VOLUMOSOS SUPLEMENTARES: ESTRATÉGIAS PARA ENTRESSAFRA 1 Rogério Marchiori Coan 2 Djalma de Freitas 3 Ricardo Andrade Reis 4 Sérgio de Souza Nakagi 1. Introdução Apesar do Brasil deter um dos maiores rebanhos bovinos comerciais do mundo, com aproximadamente 180 milhões de cabeças, observa-se que a taxa de lotação média é muito baixa (0,6 U.A./ha), resultando em produtividade inferior ao potencial do setor pecuário. Dentre os vários fatores que contribuem para essa baixa produtividade, pode-se destacar a estacionalidade na oferta de alimento proveniente das pastagens, alternando-se períodos onde é grande a disponibilidade quantitativa e qualitativa da forragem (águas), com períodos em que o crescimento das plantas é reduzido (secas), em resposta às alterações climáticas (baixa precipitação e temperatura). Como conseqüência desse fato, tem-se uma repercussão zootécnica correspondente, alternando-se períodos de grande oferta de produtos de origem animal (carne e/ou leite), com épocas em que é grande a dificuldade em manter o processo produtivo. Considerando-se que a demanda por alimentos numa propriedade permanece praticamente constante durante todo o ano e que, tendo a pastagem como base, os meios utilizados para garantir o suprimento na época seca (pasto diferido, adubação estratégica no final das águas e irrigação) têm sua eficiência em termos práticos e econômicos dependentes do sistema de produção no qual estão inseridos, assim, resta ao produtor utilizar outras alternativas no período de escassez, de forma a contornar este problema e garantir a manutenção ou ganho em peso dos animais. A escolha de alternativas visando minimizar os efeitos da estacionalidade na produção de plantas forrageiras deve ser coerente com o nível 1 de exploração pecuária, diferenciando-se, principalmente Zootecnista, MSc. - Doutorando em Produção Animal – FCAVJ - UNESP. Bolsista do CNPq. Zootecnista, MSc. – Doutorando em Produção Animal – FCAVJ – UNESP. Bolsista da Fapesp. 3 Professor do Departamento de Zootecnia – FCAVJ – UNESP. Bolsista do CNPq. 4 Zootecnista, Diretor da PlanGesPec – Consultoria Pecuária. [email protected] 2 pela necessidade de intensificação de uso das pastagens. É nesse sentido, que a suplementação volumosa de bovinos mantidos em pastagens tem sido adotada como estratégia para manutenção do equilíbrio entre a oferta e demanda de alimentos nos sistema de produção. Para tanto, é importante ressaltar que a adoção dessa tecnologia implica primeiramente na escolha do alimento volumoso a ser utilizado, sendo realizada em virtude da sua associação à oferta e qualidade da forragem presente na pastagem, disponibilidade de área para condução da cultura, máquinas e equipamentos para colheita, processamento e conservação de forragem, estruturas de suplementação (cochos, bebedouros, etc.), sendo, portanto, necessário o acompanhamento por um técnico de confiança, desde o planejamento da cultura até a avaliação da qualidade da forragem produzida e dos custos envolvidos na produção do alimento volumoso. De qualquer forma, há diversos tipos de alimentos utilizados como volumosos suplementares durante a época da seca. Assim, o objetivo deste artigo é apresentar, de forma resumida, alguns aspectos relacionados aos custos de produção e questões relevantes no uso de cada um destes alimentos. Para esta análise, foram escolhidos alguns alimentos volumosos, que tentam abranger diferentes sistemas de produção e níveis de tecnologia; sendo eles: cana-de-açúcar, silagem de capim, silagem de sorgo e silagem de milho. 