut é o nível de desemprego.
De acordo com esta função, a taxa de crescimento dos
salários nominais diminuiria se a taxa de desemprego
aumentasse. O elemento de originalidade de Phillips
(1958) foi ter constatado que tal relação era estável.
132
As Propriedades da Curva
de Phillips (1958)
(i) os salários permaneciam estáveis quando a taxa de
desemprego situava-se num nível de 5,5%;
(ii) Phillips concluiu que havia um ciclo no sentido antihorário, isto é, os salários nominais subiam um pouco
mais rápido que a queda na taxa de inflação e algo
mais devagar que a taxa de desemprego quando esta
caia.
133
Os Ciclos de Phillips (1958)
1918-1921 – horário
1926-1933 – horário
1948-1957 – horário
1861-1913 - anti-horário
1921-1925 - anti-horário
1934-1943 – anti-horário.
134
Desvios da tendência devido:
Fitted through average wage
change & U for 0-2,2-3,3-4,
4-5,5-7,7-11% unemployment
Wage-price spiral
due to wars; falling U
Aumento no desemprego
Curva de Phillips: 1913-1948
Rápido aumento na taxa
de desemprego; 13% de queda
nos preços das importações;
Acordos de “cost of living”
Curva de Phillips: 1949-1957
Aumento nos preços
de importação.
O modelo de excesso
de demanda de Lipsey (1960)
(dw/dt)/w = f [(Ld - Ls)/Ls] e como (Ld - Ls)/Ls = -U
(dw/dt)/w = (dp/dt)/p então a inflação,  , é negativamente relacionado
a taxa de desemprego e a curva de Phillips mostraria, então uma relação
entre inflação e desemprego  = h(U)
A não linearidade da curva de Phillips é justificada em termos de
desemprego friccional e de dificuldades institucionais em seus extremos.
138
A modificação de
Samuelson-Solow (1960)
Através do artigo de Samuelson-Solow (1960)
[Analytical Aspects of Anti-Inflation Policy] o
conceito de curva de Phillips foi popularizado,
tornado-se o conceito relevante para a
formulação de política econômica, no sentido de
que mostrava um dilema entre inflação e
desemprego, a qual podia ser explorado.
139
A Curva de Phillips para os EUA
durante os anos 1960.
140
Um deslocamento da Curva de Phillips…?
OPEC I
Guerra do
Vietnan
OPEC II
A Curva de Phillips para os EUA: 1970 - 2001.
142
A Teoria Aceleracionista da Inflação
Edmund Phelps (1967) e Milton Friedman (1968),
notaram que a relação de Phillips omitira um ponto
essencial: um dos principais ingredientes da taxa de
reajuste de salários nominais é a taxa esperada de
inflação, que Phillips implicitamente igualara a zero.
Mas esta hipótese implícita é incompatível com o modelo
que pretende justificar a inflação crônica.
143
A Teoria Aceleracionista da Inflação
É a curva de Phillips uma relação estável como haviam
suposto Phillips (1958) e Lipsey (1960)?
O dilema entre inflação e desemprego existe também no
longo prazo, ou a escolha de um ponto alo longo da
curva de Phillips influencia a posição da curva ela
mesma?
Qual a importância e a influência das expectativas na
posição da curva de Phillips?
144
A Teoria Aceleracionista da Inflação
A teoria aceleracionista assume que cada ponto
percentual de inflação esperada eleva de um ponto
percentual a curva de Phillips. Consequentemente, a
verdadeira opção não estava entre inflação e
desemprego, mas entre desemprego e inflação acima
das expectativas.
Visto que os indivíduos reajustariam suas expectativas,
no longo prazo a curva de Phillips seria vertical, e a
sociedade não restaria outra opção senão escolher entre
desemprego presente e o desemprego futuro.
145
A Teoria Aceleracionista da Inflação
Segundo Simonsen (1983,p. 279): a teoria
aceleracionista - ... punha por terra toda a distinção entre
inflação de demanda e custos, abolindo o preconceito de
que esta última não poderia ser adequadamente curada
pela política monetária. E de passagem, decifrava um dos
mais intricados enigmas da macroeconomia neoclássica:
por que a prosperidade é companheira das primeiras fases
da inflação, e porque é preciso enfrentar um purgatório
recessivo para estabilizar os preços.
146
A teoria aceleracionista da inflação:
as expectativas adaptativas
Na hipótese das expectativas adaptativas os agentes
econômicos, em cada período de tempo, corrigem e
reajustam suas expectativas com relação ao período
anterior em vista do erro cometido, isto é:
(e)t = 
(e)t-1
+ (1-) (t-1 - (e)t-1)= (1- )t-1 + (e)t-1
147
A Teoria Aceleracionista da Inflação
A escolha de um ponto ao longo da curva de
Phillips produz uma certa taxa de inflação.
Depois de um período de ajustamento, esta
produz uma nova expectativa de taxa de
inflação e causa uma mudança na curva de
Phillips.
148
.
P (%)
A Teoria Aceleracionista da Inflação
20
16
12
8
b
4
a
0
0
6
8
.
fig
I
(Pe
= 0)
U (%)
.
P (%)
20
CPLP
16
12
8
4
0
0
6
8
Un
fig
U (%)
O Principio Aceleracionista
O principio aceleracionista nos diz que para
manter a taxa de desemprego U abaixo da taxa
natural de desemprego Un, as autoridades
econômicas precisam aceitar níveis cada vez
maiores de inflação.
O custo de uma política como esta aumenta
com o tempo e pode vir a tornar-se alta demais
quando a inflação tiver uma aceleração alta
demais.
151
O Principio Aceleracionista
O princípio aceleracionista deu origem a outro
nome para a taxa natural de desemprego, a
taxa de desemprego não-aceleracionista da
inflação (NAIRU), ou seja, a NAIRU é o nível de
desemprego Um abaixo do qual a inflação tende
a se acelerar e acima do qual a inflação tende a
se desacelerar.
152
O Principío Aceleracionista
O princípio aceleracionista nos diz que a troca
entre inflação e desemprego é impossível no
longo prazo.
Quando o desemprego fica abaixo da taxa
natural, a inflação não somente será alta como
ficará em ascensão. Quando o desemprego
estiver acima da taxa natural, a inflação cairá.
153
O Principío Aceleracionista
No longo prazo, não existe um dilema (trade
off) entre inflação e desemprego. Só a taxa
natural de desemprego é consistente com uma
taxa estável de inflação.
Além do mais, a taxa natural pode ser
consistente com qualquer taxa estável de
inflação. Assim, a curva de Phillips de longo
prazo é vertical.
154
.
P (%)
24
22
J
20
k
18
16
.
X (Pe = 20%)
14
12
10
8
6
4
2
0
0
8
13
fig
U (%)
.
P (%)
24
22
J
20
k
18
16
l
14
m
.
X (Pe = 20%)
.
12
XI (Pe = 18%)
10
XII (Pe = 16%)
.
8
6
4
2
0
0
8
13
fig
U (%)
.
P (%)
24
22
J
20
k
18
16
l
14
m
12
10
8
6
4
2
a
0
0
8
13
fig
U (%)
.
P (%)
20
c
b
a
Year 2
0
0
Un
fig
U (%)
Year 0, 1
.
P (%)
20
f
e
d
Year 5
c
Year 4
Year 3
b
a
Year 2
0
0
Un
fig
U (%)
Year 0, 1
.
P (%)
Curva de Phillips de Longo Prazo
20
f
e
g
d
h
Year 5, 8
c
Year 4, 7
i
Year 3, 8
b
J
a
Year 2, 9
0
0
Un
fig
U (%)
Year 0, 1, 10
A Taxa Natural de Desemprego
No longo prazo, a curva de Phillips é uma linha
vertical sobre a abscissa na posição da taxa
natural de desemprego.
A taxa natural de desemprego é também
conhecida como o nível de desemprego de pleno
emprego, ou o nível de desemprego de equilíbrio
de longo prazo e em que as expectativas sobre o
comportamento dos preços e salários são
corretas.
161
A Taxa Natural de Desemprego
[Milton Friedman (1968)]
“the level that would be ground out by the
Walrasian system of general equilibrium
equations, provided there is imbedded in them
the actual structural characteristics of the labor
and commodity markets, including market
imperfections, stochastic variability in demand
and supplies, the cost of gathering information
about job vacancies and labor availabilities, the
costs of mobility, and so on.”
162
A Teoria Aceleracionista da Inflação
Segundo a teoria aceleracionista, os sacrifícios
da produção e do emprego no combate à
inflação são temporários: eles persistem apenas
enquanto a inflação está sendo reduzida aquém
as expectativas, mas não depois que se baixam
definitivamente ambas, a inflação efetiva e a
esperada.
