Morfotipos de galhas e m duas dife rentes fitofisionomias de Ce rrado em Goiás,
Brasil.
ARAÚJO, Walter Santos de (1,4); GOMES-KLEIN, Vera Lúcia (2,4); SANTOS, Benedito Baptista
dos (2,4); LOUSA, Túlio Costa (3,4). - 1 Bolsista do Laboratório de Entomologia; 2 Docentes; 3
Graduando; 4 Departamento de Biologia Geral, Instituto de Ciências Biológicas, UFG, GO, Brasil.
As galhas constituem interações bastante específicas entre planta hospedeira e inseto galhador,
podendo apresentar morfotipos característicos em diferentes fisionomias de Cerrado. O objetivo
deste trabalho foi relacionar a morfologia de galhas entomógenas encontradas em de uma mata
mesófila semidecídua e um cerrado sensu stricto em Goiás. As coletas foram realizadas em uma mata
mesófila semidecídua no Campus da UFG em Goiânia e em áreas de cerrado sensu stricto no Parque
Estadual da Serra dos Pireneus em Pirenópolis, no período de outubro de 2005 a abril de 2006. O
material coletado foi em parte levado para o Laboratório de Entomologia e colocado em frascos
plásticos com papel umidecido e parte levado para identificação. Nos ambientes de cerrado
ocorreram 15 morfotipos de galhas, principalmente em arbustos, encontrados em 11 famílias de
plantas. As galhas foram mais freqüentes nas famílias Melastomataceae; Euphorbiaceae e
Malpighiaceae, cada uma delas representadas por 2 (duas) espécies. Na mata, ocorreram 16
morfotipos de galhas, 46,7% delas em árvores, associados a 11 famílias botânicas, principalmente
em Leguminosae (4 spp.) e Ulmaceae (2 spp.). No cerrado o morfotipo mais presente foi globóide
(66,6%), sendo 26,6% das galhas pilosas e 73,3% glabras. Já na mata, 40% das galhas eram
discóides, sendo 75% glabras e 25% pilosas. Quanto à coloração, no cerrado ocorreram
principalmente galhas verdes (33,3%) e vermelhas (26,6%), já na mata predominaram galhas verdes
e amarelas (33,3% cada). A morfologia das galhas no cerrado pode estar relacionada às
características escleromórficas do ambiente e à presença de Lepidoptera e Psyllidae (Homoptera)
galhadores, que ocorreram em 5 famílias de plantas. Já nos ambientes mésicos os morfotipos de
galhas, podem ser devidos à marcante ocorrência de Cecidomyidae como principais galhadores
(ocorreram em 8 famílias), e também às características menos escleromórficas das plantas dessa
fitofisionomia.
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