2. Volumosos Suplementares 2.1. Cana-de-Açúcar A utilização da cana-de-açúcar como alimento volumoso suplementar, principalmente para bovinos, tem tido importância cada vez maior nas regiões Centro-Oeste e Sudeste do Brasil, em virtude de seus atributos positivos: cultivada em todo território nacional; cultura permanente de fácil implantação, requerendo poucos tratos culturais; elevada produtividade (ao redor de 90 ton./ha) em uma única colheita exatamente no período de escassez das pastagens (dispensa ensilagem); possui moderada elevada concentração de sacarose no colmo, mantendo condições adequadas de ser colhida de acordo com a necessidade durante a estação seca; e é bem consumida pelos animais, ao contrário do que muitos pecuaristas acreditam. No entanto, o uso intensivo da cana-de-açúcar apresenta algumas limitações, no que diz respeito à mecanização do corte e valor alimentício. No que se refere à mecanização do corte, de maneira geral, as máquinas forrageiras utilizadas para essa finalidade ainda são pouco eficientes, apresentam baixos rendimentos, necessidade freqüente de manutenção e, principalmente, o tamanho de corte das partículas não é adequado para a potencialização do desempenho animal. O corte mecanizado da cana-de-açúcar teve como base o uso de máquinas forrageiras inicialmente utilizadas para a ensilagem de milho e sorgo. Problemas de manutenção, rendimento e longevidade dessas máquinas sempre se apresentaram como limitantes ao desenvolvimento e à evolução de grandes sistemas de produção baseados na utilização da cana-de-açúcar como recurso forrageiro. Embora ainda com certa “timidez”, nos últimos anos tem havido melhora no desempenho das forrageiras utilizadas para o corte da cana. Porém, um aspecto que deve ser lembrado, é que não existe tendência de correlação entre a melhoria no desempenho das máquinas e as exigências dos animais, no sentido de um alimento com tamanho de corte menor. No que diz respeito ao valor alimentício da cana-de-açúcar, esta ao contrário da maioria das plantas forrageiras, apresenta melhora da digestibilidade da matéria seca (MS) com o avanço da maturidade fisiológica, devido a uma redução no espessamento da parede celular, com conseqüente diminuição dos teores de FDN (fibra detergente neutro) e aumento dos teores de carboidratos ou açúcares solúveis. Dependendo da idade fisiológica no momento do corte, o teor de FDN pode variar de 40 a 65%, porém próximo da idade ideal de corte essa variação é menor. OLIVEIRA (1996) em uma avaliação de 16 variedades, sendo 15 originárias do Centro de Ciências Agrárias da UFSCAR (RB) e a CO 413, observou que a proporção de FDN variou de 45,1 a 58,0% da MS, enquanto que o teor de FDA (fibra detergente ácido) variou de 25,9 a 37,5 na MS. A dieta de um animal, especialmente os ruminantes, deve conter níveis mínimos de fibra. A fibra para esses animais é originária de alimentos volumosos ou resíduos que contenham maiores proporções de FDN, sendo caracterizados por apresentarem mais que 18% de fibra bruta na matéria seca. A fibra na dieta desses animais é requerida com o objetivo de manter as funções ruminais e maximizar o consumo de energia. A fibra estimula o animal a ruminar e, dessa forma, há produção de saliva, que é adicionada ao rúmen, neutralizando os ácidos produzidos pela fermentação ruminal, sendo, portanto um tamponante para do meio, mantendo o pH em níveis toleráveis. A cana-de-açúcar integral é uma forragem rica em energia ( ± 60% NDT na matéria seca), mas apresenta baixos teores de proteína bruta (2 a 3% na matéria seca), enxofre, fósforo, zinco e manganês. A inclusão da uréia, uma fonte de nitrogênio não protéico (NNP) de baixo custo, para suprir nitrogênio aos microrganismos do rúmen, capazes de converter NNP em proteína microbiana, é favorecida em razão dos altos conteúdos de sacarose, que é um açúcar prontamente fermentável, da canade-açúcar. Com a adição de 1,0 kg da mistura uréia + sulfato de amônio, para cada 100 kg de cana-de-açúcar (peso fresco), o teor de proteína bruta na forragem é aumentado de 2 a 3% para 10 a 12% na MS. No entanto, esta tecnologia deve ser adotada com critério, pois a utilização inadequada da uréia para ruminantes poderá levar a intoxicação por amônia e até a morte do animal. Alguns casos ocorridos no passado, devido ao uso inadequado de uréia, principalmente na mistura com melaço foram responsáveis pelas restrições impostas ao uso desta tecnologia por pecuaristas e extensionistas. O enxofre é indispensável para a síntese dos aminoácidos essenciais, como metionina, cistina e cisteína. A adição de uma fonte de enxofre melhora a síntese de proteína microbiana no rúmen, aumentando o fluxo de proteína