163
A Teoria Aceleracionista da Inflação
A teoria acelaracionista colocou em cheque toda a
distinção entre inflação de demanda e custos abolindo o
preconceito de que esta última poderia ser
adequadamente curada pela política monetária.
E, de passagem decifrava um dos mais intrincados
enigmas da macroeconomia neoclássica: porque a
prosperidade é a companheira das primeiras fases da
inflação, e porque é preciso enfrentar um purgátório
recessivo para estabilizar os preços.
164
A Teoria Aceleracionista da Inflação
A teoria de Friedman (1968) da taxa natural de
desemprego é a base teórica para a crença monetarista
de que, no longo prazo, a influência do estoque de
moeda atua, basicamente, sobre o nível de preços e
outras variáveis nominais (salários, juros, preços).
Variáveis reais como produto e emprego têm tempo para
se ajustar a seus níveis naturais de longo prazo. Essas
taxas naturais de produto e desemprego dependem de
variáveis reais, como oferta de fatores (mão-de-obra e
capital e tecnologia.
165
A Teoria Aceleracionista da Inflação:
Implicações de Política Econômica
A teoria aceleracionista implica que o formulador de
políticas econômicas (police maker) não pode fixar uma
meta para a taxa de desemprego.
Tentativas de fixar arbitrariamente uma meta para a taxa
de desemprego abaixo da natural, aumentando a de
crescimento da demanda agregada, terão sucesso
apenas no curto prazo.
A taxa de desemprego retornará, gradualmente, à taxa
natural, e o efeito final da política expansionista será
uma taxa de inflação mais alta.
166
A taxa natural de desemprego:
os determinantes
(i) a organização do mercado de trabalho;
(ii) o perfil da força de trabalho;
(iii) da capacidade e do desejo dos trabalhadores de
procurar empregos;
(iv) da disponibilidade e tipos de emprego.
167
O Modelo Monetarista de
Vanderkamp (1975)
O Modelo Monetarista de
Vanderkamp (1975)
O modelo pertence a escola de pensamento de Friedman sobre a
teoria monetarista de inflação e, apesar de sua simplicidade,
contém todas as propriedades e conclusões desta teoria.
Ele pode ser considerado com sendo o modelo monetarista padrão
de inflação.
O modelo é monetarista porque a taxa de crescimento da oferta
monetária determina a taxa de inflação, embora a curva de Phillips
conecte o setor monetário com o setor real. [cf. p. 120]
169
O Modelo Monetarista de
Vanderkamp (1975)
170
O modelo monetarista de Vanderkamp (1975):
as equações fundamentais
(1) mt = xt + t - equação quantitativa
(2) t = *t – b(ut – u*) – versão linear da CP
(3) ut - ut-1 = - a (xt – x*) - Lei de Okun
Variáveis endógenas: xt; t, ut
Variáveis exógenas: mt ; *t ; x*; u*; ut-1
171
Lei de Okun: do Crescimento
do Produto ao Desemprego
a(xt-x*) + ut = ut-1
Segundo a equação acima, a variação da
taxa de desemprego deve ser igual à
variação negativa da taxa de crescimento
do produto.
Lei de Okun: do Crescimento
do Produto ao Desemprego
Variação na taxa de
desemprego versus
crescimento do
produto nos Estados
Unidos, 1970-2000.
O alto crescimento
do produto está
associado à redução
da taxa de
desemprego; o baixo
crescimento do
produto está
associado ao
aumento da taxa de
desemprego.
O modelo monetarista de Vanderkamp (1975):
as equações fundamentais
Reesecrevendo as equações (1), (2) e (3) da seguinte
forma, obtemos:
(xt - x*)+ t = mt - x*
(4)
t +but = * +bu*
(5)
a(xt-x*) + ut = ut-1
(6)
174
Forma Matricial
Ver notas de aula
175
Forma Reduzida
xt = x* +(1/1+ab)(m- x*-*) + (b/1+ab)(ut-1 – u*)
t = * + (ab/1+ab) (m- x* - *) - (b/1+ab)(ut-1 – u*)
ut = u* - (a/1+ab)(m – x* - *) - (b/1+ab)(ut-1 – u*)
(7)
(8)
(9)
176
O processo de ajustamento
de curto e longo prazo

0

X*
x
0
x
u
U*
x
X*
0
X
0
U*
u
177
Sites recomendados
http://www.britannica.com/nobel/macro/5004_32.html
http://cepa.newschool.edu/het/essays/monetarism/acceleration.htm
http://cepa.newschool.edu/het/schools/monetar.htm
178
A Teoria das Expectativas
Racionais e os Novos Clássicos
Os Principais Teóricos das
Expectativas Racionais
Lucas
Sargent
Barro
180
A Nova Economia Clássica
(i) Aceitam o modelo de equilíbrio geral sem imperfeições;
(ii) os preços são perfeitamente flexíveis, e todos os mercados
estão em permanente equilíbrio (all markets are permanently
cleared). Todos os mercados estão se auto-corrigindo.
(iii) os indivíduos não deixam os preços em seus “falsos” níveis,
visto que isto iria resultar numa desvantagem para ele. O
equilíbrio é ótimo.
(iv) visto que as ações presentes têm consequências futuras,
todos os agentes formam suas expecativas, deliberadamente, de
modo racional. Isto é, eles exploram toda a informação disponível
o tempo todo, visto que é do seu interesse fazer isto.
181
A Nova Economia Clássica
(v) os agentes ajustam suas decisões e ações de modo
que seus planos serão ótimos quando suas expectativas
estiverem corretas.
(vi) Assim, as expectativas (e a informação) têm um
papel fundamental na determinação do estado da
economia em qualquer ponto do tempo.
182
A Nova Economia Clássica
(vii) o modelo de análise determinista é substituido pelo modelo
estocástico. As pessoas geralmente sofrem com os erros de
expectativas. São estes erros que explicam as flutuações
econômicas.
(viii) As flutuações na atividade econômica e o desemprego podem
ser vistos como desvios voluntários da oferta e demanda.
(ix) Assim, o cíclo ecnômico é um fenômeno de equilíbrio, e
portanto é ótimo.
183
Monetarismo Marco II
Kevin Hoover, JEL (March 1984)
Lucas, Sargent-Wallace, Barro

Enfatizam e utilizam modelos Walrasianos:






Grandes modelos de equilíbrio geral
Preços relativos.
As decisões são tomadas inteiramente com base em variáveis
reais.
Os agentes (no limite se suas informações) agem de modo
consistente e com base no comportamento otimizador.
Há um equilíbrio contínuo na economia.
Os agentes não cometem erros sistemáticos.
184
Expectativas Racionais
A hipótese das expectativas racionais requer que o erro
aleatório deva ter uma média zero e ser serialmente não
correlacionado.
É importante percebermos que o erro aleatório não é
sempre zero sob a hipótese das expectativas racionais, as
expectativas podem, então, ser erradas, mas elas não
podem é ser sistematicamente erradas.
Uma vez que o erro é observado ele não afeta as
expectativas futuras pois ele é conhecido ser aleatório e
não contém novas informações.
185
Thomas Sargent
http://www.econlib.org/library/Enc/RationalExpectations.html
The concept of rational expectations asserts that outcomes do not
differ systematically (i.e., regularly or predictably) from what people
expected them to be. The concept is motivated by the same
thinking that led Abraham Lincoln to assert, "You can fool some of
the people all of the time, and all of the people some of the time,
but you cannot fool all of the people all of the time." From the
viewpoint of the rational expectations doctrine, Lincoln's statement
gets things right. It does not deny that people often make
forecasting errors, but it does suggest that errors will not
persistently occur on one side or the other.
186
Thomas Sargent
http://www.econlib.org/library/Enc/RationalExpectations.html
Economists who believe in rational expectations base their belief on
the standard economic assumption that people behave in ways that
maximize their utility (their enjoyment of life) or profits. Economists
have used the concept of rational expectations to understand a
variety of situations in which speculation about the future is a
crucial factor in determining current action. Rational expectations is
a building block for the "random walk" or "efficient markets" theory
of securities prices, the theory of the dynamics of hyperinflations,
the "permanent income" and "life-cycle" theories of consumption,
the theory of "tax smoothing," and the design of economic
stabilization policies.
187
Um mercado eficiente com
expectativas racionais
Embora nenhum indivíduo possa prever exatamente o
preço no futuro, desvios do preço esperado do valor
corrente do preço futuro não são previsíveis.
Portanto, mesmo que se nós usarmos a mesma
informação que os participantes no mercado usam na
formulação de suas expectativas, nós não podemos
prever seus erros.
