XII CONGRESSO DE ECOLOGIA DO BRASIL
CARACTERIZAÇÃO DAS GALHAS INDUZIDAS POR
INSETOS AO LONGO DE UM GRADIENTE ALTITUDINAL
NA SERRA DO CIPÓ, MG, BRASIL.
Larissa Santos-Ecologia Evolutiva e Biodiversidade, Departamento de Biologia Geral. Instituto de Ciências
Biológicas. Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG. [email protected]
Bárbara C. Nunes- Ecologia Evolutiva e Biodiversidade, Departamento de Biologia Geral. Instituto de Ciências
Biológicas. Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG.
Giovana Rodrigues Luz - Laboratório de Ecologia e Propagação Vegetal, Departamento de Biologia Geral.
Universidade Estadual de Montes Claros. Montes Claros, MG.
Geraldo Wilson Fernandes - Ecologia Evolutiva e Biodiversidade, Departamento de Biologia Geral. Instituto de
Ciências Biológicas. Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG.
INTRODUÇÃO
A distribuição e diversidade dos insetos galhadores (IG) estão intimamente relacionadas com fatores bióticos, como
a sua relação com a vegetação e a fatores abióticos, como clima, tempo e espaço (Fernandes e Negreiros 2006). Por
serem taxonômica e ecologicamente diversos, possuírem alta fidelidade ecológica e apresentarem habito séssil,
esses artrópodes são modelos importantes para a identificação de padrões e processos ecológicos (Fernandes et al.
1995, Santos et al 2012).
As interações entre os galhadores e as plantas são específicas de tal forma que cada espécie de inseto está associada
somente a uma espécie de planta hospedeira (Carneiro et al. 2009) na qual cada galhador induz um tipo de galha
com características morfológicas e fisiológicas únicas (Cavalho-Fernandes et al. 2012). Assim, espera-se que o
aumento da riqueza, abundância e composição das plantas interfiram positivamente na riqueza desses artrópodes
(Fleck e Fonseca 2007).
OBJETIVO
O objetivo do presente trabalho foi descrever a riqueza e os morfotipos das galhas de Campo Rupestre da Serra do
Cipó.
METODOLOGIA
O estudo foi realizado na vertente oeste da Serra do Cipó, MG, Brasil, localizada na porção sul da Cadeia do
Espinhaço (43º-44ºW, 19º-20ºS). Essa região apresenta grande riqueza de espécies de plantas, com predominância
das famílias Asteraceae, Fabaceae, Melastomataceae, Myrtaceae, Malpighiaceae, Rubiaceae e Euphorbiaceae
(Giulietti et al. 1987).
O trabalho foi desenvolvido em setes altitudes: 1400 m, 1300 m, 1255 m, 1101 m, 1001 m, 977 m e 824 m. Em
cada área foi traçado um transecto de 250 metros, que foi dividido em parcelas de 100 m², havendo um intervalo de
10 m entre cada uma. Em cada parcela foram marcadas plantas com DAS (diâmetro acima do solo) ≥ 1 cm.
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A coleta foi realizada durante os meses de Maio, Junho e Setembro de 2014. Os diferentes morfotipos de galhas
encontrados foram coletados e identificados até o nível de família, sempre que possível. A riqueza das galhas foi
registrada através de fotografias e exsicatas, de acordo com os diferentes morfotipos presentes, levando-se em
consideração a cor, forma, pubescência e órgão da planta no qual a galha se encontra.
RESULTADOS
Foram obtidos 78 morfotipos de galhas associadas a 48 espécies de plantas, que pertencem a 18 famílias. Dentre as
famílias hospedeiras as Asteraceae, Malpighiaceae, Fabaceae e Nyctaginaceae foram as que apresentaram maior
riqueza de galhas tendo, respectivamente, 17,94%, 15,38%, 11,53% e 8,97% de todo o universo amostral.
DISCUSSÃO
As galhas foram encontradas nas folhas e ramos das espécies de plantas amostradas. O órgão que apresentou maior
riqueza de galhas foi a folha com 64% da riqueza total, seguido pelos ramos (36%). Os morfotipos encontrados
possuíam as formas amorfas (17,33%), cilíndrica (2,66%), cônica (4%), fusiforme (16,66%), lenticular (25,33) e o
mais abundante era a forma globóide (32%).A maior riqueza de galhas nas folhas se apresenta como um padrão
mundial (Maia e Fernandes 2004).
CONCLUSÃO
Os resultados obtidos demonstram as relações que existem entre IG e plantas, além de corroborarem com os
padrões já descritos de riqueza e morfotipo de galhas. Dessa forma permite que estudos posteriores sejam feitos e
também usados como guias para mais trabalhos com esse grupo.
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