FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA EM ADMINISTRAÇÃO E ECONOMIA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO PROFISSIONALIZANTE EM ADMINISTRAÇÃO OUTSOURCING vs. INTEGRAÇÃO VERTICAL: Um estudo de caso FERNANDO FONSECA DINKELMANN ORIENTADOR: PROF. DR. LUIZ FLÁVIO AUTRAN MONTEIRO GOMES Rio de Janeiro, 19 de fevereiro de 2009 OUTSOURCING vs. INTEGRAÇÃO VERTICAL: Um estudo de caso FERNANDO FONSECA DINKELMANN Dissertação apresentada ao curso de Mestrado Profissionalizante em Administração como requisito parcial para obtenção do Grau de Mestre em Administração. Área de Concentração: Administração Geral ORIENTADOR: PROF. DR. LUIZ FLÁVIO AUTRAN MONTEIRO GOMES Rio de Janeiro, 19 de fevereiro de 2009 OUTSOURCING vs. INTEGRAÇÃO VERTICAL: Um estudo de caso FERNANDO FONSECA DINKELMANN Dissertação apresentada ao curso de Mestrado Profissionalizante em Administração como requisito parcial para obtenção do Grau de Mestre em Administração. Área de Concentração: Administração Geral. Avaliação: BANCA EXAMINADORA: _____________________________________________________ Professor DR. LUIZ FLÁVIO AUTRAN MONTEIRO GOMES (Orientador) Instituição: IBMEC - RJ _____________________________________________________ Professor DR. EDSON JOSÉ DALTO Instituição: IBMEC – RJ _____________________________________________________ Professor DR. LUIS ALBERTO DUNCAN RANGEL Instituição: UFF – Volta Redonda Rio de Janeiro, 19 de fevereiro de 2009 FICHA CATALOGRÁFICA Dinkelmann, Fernando Fonseca OUTSOURCING vs. INTEGRAÇÃO VERTICAL: Um estudo de caso / Fernando Fonseca Dinkelmann – Rio de Janeiro: Faculdades Ibmec, 2009. Dissertação de Mestrado Profissionalizante apresentada ao Programa de Pós-graduação em Administração das Faculdades Ibmec, como requisito parcial necessário para a obtenção do título de Mestre em Administração. Área de concentração: Administração geral. 1. Estratégia. 2. Integração vertical 3. Outsourcing. DEDICATÓRIA Aos meus pais e a minha esposa que me apoiaram neste estudo, mantendo minha confiança para terminar este trabalho. Agradeço a Deus por manter minha motivação sempre presente, mesmo nos momentos mais complicados. i AGRADECIMENTOS Um agradecimento especial ao meu orientador, Prof. Dr. Luiz Flávio Autran Monteiro Gomes, pelo apoio incansável na difícil tarefa de terminar este trabalho. Também a Rita de Cássia pela disposição em me ajudar em todos os temas administrativos do IBMEC. ii RESUMO Esta dissertação discute o significativo impacto na performance de negócios na empresa GSK (GSK), localizada no México, quando foi eliminada a estratégia de integração vertical de produção de frascos plásticos, implementada há mais de 20 anos. Em seu lugar, iniciou-se uma estratégia de outsourcing com a implementação de uma aliança estratégica de abastecimento por um fornecedor externo. Conforme a literatura sobre este tema, as vantagens e desvantagens de uma estratégia de integração vertical dependem de cada negócio ou segmento de mercado onde uma empresa atua. Consequentemente, com base no estudo da literatura presente, foi recomendado à GSK que eliminasse sua estrutura de integração vertical. O trabalho foi desenvolvido e documentado através de um estudo de caso exploratório, juntamente com entrevistas de campo e análise documental. Os resultados do estudo indicam que a GSK tomou a decisão correta de não mais verticalizar sua produção industrial. Palavras-chave: integração vertical, aliança estratégica, indústria farmacêutica iii ABSTRACT This essay discusses the significant impact on business performance of GSK Mexico, when the strategy of vertical integration to produce plastic bottles was eliminated after over 20 years in place. A strategic alliance was implemented with an external supplier. According to the literature on this issue, the advantages and disadvantages of a vertical integration strategy depend on each business or market segment where a company operates. Consequently, based on the study of this literature, it was recommended that GSK eliminates its pattern of vertical integration. The study was conducted and documented through an exploratory case study, along with interviews and field documentary analysis. The results indicate that GSK has taken the right decision of implementing the strategic alliance. Key words: vertical integration, strategic alliance, pharmaceutical industry iv LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Principais razões para ter Outsourcing ................................................................... 26 Figura 2 - Análise do portfólio da GSK ................................................................................... 61 Figura 3 - Grau de atratividade da conta GSK pelos fornecedores .......................................... 62 Figura 4 - Cadeia de produção de resina de polietileno para produzir licitação do volume de frascos da GSK ................................................................................................................. 79 Figura 5 - Cadeia de produção de frascos plásticos de polietileno........................................... 80 Figura 6 - Área do fornecedor voltada à fabricação de Hinds.................................................. 85 Figura 7 - Frascos plásticos utilizados até meados de 2005 ..................................................... 89 Figura 8 - Frasco novo implementado a partir de meados de 2005.......................................... 90 v LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Volume de frascos da GSK em 2005 ...................................................................... 56 Tabela 2 - Lista de equipamentos de plásticos da GSK ........................................................... 56 Tabela 3 - Custo dos frascos plásticos da GSK ........................................................................ 57 Tabela 4 - Comparação de custo STD e custo real................................................................... 59 Tabela 5 - Comparação de custo STD e custo real................................................................... 59 Tabela 6 - Benefícios do projeto categorizados........................................................................ 66 Tabela 7 - Riscos da estratégia selecionada.............................................................................. 67 Tabela 8 - Variação de preços conforme variação de volumes comprados.............................. 70 Tabela 9 - Capacidade disponível por frasco na GSK.............................................................. 75 Tabela 10 – Resultado da licitação de frascos da GSK ............................................................ 79 Tabela 11 - Cadeia de produção de frascos plásticos de Polietileno ........................................ 81 Tabela 12 - Racionalização da apresentação de Hinds depois da implementação do projeto de reengenharia de frascos .................................................................................................... 90 Tabela 13 - Avaliação dos riscos e benefícios da estratégia de integração vertical ................. 92 vi LISTA DE QUADROS Quadro 1 - Comparação entre parceria e quase-mercado......................................................... 31 Quadro 2 - Modelo de Merli..................................................................................................... 33 Quadro 3 - Lista de clientes internos ........................................................................................ 42 Quadro 4 – Plano de Comunicação .......................................................................................... 43 Quadro 5 – Categorização de requerimentos............................................................................ 44 Quadro 6 - Opções estratégicas ................................................................................................ 63 Quadro 7 - Índices de variação de preço dos frascos com fornecedor ..................................... 69 Quadro 8 - Modelo de Porter para indústria plástica mexicana ............................................... 82 Quadro 9- Sumário do desempenho do fornecedor em 2005 ................................................... 88 vii LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 - Crescimento do consumo de resina no Mexico ..................................................... 46 Gráfico 2 - Gasto de importação mexicana por tipos de resina em milhões de dólares ........... 47 Gráfico 3 - Preço histórico de Polietileno/Petróleo Brent 1995-2005...................................... 51 Gráfico 4 - Comparação entre custos da GSK vs. Custo de resina do mercado....................... 73 Gráfico 5 - Crescimento do volume de produção na GSK em cinco anos ............................... 89 viii SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 1 1.1 1.2 1.3 1.4 1.5 2 REFERENCIAL TEÓRICO ......................................................................................... 11 2.1 2.2 2.3 2.4 3 INTEGRAÇÃO VERTICAL........................................................................................ 11 DESINTEGRAÇÃO VERTICAL ................................................................................ 23 OUTSOURCING .......................................................................................................... 24 ALIANÇAS ESTRATÉGICAS.................................................................................... 28 DESCRIÇÃO DO CASO DA GSK............................................................................... 37 3.1 3.2 3.3 3.4 4 TEMA E PROBLEMA DA PESQUISA......................................................................... 1 OBJETIVOS................................................................................................................... 6 JUSTIFICATIVA DA PESQUISA................................................................................. 6 METODOLOGIA........................................................................................................... 7 ESTRUTURA DO TRABALHO ................................................................................. 10 INÍCIO DO PROCESSO .............................................................................................. 38 ANÁLISE DA SITUAÇÃO ......................................................................................... 44 CRIAÇÃO DA ESTRATÉGIA .................................................................................... 60 IMPLEMENTAÇÃO DA ESTRATÉGIA ................................................................... 67 RESULTADOS ............................................................................................................... 72 4.1 DESVANTAGENS DA INTEGRAÇÃO VERTICAL PARA A GSK ........................ 72 4.2 ANÁLISE DA ESTRUTURA DA INDÚSTRIA SEGUNDO PORTER ..................... 81 4.3 VANTAGENS DA ALIANÇA ESTRATÉGICA ........................................................ 83 5 CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES PARA ESTUDOS FUTUROS .................. 91 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 95 APÊNDICE A ......................................................................................................................... 99 APÊNDICE B - QUESTIONÁRIO..................................................................................... 103 APÊNDICE C ....................................................................................................................... 105 APÊNDICE D ....................................................................................................................... 107 ix 1 1.1 INTRODUÇÃO TEMA E PROBLEMA DA PESQUISA O setor industrial passa por uma grande transformação no mundo, principalmente com novos processos nas áreas de logística, e compras de matérias primas para as linhas de produção industrial. Nos últimos anos, as economias brasileira e mundial têm sofrido mudanças importantes. Internamente, as empresas buscam processos mais eficientes. Por outro lado, multiplicam-se fusões, aquisições, terceirizações e alianças estratégicas. Consequentemente, a administração logística da cadeia de abastecimento ganha uma nova dimensão, envolvendo a integração de todas as atividades ao longo da cadeia de valores: da geração de matérias-primas ao serviço ao cliente final e deixa de ter um enfoque operacional para ter um caráter estratégico. Um grande volume de trabalhos tem se dedicado à investigação da formação das cadeias de suprimentos e os resultados das alianças estratégicas entre fornecedores e clientes. Em grande parte das organizações, a área de Compras ou Procurement implementou sistemas de desenvolvimento de fornecedores e programas de melhoria contínua, estreitando a relação entre fornecedor e comprador. Dentre as estratégias de suprimentos onde se busca a melhoria 1 da cadeia de abastecimento, tem se destacado a verticalização de empresas, outsourcing de serviços/produção e alianças estratégicas entre empresa e fornecedores. No caso da integração vertical, autores como Grosman e Hart (1986) definem integração vertical como sendo a propriedade e o completo controle sobre os ativos por parte de uma empresa. Eles não distinguem entre propriedade e controle, definindo propriedade como o poder de exercer controle. Integração vertical é o controle sobre o processo integral de produção e de distribuição, mais que o controle sobre qualquer insumo em particular no interior de cada processo. Segundo Porter (1997), um tipo de barreira de entrada na forma de economias de escala ocorre quando existem vantagens econômicas na integração vertical, ou seja, a operação em estágios sucessivos de produção ou distribuição. Nesta situação, uma empresa iniciante deve entrar de forma integrada ou enfrentar desvantagem de custo, assim como uma possível exclusão de insumos ou mercados para seu produto se a maioria dos concorrentes estabelecidos estiver integrada. Não há uma única grande empresa de petróleo sem braço petroquímico, e a indústria química tradicional, para se manter na liderança, também procurou integrar-se, investindo na química fina, na biotecnologia e na indústria de especialidades plásticas. Essa integração vertical ao longo da cadeia produtiva leva a um reforço das barreiras à entrada e à elevação da taxa média de lucro, em decorrência da minimização de custos. Considerando este princípio, o presente estudo tem por objetivo analisar o comportamento de uma indústria do setor farmacêutico chamada de GlaxoSmithKline, ou GSK, que eliminou a produção interna de frascos plásticos para obter vantagem econômica e garantir o abastecimento através de um fornecedor externo. Foi feito um estudo de caso para comprovar 2 as vantagens econômicas e melhorias da cadeia de abastecimento com o fechamento desta fábrica, com a aprovação interna da alta administração da GSK. Esta dissertação mostrará porque a GSK decidiu por uma estratégia de Outsourcing em lugar de manter uma estratégia de integração vertical. Esta decisão se baseia em um conceito de aliança estratégica com um fornecedor para produtos inovadores, custos baixos, redução de estoque, flexibilidade de produção e processo just in time. O ambiente interno e externo influenciou na decisão de outsourcing pela GSK. O relacionamento entre a empresa e os elementos de seu ambiente dão origem ao que Porter (1986) define como forças competitivas. Ele sugere, então, que uma estratégia eficaz deva levar em consideração não apenas as ações e reações dos concorrentes diretos, mas também os papéis de fornecedores e clientes, e produtos alternativos que satisfaçam a mesma necessidade básica e a previsão de que novos entrantes entrem na disputa. Porter (1986) ressalta que o poder dos fornecedores e clientes limita novas concorrências e a disponibilidade de produtos substitutos que desempenhem essencialmente a mesma função. Todos esses fatores influenciam a natureza da concorrência e os atrativos de um segmento de negócio. Segundo Porter (1997), as empresas acham vantajoso executar internamente uma parte relevante dos processos administrativos, produtivos, de distribuição ou de marketing, necessários à fabricação de seus produtos ou serviços em vez de contratar uma série de empresas independentes. E isto, não necessariamente representa uma vantagem competitiva para esta empresa. Neste trabalho, questões são levantadas sobre os níveis de integração vertical: (1) os negócios altamente integrados são mais ou menos lucrativos dos que os que são menos integrados? (2) Sobre que condições um alto ou baixo degrau de integração vertical aparenta ser mais 3 benéfico? As respostas estão ligadas a benefícios em custos transacionais, abastecimento, coordenação melhorada dos departamentos internos de uma empresa, capacidades tecnológicas e altas barreiras de entrada. Seguindo estas opções, o trabalho analisa estes benefícios dentro do estudo de caso e suas implicações dentro da GSK. Alguns destes benefícios têm uma importância maior do que outras dentro de uma tomada de decisão estratégica. Dado o sentimento de alguns autores sobre a ineficiência da integração vertical, surpreende ver como este tipo de estratégia tem se provado ser resistente. Em recentes décadas, poucos estudos têm sido feitos para comprovar que tipo de empresa ou setor seria mais suscetível a implementar uma estratégia de verticalização. O trabalho descreve todas as etapas ocorridas na decisão sobre mudança de estratégia de verticalização para outsourcing na GSK, o que resultou em fechamento de sua fábrica de embalagem plástica e transferência da produção para um fornecedor externo através da criação de uma aliança estratégica. Segundo Penrose (1979), na ausência de uma proteção legal, o simples fato de que uma empresa, desprovida de superioridade tecnológica, possa estabelecer uma posição dominante no mercado significa uma clara evidência de que a tecnologia da indústria, na qual a empresa opera, é bastante padronizada ou bastante simples, e consequentemente, as inovações podem ser facilmente alcançadas por outras empresas. Quando a tecnologia de uma empresa é padronizada e relativamente simples, dificilmente os seus serviços produtivos gerarão oportunidades de expansão para novas áreas onde uma capacidade técnica superior ou incomum seja necessária. 4 Consequentemente, a tecnologia aumenta a diferença entre empresas. Quando se pode obter mesma tecnologia utilizada a um custo mais baixo, pode ser tomada uma decisão de transferir sua produção para uma empresa terceira gerando uma aliança estratégica. Um dos problemas do tema avaliado é a influência da tecnologia da indústria de plásticos como vantagem competitiva para a indústria farmacêutica. Que vantagem tecnológica a GSK obteve com a verticalização da produção de plásticos? Neste projeto, a GSK implementou uma aliança estratégica com um fornecedor externo de frascos plásticos. Seguindo a recomendação de Rangan e Yoshiro (1996) para que haja um bom desempenho da aliança estratégica, a GSK precisou, antecipadamente, observar se o fornecedor atendia às expectativas da empresa quanto à qualidade, índices de performance, capacidade de investimentos e saúde financeira. A empresa também avaliou se a aliança estratégica gerava benefício para a cadeia de valor. Para o estudo de caso, o problema deste tema residia no risco de falha da aliança estratégica estabelecida com o fornecedor escolhido. Ainda segundo Rangan e Yoshiro (1996), algumas empresas não gerenciam a aliança estratégica para melhoria de cooperação entre cliente e fornecedor. O contexto atual dos negócios é mais complexo que no passado. Hoje, os negócios são mais complicados devido à globalização, às novas tecnologias, às mudanças rápidas do comportamento dos mercados e de concorrentes que aparecem inesperadamente. Para algumas empresas, concentrar-se em suas habilidades centrais e principais interesses de negócio é a via para prolongada estabilidade. Outros negócios requerem habilidade para inovar continuamente, como é o caso da indústria farmacêutica. 5 1.2 1.2.1 OBJETIVOS Geral O objetivo do trabalho é avaliar porque a GSK tomou a decisão de fechar sua fábrica de plásticos no México, que produzia frascos plásticos para atender necessidade da sua fábrica farmacêutica. 1.2.2 Específicos Complementando o objetivo acima, procurou-se ainda: a) Identificar os principais benefícios e riscos avaliados para a tomada de decisão pela desintegração vertical feita pela GSK. b) Definir como foi montada a aliança estratégica entre a GSK e o fornecedor de frascos plásticos. 1.3 JUSTIFICATIVA DA PESQUISA Apesar da importância da decisão sobre uma estratégia de outsourcing ou integração vertical, poucos trabalhos têm sido apresentados. Consultores e estudiosos da área de planejamento estratégico e management se dedicam muito mais a trabalhos voltados para desenhos de portfolios corporativos, segmentação de mercado, formação de preços, etc. Por isso, este trabalho tem grande relevância na definição dos motivos que levam uma empresa como a GSK a decidir por desintegrar sua planta plástica e passar a trabalhar com um fornecedor terceiro. Através desta experiência, a pesquisa procurará analisar como a GSK desenvolveu uma aliança estratégica com o novo fornecedor de frascos. 6 1.4 METODOLOGIA Para atender aos objetivos de pesquisa propostos, a análise desenvolvida neste estudo busca evidências sobre os benefícios e riscos da existência de uma estratégia de verticalização versus outsourcing em uma empresa através de metodologia de Estudo de Caso único ocorrido na GSK México. Segundo Yin (2005, p.32 e 33): “um estudo de caso é uma investigação empírica que investiga um fenômeno contemporâneo dentro do seu contexto da vida real, especialmente quando os limites entre o fenômeno e o contexto não estão claramente definidos. A investigação de estudo de caso enfrenta uma situação tecnicamente única em que haverá muito mais variáveis de interesse do que pontos de dados, e, como resultado, baseia-se em várias fontes de evidência, com os dados precisando convergir em um formato de triângulo, e, como resultado, beneficia-se do desenvolvimento prévio de proposições teóricas para conduzir a coleta e a análise de dados”. Contemplou-se o levantamento bibliográfico, entrevistas e a coleta de dados baseada em fontes primárias. Inicialmente, o levantamento bibliográfico foi do tipo de pesquisa de caráter exploratório, sendo realizada com a intenção de se obter conhecimentos a partir de trabalhos publicados em artigos e livros. Esta dissertação descreve o estudo de caso que foi feito pela GSK no ano de 2004 e foi implementado em 2005. O universo deste estudo é a indústria de Plástico no México, já que serão avaliados seu mercado, fornecedores e tipos de tecnologias presentes. Para análise da indústria de plásticos, o estudo do modelo de forças de Porter também foi utilizado. 7 As evidências para este estudo de caso foram obtidas da seguinte maneira: a) Documentos internos da GSK para avaliar custos e aspectos de qualidade presentes na fábrica de plástico e, assim, traçar-se um parâmetro de comparação entre a situação atual e a situação proposta. b) Documentos e artigos publicados do setor de plásticos mexicano. c) Entrevistas de forma espontânea com empregados da GSK, tanto do setor operativo como do administrativo e com a alta administração para avaliar a percepção da GSK em relação ao projeto de desverticalização em curso. d) Observação direta. Segundo Yin (2005), os estudos de casos podem ser exploratórios, descritivos ou explanatórios. O trabalho desenvolvido focou no estudo de caso exploratório, que responderá às seguintes questões propostas por este estudo: a) Porque a GSK decidiu por fechar sua fábrica de frascos plásticos no México? b) Como foi desenvolvida a aliança estratégica entre um fornecedor externo e a GSK a partir da desintegração vertical? A idéia é verificar a seguinte hipótese: quando uma estratégia de verticalização não representa melhoria de custos operacionais, não assegura posse de capacidade tecnológica e não gera barreira de entrada para novos competidores, deve ser descartada por qualquer empresa. A hipótese para a desintegração vertical será testada através da seguinte lógica e conexão: • Capacidade tecnológica – comparação de tecnologia utilizada pela GSK contra o que utiliza o mercado plástico no México. 