188
Teoria das Expectativas Racionais
As expectativas racionais fazem sentido porque é caro
e dispendioso não termos expectativas ótimas.
Implicações:
(i) Mudanças no modo como as variáveis se
modificam, implicam em mudanças nas expectativas;
(ii) Os erros esperados têm média zero e não são
previsíveis.
189
Teoria das Expectativas Racionais
A teoria das expectativas racionais pressupõe que as
pessoas utilizam todas as informações relevantes para
formar suas expectativas em relação as variáveis
econômicas.
Especificamente, ela assume que os trabalhadores e
empresas refletirão sobre os mecanismos econômicos
que estão por trás do processo de formação do nível de
preços corrente, e utilizarão o valor implícito do nível
corrente como o nível de preços esperado.
190
Um mercado eficiente com
expectativas racionais
Num mercado eficiente com expectativas
racionais, o preço corrente iguala-se ao preço
esperado mais um termo aleatório (não
previsível).
Assim, temos que:
Pt+1 = Pt+1(e) + t+1
191
A hipótese dos mercados eficientes
e a expectativas racionais
A hipótese dos mercados eficientes aplica as
expectativas racionais a precificação dos ativos.
Ela nos diz que quando os negociadores e investidores
usam todas as informações disponíveis na formação de
suas expectativas com relação as taxas de retorno
futuras e quando os custos de negociação são baixos,
o preço de equilíbrio do ativo iguala a previsão ótima
com relação aos valores fundamentais baseados sobre
a informação disponível.
192
Implicações da HME
Preço
das
ações
Super reação devida a boas
notícias com reversão
Respostas
defasadas devida a
boas notícias
Resposta de um mercado
eficiente devido a “boas
notícias”
-30
-20
-10
0
+10
+20
+30
Dias antes (-) e posteriores
(+) ao anúncio
193
Implicações da HME
Preço das
ações
Resposta do mercado
eficiente as más notícias.
-30
-20
-10
Super reação as más noticias
com uma reversão.
0
Respostas
defasadas as
más notícias
+10
+20
+30
Dias anteriores (-) e
posteriores (+) ao anúncio
194
Implicações da HME
As mudanças nos preços devem ser
aleatórias e imprevisíveis. Isto implica
que:
Cov (rt , rt-j) = 0
195
Thomas Sargent
http://www.econlib.org/library/Enc/RationalExpectations.html
Investors buy stocks that they expect to have a higher-than-average return and sell
those that they expect to have lower returns. When they do so, they bid up the prices of
stocks expected to have higher-than-average returns and drive down the prices of those
expected to have lower-than-average returns. The prices of the stocks adjust until the
expected returns, adjusted for risk, are equal for all stocks. Equalization of expected
returns means that investors' forecasts become built into or reflected in the prices of
stocks. More precisely, it means that stock prices change so that after an adjustment to
reflect dividends, the time value of money, and differential risk, they equal the market's
best forecast of the future price. Therefore, the only factors that can change stock prices
are random factors that could not be known in advance. Thus, changes in stock prices
follow a random walk.
The random walk theory has been subjected to literally hundreds of empirical tests. The
tests tend to support the theory quite strongly. While some studies have found situations
that contradict the theory, the theory does explain, at least to a very good first
approximation, how asset prices evolve.
196
Implicações da Teoria das
Expectativas Racionais
Hall
Robert Hall mostrou que se os consumidores
formarem agirem com base nas expectativas
racionais (if consumers are very foresighted)
então mudnaças no consumo deverão ser
imprevisíveis.
O consumo somente irá mudar quando os consumidores
aprenderem algo de novo sobre o futuro. Visto que noticias sobre o
futuro não pode ser previstas, as mudanças no consumo são
altamente aleatórias (highly random). Este comportamento com
relação ao consumo é conhecido como random walk of
consumption, e tem servido como um paradigma na pesquisa
sobre o consumo desde então.
197
Thomas Sargent
http://www.econlib.org/library/Enc/RationalExpectations.html
The rational expectations version of the permanent income hypothesis has
changed the way economists think about short-term stabilization policies
(such as temporary tax cuts) designed to stimulate the economy. Keynesian
economists used to believe that tax cuts would boost disposable income
and thus cause people to consume more. But according to the permanent
income model, temporary tax cuts would have much less of an effect on
consumption than Keynesians had thought. The reason is that people are
basing their consumption decision on their wealth, not their current
disposable income. Because temporary tax cuts are bound to be reversed,
they have little or no effect on wealth, and therefore, they have little or no
effect on consumption. Thus, the permanent income model had the effect
of diminishing the expenditure "multiplier" that economists ascribed to
temporary tax cuts.
198
Thomas Sargent
http://www.econlib.org/library/Enc/RationalExpectations.html
The rational expectations version of the permanent
income model had been extensively tested, with results
that are quite encouraging. The evidence is that the
model works well but imperfectly. Economists are
currently extending the model to take into account
factors such as "habit persistence" in consumption and
the differing durabilities of various consumption goods.
Expanding the theory to incorporate these features
alters the pure "random walk" prediction of the theory
(and so helps remedy some of the empirical
shortcomings of the model), but it leaves the basic
permanent income insight intact.
199
Implicações da Teoria das
Expectativas Racionais
Stanley Fischer e John Taylor mostraram que os
ajustamentos de preços e salários em respostas a
mudanças do desemprego podem ser lentas, mesmo sob
a hipótese de expectativas racionais.
Fischer
Esles destacaram que a justaposição das decisões dos
contratos salariais e preços (staggering of both wage and
price decisions) e explicaram como um lento retorno do
produto a taxa natural pode ser consistente com as
expectativas racionais no mercado de trabalho.
Taylor
200
Expectativas Racionais
Definição:
Expectativas racionais = expectativas que são um
previsão ótima (a melhor previsão do futuro) utilizando
toda a informação disponível.
i.e., ER

Xe = Xof = Et [ X | Wt ]
201
Expectativas Racionais
As expectativs racionais requerem que as expectativas
referentes a uma variável (preços, por exemplo)
deveriam ser consistentes com o modelo que explica
aquela variável.
As expectativas tornam-se uma variável endógena e
dependem de tudo aquilo que a determina (variáveis
exógenas).
As expectivas tornaram-se forward looking.
202
Estrutura do Modelo Novo Clássico
No início da década de 1970, um grupo de destacados
economistas (Robert Lucas, Thomas Sargent, Neil
Wallace, Robert Barro) deram início a uma importante
crítica da análise inflação-desemprego. A crítica tinha duas
partes:
(i) a relevância do mecanismo de ajuste salarial;
(ii) a hipóteses das expectativas adaptativas era
arbitrária.
203
O Significado da Hipótese
das Expectativas Racionais
The rational expectations hypothesis means that agents exploit available
information without making the systematic mistakes implied by earlier
theories. Expectations are formed by constantly updating and reinterpreting
this information. Sometimes the consequences of rational expectations
formation are dramatic, as in the case of economic policy. The first precise
formulation of the rational expectations hypothesis was introduced by John
Muth in 1961. But it did not gain much prominence until the 1970s, when
Lucas extended it to models of the aggregate economy. In a series of pathbreaking articles, Lucas demonstrated the far-reaching consequences of
rational expectations formation, particularly concerning the effects of
economic policy and the evaluation of these effects using econometric
methods, that is, statistical methods specifically adapted for examining
economic relationships. Lucas also applied the hypothesis to several fields
other than macroeconomics.
Nobel Prize (1995) [http://nobelprize.org/economics/laureates/1995/press.html]
204
Estrutura do Modelo Novo Clássico
(i) o lento ajustamento do mercado de trabalho não teria
base sólida, pois, ceteris paribus, os salários eram definidos
no nível que sempre mantém o mercado de trabalho no
equilíbrio. Assim, eles assumem que o mercado de trabalho
sempre está em equilíbrio;
(ii) os trabalhadores e empresas consideram que seja do seu
interesse procurar a maneira mais exata de prever a inflação
futura. Os erros de expectativas de inflação, afinal, têm um
alto custo, tanto para as empresas como para os
trabalhadores, tanto em termos de desemprego como de
redução de lucros.
205
Estrutura do Modelo Novo Clássico
Hipótese das
expectativas racionais
[Muth (1961).
Equilíbrio contínuo
do mercado.
Hipótese da curva de
oferta agregada de Lucas
(1972, 1973).
Macroeconomia novo clássica.
206
O Modelo Novo Clássico
Pressupostos:
Expectativas racionais;
Salários e preços são completamente flexiíveis a mudanças nos
preços esperados.
Implicações:
Política econômica antecipada não têm efeito sobre o ciclo econômico;
1.