8 • Custos operacionais e barreira de entrada – comparação de custos de fornecedores contra os custos atuais da GSK. • Melhoria de abastecimento e melhora de coordenação – pesquisa escrita com gerentes da GSK e documentação interna. Como este estudo de caso trata de eventos ocorridos ao longo de 2004, deverão ser apresentadas evidências para este estudo em forma cronológica. A seqüência das etapas dentro da descrição do caso deverá obedecer às fases iniciais, intermediárias e finais da história do caso. Esta tática serve ao objetivo quando se realiza um estudo exploratório, já que foi proposta uma estratégia de desverticalização da fábrica plástico no início do projeto. A seqüência de capítulos de forma cronológica deverá ser aproveitada para a estruturação de uma construção da teoria de modelo de definição estratégica de verticalização para atender outras empresas/segmentos. Outro ponto importante da pesquisa reside em analisar o fato de que somente vale a pena uma empresa entrar em um relacionamento colaborativo com um fornecedor se os resultados financeiros e estratégicos forem maiores que os custos associados com o estabelecimento deste relacionamento. Como resultado destas necessidades, deve ser desenvolvido um modelo de gerenciamento do relacionamento com fornecedores, onde são medidos todos os índices pelo qual o fornecedor foi escolhido pela GSK para iniciar uma aliança estratégica. A indústria farmacêutica foi analisada para indicar se este tipo de mercado requer uma estratégia de integração vertical. A indústria de plásticos também foi analisada visando uma melhor tomada de decisão por uma estratégia de outsourcing e de aliança estratégica. 9 A observação participante do autor do trabalho permitiu acesso completo a coleta de dados, que seria inacessível o trabalho fosse feito por um agente externo à empresa estudada. 1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO O trabalho está organizado em seis capítulos específicos, sendo que neste primeiro são apresentadas as considerações introdutórias relativas à definição do problema de pesquisa, à exposição dos objetivos, à sua justificativa e à metodologia de análise. A fundamentação teórica que serviu de base para a discussão das definições de integração vertical, desintegração e outsourcing, assim como as estratégias que as empresas podem adotar para aumentar a sua rentabilidade através de alianças estratégicas ou integração vertical compõe o segundo capítulo. No capítulo três é apresentado o estudo de caso. No quarto capítulo, são apresentadas as avaliações e os diagnósticos em relação aos resultados atingidos pela empresa em estudo. O quinto capítulo compreende as recomendações e conclusões do estudo. No capítulo seis, estão listadas as referências bibliográficas. 10 2 2.1 REFERENCIAL TEÓRICO INTEGRAÇÃO VERTICAL Determinar os limites de uma empresa parece ser crítico para a sua performance (Coase, 1937; Stigler, 1951; Thompson, 1967; Williamson, 1975; Galbraith, 1977; Hart e Grossman, 1986). A maioria dos trabalhos posteriores examina os benefícios entre atividades internas da empresa versus outsourcing através das transações de mercado (Jonas e Hill, 1988; Leiblein e Miller, 2003), ou através de alianças estratégicas (Pisano, 1990; Folta, 1998; Steensma e Corley, 2000). Rothaermel (2006) diz: “Enquanto as empresas frequentemente buscam economias em custos de transação, muitas empresas têm integrado parcialmente e simultaneamente terceirizado algumas atividades” apud (Harrigan, 1984; Afuah, 2001). Rothaermel (2006) argumenta que estas empresas buscam identificar o mais efetivo balanço em ambas as alternativas para maximizar seus benefícios e reduzir seus custos. O benefício de perseguir tanto a integração vertical quanto alianças estratégicas tem sido estudado por vários autores como Hill e Hoskisson, 1987; Jones e Hill, 1988; Kogut, 1988; Dyer, 2006; Gulati, 1998. Rothaermel (2006) propõe uma sinergia entre integração vertical e outsourcing, dependendo do tamanho do portfólio de produtos de cada empresa, sugerindo que um tamanho moderado 11 do portfólio de produtos tem um forte efeito no sucesso de novos produtos e na performance da empresa. Segundo Porter (1997), a integração vertical é a combinação de processos de produção, distribuição, vendas e/ou processos econômicos, tecnologicamente distintos dentro das fronteiras de uma mesma empresa. Segundo Buzzell (1983), de acordo com a definição econômica tradicional, a integração vertical é a combinação, sob um único proprietário, de dois ou mais estágios de produção ou distribuição (ou ambos) que estavam separados. Para a maioria dos pesquisadores, o processo através do qual as indústrias se tornam proprietárias de seu próprio fornecimento de materiais é chamado de Integração Vertical ou Verticalização. Verticalização tem um impacto significante em custos, diferenciação e outros tópicos estratégicos, sendo considerada um importante tema para decisões estratégicas. Uma empresa pode contratar uma empresa independente para suprir suas necessidades de matériasprimas ou pode extrair sua matéria-prima diretamente. Se essa extração se dá diretamente, sem uso de terceiros, considera-se como Integração vertical. A integração vertical elimina contratos ou relações de mercado, que são substituídas pela produção interna dentro dos limites da empresa. É também um instrumento de propriedade da produção de determinado material e de total controle sobre estágios vizinhos de produção ou distribuição. A empresa verticalmente integrada tem uma completa flexibilidade para tomar as decisões sobre o investimento, os recursos, a produção e a distribuição de todos os estágios que a empresa possuir. 12 Quando há uma fusão ou incorporação (ou ainda qualquer outra forma de concentração) entre empresas que atuam em diferentes níveis na cadeia produtiva de um mesmo segmento, dizseque há a integração vertical, ou verticalização. A integração vertical representa uma decisão da empresa no sentido de utilizar transações internas ou administrativas em vez da utilização de transações de mercado para atingir seus propósitos econômicos (Porter 1997). A integração vertical, assim como a terceirização de serviços, depende da política estratégica de diminuição de custos e maximização de resultados. Ela visa a independência tecnológica e a introdução das atividades internamente nas empresas a fim de obter-se uma maior produtividade, qualidade, lucro, fornecimento próprio de matéria-prima, maior eficiência na distribuição ou contato mais direto com o consumidor final. Em operações desta natureza, muitas vezes intenciona-se também dificultar o acesso do concorrente àquele produto ou matéria-prima, principalmente em determinados mercados onde a fonte destes insumos é restrita. Autores como Grosman e Hart (1986) argumentam que a integração vertical é a propriedade e o completo controle sobre os ativos, e que a natureza da relação da empresa com o trabalhador não é relevante para definir integração vertical. Uma questão levantada por eles é que diferentes níveis de integração levam a diferentes resultados de eficiência técnica. Eles não distinguem entre propriedade e controle, apenas definindo propriedade como o poder de exercer controle. Integração vertical é o controle sobre o processo integral de produção e de distribuição, mais que o controle sobre qualquer insumo em particular no interior de cada processo. 13 Outro tipo de relação entre empresas é aquela denominada por Blois (1972) como "quaseintegração vertical", que é uma relação com base financeira entre empresas em estágios vizinhos de produção, onde o relacionamento não precisa envolver o controle sobre as decisões de produção e distribuição. Um fator necessário para a quase-integração é que a empresa deve ser um cliente grande de um fornecedor particular. Grande cliente significa o quanto representa esta empresa em termos de vendas do fornecedor. O que é considerado significativo depende de empresa para empresa, mas com a implicação de que se uma empresa retirar seu negócio do fornecedor, este pode ter um grande problema de perda de produção. A tecnologia é um fator determinante da organização econômica somente se existir apenas uma tecnologia que seja decisivamente superior às outras e as decisões de integração raramente ocorrem por motivos tecnológicos, mas sim pelo fato da integração representar uma fonte de economia nos custos de transação (Williamson, 1989). Alguns trabalhos aproximam a integração vertical da teoria de custos transacionais. A maioria dos economistas atribui a origem da teoria de custos transacionais a Coase (1937), que argumenta que a empresa se integra para evitar os custos do mercado. Segundo Simonet (2007), as empresas podem tanto confiar no mercado ou em uma hierarquia interna (integração vertical), dependendo de que economias de custos podem obter: as empresas adotam a integração vertical para minimizar custos transacionais (o que inclui negociação, monitoramento da reação comprador-fornecedor). Além disso, uma empresa está pronta para adquirir um fornecedor quando não tem alternativas de abastecimento. Coase (1937) argumenta que, para se entender a integração vertical, é necessário conhecer as relações contratuais. Quando os ativos envolvidos na verticalização têm uma grande 14 especificidade, aliado a um ambiente transacional complexo e com incertezas, os custos de negociação e implementação dos contratos se tornam muito altos para os contratos de longo prazo. Se a especificação do ativo é complexa, a integração vertical é mais recomendada. Um contrato altera a direção do poder entre as partes quando a condição de desempenho não é especificada previamente, sendo os contratos considerados incompletos. A avaliação para a integração passa pela correta avaliação do investimento e por um maior ou menor incentivo a assumir o investimento, sendo que estes investimentos ampliam os ganhos de transação pelo aumento do valor de troca para o comprador ou diminuição dos custos de produção para o vendedor. Segundo James (2002), as empresas integradas adquirem competências que são raras e valiosas, competindo com as oportunidades do mercado. Estas competências objetivam prover a empresa com uma vantagem competitiva, que lhe dão superioridade no mercado. Autores como Alchian e Demsetx (1972), Arrow (1975) e Williamson (1975) sugerem em seus trabalhos que as decisões de integração são analisadas em termos de conhecimento: a empresa integra atividades que geram aprendizado ou atividades que permitem à empresa obter e salvaguardar informação vital sobre o mercado de fornecedores e produtos competidores. A integração vertical, por outro lado, necessita de altos investimentos, aumenta complexidade de coordenação e controle (D’Aveno e Ilinitch, 1992) e aumenta burocracia. Segundo Simonet (2007), uma empresa integrada é mais vulnerável a períodos de recessão do que uma empresa não integrada, além de sofrer de falta de flexibilidade estratégica em tempos de troca de tecnologia, incertezas de demanda ou relações instáveis de trabalho. Segundo Porter (1997), na maior parte das situações, as empresas acham vantajoso executar internamente uma parte relevante dos processos administrativos, produtivos, de distribuição 15 ou de marketing, necessários à fabricação de seus produtos ou serviços em vez de contratar uma série de entidades independentes. Acreditam que seja mais barato, menos arriscado ou mais fácil fazer a coordenação quando estas funções são desempenhadas internamente. Segundo Williamson (1975), as empresas se integram verticalmente para construir barreiras de entradas, facilitar investimentos em ativos especializados, proteger a qualidade do produto e melhorar planejamento e coordenação. Segundo Harrigan (1984), as principais desvantagens da integração vertical estão relacionadas com aumento do custo gerencial em coordenar múltiplos estágios da cadeia de suprimentos, excesso de capacidade, subutilização de recursos, obsolescência tecnológica, inflexibilidade estratégica, aumento de mobilidade e barreiras de saída, baixa performance das unidades de negócio, falta de informação e feedback dos fornecedores e distribuidores, entre outros problemas. Adicionado a isto, Jones e Hill (1988) sugerem que quanto maior a extensão da integração vertical, maior o custo de burocracia. Bhuyan (2005) indica as razões principais e determinantes para uma empresa se decidir por uma integração vertical: a) Poucas empresas vendedoras e especificidade dos ativos b) Deseconomia de escala c) Incertezas geradas por demanda versus suprimentos Baumol (1997) diz que há pelo menos três explicações básicas para o aumento do uso da integração vertical como estratégia: a) Economias de escopo, que tornam mais barato tecnologicamente a produção de uma empresa. 16 b) Economias de produção internas resultado de falhas do mercado, que representam basicamente a incerteza tratada por Bhuyan (2005). Também envolvem monopólios ou outras imperfeições de mercado. c) Poder do monopólio onde a empresa busca se integrar verticalmente para estender o seu monopólio. Alguns benefícios da Integração Vertical são frequentemente citados por vários autores e foram consolidados abaixo: 1) Segurança de suprimento: Rezende (1997, p.7) diz: “a integração vertical tende a aumentar a segurança, posto que a empresa teria um controle maior sobre itens como qualidade, prazo, preço, especificações técnicas, atendimento ao consumidor, escoamento da produção e ritmo de expansão. A efetivação dessas vantagens, no entanto, irá depender da conjuntura econômica e do grau de maior ou menor eficiência e confiabilidade dos fornecedores e distribuidores”. Segundo Buzzell (1983), em muitos casos, a integração vertical é essencial para assegurar suprimentos de materiais críticos. Como exemplo, a crise do petróleo na década de 70, em que algumas empresas tiveram reduzido seu número de fornecedores e preços duplicados ou triplicados, impactando em custos de materiais. Além disso, o desabastecimento de materiais em indústrias com alto custo fixo é extremamente danoso porque leva a um baixo uso do capital intensivo. 2) Redução de custos: Rezende (1997, p.7) diz: “indústrias como a siderúrgica e a petroquímica, cujos processos produtivos dão-se numa seqüência tal que há o aproveitamento de enormes sinergias entre as diversas fases, encontram na integração um fator redutor de custos. Da mesma forma, a integração pode ser vantajosa quando o custo de distribuição por terceiros é elevado ou ineficiente. A integração também leva a uma diminuição de custos quando, sob ponto de vista do comprador, o fornecedor, além de monopolista, apresenta eficiência aquém da desejável e o insumo que fornece tem um peso muito grande na sua composição de custo. Também há redução de custos de transportes se a produção de matériasprimas for feita em uma proximidade geográfica”. Segundo Porter (1997), ao reunir operações tecnologicamente distintas, a empresa pode, muitas vezes, ganhar 17 eficiência. Na fabricação, por exemplo, este movimento pode reduzir o número de etapas do processo de produção, diminuir os custos de manipulação, reduzir custos de transporte e utilizar a capacidade de folga proveniente das indivisibilidades em um estágio. Também pode reduzir a necessidade de coleta de alguns tipos de informações sobre o mercado, ou, o que é mais provável, o custo total da obtenção de informação. Os custos fixos de controle do mercado e de previsão da oferta, da procura, e dos preços podem ser divididos por todas as partes da empresa integrada, enquanto que uma empresa não integrada teria que arcar com os custos individualmente de suas entidades. Buzzell (1983) sugere que, na maioria dos casos, o maior objetivo da integração vertical é eliminar ou reduzir os custos de compra ou venda incorridos quando empresas são separadas em dois estágios de produção. Por outro lado, Mpoyi e Bullington (2004) indicam que é incerto se a integração vertical adotada pelas empresas tem, de fato, reduzido custo e as tornado mais eficientes. 3) Melhora da coordenação da cadeia de abastecimento interna da empresa: Segundo Porter (1997), os custos de programação, coordenação de operações e de resposta às emergências podem ser menores se a empresa for integrada. A localização adjacente das unidades integradas facilita a coordenação e o controle. A coordenação interna de mudanças no estilo, de reformulações no produto ou da introdução de novos produtos também pode ser mais fácil ou rápida. Buzzell (1983) sugere que a integração vertical pode gerar reduções de custos através do bom planejamento de inventário através de estágios porque o planejamento de produção se torna mais eficiente. 4) Gerar mais oportunidades para diferenciar através de maior controle sobre saídas de produção: Segundo Porter (1997), pode permitir melhores controles dos canais de distribuição a fim de oferecer serviços superiores ou proporcionar oportunidades para a diferenciação através da fabricação interna de componentes patenteados. 5) Apropriação de lucros de fabricantes de materiais: Rezende (1997, p.8) diz: “uma empresa verticalizada ou integrada se apropriará da parcela do lucro do intermediário principalmente quando o mercado está em expansão, já que é sabido que, nessas ocasiões, o preço dos insumos e matérias-primas tende a aumentar mais que o preço dos produtos manufaturados”. 6) Aumento de barreiras de entrada para potenciais competidores: Segundo Porter (1997), a integração vertical pode elevar as barreiras de mobilidade. Os benefícios 18 propiciam à empresa integrada certa vantagem competitiva em relação à empresa que não é integrada, sob a forma de preços mais altos, custos mais baixos ou risco menor. Dessa forma, a empresa não integrada deve se integrar ou enfrentar uma desvantagem, e o novo entrante no negócio é forçado a entrar na qualidade de uma empresa integrada ou tem que suportar as mesmas conseqüências. Quanto mais significativos forem os benefícios líquidos da integração, maior é a pressão para que as outras empresas se integrem. Na presença de barreiras significativas quanto a economias de escala ou a exigências de capital relacionadas com a integração, a compulsão no sentido da integração eleva as barreiras de mobilidade dentro da indústria. Buzzell (1983) sugere que, quanto mais integrado verticalmente um negócio, maior os recursos financeiros e gerenciais necessários para entrar e competir em um mercado. 7) Aceleração de mudanças tecnológicas: Rezende (1997) diz que para setores de lento desenvolvimento tecnológico, o processo de integração pode ser indutor de rápidos trade-offs, que não seriam levados adiante pelos fornecedores ou distribuidores instalados. 8) Assegurar oferta e/ou demanda: Segundo Porter (1997), a integração vertical assegura à empresa o recebimento dos suprimentos disponíveis em períodos difíceis de escassez ou será um meio de escoamento para seus produtos em períodos de baixa demanda geral. “A integração vertical só pode assegurar a demanda se a unidade “corrente abaixo” puder absorver a produção final da unidade “corrente acima”. A capacidade da primeira para fazer isso depende claramente dos efeitos das condições competitivas sobre a sua demanda” (Porter 1997, p.283). A garantia da oferta e da demanda não deve ser considerada como uma proteção completa contra altos e baixos do mercado, mas antes como uma redução da incerteza em relação a seus efeitos sobre a empresa. 9) Maior habilidade em efetuar a diversificação: Rezende (1997, p.10) diz: “a integração vertical é uma grande alavancadora da diversificação, já que há grande probabilidade de operações que, num primeiro momento, representam uma integração e, com o decorrer do tempo, assumem a configuração da diversificação”. Após análise da literatura, podem ser selecionadas algumas desvantagens de Integração Vertical: 19 1) Balanço de capacidade: uma empresa pode necessitar construir excesso de capacidade para assegurar que a produção tenha suficiente fornecimento sobre todas as condições. 2) Vinculação a um tipo de matéria-prima: Segundo Rezende (1997), em função da mudança de hábitos dos consumidores e principalmente do desenvolvimento tecnológico, surgem constantemente novos insumos, que representam efetiva possibilidade de substituir com vantagens os insumos antigos como, por exemplo, alumínio x aço x plástico. Se a empresa for integrada, dificilmente terá condições de adaptar-se rapidamente, passando a produzir o novo insumo ou mudando o seu perfil produtivo para comprá-lo de terceiros. 3) Perda de Flexibilidade: Rezende (1997) diz: “por se tratar de um maior aprofundamento da empresa no campo de atuação, a integração reduz sensivelmente sua flexibilidade econômica e produtiva, em função da maior amarração ao seu atual mercado, negócio ou processo produtivo. Como num primeiro momento, a integração ocorre fundamentalmente para atender às suas próprias necessidades, caso haja qualquer tipo de crise ou mudança significativa relacionada a esse setor da economia, todo o capital estará aplicado em um mesmo ramo, o que dificulta qualquer forma de flexibilização, inclusive o abandono do setor”. Já Buzzell (1983) diz que por a integração vertical implica em comprometimento em uma tecnologia particular ou modo de operação, pode ser uma estratégia extremamente arriscada. Se a tecnologia ou mudança de mercado faz os produtos se tornarem obsoletos, o ajuste da companhia integrada se torna muito difícil. 4) Aumento de custos: a empresa terá custos se a integração não permitir uma escala mínima que a coloque em situação de igualdade frente aos produtores externos. Quando não há plena utilização da capacidade instalada, a integração irradia um aumento de custo para toda a cadeia produtiva, fazendo com que o negócio como um todo perca competitividade. 5) Custo de superação de barreiras de mobilidade: Segundo Porter (1997), a integração vertical requer, obviamente que a empresa supere as barreiras de mobilidade para poder competir no negócio”. Devido à relação interna de compra e venda que a integração vertical implica, a empresa que está se integrando pode, com freqüência, suplantar prontamente algumas das barreiras de mobilidade do negócio adjacente tais como acesso aos canais de distribuição e diferenciação do produto. Contudo, a 20 superação de barreiras ocasionadas por vantagens de custo decorrentes de tecnologias patenteadas ou de fontes favoráveis de matérias-primas pode ser um custo da integração vertical, bem como pode sê-lo a superação de outras barreiras de mobilidade, tais como as economias de escala e as exigências de capital (Porter 1997, p. 286). 6) Maior alavancagem operacional: a integração vertical eleva a proporção de custos fixos de uma empresa. Se a empresa estivesse adquirindo um insumo no mercado de venda para entrega imediata, por exemplo, todos os custos seriam variáveis. Se o insumo é produzido internamente, a empresa terá que arcar com quaisquer custos fixos envolvidos na sua produção, mesmo que um decréscimo sazonal ou qualquer outra causa reduza a sua demanda. Assim, a integração aumenta a alavancagem operacional da empresa, expondo-a a maiores oscilações cíclicas em seus ganhos (Porter 1997, p.287). A integração vertical ou a falta dela pode ter um impacto significativo na performance do negócio de uma empresa. Enquanto alguns estudiosos argumentam que uma integração vertical adequada pode ser crucial para sobrevivência do negócio, outros discordam e argumentam que excessivas integrações causaram fracassos corporativos. Na indústria de petróleo, o processo que tira o óleo do poço até a estação de serviço é dividido em quatro estágios: produção de óleo cru, transporte, refino e marketing. Algumas companhias se especializaram em apenas uma destas etapas. Outras companhias combinam dois ou três estágios, e as maiores companhias integradas de petróleo envolvem as quatro fases. O conceito de integração vertical pode ser visualizado dentro da cadeia de abastecimento. Dois pontos devem ser considerados quando se toma decisão por uma estratégia de verticalização: custos e controle. O aspecto de custos depende do preço de mercado para os materiais que serão produzidos internamente versus o custo de administração da mesma atividade internamente, como uma empresa única e custos de investimentos em ativos. O 21 aspecto de controle está diretamente ligado ao controle de ativos, que podem criar barreiras de entrada. Muitos trabalhos relacionam a integração vertical como uma resposta para as imperfeições do mercado, como competição imperfeita, monopólios e incertezas. Segundo Mac Dowell e Cavalcanti (1998): “a competição imperfeita em um estágio de produção cria incentivos para as empresas imperfeitamente competitivas se integrarem com seus estágios vizinhos competitivos. Esses incentivos podem ser decorrentes da possibilidade de internalização da perda de eficiência devido ao comportamento imperfeito dos mercados, da capacidade de extrair rendas inframarginais do estágio competitivo, e da possibilidade de discriminar preços dentro do estágio competitivo”. Vários autores, como Stigler (1951) e Williamson (1971), indicam que um monopolista pode integrar-se verticalmente para aumentar o preço de mercado do seu produto para a indústria não integrada, reduzindo seu preço interno para a indústria integrada por meio da expansão do seu produto final nesta indústria. Segundo Mac Dowell e Cavalcanti (1998), esta estratégia de discriminação de preços é lucrativa para o monopolista porque não induz a entrada de novas empresas na indústria integrada devido ao diferencial entre o preço final e o preço de mercado do insumo. A entrada de novas empresas aumenta a concorrência e impacta na estratégia de verticalização. As novas empresas compram o produto a um preço mais baixo que o das empresas integradas. Segundo Stigler (1951), a regulação de preços pode levar ao racionamento de produtos, e a integração vertical pode garantir a oferta de insumos. Quando a empresa não tem capacidade de obter a quantidade de insumos necessária ao preço do mercado, a integração vertical pode 22 ser utilizada como forma de garantir o equilíbrio do mercado. Mac Dowell e Cavalcanti (1998). 2.2 DESINTEGRAÇÃO VERTICAL Segundo Porter (1986), uma empresa deve avaliar os benefícios em potencial da integração para cada importante insumo adquirido em uma atividade de valor. Por outro lado, ela deve examinar as funções hoje executadas internamente, para determinar se a desintegração reduziria o custo da atividade sem afetar a estratégia da empresa. As empresas ignoram a opção de desintegração em suas análises de custos. A análise da integração e da desintegração não deve limitar-se aos insumos principais, mas também deve examinar serviços auxiliares e outras funções de apoio. Vias de regra, as empresas podem reduzir o custo, integrando-se em alguns serviços auxiliares, embora continuando a comprar o produto básico. Neto (1995) diz que o termo desintegração vertical refere-se ao movimento de redução do tamanho da cadeia de atividades de uma empresa, tanto no nível administrativo (redução do número dos níveis hierárquicos de uma dada estrutura organizacional) como também no nível da produção, por meio da redução e/ou eliminação de alguns processos, de seções produtivas ou de apoio à produção ou simples redução de postos de trabalho. Desintegração vertical na indústria automotiva é normalmente relatada através da referência ao desafio dos fabricantes japoneses. A rigidez e coordenação falharam resultando em especialização dentro de largas corporações como General Motors e Ford. Eles eventualmente venderam algumas divisões de peças e adotaram produção flexível baseado em problemsolving teams, para serem tão ágeis quanto os japoneses. O outsourcing de componentes, entretanto, foi um modelo misto de entrega just-in-time (JIT) por fornecedores parceiros de 23 um lado e um suprimento global de fornecedores de baixo custo (low-cost sourcing) de outro lado. A década de 80 viu a análise deste fenômeno através do uso da economia de custos transacionais (Williamson, 1985). Custos transacionais explicam o aumento de desintegrações verticais devido a construção de um relacionamento forte entre cliente e fornecedor, sendo identificado como uma oportunidade de negócio. Segundo Sako (2003), a pré-condição para desintegração, entretanto, existe muito antes da década de 80 em alguns setores industriais. Por exemplo, quando empresas fabricam commodities ou processos padrões de mercado, a desintegração vertical ocorre relativamente rápido. Mais recentemente, houve um aumento da certeza de como a dinâmica do desenvolvimento da tecnologia afeta o limite de uma empresa. O aumento dos contratos de fabricação de terceirização na indústria de eletrônicos foi provocado pelo aumento da confiabilidade do conhecimento requerido para montagem de produtos como computadores. Isto ocorre porque, em alguns casos, as empresas de outsourcing têm mais tecnologia e knowhow do que as empresas integradas (Brusoni, 2001). 2.3 OUTSOURCING Já não é mais possível que uma organização possa criar vantagem competitiva simplesmente capturando internamente os benefícios de economias de escala e de escopo. Fabricação em massa de produtos standard usando ativos fixos não é mais vantagoso como no passado. No ambiente de hoje, as organizações acreditam que necessitam estar mais focada nos segmentos de mercado que vão atender, como vão se diferenciar em outros mercados, e como vão originar estas operações para ganhar estas vantagens (Corbett, 2004). 24 Para Skinner (1985), há cinco características-chave que evidenciam a manufatura focalizada. São elas: • No nível da tecnologia de processos, a empresa deveria se restringir a um número limitado de processos que sejam facilmente controláveis pela sua gerência. • Em relação a várias demandas de mercado, que envolvem muitas solicitações em termos de qualidade, preços, lead-time e especificações, uma dada planta fabril poderá responder a apenas uma ou duas demandas por vez, visando manter a excelência de seus produtos; • No que se refere ao volumes de produtos, este deve ser, geralmente, compatível com as demandas de mercado (e não dimensionados para um eventual estoque de segurança, por exemplo); • Quanto aos níveis de qualidade, estes devem ser definidos de tal forma a evitar novas especificações ou sistemas complexos (com vários níveis de supervisão) de controle da qualidade; • Com relação às “tarefas da manufatura”, estas devem estar limitadas apenas a atividades nas quais a unidade fabril possua real competência para ser competitiva. Segundo Rezende (1997), a empresa moderna deveria, assim, concentrar esforços nas principais atividades/operações (core business) que realmente possam se traduzir em vantagens competitivas, especializando-se em unidades de negócios, reduzindo o número de processos, enxugando suas estruturas administrativas e delegando a uma rede de outras empresas como fornecedores ou subcontratados as funções que pudessem ser consideradas como complementares ou acessórias. 25 Vários autores definem terceirização ou outsourcing como o ato de transferir a responsabilidade por um determinado serviço ou operação de um processo de produção de uma empresa para outra empresa que, neste caso, é conhecida como terceiro ou fornecedor. Nesta forma, a empresa contratante deixa de realizar alguma das várias atividades feitas com seus próprios recursos (pessoal, instalações, equipamentos, etc) e passa as mesmas para o fornecedor. Segundo Corbett (2004), existe uma série de causas para uma empresa iniciar operação de outsourcing, mas a razão básica é reduzir custos. A maioria das empresas busca gastar estas economias obtidas, reinvestindo em outras áreas de sua operação. Abaixo, na Figura 1, Corbett (2004) indica as principais razões para ter outsourcing através da hierarquia de benefícios: Inovação (3%) Economizar capital (3%) Melhorar qualidade (3%) Aumentar receitas (4%) Acesso a novas habilidades (9%) Estrutura de Custo variável (12%) Melhorar foco (17%) Redução de Custos (49%) Figura 1 – Principais razões para ter Outsourcing Fonte: The 2004 Outsourcing World Summit Rezende (1997), diz: “O que é tercerização para um pode significar verticalização para outro. A Fiat terceirizou a pintura dos carros que saem da sua linha de montagem. A Renner, fabricante de tintas, para atender à terceirização da Fiat, ampliou seu processo de 26 verticalização, passando a fazer a pintura, que anteriormente não era de sua responsabilidade, investindo em cabines de pintura dentro de algumas das fábricas. Todas as montadoras da indústria automobilística – como Fiat, Volks, Mercedes, GM, Ford, etc – têm procurado terceirizar uma série de processos, deixando a montagem de alguns componentes dos veículos, anteriormente função das próprias montadoras, para seus fornecedores, comprandoos já montados. Além de se prepararem para a montagem desses componentes, os fornecedores estão se verticalizando ou constituindo alianças estratégicas”. Os principais benefícios do outsourcing são apresentados a seguir: 1) Diminuição dos níveis hierárquicos. 2) Um menor volume de capital de giro, a partir do momento em que não há imobilização prévia e o desembolso. 3) Ocupação apenas dos segmentos mais rentáveis dentro da cadeia produtiva. 4) Ganhos de especialização, fazendo com que empresas especializadas em determinados processos tenham eficiência superior. 5) A flexibilização da produção permite alterações significativas no composto de produto. 6) Intensificação do uso de ativos, que, quando de propriedade da empresa, eram subutilizados. 7) Aumenta agilidade de desenvolvimento tecnológico em partes da cadeia produtiva. 8) O encurtamento do ciclo de vida de produtos. A terceirização é uma decisão estratégica que tem que ser tomada após cuidadosa análise das vantagens e dificuldades em curto, médio e longo prazo (Rezende, 1997). Dentre estas últimas pode-se apontar: 1) Dificuldade de estabelecer parcerias com fornecedores pelas especificações necessárias e não atendidas pelos fornecedores. 2) Possibilidade de criar novo concorrente para o futuro, através de um movimento de integração. 27 3) Resistência interna, posto que a terceirização, como sinônimo de desverticalização ou de downsizing, significa mexer com pessoas, cargos, salários, questões trabalhistas e sindicais. 4) Dependência de fornecedor ou distribuidor, implicando insegurança quanto ao suprimento, escoamento ou fornecimento de processos. 5) Dificuldade de gerenciar os contratados. 6) Características do processo produtivo ou do mercado, que não permite todos os setores serem totalmente terceirizados. Outsourcing é uma decisão estratégica que começou em áreas tidas como periféricas (como a de informática) e tem sido utilizado em áreas como manufatura, manutenção, distribuição e marketing. A relação entre empresa e fornecedor é fundamental para o sucesso do outsourcing. 2.4 ALIANÇAS ESTRATÉGICAS Durante os anos 90, a área de Compras ganhou uma grande importância dentro dos negócios de uma empresa. A compra de materiais e serviços a fornecedores externos representa uma grande parte dos custos típicos de uma companhia. Nos dias atuais, não há maior potencial nos negócios para ser beneficiado do que a interdependência entre as empresas e fornecedores. Esta é o processo onde, todavia as empresas podem desenvolver vantagens competitivas, que até o momento tem sido mal aproveitado. As empresas agora lutam para melhorar os processos de compras e para obter o máximo valor dos fornecedores externos de materiais e serviços. Dyer, Cho e Chu (1998) dizem que existem três tipos de segmentação de fornecedores para as atividades de suprimentos: Arm’s lenght (Mercado), Parceria e Quase-mercado. 28 No regime Arm’s lenght, não há nenhum compromisso entre comprador e fornecedor. É uma visão tradicional para minimizar a dependência dos fornecedores e aumentar o poder de barganha dos compradores. Segundo Bronzo (2004), não existem incentivos econômicos ou organizacionais suficientes para que a confiança entre os agentes econômicos possa ser incrementada em uma base contínua e sustentada ao longo do tempo. O poder dos compradores tende a ser mais forte quanto maior for o número de fornecedores disponíveis, gerando maior competição entre os fornecedores. Os objetivos do relacionamento estão mais para as questões de eficiência do que para as economias de aprendizagem, com contratos de curto prazo e um elevado nível de especificações. Dyer, Cho e Chu (1998) dizem: em contraste ao regime de Arm’s lenght, o sucesso da empresas japonesas tem sido atribuído ao estreito relacionamento com os fornecedores, ou modelo de parceria. Isto porque as empresas japonesas: • Compartilham mais informação e coordenam melhor objetivos interdependentes, • Investem em dedicados ou específicos ativos junto com os fornecedores para baixar custos, melhorar qualidade e acelerar desenvolvimento de novos produtos. • Confiam em um relacionamento verdadeiro, com eficiente mecanismo de governança que minimizam custos transacionais. Segundo Bronzo (2004), o regime de parceria se difere do modelo de Arm’s lenght pelos seguintes fatores: 1) redução significativa do número de fornecedores utilizados e contratos empresados de longo prazo; 2) fluxo robusto de informações estratégicas e melhor coordenação interorganizacional; 3) incentivos para aumentos dos investimentos em ativos; 4) níveis superiores de serviços logísticos; 5) velocidade no desenvolvimento de novos produtos; 6) relações estabelecidas de cooperação e confiança sustentadas por uma estrutura de 29 governança capaz de conter práticas oportunistas e reduzir custos de transações entre as empresas. No modelo de parceria, os contratos tendem a ser mais flexíveis ou apresentar um nível menor de especificações, principalmente quando o objeto da transação envolve conteúdos complexos (Bronzo, 2004). O regime de quase-mercado se difere do regime tradicional de Arm’s lenght nos seguintes aspectos: primeiro, a seleção inicial de fornecedores requer algumas capacitações de benchmarking para determinar que fornecedores têm potencial de menores custos em largo prazo. Então, dois ou três fornecedores podem ser selecionados para serem desenvolvidos em largo prazo. O modelo de Arm’s lenght simplesmente abre uma licitação para todos os fornecedores sem avaliar suas capacidades ou os custos de trabalho de manejar uma base grande de fornecedores. Segundo Dyer, Cho e Chu (1998), o modelo de quase-mercado é superior ao tradicional Arm’s lenght porque minimiza custos transacionais, permite aos fornecedores maximizar custos de escala e mantém uma vigorosa competição entre os fornecedores. A tendência observada é que as estratégias de segmentação em regime de quase-mercado estão substituindo os regimes de Arm’s lenght porque as empresas passam a reconhecer que os custos administrativos e de transação envolvidos na gestão de um número grande de fornecedores geralmente ultrapassam os benefícios decorrentes da redução de custos gerados por esta política. Além disso, há perda de economia e de ganhos de escala (Bronzo, 2004). Dyer (1998) sumariza no quadro 1 as diferenças entre quase-mercado e parceria. 30 Quase-mercado Características do Produto/Input Práticas de gerenciamento de fornecedores Commodity/produtos estandardizados. Arquitetura aberta do produto Baixo degrau de interdependência entre fornecedor-comprador. Interface funcional simples (Vendas para compras) Benchmarking de preços Assistência mínima (investimentos mínimos em transferência de tecnologia) Salvaguardas contratuais são suficientes para reforçar acordos. Parceria estratégica Produto customizado, não estandar. Arquitetura fechada de produtos. Alta interdependência entre fornecedorcomprador. Interfaces múltiplas (Engenharia para engenharia, manufatura para manufatura). Benchmarking de capabilidades Assistência substancial (para transferência de tecnologia) Performance de fornecedores em pontos não contratuais é importante (inovação, qualidade, respostas). Esforço próprio é necessário para performance excelente (estoque compartilhado, confiança,..) Quadro 1 - Comparação entre parceria e quase-mercado Fonte: Dyer, 1998. Schonberger (1984) descreve algumas causas para um baixo rendimento de um fornecedor: 1) Grande pressão dos clientes para renegociar preços gerando perda do lucro mínimo dos seus fornecedores, reduzindo poder de investimentos para se manterem no negócio. 2) Incorreta especificação do produto enviada pela empresa para o fornecedor. 3) Desenvolvimento de novos fornecedores sem continuidade do negócio, apenas com objetivo de reduzir custos e nenhuma criação de parceria comercial. 4) Pobre comunicação de planejamento da produção e das compras da empresa para os fornecedores. 5) Falta de interesse pelo desempenho do fornecedor por parte do comprador. Parte destes problemas identificados pode ser eliminada através de um modelo robusto de parceria entre comprador e fornecedor. Kaibara (1998), diz: “os executivos da área de suprimentos encontram dificuldades para implementar relações de parceria. As pessoas envolvidas no processo de desenvolvimento de 31 fornecedores, de ambas as partes da própria empresa, da empresa cliente e a do fornecedor muitas vezes não têm claro os aspectos que englobam a filosofia de parceria. Isto dificulta o trabalho de desenvolvimento e limita a geração de fontes potenciais de suprimentos, o que se reflete no desempenho competitivo da empresa”. Segundo Bronzo (2004), as alianças estratégicas têm sido orientadas para a redução do lead time da inovação, para as práticas de produção conjunta e para o compartilhamento de informação relativa aos produtos e à demanda. Como suporte direto às atividades inovadoras do fornecedor, tem-se o conjunto de processos que podem ir desde a formação de pessoal técnico na sede da empresa cliente e de visitas permanentes de técnicos às instalações das empresas fornecedoras. Como suporte indireto aos processos de inovação, as empresas clientes podem oferecer sugestões para a adoção de novas tecnologias (Bronzo 2004). O modelo de Merli (1990), dá uma visão da evolução do relacionamento entre comprador e fornecedor. Co-makership é uma relação aprimorada entre comprador e fornecedor, sendo um fator prioritário na estratégia industrial. Merli (1990) diz que um fornecedor pode se situar em faixas de referência variando em função do seu grau de desenvolvimento da relação entre fornecedor-comprador, conforme indicado no quadro 2. Classe III Classe II Classe I Fornecedor normal Qualidade mínima, foco em preço Curto prazo Inspeções a cada entrada de material Estoques de segurança Fornecedor integrado Relacionamento de longo prazo Fórmulas de ajustes de preços Certificação do fornecedor sem inspeção de recebimento Entregas freqüentes de materiais em pequenos lotes Fornecedor co-marker (Co-makership é a “parceria nos negócios”) Desenvolvimento de novos produtos entre fornecedor e comprador Investimentos em pesquisa e desenvolvimento 32 Intercambio de informações de mercado, produto, processos Quadro 2 - Modelo de Merli Fonte: Merli, 1990 O Modelo de Merli (1990) caracteriza-se pelas seguintes atividades no relacionamento fornecedor – comprador: • Abordagem convencional: prioridade nos preços, relação de força, avaliação de fornecedor com foco em entrega e qualidade. • Melhoria de qualidade: prioridade é a qualidade, início de relacionamento em longo prazo, redução do número de fornecedores, início de programa de certificação de fornecedores, avaliação dos fornecedores com base em custo total de qualidade, inicio do Co-makership. • Integração operacional: sistema de garantia de qualidade estabelecido, implementação do programas de certificações de fornecedores, programas de melhorias estabelecidos com os fornecedores, início de co-design de produtos, alguns investimentos em pesquisa e desenvolvimento, ampliação do Co-makership. • Integração estratégica: avaliação global dos fornecedores, parcerias nos negócios com alguns fornecedores mais importantes, acordos de estratégias e políticas entre fornecedor e comprador, sistemas integrados de garantia de qualidade, informação do mercado compartilhado com fornecedor. Dentro da indústria automobilística, Dyer e Ouchi (1993) desenvolveu um trabalho para entender porque as empresas japonesas aumentaram sua produção de 3.6% para 25.5% de 1965 a 1989, com 20-25% de custo mais baixo e 50% de índice de satisfação maior do que as empresas americanas. Ele considerou alguns pontos: • As empresas americanas eram verticalmente mais integradas que as japonesas. 33 • As empresas americanas tinham cerca de 1.500 a 3.000 fornecedores de peças mesmo sendo mais verticalizadas, enquanto que as empresas japonesas trabalhavam com um décimo desta quantidade. • O custo total de componentes de um carro japonês era 30% abaixo dos carros americanos. • Fábricas japonesas nos EUA compravam mais de 50% dos componentes de fornecedores japoneses. • Empresas japonesas fabricavam novos automóveis 30% mais rapidamente que empresas americanas. As empresas americanas eram fortemente influenciadas por um sistema tradicional em que os fornecedores produziam peças em prazos curtos, com contratos Arm’s lenght e com pouco envolvimento no design e engenharia. Já no sistema japonês, os fornecedores eram parte integral do desenvolvimento de um novo carro e se envolviam desde o começo do projeto, assumindo responsabilidade no desenvolvimento e mantendo direta comunicação com os engenheiros de desenvolvimento. Dyer e Ouchi (1993) dizem que somente consolidar fornecedores ou mover para uma única fonte de abastecimento não é a chave para o modelo de parceria japonesa e pode levar a problemas se for um fato isolado. Para ele, as principais características do modelo japonês são: • Relações de longo prazo e compromissos com comunicação planejada e freqüente, que reduz custos transacionais. • Assistência mútua e foco no custo total e qualidade, trabalhando junto para minimizar o valor total dos custos da cadeia de suprimentos. 34 • Abertura para investir na fábrica, equipamentos e pessoal do fornecedor. • Troca contínua de informação técnica e de custos para melhoria de performance e montagem de preços. • Práticas para construir relacionamentos verdadeiros como transferência de empregados, trabalhos em conjunto entre engenheiros, modelo de contratos flexíveis que criam congruência de objetivos e colaboração mutua. Por que o modelo japonês é mais eficiente? O modelo gera basicamente três benefícios: redução do número de fornecedores, investimentos customizados e competição forçada. Reduzir o número de fornecedores diminui custos enquanto aumenta qualidade. Permite que os fornecedores façam maiores investimentos reduzindo a curva de experiência. Normalmente, um fornecedor selecionado garante contratos de longo prazo, compreendendo o período de vendas do modelo de carro lançado. Se o fornecedor tem uma boa performance, pode garantir o contrato do próximo modelo. O modelo japonês também permite competição entre fornecedores. Os fornecedores competidores trabalham juntos no desenvolvimento inicial do design do carro. O fornecedor perdedor se torna um fornecedor secundário para este modelo ou tem a oportunidade de desenvolver outro modelo. Isto para manter a competitividade para o fornecedor principal. Dyer e Hatch (2004) identificaram que a Toyota encoraja os fornecedores a trocar informações estabelecendo networks que facilitam troca de informações entre os fornecedores e a empresa. A Toyota desenvolveu uma infra-estrutura e uma variedade de processos interorganizacionais que facilitam a troca de conhecimento dentro do network de 35 fornecedores. Este trabalho é liderado pela área de Compras e consiste de três processos chaves: associação de fornecedores, grupos de consultoria e equipes de aprendizagem. O objetivo inicial da associação de fornecedores era trabalhar um fórum regular para a Toyota dividir informações e receber feedback dos fornecedores. Tornar-se membro não era obrigatório, e as reuniões eram mensais, com temas focados em redução de custos, melhoria de qualidade e segurança. Nestas reuniões estavam presentes funcionários dos fornecedores e da Toyota. Estes comitês facilitavam o aprendizado sobre algum tópico especial através do desenvolvimento de programas de treinamento e visitas nas fábricas consideradas best practices. O objetivo principal era aumentar os ativos de conhecimento que reside na Toyota e na base de fornecedores, fazendo com que os fornecedores replicassem as melhores práticas de produção identificadas dentro desta rede. A Toyota começou a promover consultorias para assistir seus fornecedores, onde pessoas especialistas ficavam meses lotados em determinado fornecedor para melhorar um processo, sem cobrar nada a este fornecedor. Em 1994, replicou este modelo para os fornecedores americanos. Como resultado de todo este trabalho, os fornecedores americanos fizeram significativas reduções em inventários, aumentaram produtividade, reduziram defeitos e custos. Toda esta vantagem competitiva construída pela Toyota através da transferência de conhecimento para os fornecedores é preservada quando estes fornecedores suprem outras empresas competidoras como a GM. Entretanto, para que a GM pudesse obter a mesma vantagem competitiva que a Toyota, ela teria que mudar todo o seu network de fornecedores. (Dyer, 2006). 