2.
Os efeitos das políticas econômicas são incertas pois dependem das
expectativas dos agentes econômicos;
Não há benefício em termos de política econômica.
207
Os Efeitos de uma Política
Econômica Não Antecipada
208
Os Efeitos de uma Política
Econômica Antecipada
209
As Expectativas Racionais
e a Curva de Phillips
A diferença entre as curvas de Phillips de curto e longo
prazo das análises de Friedman-Phelps é uma
conseqüência lógica do mecanismo de expectativas
adaptativas.
O conceito de expectativas adaptativas é, entretanto,
aberto a duas objeções: (1) ele pode levar,
sistematicamente, a expectativas viesadas [Lucas
(1972)]; e (2) ela leva a que os agentes econômicos
desperdiçam informações adicionais que possuem.
210
As Expectativas Racionais
e a Curva de Phillips
Os teóricos das expectativas racionais, como
Lucas (1972) e Sargent (1973), argumentaram
que as expectativas inflacionárias são formadas
por pessoas inteligentes que devem levar em
conta todas as informações disponíveis sobre a
economia quando eles formam seus planos.
211
A Importância do Trabalho de Lucas (1972)
[Nobel Prize (1995)]
In a study published in 1972, Lucas used the rational expectations
hypothesis to provide the first theoretically satisfactory explanation for
why the Phillips curve could be sloping in the short run but vertical in
the long run. In other words, regardless of how it is pursued,
stabilization policy cannot systematically affect long-run employment.
Lucas formulated an ingenious theoretical model which generates time
series such that inflation and employment indeed seem to be positively
correlated. A statistician who studies these time series might easily
conclude that employment could be increased by implementing an
expansionary economic policy. Nevertheless, Lucas demonstrated that
any endeavor, based on such policy, to exploit the Phillips curve and
permanently increase employment would be futile and only give rise to
higher inflation. This is because agents in the model adjust their
expectations and hence price and wage formation to the new, expected
policy.
212
O Conceito de Expectativas Racionais
[John Muth (1961, p. 316)]
O conceito de expectativas racionais foi proposto por
Muth (1961), que sugeriu que os agentes formam suas
expectativas da mesma forma como eles empreendem
outras atividades, isto é – eles usam a teoria econômica
para predizer o valor da variável, e isto são suas
expectativas racionais.
Como sugeriu John Muth (1961), elas são –
essencialmente iguais às previsões da teoria econômica
relevante, baseadas nas informações disponíveis.
213
O Conceito de Expectativas Racionais
[John Muth (1961, p. 316)]
Muth, John F., “Rational Expectations and the Theory of Price
Movements,” Econometrica, vol. 29 no. 3 (July 1961).
“In order to fairly simply explain how expectations are formed, we
advance the hypothesis that they are essentially the same as the
predictions of the relevant theory.”
“... the economy does not waste information ... ”
“What kind of information is used, and how it is put together to
frame an estimate of future conditions is important to understand
because the character of dynamic processes is typically very
sensitive to the way expectations are influenced by the course of
actual events.”
214
O Conceito de Expectativas Racionais
[John Muth (1961, p. 316)]
A informação é escassa, e o sistema
econômico geralmente não a disperdiça.
O modo como as expectativas são
formadas dependem especificamente da
estrutura relevante do sistema que
descreve a economia.
215
O Conceito de Expectativas Racionais
[Robert Lucas (1998, p. 222)]
Rational expectations is the principle that
agents in a economic model use the
correct conditional expectations, given
their information.
216
A Hipótese das
Expectativas Racionais
A hipótese das expectativas racionais assume
que as pessoas conhecem o verdadeiro modelo
da economia e que ele o utilizam para formar
suas expectativas sobre o futuro.
Por “verdadeiro” nós queremos dizer, aqui, que
um modelo, em média, gera previsões corretas
na previsão da inflação.
217
A Hipótese das
Expectativas Racionais
Quando as expectativas são racionais, temos
que os desequilíbrio da economia existem
apenas temporariamente, como resultado de
um choque aleatório (imprevisível).
Em média, todos os mercado se equilibram (all
markets clear) e há pleno emprego. Não haveria
necessidade de uma política governamental de
estabilização.
218
A Hipótese das
Expectativas Racionais
As expectativas são formadas com base em toda a
informação relevante disponível referente a variável que
está sendo prevista.
Os agentes econômicos compreendem as relações
econômicas subjacentes ao modelo que gera as
previsões.
Como resultado, os erros de expectativas não são
sistemáticos.
219
Diferença entre as Expectativas
Racionais e Adaptativas

Expectativas Adaptativas

Cagan (1956)
“…economic agents
adapt their inflation
expectations in the light
of past inflation rates
and…they learn from
their errors”

Expectativas racionais

Muth (1961)”rational
expectations are
based on the use of
all publicly available
information…”
220
Diferença entre as Expectativas
Racionais e Adaptativas
Atual
Atual
x
x
x
x
x
x x
x
x
x x
x
x
x
x
x
x
Expectativas adaptativas Expectativas Racionais
221
O modelo da curva de Phillips
com expectativas racionais
(1) A curva de Phillips na formulação da taxa natural de desemprego:
t = *t – b (ut – u*) + t
(1)
(2) equação de excesso de demanda:
ut = u* -  (mt - t ) + t
(2)
(3) expectativas racionais
*t = E (t/ It-1)
(3)
222
O modelo da curva de Phillips
com expectativas racionais
Substituindo (2) em (1) e resolvendo para t obtemos:
t = [(t* + bmt - bt + t )/ (1+ b)]
(4)
A equação (4) é a chamada forma semi-reduzida na qual
t é explicada pela taxa de inflação esperada [t* ], pela
taxa de crescimento da oferta de moeda [mt] e pelas
duas variáveis estocáticas (t ; t).
223
O modelo da curva de Phillips
com expectativas racionais
Se aplicarmos o operador E na equação (4), nós obtemos a equação
(5):
E(t/It-1) = [E(t*/It-1) + b E(mt/It-1)]/ (1+b)]
(5)
como E(t) = 0 e E(t) = 0 temos que:
(6)
t* = E[(t/It-1) = E(mt/It-1)
Expectativa racional de
inflação
Taxa esperada de inflação é igual a taxa esperada de crescimento
monetário.
224
O modelo da curva de Phillips
com expectativas racionais
Substituindo (6) em (4), nós obtemos a taxa atual de
inflação:
(7) t* = E[(t/It-1) + bmt - bt + t / (1 + b)]
(8) E(mt/It-1) = mt
225
O modelo da curva de Phillips
com expectativas racionais
Substituindo-se (8) em (7) obtemos (9):
(9) t = E(mt/It-1) + [(t -bt)/(1+ b)]
A equação (9) no diz que a taxa de inflação é
igual a taxa de crescimento da oferta de moeda
mais uma combinação linear das variáveis
randômicas do sistema.
226
Desemprego involuntário em Lucas
… there is an involuntary element in all unemployment,
in the sense that no one chooses bad luck over good;
there is also a voluntary element in all unemployment,
in the sense that however miserable one’s current work
options, one can always choose to accept them.
227
Desemprego involuntário em Lucas
Treating unemployment as voluntary …
focuses discussion of monetary and fiscal
policy on stabilization, on the pursuit of price
stability… Some average unemployment rate
would, of course, emerge from such a policy
but as a by-product, not as a preselected
target.
228
O modelo da curva de Phillips
com expectativas racionais
Substituindo (9) em (2) e assumindo que E(mt/It-1) = m, nós
derivamos a seguinte taxa de desemprego:
(11) ut = u* - [(t + t)/ (1+b)]
A taxa de desemprego Ut é igual a taxa natural de desemprego
mais um componente estocástico.
A implicação da hipóteses das expectativas racionais é que a taxa
atual de desemprego oscila randomicamente em torno da taxa
natural.
229
O modelo da curva de Phillips
com expectativas racionais
No caso das expectativas racionais há também uma curva de
Phillips, mas com uma diferença crucial.
Os desvios sistemáticos da taxa de inflação esperada não podem
ser gerados pela política monetária. Um aumento na taxa de
crescimento da oferta de moeda que é conhecido pelos agentes
econômicos irá elevar as expectativas inflacionárias e,
simultaneamente deslocar a curva de Phillips.
Em outras palavras, assim que o trade off é explorado por uma
política econômica sistemática, este trade off desaparece.
230
Sargent & Wallace (1976, p. 177)
In this system, there is no sense in which the autority
has the option to conduct coutercyclical policy. To exploit
the Philips curve, it must somehow trick the public. By
virtue of the assumption that expectations are rational,
there is no feedback rule that the autority can employ
and expect to be able systematically to fool the public.