36 3 DESCRIÇÃO DO CASO DA GSK Esta parte do trabalho tem por objetivo apresentar a empresa na qual foi desenvolvido o estudo de caso – GSK, bem como ela desenvolveu a desintegração vertical de sua produção de frascos plásticos e uma aliança estratégica com um fornecedor. Estes frascos plásticos são usados no principal produto da empresa no México: a marca Hinds. A GSK é a segunda maior empresa farmacêutica do mundo e teve um faturamento de US$45 bilhões de dólares em 2006, representando um aumento de 9% (nove por cento) contra vendas do ano anterior. A GSK tem duas divisões: Farmacêutica, com vendas de US$ 39 bilhões de dólares e Consumo, com vendas de US$ 6 bilhões de dólares. A GSK tem um gasto de US$ 2,4 bilhões de dólares em pesquisa e desenvolvimento, representando o maior gasto de uma empresa neste setor. É uma das empresas com maior pipeline de produtos em desenvolvimento e seu quadro de funcionários é composto por um total de, aproximadamente, 100.000 funcionários em todo o mundo. A GSK é líder em quatro das cinco maiores classes terapêuticas da indústria farmacêutica, sendo elas: anti-infectivo, sistema nervoso central, respiratório metabolismo e gastrintestinal; tem uma posição de liderança em mercado de vacinas e uma forte posição em mercado de consumo e OTC (Over the counter medicines), isto é, produtos que não precisam de prescrição médica para ser vendido em farmácias ou supermercados. 37 Neste projeto, foram seguidas quatro etapas até a sua completa implementação: • Início do Processo: descrição da estratégia corrente de verticalização; avaliação das expectativas dos stakeholders, mapeamento dos clientes internos; definição da equipe de trabalho; plano de comunicação do projeto; definição dos requerimentos internos. • Análise da Situação: análise da indústria de plásticos no México e indústria farmacêutica; análise da situação interna da GSK; análise de custos. • Criação da estratégia: seleção de opções estratégicas; definição da estratégia; identificação de riscos e vulnerabilidades. • Implementação da estratégia: negociação e contrato com novo fornecedor; implementação do projeto; melhoria contínua e gerenciamento da cadeia de abastecimento. Em todas as etapas do projeto, foram avaliados estudos teóricos e artigos sobre integração vertical, outsourcing e aliança estratégica para dar suporte à decisão tomada de desintegração vertical e criação de um modelo sustentável de abastecimento para a GSK junto a um novo fornecedor. Vários artigos avaliados asseguraram a certeza da decisão tomada e contribuíram para um trabalho de melhoria contínua do processo de abastecimento de frascos. 3.1 3.1.1 INÍCIO DO PROCESSO Descrição da integração vertical na GSK No ano de 2004, a alta administração da GSK México decidiu reavaliar a estratégia implementada de integração vertical e redefinir a viabilidade de continuar a manter uma planta de produção de frascos plásticos para atender a produção de uma de suas fábricas farmacêuticas. Esta fábrica já produzia frascos plásticos há mais de 30 anos dentro da GSK, sendo esta fábrica pertencente ao grupo Sterling Wintroup, comprada pela ex-SmithKline 38 Beecham (SB), em 1994. Com a aquisição da Sterling, a SB Consumer Healthcare se tornou a terceira maior companhia de produtos OTC. Nesta mesma época, além do México, a ex-SB possuía fábricas produtoras de frascos e tampas plásticas no Brasil, Argentina e Colômbia. Para o caso do México, a decisão de começar a produzir internamente frascos plásticos foi tomada devido ao aumento de petróleo ocorrido na década de 1970. Para Colômbia, Brasil e Argentina, uma atitude de monopólio do mercado de vidro e escassez de matérias-primas usados na produção de vidro foi a principal causa da decisão de produzir frascos plásticos dentro da SB. Por último, o investimento em integração vertical foi um modelo praticado para melhorar resultado operacional de cada planta produtora, já que implicaria em diluir o custo de produção através de absorção de volume adicional a ser produzido de material plástico. A redução no custo não foi condição principal para iniciar a integração vertical, pois o custo se reduzia a um elemento arbitrário, não calculável e essencialmente psicológico, decorrente da atitude da empresa em face da incerteza. Se o custo de produção da fábrica de plástico fosse comparado com um fornecedor externo, provavelmente haveria custos similares. Até o final da década de 90, o modelo de integração vertical era sustentável na GSK. Entretanto, a necessidade contínua de investimentos diretamente dedicados às fábricas plásticas foi uma das principais causas para a reavaliação da estratégia presente. A GSK não tinha mais interesse em investir em novos equipamentos e remodelação de instalações. Além disso, o desenvolvimento de novos produtos e novas apresentações exigia custos de investimentos em moldes e processos que não estavam sendo aprovados pela área corporativa. 39 No caso do México, o principal motivo da ruptura do modelo de integração vertical foi a percepção dos clientes internos de que um abastecimento externo resultaria em melhores condições comerciais e melhor otimização de processos contra os custos atualmente obtidos pela planta de plásticos. Nas fábricas do México, Brasil, Colômbia e Argentina houve enorme resistência à mudança e coube à alta administração apoiar esta revisão de modelo desde o início do projeto. A integração vertical é um método pelo qual uma empresa tenta manter sua posição competitiva e melhorar a lucratividade de seus produtos básicos. Grande parte da integração pode se referir diretamente à eficiência técnica, custos transacionais e à garantia sustentável de suprimentos. Quando o avanço tecnológico no setor de produção de alguns produtos intermediários de uma empresa se processar com rapidez e impuser habilidades técnicas que não estejam intimamente relacionadas àquelas nas quais a empresa está especialmente capacitada, pode deixar de ser compensador continuar investindo na integração vertical para que a empresa se mantenha à altura do restante da indústria. Também não é incomum que as empresas percebam ter sido um equívoco a ação no sentido da integração, e reconheçam que é necessário voltar atrás. No caso da GSK, a economia administrativa no controle de operações, a suposta segurança em ter a produção de frascos controlada e o planejamento do capital de investimento constituíram uma razão importante para a manutenção da integração vertical por tanto tempo. 3.1.2 Expectativas do Projeto No início do projeto, foi consolidada a expectativa dos stakeholders, que são as áreas ou pessoas que vão ser beneficiados com a implementação do projeto, e do sponsor (patrocinador do projeto). Os principais stakeholders do projeto eram o Diretor de Manufatura da planta do 40 México e o Diretor de Manufatura da área Internacional, que tinham como interesse reavaliar a estratégia de integração vertical implementada. O sponsor foi o Diretor de Compras da América Latina. A função do sponsor era patrocinar o projeto, facilitar recursos e eliminar barreiras para a implementação. As principais expectativas dos stakeholders foram obtidas através de uma entrevista direta com cada pessoa, e foram consolidadas conforme abaixo listadas: • Definir uma estratégia clara para o fornecimento de frascos plásticos onde se deveria entregar uma redução de custos contra custos atuais de 12% ao ano. • Atender aos requerimentos internos propostos pelos clientes internos da GSK México (Gerentes de Qualidade, Engenharia, Logística, Produção e Compras do México). • Trabalhar em sistema de just in time para reduzir custos de inventário, aumentando flexibilidade de produção. • Desenvolver uma cadeia de abastecimento com novos processos produtivos, atendendo as necessidades de Marketing para um plano de cinco anos da marca Hinds. • Concluir em tempo previsto o projeto, isto é, definir uma estratégia em seis meses. • Transferir investimentos em moldes, manutenção e compra de equipamentos para o fornecedor. A GSK não iria mais investir em pagamento de moldes. 3.1.3 Mapeamento dos clientes internos Os clientes internos foram mapeados no quadro 3, conforme sua localização física, interesse no projeto e função: 41 Cliente Diretor de Fábrica Localização México Interesse no projeto Papel Fabricação dos produtos Hinds Beneficiário Diretor de Compras México Desafiar a situação atual do Patrocinador para América Diretor de Compras México modelo de outsourcing Avaliar oportunidades Facilitador para México Gerente Geral do Investir em novos desenhos de Beneficiário do México México México moldes para frascos Hinds Quadro 3 - Lista de clientes internos Fonte: Elaborado pelo autor. Com esta análise, o líder de projeto pode identificar potenciais barreiras, bem como os apoiadores do projeto. 3.1.4 Definição da equipe de trabalho A equipe de trabalho foi definida internamente. A equipe indicada foi: Gerente de Qualidade, Controller, Gerente de Compras, Gerente de Recursos Humanos, Gerente de Engenharia, Gerente de Produção, Gerente de Logística. Os membros estendidos foram: Diretor Jurídico e Gerente de Marketing. O líder do projeto é o auto do trabalho de dissertação. 3.1.5 Plano de comunicação do projeto Através de reunião com o grupo de trabalho, definiu-se a forma de comunicação do projeto junto aos clientes internos, stakeholders e sponsor. 42 Plano de Comunicação QUEM : LÍDER PARA QUEM: O QUE: FREQUÊNCIA: MÉTODO: Sponsor Status do projeto Semanal Reunião barreiras LÍDER Stakeholder MEMBROS DA EQUIPE Líder Status do projeto Semanal / Problemas de tempo / barreiras Status do Plano Semanal de Ação E-mail / Reunião Reunião Quadro 4 – Plano de Comunicação Fonte: Elaborado pelo autor. 3.1.6 Requerimentos do Cliente Interno Foi feito uma reunião no início do projeto com a alta administração da GSK para que definir os principais requerimentos da cadeia de abastecimento de frascos plásticos com objetivo de melhor atender a planta farmacêutica, seja com um fornecedor externo ou mantendo a produção interna. Os principais requerimentos foram divididos em cinco categorias, conforme indicado no quadro 5. A estas categorias foram definidos os objetivos do negócio para os próximos três anos. Foi estabelecida uma prioridade sobre os requerimentos definidos. Sobre esta prioridade, tomou-se uma base de 100% para estabelecer o percentual de importância de cada requisito. Requerimentos Abastecimento Qualidade Serviço Custo Definição do requerimento Garantia de disponibilidade regular de materiais, quando necessário, incluindo capacidade disponível e adicional. Parâmetros de qualidade incluíndo design de materiais e processos, pessoal, especificações, confiabilidade. Serviços desejáveis incluíndo lead-times adequados, flexibilidade de entregas de materiais, intercambio de dados eletrônicos, controle de inventário, tempos de resposta, help desk, gerente de contas. Expectativas de custos nos custos atuais e futuros da GSK, programas de redução de custos. Prioridade (%) 20% 20% 10% 25% 43 Inovação Inovação necessita incluir acesso preferencial a produtos ou processos que tenham vantagem competitive, novos produtos, entendimento das inovações do mercado, tecnologia líder. TOTAL 25% 100% Quadro 5 – Categorização de requerimentos Fonte: Elaborado pelo autor. As prioridades estabelecidas estavam direcionadas em assegurar o abastecimento, através da qualidade adequada com um custo muito competitivo, tudo isto devendo gerar melhorias através de inovação. O APÊNDICE A detalha todos os requerimentos consolidados pela equipe para o projeto. A definição dos requerimentos para o negócio foi uma das etapas mais importantes do projeto. Isto porque, os requerimentos estabelecidos guiaram a estratégia proposta. Na seleção de fornecedor, a comparação entre as empresas foi feita com bases nos requerimentos estabelecidos. Após a implementação do projeto, o fornecedor externo foi avaliado conforme estes requerimentos consolidados. 3.2 3.2.1 ANÁLISE DA SITUAÇÃO Análise da situação externa Nesta etapa do projeto, a equipe avaliou o mercado de plástico, capacidade de produção do mercado, quantidade de fornecedores, cadeia de suprimentos, mercado farmacêutico e mercado de resinas plásticas. Estas informações serviram de base para a definição das opções estratégicas para o projeto. 44 3.2.1.1 Mercado de Plástico no México Correlativamente ao bom desempenho da economia latino-americana nos anos 90, a indústria de transformação de plástico sofreu profundas mudanças. Três características são as mais notáveis: • O consumo de materiais plásticos aumentou em quase todos os países da América Latina. • O comércio de matérias-primas e de produtos manufaturados de plástico se intensificou. • Investimento deste setor se acelerou. Um fator desestabilizador segue rolando no cenário macroeconômico geral e da indústria de plástico em particular: o preço do petróleo. O mercado de plásticos é direcionado pelo preço de resina. O aumento dos preços do petróleo a partir de 2004 pôs em alerta as economias do mundo com identificação de sintomas inflacionários da economia mundial. Para os países produtores de petróleo, a escalada de preço se converteu em um motor para suas economias, mas teve impacto notável nos custos de importação de bens de países industrializados. Para a indústria de plástico, altamente ligada ao preço do petróleo, os custos de produção aumentaram, de igual maneira dos preços dos produtos finais e geraram impactos negativos sobre a demanda de bens intermediários e manufaturas plásticas. Para GSK, este cenário econômico provocou flutuação dos preços de frascos e tampas plásticas de forma significativa desde 2004. O impacto do aumento da resina se refletiu em um aumento do custo dos frascos plásticos de Hinds. Por outro lado, o consumo de resinas plásticas segue aumentando ano após ano, em praticamente todos os países. No gráfico 1, observa-se o crescimento do consumo de resina no México ao longo do tempo em bilhões de libras: 45 Produção Importação Exportação Consumo Gráfico 1 - Crescimento do consumo de resina no Mexico Fonte: Anipac 2006. O México é o segundo país em desenvolvimento que mais importa resina, principalmente dos Estados Unidos. Apenas a China importa mais que o México. O governo tem incentivado as indústrias a reduzir o déficit econômico, mas a qualidade da resina produzida no México é uma barreira para aumentar a compra interna. Somente uma empresa produz resina no México, a Pemex, que é uma empresa do Governo mexicano. A principal resina importada são os polietilenos (PE), usados principalmente na produção de frascos plásticos, conforme gráfico 2: 46 Silicones 59 Urea/Melamine 130 Poliamides 132 Poliesters 706 Acrilicos 250 Vinyls 114 Estirenos 254 Polipropileno 712 Polietileno 1345 0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 US$ m ilhões Gráfico 2 - Gasto de importação mexicana por tipos de resina em milhões de dólares Fonte: Anipac 2005. O aumento do consumo de resina na América Latina provocou reformas no setor de transformação de plásticos. Com isso, investimentos em equipamentos foram necessários para atender o aumento de demanda. No México, com cerca de 3.100 empresas de transformação de plásticos, a indústria de plástico aproveita a força da cadeia petroquímica, o maior setor industrial da economia mexicana. A maior parte das empresas estabelecidas se categorizam por micro-empresas, totalizando cerca de 2.785 empresas. Entretanto, a maior porção da produção e emprego se concentra em estabelecimentos medianos e grandes, num total de 443. Desde começo da década de 90 se registram fortes taxas de crescimento (cerca de 11% anuais em média). Com a crise de 1995, a situação mudou sensivelmente gerando profunda retração da indústria. A partir de 1996, com a recuperação dos níveis de crescimento, a indústria viu crescer seus indicadores. 47 Para o México, há uma estimativa de que o consumo per capita de plástico se eleva de 36,3kg em 1999 para 61,6kg em 2008. Tais metas implicam um esforço muito importante da indústria petroquímica, a capacidade de transformação por parte da indústria de plástico (melhores recursos humanos, produtividade e qualidade) e um esforço de investimentos em máquinas estimados a superar US$ 8 bilhões de dólares. Para o México, a resina dos principais produtores é fabricada e importada dos EUA. Vem ocorrendo um esforço cada vez maior de diferenciação dos produtos, visando atender às necessidades de performance específicas dos clientes. No curto e médio prazo, vislumbra-se um cenário tecnológico que pode ser encarado como evolutivo. Nessa linha, o aparecimento de produtos de melhor desempenho e mais bem adaptados às condições específicas de utilização conduz alguns segmentos da indústria a uma descommoditização de seus produtos, aumentando o espaço das chamadas especialidades. Essa tendência já parece se verificar efetivamente em termos comerciais em alguns nichos do mercado de polietileno e elastômero e se encontra em desenvolvimento no de polipropileno. Vale ressaltar que o maior mercado é o de commodities e pseudocommodities não diferenciadas e, portanto, conduz a lógica interna da indústria, apresentando vantagem acentuada para empresas com menores custos de produção, que estejam próximas das matérias-primas e localizadas perto dos principais mercados consumidores. As empresas que visam atender a esses mercados buscam escalas de produção cada vez mais elevadas, que se contrapõem à diferenciação de produtos. Entretanto, no cenário evolutivo, a capacidade de interpretação dos mercados finais, desenvolvendo soluções diferenciadas para os utilizadores através de esforços centrados na tecnologia de produtos, surge como fator crítico de competitividade. Através da utilização de 48 tipos específicos, os produtores vêm conquistando novos mercados, substituindo outros materiais e acirrando a competição entre polímeros. Cabe destacar que essa estratégia tem sido usada pelos produtores de resina para expandir o mercado em épocas de excesso de capacidade, mas os efeitos positivos nas margens dos produtos diferenciados têm sido pequenos. Isso ocorre porque, na maior parte das vezes, o transformador ainda não está disposto a pagar mais pelo produto diferenciado, muito embora a introdução de máquinas mais modernas deva alterar esse fato, ao necessitarem de resinas diferenciadas. As análises tradicionais da Indústria Petroquímica consideram o caráter cíclico como sua característica principal, isto é, a rentabilidade está ligada à relação entre oferta e demanda dos produtos. Deverá haver um achatamento das ondas, atenuando a instabilidade e a ocorrência de crises periódicas que hoje caracterizam a indústria petroquímica. Esse efeito será decorrente da melhor previsibilidade da demanda, em função da integração da cadeia, e do melhor ajuste das capacidades produtivas e de financiamento, em virtude da diferenciação dos produtos. Vale ressaltar que esses movimentos não indicam o fim dos ciclos de preços. O mercado de commodities deverá continuar ainda como o de maior volume de negócios, gerando desequilíbrios estruturais entre oferta e demanda. Estes, no entanto, deverão ser amenizados pela existência de segmentos de mercado específicos, direcionados para produtos diferenciados, o que parece ser uma tendência em longo prazo da indústria. A adoção da estratégia de diferenciação está fortemente ligada à integração da cadeia petroquímica, que pode se dar através de diversas formas, entre as quais a verticalização das 49 atividades, a aquisição de empresas ao longo da cadeia, ou o estabelecimento de parcerias e alianças entre clientes e fornecedores. A equipe revisou esta informação de mercado e delineou algumas conclusões: • O setor plástico no México era maduro, com grande número de empresas estabelecidas, mas poucas para atender os requerimentos da Indústria farmacêutica. • Identificou-se que grandes empresas locais e multinacionais tinham capacidade instalada adequada para as necessidades da GSK. A maioria investiu fortemente em tecnologia e equipamentos gerando ociosidade e oferta para o mercado. • A GSK utilizava frascos de polietileno, que é uma resina proveniente do etileno. A equipe não viu a necessidade de mudar o tipo de resina para buscar alguma vantagem competitiva. • A cadeia de suprimentos dos fornecedores foi avaliada e todas trabalhavam com resinas de fornecedores americanos. A resina de origem mexicana apresentava qualidade inferior. • Os grandes produtores de resina de polietileno eram: Dow Chemical, Phillips-chevron e Solvay. Todos estes fornecedores estavam aprovados pela GSK para uso na fabricação de frascos, aumentando a possibilidade de um potencial fornecedor de frascos ter uma parceria comercial com um destes fabricantes e, consequentemente, um custo menor. • O preço de resina está diretamente correlacionado ao preço de petróleo e a oferta x demanda de gás etileno. No gráfico abaixo, a equipe comparou os custos de polietileno de alta densidade (PEAD) vs. preço de petróleo vs. estoque de etileno, identificando um comportamento de preços similar destas três referências dentro de um período de 10 anos. 50 65.00 0.90 0.80 45.00 PEAD £/KG 0.60 0.50 35.00 0.40 0.30 25.00 0.20 15.00 EU PEAD Estoque de Etileno PETRÓLEO 0.10 Q1 2005 Q3 2004 Q1 2004 Q3 2003 Q1 2003 Q3 2002 Q1 2002 Q3 2001 Q1 2001 Q3 2000 Q1 2000 Q3 1999 Q1 1999 Q3 1998 Q1 1998 Q3 1997 Q1 1997 Q3 1996 Q1 1996 Q3 1995 5.00 Q1 1995 0.00 Preço Petróleo $/Barril 55.00 0.70 Tempo Gráfico 3 - Preço histórico de Polietileno/Petróleo Brent 1995-2005 Fonte: ICIS-LORS. 3.2.1.2 Seleção de fornecedores potenciais No México, poucos fornecedores atendiam às exigências de qualidade da indústria farmacêutica. Através da análise do mercado de plásticos, identificaram-se 7 fornecedores potenciais. Cada fornecedor recebeu uma visita da área técnica da GSK atestando que tinha condições de trabalhar com a GSK. Um questionário chamado de RFI (Request for Information) foi enviado a cada fornecedor e as respostas foram consolidadas nos APÊNDICES B, C e D. O resultado das respostas permitiu à equipe selecionar os fornecedores que iriam ser convidados a participar de uma licitação eletrônica para formulação de uma proposta de preço de frascos. O processo de licitação foi chamado de RFQ (Request for Quotation). 51 Compararam-se as seguintes informações de cada fornecedor: • Estratégia de negócio • Capacidade instalada • Equipamentos • Sistemas de qualidade • Foco estratégico • Clientes • Cadeia de abastecimento (Contratos, fornecedores) • Custos 3.2.1.3 Custo total do mercado Com referência aos custos, os principais direcionadores foram identificados e deveriam ser levados em consideração para análise de um fornecedor potencial para trabalhar com a GSK: • Moldes: impacto do número de cavidades por molde para produzir frascos. • Ciclo de produção: impacto no tempo de produção e set up. • Preço de petróleo: depende a lei de oferta x demanda e afeta o custo de resina. • Desenho dos frascos. • Tipos de resina: diferentes tipos de resina apresentam diferentes custos. • Processo do fornecedor é influenciado pelos equipamentos e moldes. • Escala de produção: o volume de resina consumido por um fornecedor de frascos pode beneficiar o custo unitário de um frasco. O resultado do RFI permitiu à equipe identificar sinergias e similaridades de custos trabalhados pelos fornecedores. 