This means that the autority cannot exploit the Phillips
curve even for one period.
231
As respostas de política econômica
a choques antecipados
232
Equilíbrio das Expectativas Racionais
A expressão equilíbrio das expectativas racionais identifica duas
características principais desta abordagem:
(i) os agentes econômicos não conhecem o futuro com certeza
e, consequentemente, tem que basear seus planos e decisões
em suas previsões ou expectativas futuras. Se tais expectativas
forem racionais, os agentes utilizam todas as informações
disponíveis da melhor maneira possível para fazer as melhores
previsões possíveis;
(ii) o modelo das expectativas racionais insiste no conceito de
equilíbrio: os mercados se ajustam de forma imediata.
233
O Modelo da Curva de Phillips
com Expectativas Racionais
As variáveis aleatórias não são correlacionadas com
nenhuma variável cujo valor é conhecido no momento
em que as expectativas são formadas, incluindo seus
próprios valores passados.
A principal implicação disto é que a trajetória temporal
da taxa de desemprego não deveria mostrar nenhuma
correlação serial.
234
Sargent and Wallace (1976)
Rational Expectations and the Theory of
Economic Policy, Journal of Monetary
Economics 2 (1976), 169-183.
There is no longer any serious debate about
whether monetary policy should be
conducted according to rules or discretion.
Quite appropriately, it is widely agreed that
monetary policy should obey a rule.
235
Implicações da Macroeconômicas da
Teoria das Expectativas Racionais
Em uma situação de equilíbrio, segundo a teoria das
expectativas racionais, os mercados se equilibram, e não
há nada de sistemático que a política monetária possa
fazer para afetar o produto ou o desemprego.
A abordagem as expectativas racionais pressupõe que as
pessoas utilizem todas as informações relevantes para
formar suas expectativas em relação às variáveis
econômicas.
236
As Expectativas Racionais e
a Política de Estabilização
As Expectativas Racionais e
a Política de Estabilização
O objetivo desta aula será a de considerar as
implicações que a teoria das expectativas
racionais podem ter para a estruturação de
políticas de estabilização macroeconômica do
governo.
238
A Definição de Política de
Estabilização
Uma política de estabilização pode ser definida
como aquelas políticas que pretendem
influenciar o comportamento do produto real
(ou algumas vezes os preços) na economia.
239
A Proposição de Invariabilidade
A proposição da invariabilidade afirma que a
parte previsível da oferta monetária não deveria
afetar a produção, nem ao emprego, nem a
outra variável real da economia.
Somente as mudanças não antecipadas na
quantidade de moeda podem afetar a produção.
240
O Modelo de Sargent-Wallace
(1976)
A proposição da invariabilidade pode ser estudada
através do modelo simples de Sargent-Wallace (1976).
O modelo têm três componentes:
(i) uma curva de demanda agregada;
(ii) uma curva de oferta agregada;
(iii) e uma regra monetária.
241
O Modelo de Sargent-Wallace (1976):
pressupostos
(i) assume-se que a política fiscal se mantém
constante e que a política monetária é a única
variável de política econômica que afeta a
demanda agregada.
(ii) a velocidade de circulação da moeda se
mantém constante (isto implicitamente requer
que a demanda por moeda seja independente
da taxas de juros);
242
O Modelo de Sargent-Wallace (1976):
pressupostos
Assim, a demanda agregada pode ser escrita como:
Mt + Vt = Pt +Yt
(1)
Mt = log da oferta de moeda;
Vt = log da oferta da velocidade de circulação da moeda;
Pt = log do nível de preços;
Yt = log do produto real da economia.
243
A Curva de Oferta de Lucas
Lucas, R.E., Jr. “Some International Evidence on OutputInflation Tradeoffs,” AER Vol. 63 No. 3 (1973).
Pressupostos:
Economia com um único bem negociado.
Os ofertantes estão separados em um grande número de
mercados separados geograficamente (ilhas).
Os preços variam entre as ilhas.
Não há arbitragem entre as ilhas.
Os agentes conhecem o seu próprio mercado, mas não os
preços correntes em outros mercados.
Os agentes formam suas expectativas racionalmente.
244
A Curva de Oferta de Lucas
P1
P2
P3
P4
P5
P6
P7
P8
• Os agentes buscam advinhar o nível geral de preços observando os
preços nos mercados.
• Eles devem tentar diferenciar entre as mudanças nos preços relativos e
as mudanças no nível geral de preços.
• Este é p assim chamado problema da extração do sinal (signal
extraction problem).
245
A Curva de Oferta de Lucas
A função de oferta de Lucas:
Yt = Yp +  [Pt - Pe(t-1)]
(2)
 depende da variância dos preços entre os mercados.
Quanto maior a variância entre os mercados, mais difícil
torna-se o problema da extração do sinal, e maior será o
erro.
Um maior erro implica num trade-off da curva de Phillips
mais acentuado.
246
O Modelo de Sargent-Wallace (1976):
pressupostos
(iii) a curva de oferta agregada está baseada
numa interpretação do trabalho de Lucas (1973)
na qual a produção se desvia da produção de
pleno emprego somente quando os preços
correntes diferirem dos antecipados pelo
público.
Yt = Yp +  [Pt - Pe(t-1)]
(2)
247
A Curva de Oferta de Lucas
A curva de oferta de Lucas (Lucas supply function) é
uma função de oferta que incorpora a idéia de que o
produto (Y) depende das diferenças entre o preço
corrente (P) e o nível esperado de preços (Pe):
Y  f (P  P )
e
248
A Curva de Oferta de Lucas
A diferença entre o preço corrente (P) e o
preço esperado (Pe) é a surpresa inflacionária
num modelo de expectativas racionais.
(P  P )
e
249
O Modelo de Sargent-Wallace (1976):
Pressupostos
(iv) assume-se que o público forme suas expectativas
em torno do nível de preços que prevalecerá no período
t no final do período (t-1);
Se Pt > Pe(t-1) – os produtores representativos atribuirão
parte do excesso a um aumento no seu preço relativo e
a produção irá se situar acima de sua tendência;
Pt < Pe(t-1) – os preços estão abaixo de seu nível
antecipado e os produtores acreditam que os preços
relativos foram diminuídos e a produção cairá abaixo de
sua tendência.
250
O Modelo de Sargent-Wallace (1976):
Pressupostos
(v) supondo que a oferta monetária e as expectativas
estão fixadas ou pré-determinadas, podemos apresentar
as curvas de oferta e demanda agregadas no espaço
P x Y.
P
OA [Pe
Pt = [Pe
(t-1)]
(t-1)]
AD (Mt)
0
Yp
251
O Modelo de Sargent-Wallace (1976):
Pressupostos
A curva de demanda agregada é
negativamente inclinada, refletindo o fato
de que com um estoque monetário dado,
os preços mais altos devem conduzir a um
produto mais baixo para manter a
demanda nominal constante.
252
O Modelo de Sargent-Wallace (1976):
Pressupostos
A curva de oferta agregada é desenhada
para uma dado nível esperado de preços,
tendo inclinação positiva, refletindo o fato
de que os níveis de preços mais elevados
o hiato entre os preços correntes e
esperados aumenta, dando lugar a nível
de produção maiores.
253
Os Efeitos de uma Política
Econômica Antecipada
Nos modelos com
expectativas racionais
de preços não estão
fixadas ou prédeterminadas, mas
respondem a
movimentos
antecipados na oferta
monetária.
254
O Modelo de Sargent-Wallace (1976):
Pressupostos
(vi) a regra de política monetária:
Mt = 1Yt-1 + t
(3)
E (t/It-1) = 0
A oferta monetária no período t é uma função
do nível de produção do último período, mais
um choque aletório, (t), imprevisível, tanto
pelas autoridades monetárias como pelo público
dado o conjunto de informações disponíveis.
255
A Proposição de Invariabilidade
A proposição de invariabilidade estabelece que o
parâmetro 1 da regra de feedback, fixada pela
autoridade monetária não afeta o comportamento da
produção da economia.
Somente a parte não antecipada do estoque monetário
(t) dará lugar a desvios do produto de seu nível de
pleno emprego (Yp).
Assim, podemos concluir que aumentos antecipados no
estoque monetário não terão efeito algum sobre a
produção, desde que afetam somente os preços.
256
O Modelo de Sargent-Wallace (1976):
Pressupostos
(vi) a hipótese das expectativas racionais:
Pe
(t)
= E (Pt/It-1)
(4)
A equação (4) afirma que a expectativa subjetiva do nível de preços
é igual a esperança matemática do nível de preços, dada a
estrutura de informação do modelo e ao conjunto de informações
disponíveis no período (t-1).
Em certo sentido esta equação faz das expectativas de preços uma
variável endógena do modelo, uma variável que deve ser
determinada dentro do sistema e não fora do modelo.
257
O Modelo de Sargent-Wallace (1976):
Pressupostos
Utilizando-se as equações (1) e (2), Yt pode ser
eliminado, dando lugar a equação (5):
(5) Mt + Vt – Pt = Yp +  [Pt – Pe
]
(t-1)
258
O Modelo de Sargent-Wallace (1976):
Pressupostos
Considerando a esperança matemática em ambos os
lados da equação no período (t-1), obtemos a equação
(6):
Pe
(t-1)
= 1Yt-1 + Vt - Yp
(6)
259
O Modelo de Sargent-Wallace (1976):
Pressupostos
Substituindo (6) em (5) obtemos a equação (7):
Pt = 1Yt-1 + Vt - Yp + (t/1 + )
(7)
260
O Modelo de Sargent-Wallace (1976):
Pressupostos
A diferença entre o preço corrente e o esperado
é dado pela equação (8):
[Pt – Pe (t-1)] = (t/1 + )
(8)
A equação (8) nos diz que a variação entre o
preço corrente e o preço esperado num
contexto de expectativas racionais é dada pelo
erro aleatório.
261
O Modelo de Sargent-Wallace (1976):
Pressupostos
Subsitutuindo (8) em (2), obtemos (9):
Yt = Yp + (/1+) t
(9)
A equação (9) reflete a proposição de invariabilidade.
Somente a parte não antecipada da oferta monetária (t)
afeta a produção.
Portanto, esta flutua aleatoriamente ao redor do nível de
pleno emprego, e as flutuações são devidas aos
movimentos não antecipados no estoque monetário.
262
Implicações da Proposição
de Invariabilidade
O comportamento da produção é independente de
qualquer política anti-cíclica ou pró-ciclica previsível das
autoridades monetárias.
Assim, de acordo com a abordagem das expectativas
racionais, a política monetária têm efeitos reais, mas
eles são causados pelo componente inesperado da
oferta monetária e além disso, não pode ser usada
como uma política sistemática para afetar o nível de
produção e emprego da economia.
263
Implicações da Proposição
de Invariabilidade
Se as expectativas são racionais, as ações de política de
demanda agregada não afetarão o produto real ou o
emprego, nem mesmo no curto prazo.
Implicitamente assume-se que o público assimile
qualquer regra sistemática de política econômica.
Assim, os valores de variáveis reais como produto e
emprego serão insensíveis a mudanças sistemáticas em
políticas de administração de demanda agregada.
264
Implicações da Proposição
de Invariabilidade
Os economistas novo-clássicos acreditam que o produto
real e o emprego não são afetados por mudanças
sistemáticas e, portanto, previsíveis em políticas de
demanda agregada.
Como as expectativas são racionais e, consequentemente,
que os ofertantes de mão-de-obra não cometerão erros
sistemáticos em suas previsões de preço, temos que, se a
ação de política econômica for prevista, os efeitos sobre
os preços dessa política também o serão.
265
Implicações da Proposição
de Invariabilidade
Se as expectativas são racionais, as ações de política de
demanda agregada previstas não afetarão o produto
real ou o emprego, nem mesmo no curto prazo.
O público assimila qualquer “regra sistemática” de
política econômica e a mesma não afetará o
comportamento do produto e do emprego.
Os valores de variáveis reais serão insensíveis a
mudanças sistemáticas em políticas de administração da
demanda agregada.
266
Implicações da Proposição
de Invariabilidade
Sob a hipótese das expectativas racionais (endogenous
expectations), o produto real e o emprego não são
afetados por mudanças sistemáticas ou previsíveis na
política de demanda agregada.
Se as mudanças na política econômica são sistemáticas,
os agentes não irão cometer erros sistemáticos em suas
previsões.
Mudanças políticas não antecipadas irão ter um impacto
apenas no curto prazo.
267
Implicações da Proposição
de Invariabilidade
Uma outra implicação é que é melhor não
tentar enganar os agentes econômicos criando
uma ambiente de expectativas inflacionárias
voláteis (nervosas), que têm como
conseqüência a própria inflação.
Assim surgiram propostas tais como a dos
bancos centrais independentes e a utilização de
metas de inflação como objetivo de política
monetária.
268
Curva de Philips sob a Hipótese
das Expectativas Racionais
inflação
LRPC
2
5
4
SRPC(2)
1
3
2
SRPC(1)
1
0
U1
U*
desemprego
SRPC(0)
269
O Desemprego para os Teóricos das
Expectativas Racionais
Robert Lucas:
there is an involuntary element in all
unemployment, in the sense that no one
chooses bad luck over good; there is also a
voluntary element in all unemployment, in the
sense that however miserable one’s current
work options, one can always choose to
accept them.
270
O Desemprego para os Teóricos das
Expectativas Racionais
Robert Lucas:
“Treating unemployment as voluntary … focuses
discussion of monetary and fiscal policy on
stabilization, on the pursuit of price stability…
Some average unemployment rate would, of
course, emerge from such a policy but as a byproduct, not as a preselected target.”
271
O Modelo da Curva de Phillips
com Expectativas Racionais
[cf. Mankiw (1995, p. 218)]
... Os defensores das expectativas racionais afirmam que
a curva de Phillips no curto prazo não representa
adequadamente as escolhas disponíveis. Acreditam que,
se os formuladores de políticas econômicas estiverem
firmemente comprometidos com o combate à inflação, as
pessoas entenderão o compromisso e baixarão suas
expectativas inflacionárias. De acordo com a teoria das
expectativas racionais, as estimativas tradicionais da taxa
de sacrifício não são úteis para avaliar o impacto de
políticas econômicas alternativas. Se a política tiver
credibilidade, os custos da redução da inflação podem
ser muito menores do que as estimativas das taxas de
sacrifício sugerem.
272
O modelo da curva de Phillips
com expectativas racionais
[cf. Mankiw (1995, p. 219)]
No caso mais extremo, pode-se imaginar que o combate
à inflação não provoque recessão alguma. Uma
desinflação indolor exige duas condições. Primeira, o
plano de combate à inflação deve ser anunciado antes
que as expectativas cruciais tenham se formado.
Segundo, os que determinam preços e salários devem
acreditar no anúncio.
Se ambas as condições são atendidas, o anúncio reduzirá
imediatamente o custo do combate a inflação em termos
de desemprego, permitindo reduzir a inflação sem
aumentar o desemprego.
273
O modelo da curva de Phillips
com expectativas racionais
[cf. Mankiw (1995, p. 219)]
Embora a abordagem das expectativas racionais ainda
desperte controvérsias, quase todos os economistas
concordam que as expectativas de inflação influem
sobre a opção conflitiva entre inflação e desemprego no
curto prazo.
A credibilidade de uma política de combate à inflação é,
portanto, fundamental para determinar os custos da
política. Infelizmente, costuma ser mais difícil prever se
o público considerará confiável ou não o anúncio de uma
nova política. O papel central das expectativas torna
bem mais difícil a previsão dos resultados de políticas
alternativas.
274
Expectativas Racionais
e Hiperinflação [Thomas Sargent (1982)]
http://www.econ.puc-rio.br/gfranco/ej.pdf
O final de quatro hiperinflações
275
Hiperinflações
Table 23-1
País
7 hiperinflações das décadas de 1920 e 1940
Inicio
Fim
PT/P0
Austria
Out. 1921
Ago. 1922
70
Alemanha
Ago. 1922
Nov. 1923
Grécia
Nov. 1943
Hungria 1
Taxa média mensal Taxa média mensal
de inflação
de crescimento
(%)
monetário (%)
47
31
1.0 x 1010
322
314
Nov. 1944
4.7 x 106
365
220
Mar. 1923
Fev. 1924
44
46
33
Hungria 2
Ago. 1945
Jul. 1946
3.8 x 1027
19,800
12,200
Polônia
Jan. 1923
Jan. 1924
699
82
72
Russia
Dez. 1921
Jan. 1924
1.2 x 105
57
49
PT/P0: Price level in the last month of hyperinflation divided by the price level in the first month.
276
Credibilidade e Inflação
As expectativas da inflação irão influenciar a inflação
atual. Portanto, as expectativas de inflação irão
influenciar a inflação corrente.
Portanto, os formuladores de política econômica que
podem influenciar tais expectativas, são, de um modo
geral, bastante conservadores e constatemente nos
alertam dos perigos da inflação.