52 3.2.1.4 Indústria farmacêutica A indústria farmacêutica passa por uma grande transformação no mundo, principalmente com processos de fusão entre as grandes indústrias multinacionais, buscando redução de custos operacionais e aumento de gastos em Pesquisa e Desenvolvimento. A indústria farmacêutica se caracteriza por grandes barreiras de entrada de novos competidores como, por exemplo, o grande investimento em novos produtos, patentes protegidas e grande força de vendas das grandes empresas farmacêuticas. Existe também uma grande influência das áreas regulatória e governamental, influenciando nas estratégias das empresas em alguns países. Os substitutos para as empresas farmacêuticas seriam prevenção médica e hospitalização, e as novas terapias genéticas em desenvolvimento com o projeto Genoma. O mercado farmacêutico mundial representa cerca de US$358 bilhões de dólares por ano de vendas, sendo os Estados Unidos com maior mercado. Cerca de 20 anos atrás, as empresas líderes de mercado eram Roche, Sandoz, Lilly e Wyeth. A Glaxo não aparecia entre as principais empresas devido a sua ausência no Mercado Americano. O mercado de genéricos tem crescido em praticamente todos os países do mundo, fazendo com que os maiores laboratórios mundiais se adaptem a este novo modelo, seja investindo em novos produtos, ou extensão de linhas de medicamentos com patente expirada, ou desenvolvendo produtos genéricos. A indústria farmacêutica apresenta margens brutas beirando a 90% para alguns medicamentos considerados blockbuster. A indústria farmacêutica é altamente competitiva. Empresas com base em pesquisa e desenvolvimento vão normalmente atingir altas margens de lucro e volumes de vendas durante o período de proteção da patente para pagar o investimento 53 realizado e custear novos projetos para o futuro. Competição em produtos genéricos geralmente ocorre com a expiração de patentes dos laboratórios detentores da fórmula. Por isso, a estratégia da maioria dos grandes laboratórios é de introduzir o maior número de novos produtos no mercado, acelerando o processo de desenvolvimento de novos produtos e aumentando o reconhecimento das marcas pelos consumidores. Para os países da América Latina, normalmente, as formulações de medicamentos são adaptadas, sem a necessidade de haver área de pesquisa e desenvolvimento. Já para os mercados de OTC, existem normalmente áreas de desenvolvimento e adaptação de formulações para atender. Por isso, a empresa com um pipeline de novos produtos sendo submetidos à aprovação pela área de regulatórios dos países requisitados, junto com o trabalho de vendas dos produtos existentes pode ser fator decisivo no sucesso da empresa na América Latina. O apoio do governo e dos médicos nos países da América Latina para o uso de medicamentos genéricos aumenta a competição dos remédios de marca com patente expirada. O mercado farmacêutico é altamente regulado. Autoridades nacionais administram uma grande quantidade de leis e regulamentações com relação a testes, aprovações de medicamentos no mercado, fabricação, rotulagem e revisão da segurança e eficácia dos produtos farmacêuticos. Estas necessidades regulatórias são os fatores mais importantes na decisão de se uma substância pode ser desenvolvida em um produto para venda e a quantidade de tempo e gasto associado com este desenvolvimento. Além das diversas formas de regulamentação, os preços dos produtos farmacêuticos são controlados pelos governos em vários países. Estes governos podem influenciar os preços dos produtos farmacêuticos através do controle de organizações de saúde. 54 No caso do México, o preço do medicamento é regulado, mas há uma grande competição principalmente com os genéricos. O produto Hinds é vendido principalmente nos supermercados, não é considerado um medicamento e tem forte apelo de vendas devido aos frascos expostos nas gôndolas de produtos dos supermercados. O produto é principalmente vendido para atender as classes C e D. Há empresas locais que copiam o produto, gerando forte competitividade de custos. Por isso, o foco em preço faz com que a GSK tenha um rígido controle de custos dos materiais comprados. 3.2.2 Análise da situação interna O produto Hinds é a principal fonte de receita da GSK México. Em 2005, o volume anual de frascos foi estimado em 24 milhões, com previsão de crescimento e diversificação da marca nos anos seguintes. Duas novas apresentações de Hinds seriam lançadas em 2005 com novos desenhos de frascos, que precisariam de novos moldes. Consequentemente, a GSK buscava um fornecedor com capacidade financeira para investir em moldes. A área de marketing tinha interesse de lançar no mercado uma nova embalagem para as apresentações atualmente vendidas de Hinds, onde representaria um novo design de frascos para todas as apresentações. Entretanto, se tornava inviável qualquer investimento pago pela GSK para ser feito com novos moldes. A GSK decidiu que não faria mais nenhum investimento, com exceção das manutenções correntes dos equipamentos. Consequentemente, novos moldes ou equipamentos não seriam mais comprados, se tornando necessário o desenvolvimento de um fornecedor externo com capacidade financeira e tecnológica. No período de avaliação do projeto, o volume anual estimado de frascos foi estimado conforme tabela 1: 55 Volumes 2005 Apresentações (Unidades) 90ml 6.848.432 230ml 6.970.975 325ml 1.392.716 420ml 8.332.966 525ml 1.938.814 Total 25.483.903 Tabela 1 - Volume de frascos da GSK em 2005 Fonte: GSK. Cada tipo de frasco era produzido em um equipamento específico dentro da GSK formando um conjunto de cinco equipamentos de sopro de plásticos, conforme tabela abaixo: Descrição do Material Ítem # Cavidades # Moldes 525 ml. HDPE 2/3 2 420 ml. HDPE 2 6 325 ml. HDPE 2 3 230 ml. HDPE 2 4 90 ml. HDPE 2 2 Tipo de Máquina Fischer VK1- 4.01 Fischer BFB - 4D Fischer VK1- 4 Fischer VK1- 4 Fischer VK1- 4 Tempo de Ciclo Médio (Seg) Tempo de Mudança de Molde (h) % Desperdício 13,39 16 0,1 13,39 16 0,1 12,79 16 0,1 12,57 16 0,1 12,00 16 0,1 Tabela 2 - Lista de equipamentos de plásticos da GSK Fonte: GSK Na área de produção de frascos plásticos da GSK havia 22 funcionários: • 1 Chefe de Produção • 2 Supervisores • 3 Mecânicos • 14 Operadores 56 • 2 Ajudantes O trabalho dentro da área de plásticos compreendia 3 turnos: de segunda-feira até sexta-feira. Não havia trabalho nos fins de semana. O Sindicato dos produtores de plásticos influenciava muito as empresas do México, já que tem uma força muito grande dentro do setor industrial. Havia um grande risco de interrupção da produção de frascos por motivo de greve. 3.2.3 Análise de custos O custo interno da produção integrada era rateado por todos os produtos fabricados pela GSK, o que provocava distorção dos custos de cada produto. A tabela 3 consolida o custo unitário ou custo standard (STD) que a GSK assumia para cada frasco. Custo Unitário STD Apresentações (US$/mil) 90ml 61,09 230ml 95,74 325ml 97,57 420ml 73,86 525ml 102,12 Tabela 3 - Custo dos frascos plásticos da GSK Fonte: GSK. Na tabela 3, o custo de resina para os frascos de Hinds da GSK representa entre 35% e 57% do custo total dos frascos produzidos, dependendo do tamanho de cada frasco produzido. Porém, estes custos não representavam a realidade. 57 Os custos dos frascos produzidos internamente tinham valores menores que o valor real apresentado pela fábrica e que estava assumido dentro do custo do produto Hinds. Por isso, a equipe decidiu categorizar todo o custo correspondente à área de produção de frascos. As categorias de custos foram definidas, conforme abaixo: • OPEX – despesas operacionais relacionadas a salários de funcionários (operadores e supervisores) diretamente dedicados à produção de frascos, incluindo seus benefícios. • Custos indiretos – custos relacionados à manutenção e custos administrativos da alta administração. • Custos variáveis de materiais – custo de resina utilizada para produzir frascos. Esta categorização de custos gerou o custo real unitário de cada frasco produzido pela GSK. Os custos unitários OPEX de cada frasco foram calculados através da identificação do número de operadores que trabalhavam em cada equipamento. Consolidaram-se salários de cada operador para cada frasco para um ano e dividiu pelo volume anual estimado. Para os supervisores, o salário anual foi dividido pelo volume anual previsto de todos os frascos. Os custos unitários indiretos relacionados à alta administração foram calculados considerando os volumes anuais previstos para produção. Os custos indiretos de manutenção foram previstos para cada equipamento. Os custos unitários variáveis foram calculados através do valor real de resina comprada e dividido pelo peso de cada frasco. 58 A tabela abaixo compara o custo real obtido contra os custos STD para cada frasco produzido. Apresentações 90ml 230ml 325ml 420ml 525ml Custo STD Custo Real Diff. (US$/mil) 61,09 95,74 97,57 73,86 102,12 (US$/mil) 43,77 82,06 82,06 81,15 102,12 (%) 39% 17% 19% -9% 0% Tabela 4 - Comparação de custo STD e custo real Fonte: GSK. O custo real calculado excluiu os custos administrativos da fábrica farmacêutica que estavam alocados indevidamente no custo da planta de plástico. Consequentemente, haviam custos STD maiores para os frascos de 90ml, 230ml e 325ml. A tabela 5 indica que havia uma diferença de US$174.795 entre o custo STD e o custo real que estava indevidamente alocado como gasto da fábrica de plásticos. Apresentações 90ml 230ml 325ml 420ml 525ml Gasto STD Gasto real Diferença (US$/ano) (US$/ano) (US$/ano) 418.387 299.740 118.647 667.413 572.069 95.345 135.881 114.292 21.589 615.456 676.241 (60.786) 198.001 198.001 0 Diferença 174.795 Tabela 5 - Comparação de custo STD e custo real Fonte: GSK 59 3.3 3.3.1 CRIAÇÃO DA ESTRATÉGIA Análise do portfolio da GSK Esta análise feita pela equipe permitiu à GSK analisar a dinâmica da categoria de plástico, através da análise do gasto de frascos pela GSK contra a dificuldade de mercado. A dificuldade de mercado traduz-se por número de fornecedores disponíveis, contratos em vigor, estratégia praticada pela GSK para determinado fornecedor, atendimento dos requerimentos de qualidade e novas tecnologias. Para a GSK, o gasto da categoria de plástico era grande se comparado com todo o gasto de materiais no México. Havia um grande número de fornecedores, mas poucos em acordo com padrão de GMP. A maioria dos fornecedores trabalhava para indústrias de bebida, alimentos e cosméticos, que tinham necessidades diferentes do farmacêutico. Por outro lado, analisandose sob a perspectiva da cadeia de fornecimento, havia poucos produtores de resina, um fator que pode resultar em um impacto de custos do frasco. A distribuição de tecnologia é aberta, aumentando a competição do mercado e grandes investimentos feitos pelos fornecedores. A equipe consolidou esta análise na figura 2 e concluiu que a GSK estaria no quadrante de competição, onde normalmente há grande competitividade do mercado e o comprador pode facilmente desenvolver novos fornecedores, colocando o mercado para competir pelo gasto da GSK. Entretanto, o grupo identificou que seria melhor para a GSK se mover ao quadrante estratégico, onde poderia iniciar um trabalho de longo prazo com um fornecedor preferencial e desenvolver, em conjunto, um programa de melhoria contínua dos custos. 60 Critico High Estratégico GSK Futuro Dificuldade do mercado Aquisição Competição GSK Atual Low Low High Gasto relativo / Impacto de lucro Figura 2 - Análise do portfólio da GSK Fonte: GSK. A situação atual indicava que a GSK era considerada uma empresa importante dentro do mercado mexicano, tanto devido ao volume de gasto como à sua imagem de empresa de qualidade. Como o volume de gasto de frascos era fragmentado, com maior volume sendo fabricado internamente, o fechamento da fábrica de plástico poderia aumentar muito a atratividade do negócio da GSK junto aos fornecedores. Na figura 3, a equipe analisou esta questão e recomendou que a GSK deveria tratar o negócio de frascos como fundamental para o crescimento da empresa. Os fornecedores deveriam não considerar o empreendimento da GSK como em desenvolvimento, mas como preferencial ou core. 61 Development High Core GSK Plastics GSK Plastics Atratividade da conta Nuisance Exploitable Low Low High Valor relativo do negócio Figura 3 - Grau de atratividade da conta GSK pelos fornecedores Fonte: GSK. 3.3.2 Seleção e definição de opções estratégicas Após a definição dos custos unitários reais de cada frasco, a equipe reuniu-se para estabelecer as opções estratégicas, com base em toda a informação obtida sobre mercado de plásticos, fornecedores, situação interna da GSK e necessidades. Para cada opção estabelecida pela equipe, foram avaliados: • Economia a ser obtida, • Dificuldades internas e externas para implementação, • Prioridades para implementar, • Riscos envolvidos com cada estratégia, • Atendimento às necessidades internas estabelecidas (A, Q, S, C, I). 62 Seis opções estratégicas foram identificadas, conforme o quadro 6: Dificul Dificul dade dade Economia Interna External 1 2 3 4 5 6 Opção Fornecedor externo produzindo com equipamentos da GSK e moldes Fornecedor externo produzindo com equipamentos próprios e moldes. Projeto de revisão dos desenhos dos frascos e construção de novos moldes (REENGINEERI NG PROJECT) Outsourcing da planta de plásticos por fornecedor externo Fornecedor externo produzindo com equipamentos da GSK e moldes (fase 1) / REENGINEERI NG PROJECT (Fase 2). Manter situação atual A/M/B1 Tempo de Priori Implemen tação dade Riscos Número de Meses A Q S C I A / M / B1 A B B A 1 B A A A M B A B B A 6 M A A A M M A A B M 7 M A A A A A B B M B 1 B A A A B B A M B A 1 M A A A A A B B B B 0 B A A A B B Quadro 6 - Opções estratégicas Fonte: Elaborado pelo autor. 1 A – Alto, M – Médio e B – Baixo. 63 A estratégia escolhida pela equipe foi a opção 5, isto é, o fechamento da fábrica de frascos plásticos e a introdução de um fornecedor externo capaz de produzir para a GSK segundo os requerimentos estabelecidos. A implementação desta estratégia foi definida em duas fases: FASE 1: Venda dos equipamentos de produção de frascos plásticos da GSK para o fornecedor externo e um contrato de commodatto para o manuseio dos moldes que ficariam pertencendo à GSK. FASE 2: Mudança dos formatos dos frascos de Hinds. Após a transferência dos equipamentos e início de produção, foi criada uma nova equipe para implementar a mudança do design dos frascos. Na fase 2, a área de Marketing trabalhou em conjunto com as áreas de Produção, Engenharia de frascos, Qualidade e Compras na definição do novo frasco de Hinds a ser comercializado. O objetivo deste grupo foi avaliar o melhor design em termos de custos, processo, e comercialização junto ao mercado mexicano. A fase 1 do projeto foi implementada em 2 meses, desde a transferência dos equipamentos até o início da primeira produção de frascos, com completo sucesso. Em 2005, a fase 2 foi iniciada. Os requerimentos do projeto eram revistos a cada 6 meses, com reuniões entre GSK e o fornecedor externo para identificar potenciais melhorias no processo e redução de custos a serem compartilhadas. 64 3.3.3 Seleção do fornecedor preferencial Um leilão eletrônico foi realizado em junho de 2004, com fornecedores selecionados para participar do processo. Este processo de licitação foi chamado de RFQ (Request for Quotation). Todos os requerimentos da GSK foram consolidados em uma proposta de cotização, que foi enviado para alguns fornecedores considerados como potenciais. O evento gerou opções para o projeto e definiu cenários para avaliação. Os critérios para definir o benefício do projeto foram estabelecidos, conforme abaixo: • Benefícios x custo de implementação. A economia proposta pelo projeto deve ser maior que o custo da mudança. • Resultado do RFQ. • Fornecedor selecionado deve ter um escopo regional e ser líder de mercado em tecnologia. • O benefício deve ser entregue em até 6 meses após implementação. • A dificuldade de implementação não pode ser grande. Ter uma planta de plástico dentro da GSK, mas controlada por um fornecedor externo foi uma das opções não recomendadas e foi descartada pela equipe. Conforme apresentado no APÊNDICE E, a equipe conseguiu selecionar o fornecedor 7 como preferencial para trabalhar com a GSK, por atingir a maior pontuação com base nos critérios versus pesos definidos para cada critério. O critério era multiplicado pelo peso da pontuação correspondente de cada critério. 65 Os dois primeiros critérios apresentados já faziam uma pré-seleção do fornecedor, sendo que o fornecedor 5 foi descartado imediatamente por não atender aos requerimentos da GSK e não ter índice de performance adequado. 3.3.4 Benefícios da estratégia e custo de implementação Os benefícios do projeto foram categorizados conforme tabela 6: Economia do projeto em US$(‘000) Ano 2004 Ano 2005 Ano 2006 Ano 2007 28 276 276 276 0 0 141 141 Gerenciamento do fornecedor 0 104 34 0 Benefício Eliminação da estratégia verticalização Projeto de reengenharia de frascos de 28 380 451 417 Custo de implementação (386) (23) 0 0 Total Net Benefício (358) 357 451 417 Total de Benefício Acumulativo (358) (2) 450 866 Tabela 6 - Benefícios do projeto categorizados Fonte: Elaborado pelo autor. 3.3.5 Identificação de riscos Alguns riscos foram identificados para a implementação do projeto, conforme tabela 7, onde para cada risco foi medida a probabilidade de ocorrência, o grau de severidade e a prioridade de importância. 66 Riscos Potenciais Probabilidade Severidade de efeito para o negócio Prioridade B A 2 M A 3 M M 1 B M 4 B B 5 M A 1 M A 1 Curto tempo para transferência dos equipamentos para o fornecedor externo. Potencial interrupção de abastecimento durante a transferência dos equipamentos. Potencial resistência do Sindicato ao fechamento da fábrica. Investimentos adicionais não planejados pelo fornecedor. Não aprovação do projeto de reengenharia por Marketing poderia reduzir a economia proposta do projeto. Greve de funcionários Sabotagem de produção por funcionários a serem demitidos A – Alto, M – Médio, B – Baixo / 1- máxima prioridade, 5 – mínima prioridade Tabela 7 - Riscos da estratégia selecionada Fonte: Elaborado pelo Autor. Não foi identificado risco alto de implementação da estratégia, mas a equipe se concentrou no trabalho com o sindicato plástico, na definição de um plano de realocação dos funcionários demitidos e na transferência de equipamentos da GSK para o fornecedor para evitar interrupção do abastecimento. 3.4 3.4.1 IMPLEMENTAÇÃO DA ESTRATÉGIA Negociação e contrato com fornecedor O contrato foi negociado com o fornecedor externo por um período de cinco anos, onde se demonstrava que a GSK tinha interesse de fazer um trabalho de longo prazo, incluindo uma aliança estratégica com este fornecedor. Este fornecedor viria a ser o principal em termos de gasto da GSK no México. O contrato incluiu medidas de performance e os principais 67 requerimentos estabelecidos pela GSK durante o processo. Alguns índices foram estabelecidos em comum acordo com o fornecedor como, por exemplo, a capacidade do fornecedor em entregar pedidos de compras dentro de datas acordadas e dentro da qualidade esperada pela GSK. Os principais pontos do contrato assinado estão abaixo listados: • Período do contrato: 5 anos. • KPI (Key Performance Indicator) = 96% (Índice de performance de entregas no tempo previsto com qualidade) • Base inicial de preços de frascos assumido conforme licitação apresentada. Assim, a GSK pode controlar os preços e suas variações desde o início do contrato. O custo de cada frasco foi detalhado por categoria de gastos: resina, mão de obra, embalagem. (Ver APÊNDICE F) • Fórmula de variação de preços de frascos definida, conforme tabela 8. • Volume anual de frascos produzidos por ano de 25,4 milhões. • Desconto de preços de frascos através de compras de volumes maiores que o previsto em contrato, conforme tabela 9. • Competitividade de preços: a GSK periodicamente vai ao mercado comparar custos do fornecedor com outras empresas de plásticos de mesmo nível de qualidade. Se identificado melhor custo, o fornecedor é obrigado a revisar seus custos e trabalhar com a GSK em um programa de melhoria contínua. • Programa de melhoria contínua: o fornecedor e a GSK se obrigam a continuamente trabalhar programa de melhoria contínua. • Propriedade intelectual: a GSK garante exclusividade do desenho de qualquer frasco desenvolvido através de criação de patente dos desenhos e o fornecedor garante que 68 nenhuma informação sobre equipamentos ou processos seja transferida para algum competidor. • Transferência e venda de equipamentos de produção de frascos da GSK para o fornecedor foi feita com um desconto do valor correspondente ao valor dos equipamentos e moldes para que o fornecedor pudesse não interromper o abastecimento de frascos. No futuro, estes equipamentos serão utilizados para pequenos volumes de produção do fornecedor. • Certificação de processos: o fornecedor se comprometeu a ter sua produção certificada pela GSK para suprimentos de frascos, sem prévia análise de qualidade. • Controle de mudanças: o fornecedor se compromete a não realizar nenhuma mudança na especificação dos frascos ou em seu processo de fabricação sem ter a aprovação da GSK. Para qualquer mudança, é norma da GSK que seja autorizada previamente para qualquer anormalidade de produção. • Gerente de contas: o fornecedor deve indicar um gerente de contas para cuidar diretamente do gasto, serviço da GSK. • SLA (Service Level Agreement): assinado junto com o contrato, este documento incorpora todos os requerimentos da GSK em medidas de performance para serem revisadas a cada seis meses. Categorias Resina Mão de obra Energia Outros Amortização de moldes Fretes Movimento de preço Mercado FCB Banco do México/CFE Inflação/BM 50% taxa de câmbio / 50% Inflação Preço de diesel Período de renegociação Cada 2 meses Anual 6 meses Anual Anual Anual Quadro 7 - Índices de variação de preço dos frascos com fornecedor Fonte: Elaborado pelo autor. 69 Volume annual (Aumento / Redução) + 30% aumento + 20% aumento + 10% aumento Base Volume (25.5 milhões) +10% redução +20% redução +30% redução Hinds 90ml Preço Base (US$/mil) 38,47 38,93 39,47 40,12 40,92 41,91 43,19 Hinds 230ml Preço Base (US$/mil) 56,44 56,97 57,60 58,36 59,28 60,44 61,92 Hinds 325ml Preço Base (US$/mil) 69,21 69,99 70,92 72,03 73,39 75,09 77,30 Hinds 420ml Preço Base (US$/mil) 78,06 78,92 79,93 81,15 82,64 84,50 86,89 Hinds 525ml Preço Base (US$/mil) 91,33 92,28 93,40 94,74 96,38 98,43 101,06 Tabela 8 - Variação de preços conforme variação de volumes comprados Fonte: Elaborado pelo autor. Para o caso dos moldes e equipamentos da GSK transferidos para o fornecedor, estes deverão ter um mínimo de produtividade igual à que vinha sendo realizada pela GSK. Os frascos plásticos deveriam ser produzidos exclusivamente para a GSK. 3.4.2 Implementação A implementação do projeto foi dividida em três tópicos: 1) Comunicação interna do fechamento da fábrica: o anúncio foi feito a todos os funcionários um mês antes de fechar a fábrica. O projeto foi tratado de maneira confidencial. 2) Plano de demissão dos funcionários: inicialmente, o líder do projeto tentou transferir parte dos funcionários para o fornecedor. Entretanto, se tornava financeiramente inviável, sob risco de perder o benefício de custo obtido com a negociação do contrato entre GSK e fornecedor. Por isso, foi negociado um benefício financeiro para cada funcionário que fosse demitido, e total assistência para recolocação em outra empresa. Após seis meses da implementação do projeto, 70% dos funcionários haviam se recolocado em outras empresas. Este plano de demissão evitou qualquer risco de greves, perda de produtividade no último mês e sabotagem por parte de algum funcionário. 3) Transferência dos equipamentos da GSK para fornecedor: quatro meses antes do fechamento da fábrica de plásticos, o estoque de segurança de todos os frascos começou a ser montado devido à limitação de capacidade dos equipamentos da GSK. Imediatamente após o fechamento da fábrica de plásticos, os equipamentos da 70 GSK foram transferidos para uma área previamente adaptada pelo fornecedor para produção exclusiva dos frascos. A transferência foi completada em uma semana e o start up da produção no fornecedor após três semanas, evitando qualquer desabastecimento de frascos. 71 4 RESULTADOS Como conseqüência do trabalho desenvolvido, a GSK fechou a fábrica de plásticos e implementou uma estratégia de outsourcing. A GSK mediu os benefícios ou riscos de uma estratégia de integração vertical e eliminou a estratégia de integração vertical, dando início à implementação do abastecimento de frascos plásticos por um fornecedor externo, com a montagem de um acordo estratégico de longo prazo. Durante a definição da estratégia, a equipe revisou as principais vantagens da integração vertical para que pudesse tomar a melhor decisão a respeito. 4.1 4.1.1 DESVANTAGENS DA INTEGRAÇÃO VERTICAL PARA A GSK Custos transacionais O maior objetivo de uma integração vertical é eliminar ou reduzir os custos de compra ou venda incorridos quando empresas separadas possuem dois estágios de produção. No caso da GSK, o principal custo de cada frasco estava concentrado no gasto de resina de polietileno de alta densidade. A GSK comprava resina de um fornecedor americano, com um custo maior do que o custo médio comprado por empresas de plástico de grande porte e com grande consumo de resina. O custo de resina de empresas de grande porte pode ser medido através de preços publicados pela fonte de referência em internet, chamada ICIS-LORS. (Ver no gráfico abaixo 72 a comparação entre os custos pagos pela GSK e os custos pagos por empresas de grande consumo de resina - ICIS-LORS): 0.70 0.60 0.50 0.40 0.30 0.20 0.10 0.00 Jan- Feb- Mar- Apr- May- Jun- Jul- Aug- Sep- Oct- Nov- Dec- Jan04 04 04 04 04 04 04 04 04 04 04 04 05 GSK (US$/lb) 0.43 0.43 0.41 0.40 0.40 0.41 0.43 0.44 0.50 0.55 0.59 0.64 0.63 ISIS-L (US$/lb) 0.36 0.37 0.40 0.39 0.38 0.39 0.43 0.48 0.49 0.50 0.52 0.59 0.59 Gráfico 4 - Comparação entre custos da GSK vs. Custo de resina do mercado Fonte: GSK e ICIS-LORS. Este resultado indicou que o consumo anual de resina da GSK não era um volume de compras significativo, se comparado a volumes comprados por grandes empresas manufaturadoras de plásticos. Consequentemente, a GSK pagava um valor mais caro de resina e não representava uma vantagem em custo, se comparado com o custo de um fornecedor de tamanho grande. Consequentemente, o custo do produto final fabricado pela GSK é maior do que o de um fornecedor externo com grande volume de compra de resina. 4.1.2 Abastecimento A integração vertical na maioria dos casos assegura suprimento de materiais críticos. Certamente, este aspecto da integração vertical foi o maior atrativo da estratégia para a indústria de petróleo durante a crise com a OPEC, na década de 70. Durante a crise de 19731974, algumas empresas tiveram seus suprimentos reduzidos ao mínimo e preços duplicados 73 ou triplicados. Apesar do impacto que eles tiveram em custos de materiais, o desabastecimento de materiais nas indústrias de petróleo com altos custos fixos foi extremamente danoso porque levou ao baixo uso dos altos custos das fábricas. A indústria farmacêutica é caracterizada por um alto controle de sua produção e normas específicas de qualidade chamadas de GMP (Good Manufacturing Practices). Consequentemente, a alta administração compreendia que a produção interna de frascos plásticos na própria GSK garantiria qualidade requisitada pelo setor farmacêutico e maior certeza de ter frascos plásticos em um processo just in time. A capacidade utilizada dos equipamentos da fábrica de plástico estava em 80%, indicando a necessidade de ampliação através da compra de novo equipamento. A tabela 9 mostra a capacidade disponível de produção de frascos na GSK. Cada frasco tinha um equipamento determinado para fabricação. Os frascos de 90ml e 420ml estavam em pior situação com capacidade limitada de fabricação. Consequentemente, a produção destes dois frascos era transferida para outro equipamento com maior capacidade disponível, como 230ml ou 325ml, que tinham o mesmo equipamento Fisher VK1-4. Somando-se a capacidade atual disponível versus o volume anual de produção, há somente 20% de capacidade disponível para uso. Além disso, a GSK tinha que trabalhar com níveis mínimos de estoque já que a capacidade da área de estocagem de materiais era limitada, fazendo com que o processo de produção corresse como um processo just in time. Por isso, a flexibilidade de produção da fábrica era bastante limitada não assegurando o abastecimento de frascos em caso de variação significativa da demanda de vendas. 74 Frasco HINDS 90ml HINDS 230ml HINDS 325ml HINDS 420ml HINDS 525ml Capacidade de produção da fábrica de Plástico / dia (Unidades/dia) Capacidade anual disponível (Unidades) Volume anual de produção (Unidades) Capacidade disponível (%) 21.600 41.238 13.500 38.700 12.900 5.184.000 9.897.120 3.240.000 9.288.000 3.096.000 -24% 42% 133% 11% 60% Total 30.705.120 6.848.432 6.970.975 1.392.716 8.332.966 1.938.814 25.483.903 Tabela 9 - Capacidade disponível por frasco na GSK Fonte: Elaborado pelo autor. 4.1.3 Coordenação melhorada Mesmo que o fornecimento de materiais seja seguro, a integração vertical pode permitir reduções de custos através da melhora coordenação da produção e programação de inventário. Alguns argumentam que um fornecedor in-house pode programar a produção mais efientemente. Quando o projeto de integração vertical na fábrica da GSK México foi iniciado, houve uma melhor coordenação do fluxo de informações interna do que uma relação normal fornecedor e comprador. A percepção dos gerentes era de que uma mudança de estratégia envolveria uma perda da coordenação de informação e maior incerteza do controle do processo. Entretanto, nos tempos atuais, a relação empresa compradora e fornecedor é bastante diferente e sua qualidade não é necessariamente relacionada com a distância entre as empresas. O relacionamento entre fornecedor e cliente pode ser direto e com bastante transparência de informação através de ferramentas de Internet, B2B, EDI, e outras. Após a implementação do fornecedor externo, houve uma piora da comunicação entre as áreas de planejamento de cada empresa, mas foi melhorada em pouco tempo com a maior integração entre ambas as empresas. 75 4.1.4 Capacidade tecnológica Alguns afirmam que empresas verticalmente integradas estão melhores preparadas para inovar porque participam em muito da produção e distribuição de atividades na qual a mudança ocorre. Este argumento é baseado em parte na noção de que requerimentos críticos para o sucesso de uma inovação estão fundamentados na coordenação entre marketing e funções técnicas e de que a integração melhora esta coordenação. No caso da GSK, a indústria de frascos plásticos é caracterizada por largo investimento em equipamentos e melhoria contínua de processos. Avanço tecnológico em design de equipamentos e desenvolvimento de novas resinas para aplicações a diversos segmentos de negócio é a principal engenharia atrás do que se busca por inovação entre os transformadores de plásticos. Melhorias na qualidade de produção, melhoria dos ciclos de produção e redução de custos de energia é o que se busca de inovação nesta indústria. Múltiplos materiais são injetados e diferentes matérias-primas são usadas e injetadas em diferentes cavidades em um molde. Estes processos especiais demandam coordenação da máquina e do molde através de um controle de sistema preciso. Melhorias nas fabricações de moldes através de melhor controle dimensional com uso de softwares têm reduzido o tempo de confecção de um molde. Os produtores de equipamentos transformadores de frascos plásticos desenvolvem tecnologias e patentes que são abertas ao mercado de Plástico. Qualquer empresa transformadora de plástico tem várias marcas de equipamento disponívéis à venda, de acordo com sua necessidade. Poucas empresas transformadoras têm divisão de produção de equipamentos somente utilizados por elas. 76 A equipe da GSK concluiu que produzir os frascos plásticos de Hinds não representa nenhuma inovação tecnológica por parte da GSK. Várias empresas transformadoras de plásticos têm plena condição de produzir frascos similares e atendendo a especificação em uso pela GSK. Algumas empresas têm condições de atender aos requerimentos de GMP exigidos pela GSK. Os moldes utilizados pela GSK podem ser facilmente produzidos por qualquer fornecedor a um custo muito baixo. Os equipamentos utilizados pela GSK estão depreciados e sua tecnologia está disponível para todo o mercado de plástico. Por isso, a capacidade tecnológica da GSK não representava um benefício para a manutenção da estratégia de integração vertical. 4.1.5 Altas barreiras de entrada Quanto mais integrado um negócio, mais altos são os recursos financeiros e gerenciais necessários para entrar e competir neste mercado. Empresas estabelecidas em uma indústria podem combinar suas operações como forma de levantar barreiras e desencorajar potenciais entrantes. Para a GSK, a integração vertical não cria nenhuma barreira de entrada para novos entrantes no mercado farmacêutico. Todos os competidores da GSK têm frascos plásticos de fornecedores com preços tão competitivos quanto ao da GSK. Os frascos utilizados pela GSK têm seu desenho patenteado, isto é, nenhuma empresa farmacêutica pode copiar o desenho do frasco no produto Hinds. Entretanto, eles podem ter frascos diferenciados, com o mesmo tipo de resina, cor e terem custos unitários menores se compararmos a quantidade de resina por frasco em gramas(g). 77 4.1.6 Requerimentos de capital Quando um negócio se integra para frente ou para trás, deve prover de capital para a nova estrutura de operações integradas. Algumas evidências de estudos mostram que uma maior intensidade de investimentos leva a baixa lucratividade do negócio. A implicação disto é que, a menos que a economia com o custo operacional de uma integração vertical seja substancial, os invesyimentos de uma integração vertical farão desta estratégia algo não lucrativo. O estudo de caso indica que os custos de investimentos realizados pela GSK foram depreciados através do tempo de operação. O equipamento mais novo comprado era do ano de 1998. Entretanto, para se conseguir uma melhora de ciclo de produção e redução do custo de energia, teria que haver um grande investimento em moldes e novos equipamentos. Estes investimentos seriam gastos adicionais não previstos que comprometeriam o negócio da GSK. Uma comparação entre os custos atuais da fábrica de plásticos da GSK e fornecedores potenciais substitutos indicou que os custos da GSK são mais altos que os de fornecedores externos. Uma licitação eletrônica foi feita com participação de seis fornecedores, incluindo os volumes anuais da GSK e a solicitação de propostas por frascos, incluindo amortização do custo de moldes e equipamentos necessários. A tabela 10 mostra a diferença de gasto entre o custo atual da fábrica de plásticos e os gastos previsto por cada fornecedor potencial, separado por tipos de frascos. O resultado mostrado na tabela 10 indicou que havia oportunidade de melhoria do custo da GSK e que os investimentos não eram tão significativos para desenvolver um fornecedor. O fornecedor 7 apresentou a melhor proposta de redução de custos comparado contra custos atuais da fábrica de plásticos, mas outros fornecedores também se mostraram competitivos. 78 Hinds 90ml Hinds 230ml Hinds 325ml Hinds 420ml Hinds 525ml Total de economia Fornecedor 1 Fornecedor 2 Fornecedor 3 Fornecedor 4 Fornecedor 5 Fornecedor 6 Fornecedor 7 Proposta x Gasto atual (US$) Proposta x Gasto atual (US$) Proposta x Gasto atual (US$) Proposta x Gasto atual (US$) Proposta x Gasto atual (US$) Proposta x Gasto atual (US$) Proposta x Gasto atual (US$) 20.812 80.958 9.872 (7.846) 0 103.796 54.110 85.155 17.638 (89.439) (3.560) 63.905 54.110 85.155 17.638 (89.439) (3.560) 63.905 0 40.779 (3.422) (31.382) (9.188) (3.213) (109.261) (263.862) (80.951) (576.644) (81.540) (1.112.257) 47.867 85.755 (1.448) (56.488) (10.795) 64.891 20.812 95.950 17.770 (15.691) 0 118.840 Tabela 10 – Resultado da licitação de frascos da GSK Fonte: Elaborado pelo autor. O resultado mostra que os custos da operação da GSK eram 21% mais altos que os custos de fornecedores terceiros. Consequentemente, a GSK estava pagando mais caro pelos frascos produzidos do que se estivesse comprando de fornecedores. 4.1.7 Estágios integrados desbalanceados Um problema inerente à combinação de vários estágios de produção é a variação de escala de operação que cada estágio deve requisitar para que tenha funcionalidade eficiente. Por exemplo: para atingir custos competitivos, uma empresa deve produzir circuitos integrados em alto volume de escala. O fato dos requerimentos de escala diferirem entre as atividades ligadas da integração sugere que o negócio integrado deve operar numa escala de produção suficiente para satisfazer os requerimentos da maioria dos estágios de produção dependentes ou sofrer as penalidades de operar com escala ineficiente em um ou mais estágios. No caso da GSK, toda a cadeia de abastecimento de uma indústria plástica foi estudada. A figura 4 mostra a produção de resina de polietileno para atender aos transformadores de frascos plásticos. Extração e Refino de Petróleo Etileno Fabricação de Polietileno Canal de Distribuição Clientes Figura 4 - Cadeia de produção de resina de polietileno para produzir licitação do volume de frascos da GSK 79 Fonte: Elaborado pelo autor. A figura 5 mostra a produção de frascos plásticos para diferentes setores de negócio. Desenho do frasco Fabricação do Molde Cavidades Ciclos Compra de resina Polietileno de alta densidade Fabricação de frascos GSK Processos: Injection Blow Molding Extrusion Blow Molding Injection Stretch Blow Molding Figura 5 - Cadeia de produção de frascos plásticos de polietileno Fonte: Elaborado pelo autor. A GSK não controla a produção de resina, apenas a fabricação de frascos para suprir a fábrica farmacêutica. A definição do desenho de moldes é feita em conjunto com a área de Marketing. As características do molde, como número de cavidades e controle de resfriamento, são definidas em função do tipo de cada equipamento. Os moldes são feitos por empresas especializadas. O tipo de resina a ser utilizada depende do tipo de equipamento de transformação em uso e do que o setor de Marketing quer mostrar ao público. Na tabela 11, a equipe avaliou a capacidade de produção de frascos/dia versus a capacidade de envase de produto terminado na fábrica farmacêutica. O resultado indicou que a capacidade da fábrica de plástico era limitada quando era necessário um aumento imediato de produção ou mudança brusca de mercado e não atendia a toda a necessidade de fabricação da fábrica farmacêutica. A capacidade diária de 60.000 frascos da fábrica farmacêutica não é atendida pela limitação da capacidade da fábrica de plásticos. 80 Apresentações HINDS 90ml HINDS 230ml HINDS 325ml HINDS 420ml HINDS 525ml Capacidade de produção da fábrica de Plástico / dia (Unidades) 21.600 27.498 – 41.238 13.500 25.800 – 38.700 12.900 Capacidade de envase de produto na Fábrica farmacêutica / dia (Unidades) 60.000 60.000 60.000 60.000 60.000 Tabela 11 - Cadeia de produção de frascos plásticos de Polietileno Fonte: Elaborado pelo autor. 4.2 ANÁLISE DA ESTRUTURA DA INDÚSTRIA SEGUNDO PORTER A análise da estrutura industrial é a base fundamental do modelo proposto por Porter (1986), uma vez que, segundo o autor, a estrutura industrial tem uma forte influência na determinação das regras competitivas, que deverão ser observadas e compreendidas ao se analisar uma indústria, e as empresas que a compõem. Um dos pressupostos básicos da proposta de Porter é o de que cada empresa que compete em uma indústria deve possuir uma estratégia competitiva. Esta estratégia pode ser desenvolvida explicitamente por meio de um processo de planejamento, assim como implicitamente através das atividades dos vários departamentos funcionais da empresa. O desenvolvimento de uma estratégia competitiva determina o modo como a empresa irá competir, quais deveriam ser suas metas e quais as políticas necessárias para realizá-las. Este desenvolvimento consiste em relacionar a empresa com o seu meio de atuação, ou seja, relacionar a empresa com a indústria ou com as indústrias com as quais ela compete, de modo a compreender a concorrência e, assim, identificar as características estruturais que possibilitam a formulação de estratégias na busca de vantagens competitivas. Desta forma, a rentabilidade de uma indústria é função de sua estrutura e é onde são estabelecidas as regras 81 da concorrência que, segundo Porter, dependem de cinco forças competitivas básicas: ameaça à entrada, ameaça de substituição, poder de negociação dos novos entrantes, poder de negociação dos fornecedores e rivalidade entre as empresas da indústria. A equipe analisou o funcionamento das forças de Porter aplicado na Indústria de Plástico no México. O poder de compra da GSK é enorme e há uma grande rivalidade entre os concorrentes existentes, o que faz com que haja grande concorrência de preços e competitividade neste segmento industrial. O quadro 8 apresenta a análise da equipe. Fornecedor Novos Entrantes • Muitos fornecedores de frascos. • Mercado maduro. • Modernização de equipamentos e fábricas. • Fornecedores globais com melhores custos de resina e processos de produção modernos. • Atendimento dos requerimentos de GMP por um número restrito de fornecedores, não todos. Forças Competitivas • Aquisição de fornecedores locais • Entrada de fornecedores globais • Poucos Fornecedores p/ Ind. Substitutos • Vidro • Novos tipos de resina Farmacêutica. • Crescimento médio • Ausência de diferenciação • Concorrentes numerosos e bem equilibrados. • Barreiras de saída médio. • Custos médio de investimento para novos transformadores de plásticos. • Facilidade de obter resina no mercado de plástico, que é a principal matéria prima para produzir frascos. • Não há restrição governamental para novos fornecedores. •Venda direta ao cliente. •Economia de escala não é obrigatória para novos entrantes. •Patente de processos de equipamentos que são abertos ao mercado. Comprador • Gasto alto da GSK Mexico no setor farmacêutico, sendo atrativa para a maioria dos fornecedores. • Muitos compradors para o Mercado de plástico, com destaque para bebidas, alimentos e cosmético. • Margem de lucro baixa dos fabricantes. • Sensibilidade a preços, serviço e qualidade •Baixos custos de mudança de fornecedor para maioria dos tipos de resina, exceto PET. • Não há grande diferenciação de insumos. Quadro 8 - Modelo de Porter para indústria plástica mexicana Fonte: Elaborado pelo autor. 82 4.3 VANTAGENS DA ALIANÇA ESTRATÉGICA Com base na teoria estudada sobre aliança estratégica, a GSK buscou, dentro do modelo de Laseter (1998), o abastecimento equilibrado para garantir correto equilíbrio entre relações cooperativas e um compromisso com preços competitivos entre cliente e fornecedor. O modelo de custo total foi definido em comum acordo e colocado dentro do contrato com o fornecedor. A estratégia de abastecimento é medida sobre índices de performance revisados a cada ano. Busca-se maior integração da cadeia de abastecimento e maior troca de informação. A equipe imergiu nos estudos de Dyer com a indústria automobilística e foi copiado o modelo de estreito relacionamento, onde comprador e fornecedor compartilham informação sobre novos projetos, requerimentos futuros de pedidos e objetivos de preços de novos produtos. O fornecedor decidiu investir em moldes novos para melhorar a capacidade de produção e custos para a GSK devido a uma total confiança numa relação de longo prazo, assistência mútua e foco no custo total e qualidade, trabalhando junto para minimizar o valor total dos custos da cadeia de suprimentos. Também, há troca contínua de informação técnica e de custos para melhoria de performance e montagem de preços. O mercado de plásticos tem uma quantidade grande de fornecedores, gerando um grande poder de negociação por parte dos compradores. Há um maior número de fornecedores disponíveis, gerando maior competição neste mercado. Consequentemente, a GSK definiu como objetivo o desenvolvimento de uma aliança estratégica verão perceber que o mercado propiciava este tipo de relacionamento. A GSK estabeleceu que deveria haver apenas um fornecedor de frascos com um contrato de longo prazo, mas com compromissos revisados a cada seis meses. 83 Baseada na teoria do regime de quase-mercado, a seleção inicial de fornecedores foi feita através de uma detalhada avaliação do mercado de frascos do México. Foi feita também uma auditoria em cada fornecedor potencial e selecionado um número limitado de fornecedores para participar de uma licitação. A seleção de um fornecedor minimizou custos transacionais e permitiu ao fornecedor maximizar custos de escala. A aliança estratégica está orientada para a redução do lead time da inovação, onde se busca desenvolver novos frascos em um menor período de tempo. O modelo de Merli (1990) proporcionou uma visão da evolução do relacionamento entre comprador e fornecedor. Tomou-se como objetivo a relação de Co-makership. A GSK está implementando o programa de certificação de fornecedor e um sistema integrado de garantia de qualidade. Os requerimentos do projeto são revisados a cada seis meses com o fornecedor, buscando-se, com isso, uma melhoria contínua do processo e dos custos. A capacidade de produção de frascos foi duplicada no fornecedor em comparação com a capacidade da GSK. 4.3.1 Área de produção exclusiva Foi acordado com o fornecedor externo, haverá efetivação de investimento num setor do fornecedor voltado somente à fabricação de frascos da GSK, para evitar possível contaminação dos frascos e para que a certificação do fornecedor se realizasse em um curto prazo de tempo. Este setor é mostrado na Figura 6. 84 Figura 6 - Área do fornecedor voltada à fabricação de Hinds Fonte: Elaborado pelo autor. 4.3.2 Pesquisa interna sobre nível de serviço após implementação do projeto Um ano após a implementação do projeto, uma pesquisa foi feita junto aos clientes internos para medir o nível de satisfação da aliança estratégica com o novo fornecedor, reavaliar o processo estabelecido e identificar oportunidades de melhoria. O estudo feito por Gulati (2005) definiu a base conceitual para a montagem da pesquisa. Nesta pesquisa, medimos os seguintes critérios: a) Diferenciação de processos (Buy x Make) – capturar os elementos comportamentais e estruturais e medir a diferença entre as organizações do fornecedor e da GSK em termos de velocidade de tomada de decisão, flexibilidade, sistemas de informação, burocracia. b) Integração do fornecedor ao negócio da GSK – definir o estado de cooperação e coordenação com o fornecedor. c) Interdependência recíproca – definir a natureza de dependência entre GSK e fornecedor e as contribuições necessárias do fornecedor para atender aos requerimentos específicos da GSK. d) Instabilidade transacional – manejo de demanda e desenvolvimento tecnológico necessário. e) Performance da parceria estratégica – medir nível de performance do fornecedor. 85 Esta pesquisa foi preparada pelo líder do projeto, que optou por uma amostragem focada na alta administração da GSK. A pesquisa foi respondida por 6 (seis) funcionários da GSK: Diretor de Fábrica da GSK, Gerente de Logística, Gerente de Compras, Gerente de Produção, Gerente de Qualidade e Gerente de Marketing. As perguntas e a pontuação estão apresentadas no APÊNDICE G. As respostas foram colocadas em uma escala de 1 a 10. Com esta pesquisa, as seguintes áreas de oportunidades foram identificadas entre o fornecedor e a GSK visando a melhoria da parceria comercial: a) Diferenciação: • Automatizar o processo de envio de ordens de compras • Acelerar processo de aprovação de novos projetos entre GSK e fornecedor e vice-versa. b) Integração • Falta implementar a certificação dos processos para que a GSK receba frascos sem precisar aprovar internamente. • Ajustes de especificação da capacidade dos frascos grandes como 420ml e 525ml precisam ser revistos. c) Interdependência • Buscar reduzir em 10% o tempo de fabricação dos frascos. d) Instabilidade transacional • O volume de produção tem sido anualmente crescente. • As variações de pedidos não têm sido freqüentes, pois a precisão de vendas tem sido boa. 86 • Revisão periódica da capacidade de moldes e manutenção preventiva dos equipamentos. e) Performance • Pode ser melhorada com maior integração entre as áreas de logística de cada empresa. • 4.3.3 Implementação do programa de certificação de fornecedores. Revisão de performance do fornecedor Após o primeiro ano de implementação do projeto, a GSK desenvolveu uma ferramenta para monitorar a performance do fornecedor externo. Esta ferramenta foi utilizada para registrar e comunicar o desempenho diante dos requerimentos do negócio. O desempenho atual e os objetivos puderam ser mapeados em um formato padrão, permitindo que áreas de melhoria fossem identificadas e ações entre fornecedor e GSK fossem acordadas. A utilização de formatos padrões para a medição de performance proporcionou um meio eficaz para o compartilhamento de informações com outros fornecedores, além de permitir uma comparação entre fornecedores similares. O desempenho do fornecedor foi medido em cima dos requerimentos de abastecimento, qualidade, serviço, custo e inovação. A GSK e o fornecedor pontuaram, usando uma escala de de 1 (Fraco) a 10 (Excelente), qual o nível de performance para cada requisito. GSK e fornecedor se reúnem para chegar a um acordo sobre qual pontuação final será mais adequada para cada critério. O desempenho do fornecedor foi consolidado sob a forma de um gráfico ilustrado na quadro 9, onde a GSK pode acompanhar visualmente as áreas de melhorias do fornecedor. Na avaliação de desempenho, as melhorias estarão concentradas em capacidade, inventário, TTS (Technical Term Supply) e gerenciamento de projetos. 