277
Credibilidade e Inflação
278
Credibilidade, Inflação e
Independência do Banco Central
Inflação
e 9
Averag
Média
in½ation
Spain
8
New Zealand
7
Italy
United Kingdom
Denmark
Australia
France/Norway/Sweden
6
5
Japan
Canada
Netherlands
Belgium
4
Switzerland
Germany
3
2
0.5
United States
1
1.5
2
2.5
4.5
4
3.5
independence
central-bankdo
Index
Indice
deof
Independência
Banco
3
Central
279
O Dilema da Persistência
[Modigliani (1977)]
Segundo Modigliani (1977), o modelo das
expectativas racionais poderia explicar a
existência do desemprego em qualquer ano
particular, mas não seria adequado para explicar
o movimento persistente nas taxas de
desemprego observadas nos ciclos econômicos
do mundo real.
280
O Dilema da Persistência
[Modigliani (1977)]
O desvio de t de seu nível de pleno emprego é
explicada somente pelo termo estocástico na equação.
As variáveis randômicas não são correlacionadas com
nenhuma variável cujo valor é conhecido no momento
em que as expectativas são formadas, incluindo seus
próprios valores passados.
A principal implicação disto é que a trajetória temporal
de desemprego não deveria mostrar nenhuma
colrrelação serial.
281
O dilema da persistência
[Modigliani (1977)]
Contudo, como as séries temporais do PIB e do
desemprego têm um alto grau de correlação
serial, temos uma deficiência da hipótese das
expectativas racionais em explicar os
movimentos sistemáticos da taxa de
desemprego durante a expansão ou contração
foi chamado de dilema da persistência da
hipótese das expectativas racionais.
282
O dilema da persistência:
a explicação dos novos clássicos
(i) Lucas (1975) - se os indivíduos não se dão conta
da existência de erros de predição senão vários
períodos mais tarde, seus erros de predição podem
estar correlacionados.
Os indivíduos não têm modo algum de conhecer que
seus erros podem estar, de fato, correlacionados, e
por conseguinte, não podem corrigir este erro
sistemático;
283
O dilema da persistência:
a explicação dos novos clássicos
(ii) Stanley Fischer (1977) construiu um modelo,
seguindo o espírito de Sargent e Wallace (1975),
assumindo expectativas racionais, mas destacando o
fato de que no mercado de trabalho existem contatos de
trabalho com uma duração superior a um período em
que são negociados em termos nominais.
Estes contratos injetam no modelo um elemento de
fixidez salarial no curto prazo. A implicação disto é que a
proposição de invariabilidade ou de ineficácia da política
monetária não é mais válida.
284
O dilema da persistência:
a explicação dos novos clássicos
A implicação do modelo de Fischer (1977) é de
que a política monetária pode, agora, afetar a
produção e o emprego, se o prazo de validade
dos contratos de trabalho for maior do o período
de tempo requerido para as autoridades
monetárias reagir as mudanças das
circunstâncias econômicas.
285
Lucas Critique
Lucas, Robert (1976). Econometric Policy Evaluation: A
Critique. Carnegie-Rochester Conference Series on
Public Policy 1: 19–46
Lucas Critique
Sachs & Larrain (1995, cap. 19.4)
Mankin (2004, cap.14, p.265)
287
Lucas Critique
A critíca de Lucas (1976) aos modelos econométricos de
avaliação de politica econômica consitiu em:
A critica segue as implicações da teoria das ER que se
modificam devido as alterações das expectativas dos agentes
econômicos;
Mudanças na política econômica, levam a mudanças na relação
entre as expectativas e no comportamento passado.
As relações econométricas estimadas pelos modelos com base
em comportamentos passados também mudam.
288
Lucas Critique
Portanto, não podemos usar as estimativas
econométricas para avaliar as mudanças em
política econômica. Isto ocorre pois as
expectativas mudam.
289
Lucas Critique
http://nobelprize.org/nobel_prizes/economics/laureates/1995/press.html
In a 1976 study, introducing what is now known as the "Lucas critique", Lucas
demonstrated that relations which had so far been regarded as "structural" in
econometric analysis were in fact influenced by past policy. Two decades ago,
virtually all macroeconometric models contained relations which, on closer
examination, could be shown to depend on the fiscal and monetary policy
carried out during the estimation period. Obviously, then, the same relations
cannot be used in simulations designed to predict the effect of another fiscal or
monetary policy. Yet this was exactly how the models were often used.
The Lucas critique has had a profound influence on economic-policy
recommendations. Shifts in economic policy often produce a completely
different outcome if the agents adapt their expectations to the new policy
stance. Nowadays, when evaluating the consequences of shifts in economicpolicy regimes - for example, a new exchange rate system, a new monetary
policy, a tax reform or new rules for unemployment benefits - it is more or less
self-evident to consider changes in the behavior of economic agents due to
revised expectations.
290
Lucas Critique
A crítica de Lucas (1976) é uma advertência de que nós não podemos
mecanicamente extrapolar o comportamento passado para o futuro.
Para evitar este problema, ele argumentou que nós devemos construir
modelos econômicos com expectativas racionais e explicitar os seus
microfundamentos.
Assim, seria possível descrever o comportamento econômico como
uma função dos instrumentos de política econômica e dos parâmetros
que representassem os gostos e tecnologias as quais não são
influenciados pelas políticas econômicas.
Armados com tais modelos de expectativas racionais, nós, em
principio, poderíamos predizer como uma mudança no regime de
política econômica iria afetar a economia. Esta abordagem
metodológica tem tido uma profunda influência no modo como os
macroeconomistas estão tentando avaliar os princípios de política
econômica.
291
O dilema da persistência:
a explicação dos novos clássicos
(iii) Alan Blinder & Stanley Fisher (1981) - um segundo
modelo com expectativas racionais que pode explicar a
persistência se baseia na existência a mudanças
aleatórias que causam variações no nível de produção
potencial ao longo do ciclo econômico.
A razão pela qual esta produção potencial ou de pleno
emprego pode variar é que mudanças aleatórias afetam
o estoque de capital e o nível de pleno emprego variará.
292
O Realismo da Hipótese
das Expectativas Racionais
Os economistas novo-clássicos preferem o pressuposto
das expectativas racionais às formulações que
pressupõe que os indivíduos formem expectativas de
preços com base na história passada dos preços,
porque a hipótese das expectativas racionais é
consistente com o comportamento otimizador individual
(isto é, é consistente com seus fundamentos
microeconômicos) – uma propriedade que, segundo
eles, todas as relações em modelos econômicos
deveriam ter.
293
O Impacto da Revolução
das Expectativas Racionais
Os formuladores de políticas exonômicas tornaram-se
mais côncios da importância das expectativas e da
credibilidade para a formulação de políticas de
estabilização.
A crítica de Lucas levou muitos economistas a duvidar
do uso dos modelos econométricos convencionais para
a avaliação de políticas econômicas.
Visto que os efeitos das políticas dependem das
expectativas, os economistas tendem a ser menos
ativos em termos de política econômica.
294
Os Modelos Novos
Keynesianos
Os Modelos Novos Keynesianos
Pressupostos:
a) expectativas racionais;
b) preços e salários são rígidos no curto prazo: eles não se ajustam
completamente a mudanças nos níveis esperados de preços.
Implicações:
a) uma política não antecipada têm um grande efeito sobre Y do que numa
política não antecipada;
b) a política econômica têm efeitos reais no curto prazo; afetando o nível de
produto e emprego;
3) os benefícios do ativismo político não podem ser descartados;
4) os efeitos da política econômica são afetados pelas expectativas: a
estruturação de política e as instituições passam a ter importância.
296
Os Efeitos de Uma Política Expacionista
num Modelo Novo Keynesiano
297
Os Novos Keynesianos
Os novos keynesianos constituem-se
num grupo de pesquisadores que
trabalham sobre diversas imperfeições
em diferentes mercados (trabalho, de
crédito, mercado de bens e serviços
(custos de menu),etc.
Akerlof
298
Os Novos Keynesianos
Mankiw
http://www.econlib.org/Library/Enc/NewKeynesianEconomics.html
Because new Keynesian economics is a school of thought regarding
macroeconomic theory, its adherents do not necessarily share a single
view about economic policy. At the broadest level new Keynesian
economics suggests—in contrast to some new classical theories—that
recessions do not represent the efficient functioning of markets. The
elements of new Keynesian economics, such as menu costs, staggered
prices, coordination failures, and efficiency wages, represent
substantial departures from the assumptions of classical economics,
which provides the intellectual basis for economists' usual justification
of laissezfaire. In new Keynesian theories recessions are caused by
some economy-wide market failure. Thus, new Keynesian economics
provides a rationale for government intervention in the economy, such
as countercyclical monetary or fiscal policy. Whether policymakers
should intervene in practice, however, is a more difficult question that
entails various political as well as economic judgments.