87 Novas tecnologias Melhoria contínua Detalhe de custos Melhor custo Redução de preços Comunicação Invesequipentos Gerenciamento de projetos TTS Controle de processos Controle de mudanças Medidas de performance Especificações Sistema de qualidade Lead Equipe Resposta a novos pedidos Contingência de abastecimento Cadeia de abastecimento Segurança Inventário Fábrica Performance de entrega Capacidade P e s o 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 Abastecimento Qualidade Serviço Custo Inovação Quadro 9- Sumário do desempenho do fornecedor em 2005 (1-Muito ruim / 10 – Excelente) Fonte: Elaborado pelo autor. A performance do fornecedor é revista anualmente e as ações acordadas a cada mês. No APÊNDICE H, está indicado o formato utilizado em 2005, com comentários do fornecedor, pontuações que cada parte considerou para cada requisito e ações previstas. 4.3.4 Crescimento de vendas da GSK Em 3 anos, a produção de Hinds pela GSK aumentou de 25milhões para 34milhões por ano, conforme gráfico 5. Este aumento somente foi alcançado com a reestruturação da cadeia de abastecimento e com o desenvolvimento de novo design de frascos plásticos. O desenvolvimento foi realizado pela GSK juntamente com a área de desenvolvimento do fornecedor, que disponibilizou recursos para trabalhar junto com a área de marketing da GSK na confecção do novo frasco. 88 Milhões de unidades Volume 40 35 30 25 20 15 10 5 0 1 2004 2 2005 3 2006 4 2007 5 2008 Gráfico 5 - Crescimento do volume de produção na GSK em cinco anos Fonte: Elaborado pelo autor. 4.3.5 Reengenharia da especificação dos frascos plásticos Com a reengenharia do desenho dos frascos implementada junto ao fornecedor externo, a GSK aumentou a exposição do produto Hinds nos supermercados, fazendo crescer as vendas da GSK. Os frascos antigos (Figura 7) foram fabricados até julho de 2005, sendo, a partir daí, substituídos pelos frascos com novo design e mais leves, reduzindo o custo do produto final (Figura 8). Figura 7 - Frascos plásticos utilizados até meados de 2005 Fonte: GSK. 89 Figura 8 - Frasco novo implementado a partir de meados de 2005 Fonte: GSK. Com a implementação do projeto de reengenharia, a GSK reduziu o número de frascos fabricados, de 5 para 4 frascos e reduziu o número de tampas, de 3 para 2 tampas. Com isso, reduziu-se o tempo de set up das máquinas e o custo de todas as apresentações de Hinds. Na tabela 12, comparando-se os períodos antes e depois da implementação da reengenharia dos frascos, identifica-se abaixo importante racionalização da embalagem de Hinds: Antes da implementação da reengenharia 5 Frascos (90, 250, 325, 420, 525) 3 tampas: 90ml, 28mm e 33mm Depois da implementação da reengenharia 4 Frascos (90, 250, 420, 525) 2 Tampas 90ml, 28mm Frascos com peso reduzido Tabela 12 - Racionalização da apresentação de Hinds depois da implementação do projeto de reengenharia de frascos Fonte: Elaborado pelo Autor. 90 5 CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES PARA ESTUDOS FUTUROS A conclusão sobre a experiência de verticalização realizada pela GSK no México teve sucesso no período inicial há mais de 20 anos atrás, já que reduziu o nível de incerteza e insegurança em relação ao abastecimento de frascos plásticos para um produto líder de vendas. Por outro lado, os resultados indicam que a GSK agiu corretamente em redirecionar sua estratégia e eliminar o processo de produção de frascos plásticos, isto é, transferindo para um fornecedor este tipo de trabalho. Não há benefício de custo e os processos produtivos precisam de investimentos para reduzir o custo operacional. Consequentemente, o custo do produto Hinds foi reduzido. A GSK tem perdido flexibilidade de produção por sua limitação de capacidade de produção diária na fábrica de plásticos. Também não representa uma barreira de entrada para os competidores nem uma vantagem tecnológica produzir frascos internamente. Segue abaixo na tabela 13 um resumo das conclusões obtidas por cada tópico avaliado sobre a estratégia de integração vertical: 91 Benefícios e Riscos Custos transacionais Comentários da GSK Não havia redução dos custos transacionais com a produção de frascos dentro da GSK. Os custos de compra de resina era maior do que o comprado por fornecedores externos de grande porte. Abastecimento Não havia garantia de que a manutenção da produção de frascos dentro da GSK asseguraria o abastecimento, já que a performance de entrega do fornecedor externo indicado era muito boa, garantindo o abastecimento. Coordenação Havia uma boa coordenação entre as diversas áreas internas da GSK para melhorada a produção de frascos, já que os problemas e questionamentos eram mais facilmente resolvidos por todas as áreas localizadas na mesma fábrica. Capacidade Não havia benefício em manter a fábrica de plásticos por causa de tecnológica capacidade tecnológica, já que a GSK não tinha a melhor tecnologia de produção. Os fornecedores terceiro tinham melhor tecnologia, gerando melhores custos de fabricação. Altas barreiras de Não representava uma barreira de entrada à produção de frascos pela entrada GSK, já que empresas concorrentes dispunham de frascos com preços competitivos supridos de fornecedores externos. Requerimentos de Não havia condições de investir em novos equipamentos ou moldes para capital melhorar a capacidade tecnológica da fábrica de plástico, por não representar o negócio principal da GSK. O principal negócio da GSK é produzir medicamentos. Desbalanceados As capacidades de fabricação de pláticos eram menores que a de estágios integrados fabricação do produto final, provocando desbalanceamento das etapas de produção. Consequentemente, a produção em um fornecedor externo com maior capacidade pode balancea os estágios de produção de Hinds. Perda de A GSK não tinha capacidade suficiente para atender aumento de demanda flexibilidade de mercado. Com a produção de frascos sendo realizada por um fornecedor externo com novos moldes de maiores capacidades, a GSK passou a ter maior flexibilidade de atender variações de volumes de vendas. Perda de O foco em produzir medicamentos é diferente do de produzir frascos especialização plásticos, consequentemente havia perda de especialização. Tabela 13 - Avaliação dos riscos e benefícios da estratégia de integração vertical Fonte: Elaborado pelo Autor. O trabalho apresentado recomenda que para uma tomada de decisão de outras empresas sobre a implementação ou eliminação de uma estratégia de integração vertical deve obrigatoriamente passar por uma análise dos benefícios e riscos mostrados neste trabalho. Cada segmento de mercado tem suas características próprias que fazem com que o modelo de decisão assumido pela GSK seja repetido por qualquer outra empresa. 92 Por isso, quando uma estratégia de verticalização não representa melhoria de custos operacionais, não assegura posse de capacidade tecnológica e não gera barreira de entrada para novos competidores, deve ser descartada por qualquer empresa. A GSK acredita que a aliança estratégica implementada com o fornecedor externo gerou uma vantagem competitiva em relação a seus competidores. A seleção de um fornecedor preferencial focou a GSK em desenvolver um trabalho de longo prazo, regulamentado por um contrato de cinco anos, e com monitoramento regular da performance do fornecedor por meio de índices acordados por ambas as empresas. A opção de ter um regime Arms Lengths não foi considerada porque não é uma opção para tratar um negócio que envolve contínuo investimento em inovação de novas embalagens, lançamento de novos produtos e desenvolvimento de programas de melhoria contínua. A GSK tem buscado reduzir custos transacionais através da certificação do fornecimento, reduzindo custos de análises e recusas de materiais. A recomendação estratégica sugerida na parte final deste trabalho envolve a expansão do conceito de aliança estratégica para outros fornecedores da GSK, formação de network de fornecedores para trabalhar melhoria contínua e conceitos de excelência operacional. O uso da metodologia de estudo de caso neste trabalho foi importante já que se desenvolveu uma teoria antes de buscar a coleta de dados. Esta teoria foi montada através da análise de trabalhos de diversos autores. Segundo Yin (2005): “um bom pesquisador de estudo de caso deve se esforçar para desenvolver uma estrutura teórica, não importando se o estudo tenha que ser explanatório, descritivo ou exploratório. A utilização da teoria, ao realizar estudos de caso, não apenas representa uma ajuda imensa na definição do projeto de pesquisa e na coleta de 93 dados adequados, como também se torna veículo principal para a generalização dos resultados do estudo de caso”. Por último, sugerem-se como trabalhos futuros: • Explorar mais a fundos outros trabalhos de Dyer, Sako objetivando-se identificar outras sinergias entre a indústria automobilística e a indústria farmacêutica. • Avaliar como as empresas têm mudado o conceito de compras táticas para abastecimento estratégico. Quais mudanças estas empresas estão implementando em termos de pessoas, processos internos e processos com fornecedores. • Avaliar implementação de programas de SRM (Supplier relationship management) • Explorar como as alianças estratégicas com fornecedores garantem atender os requerimentos de constantes mudanças e inovação dentro do negócio. • Explorar a criação de alianças estratégicas entre comprador e fornecedor em outros setores industriais. 94 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AFUAH, A. Dynamic boundaries of the firm: are firms better off being vertically integrated in the face of a technological change? Academy of Management Journal Vol. 44, No.6, p.1211-1228, 18p, Dez2001. ALCHIAN, A.; DEMSETX, H. Production information costs and economic organization. American Economic Review, Vol. 62, No. 5, p.777-795, 19p, Dez1972. ARROW, K. Vertical integration and communication. Bell Journal of Economics, Vol. 6, No. 1, p.173-183, 11p, 1975. BAUMOL, W. Musings on vertical integration. 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Porto Alegre: Bookman, 2005. WILLIAMSON, O. The vertical integration of production: market failure considerations. American Economic Review, Vol.61, No.2, p. 112-123, 12p, Maio 1971. WILLIAMSON, O. Understanding the employment relation: the analysis of idiosyncratic exchange. Bell Journal of Economy, Vol.6, No.1, p. 250-278, 29p, 1975. WILLIAMSON, O. Transactional cost economics. Handbook of Industrial Organization. New York: North Holland, 1989. 98 APÊNDICE A Requerimentos (Cliente Interno) Asseguramento de Abastecimento Requerimentos anuais de volumes: volumes negociados anualmente. Medida: volume total comprador versus o volume pedido em um ano. OTIF (5.6.1): Ordens de compra de frascos entregues a tempo e na quantidade pedida. Medida: Número de requisição de pedidos sejam atendidos na data de entrega pedida, c/ variação de -3 e 0 dia, na quantidade pedida c/ margem de +/- 10%. Lotes Econômicos: Atender aos lotes econômicos definidos pela GSK. Medida: número de ordens de compras com pedido de lote mínimo pedido. Flexibilidade de Pedidos emergenciais: Deve atender a GSK com pedidos emergenciais com no mínimo de 2 dias na quantidade referente ao lote econômico definido. Medida: número de emergências pedidas contra emergências atendidas. Capacidade de aumento de produção: Habilidade de aumentar a produção em 100% da capacidade da previsão de consumo anual. Medida: número de ordens de compra com 100% de aumento de volume pedido. Importância para o negócio Período Objetivo 2005 Objetivo 2007 Objetivo 2009 Médio Anual 100% 100% 100% Alto Trimestral 94% 95% 96% Médio Mensal 94% 95% 96% Médio Mensal 94% 95% 96% Alto Mensal 100% 100% 100% 99 Requerimentos (Cliente Interno) Qualidade Auditorias externas: número de auditorias acordados entre GSK e fornecedor por ano. Medida: # de auditorias realizadas x objetivo estabelecido. GMP e Asseguramento de Qualidade: fornecedor deve ser aprovado nos pontos de Qualidade. Medida: medição contra checklist previsto. QAR (5.6.2): taxa de aceitação de Qualidade. Medida: (Número de batches testados – Número de batches retornados ou rejeitados devido a defeito de produtos ou erro de fornecedor) ÷ Total Número de batches testados. Certificados de Qualidades: Deve entregar certificados de qualidade em todos os embarques. Medida: número de embarques com certificado de qualidade versus número total de embarques. Importância para o negócio Período Objetivo 2005 Objetivo 2007 Objetivo 2009 Médio Anual 100% 100% 100% Alto Anual 85% 95% 98% Alto Trimestral 98% 99% 100% Alto Mensal 100% 100% 100% 100 Requerimentos (Cliente Interno) Serviço Reuniões técnicas; reuniões entre GSK staff e fornecedor para trabalho de melhoria contínua. Medida: número anual de reuniões com objetivos (Mínimo de 2 reuniões) Problemas críticos de Qualidade: resposta a problemas de Qualidades. Medida: número de reclamações contra número de reclamações respondidas a tempo. Reposição de Material: para materiais rejeitados, o fornecedor deve repor o material conforme data prevista. Medida: número de reclamações contra número de reposições a tempo. Suporte técnico: suporte do fornecedor a todos os problemas identificados na linha de produção. Medida: número de reclamações versus número de visitas do fornecedor. Rejeição de Material: Em caso de rejeição de material, o custo de destruição deve ser pago pelo fornecedor. Medida: número de embarques rejeitados com custo pago pelo fornecedor versus total de embarques. Importância para o negócio Período Baixo Trimestral 100% 100% 100% Alto Trimestral 100% 100% 100% Alto Trimestral 100% 100% 100% Médio Anual 100% 100% 100% Médio Trimestral 100% 100% 100% Objetivo Objetivo 2005 2007 Objetivo 2009 101 Requerimentos (Cliente Interno) Custo Inovação Custos de livros abertos: fornecedor deve manter abertos registros de custos quando requisitado pela GSK. Medida: número de requisições de custos versus número de atendimento. Programa de redução de custos: custo anual de redução acordado contra número atingido no final do período. Medida: Percentagem de redução de custos por ano com base em Programas de Reengenharia de especificações R&D departamento: O fornecedor deve ter uma área de pesquisa e desenvolvimento para novos projetos. Medida: número de projetos em desenvolvimento versus percentagem de atendimento do fornecedor. Novos produtos: o fornecedor deve ter capacidade de desenvolver novos e diferentes projetos, introduzindo novas tecnologias e assumindo investimentos. Medida: número de novos produtos desenvolvidos pelo fornecedor versus o número total de produtos lançados. Importância para o negócio Período Objetivo 2005 Médio Anual 100% 100% 100% Alto Anual 6% 6% 6% Alto N/A 100% 100% 100% Medio Anual 100% 100% 100% Objetivo Objetivo 2007 2009 102 APÊNDICE B - QUESTIONÁRIO Subject: Request for Information Dear Sirs, As a key part of a regional business practice re-engineering effort, GlaxoSmithkline is examining current and potential supplier relationships for the category of PLASTIC BOTTLES. We estimate our annual spend in this category to be in excess of USD 1,5 millions, in CIVAC Site (Cuernavaca-Mexico). Our goals are to establish and/or reaffirm supplier relationships that provide proactive assistance in: • • • • Managing costs; Improving productivity; Maximize customer value; and Keeping GSK informed as to technology changes in the industry. The Request for Information (RFI) attached to this letter contains questions that we would like you to answer to help us better understand your company and the market place for PLASTIC BOTTLES. With this information, we will be able to have a continuing dialogue that is factual and productive. We are seeking relationships with leading suppliers of PLASTIC BOTTLES that would become the primary GSK source(s) and preferred supplier(s) for these items. While it is clearly our desire to limit the number of suppliers, we are fully prepared to use niche product, service, and/or geographic-specific suppliers in order to meet our aggressive cost, quality and service requirements. Suppliers who attain the status of primary and/or preferred with GSK will enjoy an open constructive and mutually supportive business relationship that continuously examines and reduces both parties costs in a way that is mutually beneficial. In addition, service and quality are expected to be optimized. All RFI responses are due to be received by GSK Brazil office no latter than 05.01.2004 to the following E-mail address: 103 E-mail: [email protected] Please, send a message to me if you have any questions or need clarification. Fernando Dinkelmann. Latin America Packaging GlaxoSmithkline. 104 APÊNDICE C PLASTIC BOTTLES Request for Information SUPPLIER NAME: __________________________________________ Supplier Address: ___________________________________________ ___________________________________________ Key Contact for follow-up on this request:________________________ Phone number: ________________Fax Number: __________________ 1. Are currently doing business with GlaxoSmithkline or GlaxoSmithkline affiliates? If yes, indicate in what products and services, which GSK geographical unit, and the total annual USD spent with you in 2001, 2002 and 2003. 2. Please, describe your overall business scope and goals. What is your business strategy? 3. Specifically list your equipment’s in the Production Plant and Services Distribution centers, Service Centers and Sales Offices. Describe your willingness to add capacity if required. 4. For how many years have you been in the business of providing PLASTIC BOTTLES products or services? 5. Describe your Quality Assurance programs, and enclosed relevant documentation. 6. Please, explain your company structure, including ownership, sister companies, subsidiaries, affiliations, and divisions. 7. What is your relative share of the market for PLASTIC BOTTLES (please be explicit about your definition of the market and geographically). 8. What is your participation in Pharmaceutical sector(%)? In other markets like Cosmetic, Food, Chemical, etc, ... 9. Describe your plans for acquisition, expansion, new equipment’s and new affiliations. 10. Describe your strategic focus for the next 3 years. 11. Provide real samples of customer service analysis, member satisfaction measures and cost reduction reports to help us understand what are able to provide. 12. Describe the future changes in PLASTIC BOTTLES market, what is driving the change, what are you doing to adapt, and what you believe are the keys to PLASTIC BOTTLES 105 success in the future for a company like GlaxoSmithkline. Describe the technological trends for the future. 13. What were your overall US$ sales in PLASTIC BOTTLES product and service in 2003? What has been your specific sales over the last 3 years (2001 –2003)? Detail breakout would be helpful if you can provide. 14. What is the drivers for the cost of PLASTIC BOTTLES? Raw materials, Labor, Technology,... 15. What is your actual capacity of production in Tons? 16. Describe your manufacturing process since purchasing of your Raw Materials? 17. Define number of employees in your plants. 18. Are there contracts in place with your suppliers? 19. Describe your medium Price Cost information: Materials (%) – Labor (%) – Energy (%) – Depreciation (%) – Overheads (%) – Service and Marketing (%) – Profit (%) – 20. What is the medium age of your equipment’s? 21. Describe your current customer accounts. Indicate total number of national contracts, regional contracts, average size of contract (annual US$), name and size of the 5 largest contracts. 22. Who is your best customer, and why? 23. Provide references of two large successful contracts you’ve gained and one large contract you have lost. 24. Based on your experience in dealing with large complex accounts, what are the key success factors? 25. What are your current standard response times? 26. What is your market reach? National, Regional, International? 27. How do you consider in technology leadership in your market? Leader or Follower? 28. Describe your current IT infrastructure and any significant plans for change. 29. Who is the most worthy competitor? Why do you think so? 30. What makes you different from your key competitors? 31. Please list all legal cases, which were in existence for the past five years in which your company was the defendant. 32. What geographic limitations do you have? 33. Are you open to create a joint venture with another company? 34. Please, send your balance sheet. 106 APÊNDICE D INFORMATION DETAIL Measure Supplier 1 Supplier 2 CURRENT BUSINESS 2001 2002 US$ US$ 0 0 WITH GSK 2003 US$ 0 SITES BUSINESS SCOPE TYPES OF PLASTICS CAPS, BOTTLES, DEVICES,... Years YEARS IN PLASTICS QUALITY ASSURE PROGRAM COMPANY STRUCTURE MEXICO PLASTIC BOTTLE MKT SHARE % No Continuous process improvement and technology innovation on packing solutions for our customers, in order to reinforce our strategic position as a key player in the plastic industry in Europe and Latin America, as well to increase and settle our presence in the American, Eastern Europe, and Asian Markets. Xochimilco, Civac (Astringosol) Working in Pet and Poliethylene bottle business so as in caps closures ones. Participate in the business of specialties with high quality and service demand. Caps, Bottles Caps, Bottles Europe:49 years; Mexico: 12 years; Asia: 4 years; Latin America: 35 years; North America.: 3 years 14 ISO 9001 Certificate parameters, since 1999; continuously implementing ISO reinforcement programs as “8D’s”, “5S’s”, “Experimental Design”, etc, and to get the Mexican “Industria Limpia” certificate. Supplier 1 is a family company owned by Mr. Alwin Lehner. The global operations of the company is divided into three major areas, each one managed by a CEO: Commercial, Financial, and Technical & Development. Supplier 1 also has 73 owned facilities in 28 countries and presence in three continents; 21 of these facilities are In-House operations with customers like: CocaCola, P&G, Henkel, Unilever, Clorox, etc. They don’t have any kind of sister companies, subsidiaries, or affiliations different than local Plastic Associations in each Country. In Mexico, our main Divisions are EBM, IBM, SBM, Injection Preforms, and Injection Caps. Certificate of ISO 9001: 2000 approval. So as the “Grupo Homologado de Validación a Proveedores” recertificate achieved recently. No information No information INFORMATION DETAIL SALES DIVISION PHARMACEUTICAL % Measure FOOD & BEVERAGE HOME CARE % 45 % 20 PERSONAL CARE / BEAUTY / HEALTHY OTHER % 25 % 10 5 Increasing the plant in 800m2 which will house injection equipment able to innovice 1.5 million pesos/month since july 2004 polyethilene project on. 2001 US$ Continuously analyzing expansion projects in Mexico for all our Divisions. Regarding equipments acquisition, continuous replacing, relocating, updating, and buying new equipments depending on its capacity needs. · Became largest PET bottle supplier in Mexico. · Reinforce our key player role on the Mexican EBM market. · Increase our participation on the IBM and Injection business. · Introduction of new plastic solutions and plastic technologies to Mexican market. 208 MM 2002 US$ 225 MM 2003 US$ 231 MM YEAR Tons 105.000 YEAR Tons 25.000 YEAR Tons 80.000 (pet) RAW MATERIAL % Mexico: 830 employees; Worldwide: 6,500 employees 40 LABOR % 11 ENERGY % 6 DEPRECIATION % 18 OVERHEADS % 6 SERVICE & MKT % 6 PROFIT % 6 OTHER MEDIUM AGE OF EQUIPMENTS CUSTOMERS MARKET REACH TECHNOLOGY LEADERSHIP 10 % STRATEGIC FOCUS IN THREE YEARS ACTUAL CAPACITY PRODUCTION (ALL) ACTUAL CAPACITY PRODUCTION (HDPE) ACTUAL CAPACITY PRODUCTION (OTHERS) NUMBER OF EMPLOYEES PPCA Supplier 2 60 COSMETIC PLAN FOR ACQUISITIONS, EXPANSIONS, INVESTMENTS, NEW AFFILIATIONS,... SALES IN MEXICO Supplier 1 0 (NATIONAL / REGIONAL / INTERNATIONAL / GLOBAL) (LEADER / FOLLOWER) Increase sales at a rate or 15%/annum minimum in markets such as pharmaceuticals, spirits, foods etc. polyethilene y PET 8.3 MM (6.5 MM Bottles / 1.8 MM Caps) 9 MM (7 MM Bottles / 2 MM Caps) 10,5 MM (8,0 MM Bottles / 2.5MM Caps) 350 (month/day/Year???) 300 50 4 10 % 43 Years 3 4 Coca-Cola FEMSA and P&G, Unilever, Colgate-Palmolive & Clorox In-House Project International Unilever de Mexico, Nestle Mexico, Sabormex, La Costeña, Productos Roche National Leader Leader 108 INFORMATION DETAIL Measure Supplier 3 Supplier 4 CURRENT BUSINESS 2001 2002 US$ US$ 515.000 200.000 0 97.000 WITH GSK 2003 US$ 336.000 148.000 Civac (Scott) SITES Sustained annual growth of 7% through the closing of new business with our current client portfolio, and continue the expansion through new clients. BUSINESS SCOPE TYPES OF PLASTICS CAPS, BOTTLES, DEVICES,... Caps, bottles Years Civac (Astringosol), Costa Rica (Child Proof caps) Provide sale plastic solutions, though competitive advantages, diferentiation, technology, productivity and cost. Caps, bottles 30 46 (USA); 26 (Mexico) YEARS IN PLASTICS Integrated system for quality ISO 9000 assurance developed for all our FDA REGISTRATION departments. No ISO or GMP. Supplier 4 QUALITY SYSTEMS QUALITY ASSURE PROGRAM Comprised for three sister companies which have the same ownership: Inmobiliaria Burjal, S.A., which owns the land and facilities; Label de México, S.A. de C.V., and Moldes y Accesorios Para la Industria Plástica, S.A. de C.V. COMPANY STRUCTURE MEXICO SUPPLIER 4 IS PART OF O-I CONGLOMERATES WICH IS THE LARGEST GLASS & PLASTIC CONTAINERS MANUFACTURER IN USA AND ONE OF THE MOST IMPORTANT IN LATINAMERICA AND EUROPE. O-I MÉXICO BELONGS TO THE INTERNATIONAL PLASTIC DIVISION. Supplier 4 HAS 4 STRATEGIC BUSINESS UNITS: HEALTH CARE PERSONAL CARE FOOD & BEVERAGES HOUSEHOLD AUTOMOTIVE, CHEMICAL & INDUSTRIAL 38 % PLASTIC BOTTLE MKT SHARE PHARMACEUTICAL COSMETIC FOOD & BEVERAGE SALES DIVISION HOME CARE PERSONAL CARE / BEAUTY / HEALTHY OTHER % % % % % 50 50 31 62 % 22 109 INFORMATION DETAIL Measure PLAN FOR ACQUISITIONS, EXPANSIONS, INVESTMENTS, NEW AFFILIATIONS,... STRATEGIC FOCUS IN THREE YEARS SALES IN MEXICO ACTUAL CAPACITY PRODUCTION (ALL) ACTUAL CAPACITY PRODUCTION (HDPE) ACTUAL CAPACITY PRODUCTION (OTHERS) NUMBER OF EMPLOYEES PPCA Supplier 3 Supplier 4 The acquisition of an Extrusion Blow Molding machine for HDPE, PP, and PVC, and another for PTE are under review. Aggressively to increment productivity through the optimization of the production facilities as well as through the acquisition of new equipments. 2001 US$ 5.3MM 2002 US$ 5.1MM 2003 US$ 4.3MM YEAR Tons 2.160 YEAR Tons YEAR Tons TO GROWTH IN INTERNATIONAL ACCOUNTS - LONG TERM AGREEMENTS - INCREASE OUR MARKET SHARE IN PERSONAL CARE AND HEALTH CARE BUSINESS. - KEEP IMPROVING OUR QUALITY & LOGISTIC SYSTEMS 30.000 280 1.000 RAW MATERIAL % 50 40% LABOR % 15 6% ENERGY % 8 11% DEPRECIATION % 2 OVERHEADS % 10 SERVICE & MKT % 3 PROFIT % 12 OTHER MEDIUM AGE OF EQUIPMENTS CUSTOMERS MARKET REACH (NATIONAL / REGIONAL / INTERNATIONAL / GLOBAL) TECHNOLOGY (LEADER / FOLLOWER) LEADERSHIP % 43 Years 15 1 to 10 Schering Plough, S.A. de C.V., Aventis Pharma, S.A. de C.V., Productora de Cosméticos, S.A. de C.V. (Wella), GlaxoSmithKline, Avon Cosmetics, S.A. de C.V., House of Fuller, S. de R. L. National 1) 2) 3) 4) 5) COCA-COLA BOTTLERS PROCTER & GAMBLE COLGATE PALMOLIVE ABBOTT LABORATORIES L´OREAL International Follower Leader 110 INFORMATION DETAIL Measure Supplier 5 Supplier 6 CURRENT BUSINESS 2001 2002 US$ US$ 0 0 0 0 WITH GSK 2003 US$ 0 0 SITES No No Client oriented company producing with high quality and service level and selling at a market price. injection, injection blow, extrusion blow and decorating, silk screen, heat transfer, tampo printing, hot stamping. BUSINESS SCOPE TYPES OF PLASTICS CAPS, BOTTLES, DEVICES,... Caps, bottles, tubes. Years 24 33 YEARS IN PLASTICS Soplamex quality QUALITY ASSURE PROGRAM COMPANY STRUCTURE MEXICO % Mexican organization with two sister companies ( La Cazadora and Tapiplastic ) that are handled by two owners : Mr. Fernando Cesar and Mr. Raul Sanché. Mr. Cesar is the General Director Of Empak and Soplamex companies dedicates to produce plastic bottles and Mr. Sanché is the General Director of Tapiplastic that produce inyection products and La Cazadora that produce plastics tubs for the cosmetic business. 2 Based on ISO-9000-2000, but not certified yet. 8 PLASTIC BOTTLE MKT SHARE PHARMACEUTICAL COSMETIC FOOD & SALES DIVISION BEVERAGE HOME CARE PERSONAL CARE / BEAUTY / HEALTHY OTHER % % % 5 80 7 % % % 8 111 INFORMATION DETAIL Measure PLAN FOR ACQUISITIONS, EXPANSIONS, INVESTMENTS, NEW AFFILIATIONS,... STRATEGIC FOCUS IN THREE YEARS SALES IN MEXICO ACTUAL CAPACITY PRODUCTION (ALL) ACTUAL CAPACITY PRODUCTION (HDPE) ACTUAL CAPACITY PRODUCTION (OTHERS) NUMBER OF EMPLOYEES PPCA Supplier 5 Supplier 6 Grow at the end of 2004 at least a 10% production capacity. Enter into the PET market, with a new injection blow machine, then replace oldest equipment for injection as well for extrusion blow. To grow with new clients that need a flexible supplier with high quality and service level. 2001 US$ To be certified on ISO-90002000, then improve our productivity by acquiring the newest technology 6,526 1.650 2002 US$ 6,085 1.350 2003 US$ 3,651 1.500 YEAR Tons 3.480 2.500 YEAR Tons YEAR Tons 143 190 34% 37% RAW MATERIAL % LABOR % 20% 19% ENERGY % 25% 18% DEPRECIATION % OVERHEADS % SERVICE & MKT % PROFIT % OTHER % MEDIUM AGE OF EQUIPMENTS CUSTOMERS MARKET REACH (NATIONAL / REGIONAL / INTERNATIONAL / GLOBAL) TECHNOLOGY (LEADER / FOLLOWER) LEADERSHIP 4% 12% 7% 5% 9% Years 10% 15 6 Colgate National Jafra (702,000), Mission Hills (628,000), House of Fuller (535,000), Colomer de México (274,000), Unilever de México (175,000). National Follower Follower 112 INFORMATION DETAIL Measure Supplier 7 CURRENT BUSINESS 2001 2002 US$ US$ 920.000 493.000 WITH GSK 2003 US$ 425.000 SITES Xochimilco BUSINESS SCOPE 12 year experience in blow molding process. Provide plastic products (pipettes, caps and bottles) to the pharmaceutical, agro-chemical and cosmetic industry, at high volumes to achieve low prices. TYPES OF PLASTICS CAPS, BOTTLES, DEVICES,... Years 34 YEARS IN PLASTICS · Quality assurance system according to ISO 9000:2000. Certification in process (December 2004) QUALITY ASSURE PROGRAM · Supplier 7 is one of three Divisions of Mold-Tec Group. (Nova Pack, MT Tooling, Tip Top Hangers) . All divisions with a single family ownership. COMPANY STRUCTURE MEXICO % No PLASTIC BOTTLE MKT SHARE PHARMACEUTICAL COSMETIC FOOD & SALES DIVISION BEVERAGE HOME CARE PERSONAL CARE / BEAUTY / HEALTHY OTHER % % % 60% 15% % % % 25% 113 INFORMATION DETAIL Measure PLAN FOR ACQUISITIONS, EXPANSIONS, INVESTMENTS, NEW AFFILIATIONS,... STRATEGIC FOCUS IN THREE YEARS SALES IN MEXICO ACTUAL CAPACITY PRODUCTION (ALL) ACTUAL CAPACITY PRODUCTION (HDPE) ACTUAL CAPACITY PRODUCTION (OTHERS) NUMBER OF EMPLOYEES PPCA Supplier 7 · Have approximately 50% of our capacity available in our new plant “Bugambilias”. · Two additional blow extrusion equipments will be received next week 2001 US$ · Concentration on large scale volumes in Mexico and Central America · 60% sales increment in the next 3 years (2004, 2005, 2006) 1.907.000 2002 US$ 2.152.000 2003 US$ 2.410.000 YEAR Tons 2.400 YEAR Tons YEAR Tons 351 RAW MATERIAL % 50% LABOR % 8% ENERGY % 4% DEPRECIATION % 5% OVERHEADS % 15% SERVICE & MKT % 11% PROFIT % 7% OTHER % MEDIUM AGE OF EQUIPMENTS CUSTOMERS MARKET REACH (NATIONAL / REGIONAL / INTERNATIONAL / GLOBAL) TECHNOLOGY (LEADER / FOLLOWER) LEADERSHIP Years 5 Bristol Myers, Roche Syntex, Glaxo Smith Klein, Pfizer, Janssen, Bayer, Dow Agroscience National Leader 114 APÊNDICE E Blow Molding Mx Cx Criterias Supplier able to accomplish KPI´s 5.6.1 & 5.6.3. The supplier facility and process must comply with Safety, Regulatory, Quality assure & Environmental GSK Norms. Supplier producing plastic bottles. Weighti ng Go/No go Go/No go Supplier 1 Rate Go Score Supplier 2 Rate Go Score Supplier 3 Rate Go Score Supplier 4 Rate Go Score Supplier 5 Rate Go Score Rate Go Score Supplier 7 Rate Go Go Go Go Go Score Go Go Go Go Go/No go 10 Go Go Go Go 5 5 10 10 10 10 10 10 5 5 0 0 8 8 2 1 1 1 1 1 1 1 1 2 2 1 1 1 1 10 10 10 10 10 5 5 10 10 10 10 5 5 10 10 5 0 0 5 5 5 5 0 0 0 0 0 0 5 5 Supplier to produce Hinds caps 2 2 2 2 2 2 2 2 2 0 0 2 2 2 2 Supplier contracts GSK employees 6 0 0 0 0 0 0 6 6 6 6 6 6 6 6 Supplier buy GSK Equipment’s. 10 0 0 0 0 0 0 5 5 10 10 8 8 10 10 Net potential saving (Lot winner - 30 / Second in Lot - 20 / Third in Lot 10); 35 0 0 10 10 0 0 20 20 30 30 20 20 30 30 Supplier must be leader in technology. (Age of equipments) Supplier must be near to GSK Civac. Supplier has the capacity to supply all GSK Mexico sites & Ability to ramp up capacity to 100% of monthly volumes. Supplier with international approach No Go no curr prod Supplier 6 18 38 23 54 63 42 72 Complexity of implementation (Only to finalist suppliers) 10 0 0 0 0 0 0 10 10 Time of implementation (Only to finalist suppliers) 10 0 0 0 0 0 0 10 10 100 18 38 23 54 63 42 Total 92 APÊNDICE F Estrutura de custos (U$/mil) Drivers Hinds 90ml 230ml 325ml 420ml 525ml Resin 15.31 24.31 34.22 43.23 50.43 Master batch 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 Depreciation 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 Molds amortization 1.20 1.26 1.35 2.01 2.01 Labour 3.53 3.71 3.77 5.92 5.92 Energy 6.82 10.06 12.25 13.80 16.11 Packaging 0.95 1.09 1.27 1.90 1.90 Indirects 10.90 17.14 17.30 11.48 15.55 Profit 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 Transportation 1.41 1.61 1.88 2.82 2.82 Total unit cost (U$/mil) 40.12 59.18 72.03 81.15 94.74 APÊNDICE G Critérios: Diferenciação 1 Perguntas: Tomada de decisão (1=rápido, 10=lento) 2 Cultura (1=rigido, 10=flexível) 3 Sistemas de informação (1=claro, Resposta GSK Comentários: 1 O fornecedor toma decisões de mudança de tipo de frascos a serem produzidos rapidamente. Eles tem máquinas dedicadas para a produção da GSK. 8 Estão completamente abertos a desenvolver novos projetos para reduzir custos, tempo de entrega e inventário. Na produção integrada da GSK também havia um sistema muito flexível de atender as ordens de produção, porém limitado à capacidade de produção das máquinas de frascos. 2 Troca de informação entre GSK e fornecedor é feita através de E-mail e Ordens de Compras firmes. Estão abertos a integrar os sistemas de MRP's das duas empresas para facilitar visualização de informação Integração 4 10=complicado) Estilo (1=informal, 10=formal) 3 5 Procedimentos (1=burocrático, 10=limpo ou 8 1 2 "lean ") O fornecedor adaptou a organização e métodos de gerenciamento para trabalhar efetivamente para GSK (1=discordo plenamente, 10=concordo plenamente) Durante o ano passado, quanto frequentemente 6 principal. Falta implementar a certificação dos processos para que a 2 GSK receba frascos sem precisar aprovar internamente. Mais desarcordos relacionados a atrasos de entregas e variação da capacidade do frasco. Este é um tema em discussão pois o fornecedor indica que não atinge as variações de capacidade da especificação da GSK. Este caso está sendo tratado em comum acordo para definir um requerimento único. Existe um modelo de custos estabelecido entre GSK e fornecedor. 2 Existe um modelo de custos dentro do contrato. 8 Sim, todos concordam que as áreas da GSK e fornecedor trabalham 4 houve desacordos entre GSK e o fornecedor? 3 (1=muito raramente, 10= muito frequentemente) Quão fácil é a negociação entre GSK e de estoques e pedidos, reduzindo quantidade de inventário. O fornecedor tem um estilo informal onde se tem um contato mais próximo junto às áreas afins. O fornecedor busca não burocratizar o processo. Somente no desenvolvimento de novos produtos, há um processo de aprovação a ser seguido para garantir que todas as mudanças de desenhos sejam aprovadas pela GSK. O fornecedor tem alguns clientes e trata a GSK como um cliente fornecedor para troca de informação de custos quando a GSK necessita de desenvolver algum 4 5 projeto novo? (1=muito fácil, 10=muito difícil) Quão fácil é a negociação entre GSK e fornecedor para troca de informação de custos quando os custos de matérias-primas aumentam? (1=muito fácil, 10=muito difícil) Os problemas que aparecem no curso da relação são tratados em conjunto mais do que como responsabilidades individuais. (1=discordo 4 plenamente, 10=concordo plenamente) Por favor, indicar sua opinião sobre a natureza do componente (Escala: 1=discordo totalmente, 10=concordo totalmente) O novo desenho de um frasco requer contribuição de ambas as partes. Sua produção requer contribuição contínua de ambas as partes. Toma significativo tempo e esforço entender os requerimentos da outra parte para o crescimento do negócio. Uma significativa quantidade de esforço da área 5 técnica para desenvolvimento de novo frasco. O fornecedor necessita produzir frascos para Interdependência recíproca 1 2 3 em conjunto. 10 10 6 8 8 Os principais requerimentos da GSK estão dentro do contrato. Entretanto há oportunidades de melhora com redução do tempo de produção de frascos. Já foi desenvolvido novos frascos, alguns com desenhos difíceis onde o fornecedor procurou otimizar o desenho e melhorar ciclo de produção. A GSK entende que o fornecedor tem completo domínio da produção 2 GSK com especializada experiência e know-how. Por favor, indicar sua opinião sobre a natureza do componente (Escala: 1=discordo totalmente, 10=concordo totalmente) Melhorias tecnológicas significativas são esperadas na produção de componentes. Há uma significativa imprevisão no processo de produção Significativas flutuações são esperadas nos requerimentos de volumes mensais Há uma significativa incerteza sobre os volumes anuais estimados Sua opinião sobre atratividade do fornecedor comparado com a produção integrada ou fornecedores alternativos. Preço competitivo (1=menos atrativo, 10=mais atrativo) Apoio e serviços 3 Flexibilidade na produção 7 4 Qualidade do produto 7 5 Inovações do produto 9 Pode ser melhorado com maior integração entre as áreas. Com a integração vertical o contato era direto entre todas as áreas de produção. Devido a maior capacidade de produzir mais frascos, o fornecedor consegue reduzir o tempo de entrega de frascos em comparação com a produção integrada. Ainda se pode melhorar com ajuste de capacidade dos frascos grandes e implementação do programa de certificação de fornecedores. Tem atendido com novos produtos de sucesso lançados no mercado. 6 Performance em geral 8 Muito boa, dentro das expectativas do projeto. Instabilidade transacional 1 2 3 4 Performance da parceria estratégica 1 de frascos, se comparado com a produção integrada da GSK. 9 O fornecedor tem produzido frascos com menor custo que a GSK. 3 O fornecedor tem uma performance dentro do acordado e contrato. 4 3 As variações de pedidos não tem sido frequentes pois a acuracidade de vendas tem sido boa. Os volumes de produção tem sido anualmente crescente. 9 O fornecedor tem um excelente custo de resina e de fabricação. 7 117 APÊNDICE H Abastecimento GSK/Supplier Area Jan – Nov 2005 GSK comments Comments/Recommendation Supplier comments Comments/Recommendation Action Plan: Esta situación fue temporal debido a la corrección de moldes con problemas de capacidad, la capacidad actual cubre las necesidades del cliente a partir de mediados de Octubre Capacidad regularizada para cubrir las neceisdades del cliente en Octobre. Reengineering molds, Intra & Mama - when achieve 70%, need to increase capacity. 0 = Poor 10 = Excellent Capacity - Comply with Annual Volume Requirements negotiated with GSK. 8 Capacity - Ability to ramp up capacity to 100% of monthly volume requirement. Emergencies lead time to be negotiated with supplier and GSK 1 Molds from GSK with limited capacity. Supplier had not achieve optimal production conditions in the area. Capacity - Meet GSK's economic lots. 6 Supplier have been delivering goods below the economical lots agreed. Si estamos cumpliendo porque evaluación es menor a 10 Capacity - Meet GSK's package quantities per shipping case. 5 Supplier is not achieving GSK shipping case specifications. La caja actual de entrega optimiza flete y las propuestas NO han sido GSK tiene pendiente de aprovechar el aceptadas por GSK al efectar tipo de caja actual para NO afectar su incremento en costos capacidad de almacenaje Delivery performance - KPI 5.6 in 95% Molds from GSK with limited capacity. Supplier had not achieve optimal production conditions in the area. 6 Average KPI June - 69%. Supplier have been En Sep., Oct., Nov. hemos obtenido el delivering goods below the minimum 100 % sin embargo Compras NO ha percentage of 90%. corregido evaluación Delivery performance - in case of supply risk, supplier must notify to GSK any quality issue that will afect supplyment (Ex. lack of material, strikes, equipments, ...) Delivery performance - freight transportation with security container and optimized quantities. Plant facility - Sufficient equipment at multiple sites to support a portfolio of projects at all scales. Able to support a wide range of physical handling demands. Inventory - Some pre-cursor stocks, supplier owned, held to ensure fast start in response to unscheduled demand, or when manufacturing issues cause material shortfall. Compras deberá corregir evalución solicitada por Supplier debido a que las entregas se entorpecierón por negociación de precios y cambio de Razón Social 8 Some non expected issues informed by Supplier. Inventory information Work with GSK to implement transport loops 10 10 No issue. Supplier has been able to extend additional projects. 4 Supplier could not built the safety stock to GSK. Safety - EHS policy. H & S of employees and “neighbours” top priority. Integral part of company culture with regular awareness sessions used. Performance in the area monitored closely with improvement plans identified. State of art working environment. 9 Supply Chain Management - Comprehensive Supply Chain Management processes in place, including active supplier management, through all aspects of manufacturing, to delivery to GSK. Performance is regularly measured, and improvements made. Focussed, proactive approach with supplier approval process in place, compliance audits carried out for all key materials. Secure supply established on key input materials with contingency plans in place. 7 Supply Contingency - Contingency plan agreed with supplier in case of shortage of materials, machine break-down, strikes,etc 7 Supplier Contingency - Process validation/qualification complete at supplier's sites. Contingency plans in place to cover against complete site disablement. 5 Response to New Enquiry’s - Able to meet or better GSK generic targets for the evaluation of new projects and lead-times for the manufacture of initial supplies. 4 Lead Time - 'Visible' lead-times and effective two-way communication allows management of available capacity. 8 Supplier is working to develop alternative sources for resin specifications. Supplier ha manejado inventarios con 15 días de la demanda del siguiente mes, esto NO ocurrió en Ago., y Sep. Por corrección de moldes por capacidad y verticalidad Supplier continua planeando y produciendo producto para tener 15 días de inventario Develop alternative sources for resin in South America or Asia. No validation when starting the process operation. There is no other facility approved to supply GSK. Delays on implementation of new projects and delay on start-up of new projects. Supplier sometime has given wrong/unrealistic lead-times. Followup between leader GSK / Supplier Team Open discussions between GSK and Supplier to define timings and risks, also well define commitment of the two parties 118 Qualidade GSK/Supplier Area Jan – Nov 2005 GSK comments Comments/Recommendation Supplier comments Comments/Recommendation Action Plan: 0 = Poor 10 = Excellent Quality system - Quality System/Regulatory/GMP 5 New facility built to be dedicated to GSK production. Problems of contamination identified with Intrahidratant Hinds bottles. Not robust Quality System. Specification - Quality in meeting GSK's specifications 5 Quality Issues with Intrahidratante & Mama Bottles. Closed the Intrahidratant's facility. 10 Specification - Delivering Quality Certificates with all shipments. Performance Measure - Supplier must comply with the KPI 5.6.2 at least in 99%. Performance Measure - Supplier led, proactive, approach to performance measurement which are aligned with GSK’s measures. 3 8 Change Control - Procedure in place and understood. 10 Process Control - History of excellent process control supported through high level of plant automation. Routine statistical analysis of manufacturing data facilitates tighter limits where appropriate and drives specification re-evaluation. 10 10 Process Control - Commitment to certification program. Process Control - Quality of "Corrective action" reports. TTS - Technical Terms of Supply agreed with GSK 22 quality issues identified from Jan to Jun/2005. Regular meetings with GSK to improve performance. 19 quality issues identified from jan to jun 2005 Revision of all molds. Documentation of all change control procedures is informed to GSK. Developing a certification program. All investment done to be certified. 10 1 Serviço GSK/Supplier Area Jan – Nov 2005 GSK comments Comments/Recommendation Supplier comments Comments/Recommendation Action Plan: 0 = Poor 10 = Excellent Project Management - Effective system demonstrated over a number of projects. Strong team identity maintained throughout project lifetime. Resource not rate limiting to project progression. 5 Not efective, but demonstrating cooperation. Investments - Partnership approach to investment. Supplier takes the view that investment will have benefit for future projects and charge accordingly. 10 All investments done to have the project implemented with GSK. Communication - Direct communication at all levels of the companies and cross functionally including for example counterparts in Finance, Production, Engineering, SHE, Chemistry and Analytical, in addition to the commercial functions. 10 open communication. Communication - Project updates/campaign reviews provided as routine with all key information confirmed in writing. Communication - Regular site visits by different functions to help share understanding of issues. Communication - Dedicated account manager responsible for GSK needs. Supplier will be named a project manager for reeng to support tracking to support NPD and team leader (Carlos Rubiano) Supplier will be named a project manager for reeng to support tracking to support NPD and team leader (Carlos Rubiano) 7 Need to improve the communication of deliveries. 9 Every time Supplier is open to attend visit meetings and audits. Good service provided by Emmanuel. 10 Supplier will be named a project manager for reeng to support tracking to support NPD and team leader (Carlos Rubiano) 119 Custo GSK/Supplier Area Jan – Nov 2005 GSK comments Comments/Recommendation Supplier comments Comments/Recommendation Action Plan: 0 = Poor 10 = Excellent Best Cost - Best Price for GSK. Supportive of 7+7+7 as minimum. Optimum asset distribution provides Economies of Scale at minimum fixed costs- appropriate capacity to support industry. Marginal costing approach when GSK business fills “dead capacity”. Access to facilities with a lower cost base, i.e. non-GMP equipment or emerging economies. Business wide cost reduction initiatives that support price reductions. Competitive advantage. Cost share on development projects. 7 Cost Breakdown Availability - The company should make a full cost breakdown available to GSK, including detailed breakdown of material costs, cycle times and processing costs, labour costs, overheads and profits and logistics/packaging costs. 10 Review the costs of Reenginering project based on GSK targets Jan/06. Reengineering project. Open cost book implemented. Price Reduction Performance - The company should have been able to offer GSK (& other customers) price reductions over the previous year whilst still achieving acceptable margins through efficiency/productivity improvements. 7 Negative impact in saving with the 1st phase of the project by Supplier. So, we could not have price reduction performance. Inovação GSK/Supplier Area Jan – Nov 2005 GSK comments Comments/Recommendation Supplier comments Comments/Recommendation Action Plan: 0 = Poor 10 = Excellent Continuous Improvement/Cost reduction - Comprehensive CI/CR programme covering all aspects of the business (not just production). Ownership of CI/CR plans and performance with all employees (shopfloor to CEO). Clearly demonstrates competitive edge in ability to extract maximum process efficiency through CI/CR programme. 'Earns' current and future business. 6 After implementation of reengineering project, GSK/Supplier will have more possibility to identify continuous improvement initiatives. New Technology - Supplier has an established track in progressing new technology to the marketplace and is recognised as excelling in this area. 6 No information provided by Supplier. Flexi tubes 120