299
Os Modelos Novos Keynesianos
Pressupostos:
1.
Expectativas racionais;
2.
Preços e salários tem alguma rigidez;
http://www.econlib.org/library/Enc/RationalExpectations.html
300
TEORIA DOS SALÁRIOS EFICIÊNCIA
Modelos alternativos de
salário eficiência
1) nutrition model [modelo de nutrição];
2) shirking model [modelo de corpo mole];
3) labor turnover model [modelo de rotatividade];
4) adverse selection model [modelo de seleção adversa];
5) gift exchange model [modelos de reciprocidade].
302
Modelos alternativos de salário eficiência
– shirking model
J. Stiglitz & C. Shapiro
No modelo de S&S (1984), o
mecanismo de incentivo é
baseado somente no risco e no
custo de ficar desempregado.
303
Modelos alternativos de salário eficiência
– shirking model
Esta teoria afirma que as empresas não podem
monitorar seus empregado perfeitamente e são
os próprios trabalhadores que decidem o quanto
se emprenhar para executar uma determinada
tarefa.
304
Modelos alternativos de salário eficiência
– shirking model
Os trabalhadores podem trabalhar duro ou fazer corpo mole e
correr o risco de serem demitidos.
Este é um claro exemplo de moral hazard, isto é, a tendência
de os indivíduos se comportarem de modo inapropriado
quando seu comportamento não for monitorado ou quando for
dispendioso e/ou impraticável fazer isto.
A firma não incentiva tal comportamento pagando altos
salários. Fazendo isto, as empresas induzem mais
trabalhadores a não fazer corpo mole e assim aumentar a
produtividade.
305
Modelos alternativos de salário eficiência
– shirking model
No modelo de shirking (corpo mole) é assumido que
os trabalhadores têm algum grau de discrição com
relação ao seu desempenho.
Assumindo que existem elevados custos de
monitorização e medição do desempenho, o
pagamento salarial em excesso ao do equilíbrio de
mercado pode ser um meio efetivo das firmas
proverem incentivos aos trabalhadores para trabalhar
duro ao invés de fazer corpo mole (shirking).
306
Modelos alternativos de salário eficiência
– shirking model
Os modelos de shirking assumem que definindo o
salário real acima do nível vigente no mercado a firma
dá ao trabalhador um incentivo para que ele não faça
corpo mole no serviço, pois se ele o fizer e for pego
fazendo-o, ele poderá ser demitido, e ele sabe que é
difícil encontrar uma nova vaga com um salário tão alto
como o que está ganhando na firma atual.
307
O modelo formal de salário-eficiência
[David Romer (1996, p.441-461)]
O salário-eficiência é o salário no qual um aumento de
um ponto percentual no salário aumenta o produto em
exatamente um ponto percentual.
Em outras palavras, o salário eficiência é o salário no
qual a elasticidade do produto com respeito ao salário é
exatamente igual a 1.
Uma firma maximizadora de lucros irá fixar este salário
independentemente do valor do salário competitivo
determinado fora da firma.
308
A Determinação do Salário Eficiência
Produto
Z
X
qe
Curva do
produto Total
q
Y
A curva do produto total
indica como o produto da
firma depende do salário
que a firma paga aos
trabalhadores. O salário
eficiência é dados pelo
ponto X, onde o PFMg é
igual ao produto médio.O
salário eficiênca maximiza
os lucros das firmas.
salário
0
w
w
e
309
A determinação gráfica
do salário eficiência
45
e
e(w) – curva de produto
total
A firma deve escolher w* de modo a
obter ou atingir o raio mais alto possível.
Isto ocorre onde e(w) é tangente a um
dos raios – isto – e – onde a elasticidade
do esforço com respeito ao salário [w], é
iguala a 1.
0
w*
w
310
Modelos alternativos de salário eficiência
– shirking model
a) Custos de monitorização
elevados
Moral hazard
b) Medição imprecisa do
produto
311
Introdução
a) Redução do corpo mole
Benefícios do
Salário elevado
sobre a
produtividade
b) Redução da rotatividade da
mão-de-obra
c) Aumento da qualidade média
dos candidatos para as vagas de
emprego [redução na seleção
adversa]
d) Aumento da moral da firma
312
A condição de não corpo mole
[the non-shirking condition]
Em pleno emprego, os trabalhadores
desempregados irão encontrar uma vaga
instantaneamente, portanto, não há um custo
de ser despedido e nenhum salário pode deter
o corpo mole dos trabalhadores.
O conjunto de pontos no espaço (NL, w) que
satisfaz a condição de NSC é vista abaixo.
313
A condição de não corpo mole
[the non-shirking condition]
Assim, temos que a curva NSC nos dá o
número de trabalhadores que a indústria
pode atrair a qualquer salário que não
irão fazer corpo mole.
314
A condição de não corpo mole
[the non-shirking condition]
A curva de NSC nunca irá tocar a curva perfeitamente
inelástica de oferta de mão-de-obra.
Se a indústria empregasse todos os trabalhadores a um
determinado salário um trabalhador que fosse pego
fazendo corpo mole e fosse despedido poderia encontrar
um novo emprego com muita facilidade.
Em outras palavras, não haveria nenhuma penalidade por
fazer corpo mole.
315
A condição de não corpo mole
[the non-shirking condition]
No modelo de S&S (1984), temos que algum
desemprego é necessário para manter os
trabalhadores na linha (unemployment as a
discipline device).
316
A condição de não corpo mole
[the non-shirking condition]
w
w*
G
NSC – non shirking
condition curve
Q
F
wc
Ld
0
L*
Lm
NL
317
A condição de não corpo mole
[the non-shirking condition]
A curva de NSC nos diz que quando a indústria emprega
poucos trabalhadores, ela pode atrair trabalhadores que
não fazem corpo mole a um baixo salário porque a
demissão os leva a um longo e custoso período de
desemprego.
Já se a indústria contrata um grande número de
trabalhadores (como visto no ponto G), as firmas
devem pagar elevados salários para incentivar e
encorajar os trabalhadores a não fazer corpo mole.
318
O salário de equilíbrio
com salário-eficiência
O salário de equilíbrio numa indústria é dada pela
interseção da curva NSC (non shirking condition) e a
curva de demanda por mão-de-obra da indústria (no
ponto Q).
O salário é dado por w* é o salário eficiência e a
indústria irá empregar L* trabalhadores, sendo que
(Lm-L*) ficarão desempregados.
319
As propriedades do equilíbrio no
modelo com salário eficiência
(i) não há forças de mercado que forcem o salárioeficiência para baixo em direção ao salário competitivo
wc.
Se as firmas tiverem que pagar menos do que w*,
haveria menos trabalhadores que estariam dispostos a
trabalhar e não fazer corpo mole (shirking) do que estão
sendo demandados pelas firmas na indústria, e assim, os
salários iriam subir. competitivo [wc] e é estável.
320
Caso #1 –– aumento na probabilidade
de ser detectado fazendo corpo mole
w
NSCo
NSC1
Ld
0
Lm
NL
321
Caso #2 – uma queda na
demanda de mão-de-obra
NSC
w
w*o
w*1
LDo
LD1
0
L1
Lo
NL
322
Caso #3 – aumento em
no seguro-desemprego
w
Ld
0
L1
Lo
Lm
NL
323
Política Econômica no
Modelo Novo Keynesiano
324
Monetarist
New Classical
Friedman
Phillips
1960
1968
The misperception
model (or the
expectations
augmented Phillips
curve)
The
Phillips
curve
Sticky
wage
New Keynesian
Lucas
Taylor
1973
1977
The imperfect
information model
(or the Lucas supply
curve)
Ignore expectations
Rational expectations
Stable relationship
Natural rate hypothesis
time
The sticky wage model
(or the New Keynesian
supply curve)
Adaptive expectations
Rational expectations
Natural rate hypothesis
Natural rate hypothesis
325
Resumo dos Três Modelos
Modelo Tradicional
Modelo Novo Clássico
Modelo Novo Keynesiano
326
Política Econômica no
Modelo Novo Keynesiano
327
Sites Recomendados
http://www.econlib.org/library/Enc/RationalExpectations.html
http://www.nobelpreis.org/portugues/wirtschaft/lucas.htm
http://nobelprize.org/economics/laureates/1995/lucas-autobio.html
http://woodrow.mpls.frb.fed.us/research/qr/qr2321.pdf
http://cepa.newschool.edu/het/essays/monetarism/acceleration.htm#phillips
http://cepa.newschool.edu/het/essays/keynes/inflation.htm
328
Fim
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Teoria da Inflação Notas de Aula