microbiana e o desempenho animal. A utilização da tecnologia cana-de-açúcar + uréia é simples, podendo ser adotada por pecuarista com diferentes níveis de tecnologia na propriedade, envolvendo, basicamente, os seguintes passos: 1) Preparação da mistura uréia e fonte de enxofre. Esta mistura (uréia + fonte de enxofre) pode ser previamente preparada em quantidade suficiente para alimentar o rebanho por vários dias. A mistura recomendada é de nove partes de uréia para uma de sulfato de amônio (1:9) ou duas partes de uréia para oito partes de sulfato de cálcio (2:8). Com estas proporções obtém-se relação N:S da ordem de 9 a 16:1. Uma vez preparada, a mistura uréia+fonte de enxofre deve ser armazenada em sacos plásticos em local seco e fora do alcance dos animais; 2) A colheita da cana-de-açúcar pode ser efetuada a cada dois dias em pequenas propriedades e sua picagem realizada no momento de fornecimento aos animais, de modo a evitar fermentações indesejáveis, que podem promover redução do consumo; 3) Dosagem de uréia e fornecimento da mistura cana+uréia: Primeira semana (período de adaptação): a quantidade a ser usada é de 0,5% de uréia na cana (Figura 2); Segunda semana em diante (rotina): a quantidade a ser usada é 1,0% de uréia na cana (Figura 2); A adição de uréia em água é indicada para facilitar e assegurar a incorporação uniforme de uréia à cana-de-açúcar. Esta solução é distribuída por cima da cana picada e rapidamente incorporada, visando uma mistura homogênea antes de fornecer aos animais, evitando os riscos de intoxicação pelo acúmulo da solução de uréia em algumas partes do cocho. Para o arraçoamento de grandes rebanhos tem sido utilizadas máquinas colhedeiras de forragem para a colheita e picagem da cana, bem como vagões simples ou misturadores (ração total), com descarga automática, para o transporte, mistura da cana + uréia (sem adição de água) e distribuição nos cochos. 4) Recomendações gerais para alimentar os animais com cana + uréia: Usar variedades de cana-de-açúcar produtivas, com altos teores de sacarose; Após a colheita não estocar cana por mais de dois dias; Efetuar a picagem da cana-de-açúcar no momento de fornecer aos animais; Usar uréia mais fonte de enxofre nas dosagens recomendadas; Misturar uniformemente a uréia à cana picada, para evitar riscos de intoxicação; Priorizar o período de adaptação; Eliminar sobras de forragem do dia anterior; Manter água e sal mineral à disposição dos animais; Fornecer os alimentos concentrados em função do nível de produção animal (ganho em peso e/ou produção de leite) desejados. No que se refere aos custos de produção da cana-de-açúcar, a SCOT Consultoria (julho/2003) apresenta um custo estimado de R$ 26,50 por tonelada de massa verde. Esse dado nos mostra, que dependendo da região na qual a propriedade está inserida, o custo da oportunidade, que é a possibilidade de venda da produção para as usinas de açúcar e álcool, pode diminuir a competitividade da cana-de-açúcar frente a outros alimentos volumosos na formulação de dietas para bovinos. 2.2. Silagem de Capim . A utilização da ensilagem como técnica de conservação de forrageiras tropicais é uma prática que vem sendo adotada com freqüência no Sudeste e Centro-Oeste do Brasil, em substituição a fenação que, invariavelmente, é prejudicada pelas condições climáticas predominantes na época chuvosa do ano (outubro a março). No entanto, para a obtenção de silagem de alta qualidade, faz-se necessário que alguns fatores sejam considerados, como, por exemplo, os teores de matéria seca (MS), que devem estar entre 28,0 e 35,0 %, a riqueza em carboidratos solúveis (CS) e o baixo poder tampão (PT), que não deve oferecer resistência à redução do pH para valores entre 3,8 e 4,2 (McCULLOUGH, 1977). Esses parâmetros influem, de maneira decisiva, na natureza da fermentação e na conservação da massa ensilada. WOOLFORD, (1984) relata que os teores de matéria seca, de carboidratos solúveis e a capacidade tampão, são fatores importantes no que diz respeito a ensilabilidade de uma planta forrageira. O autor sugeriu que os teores de MS devem ser no mínimo de 25% e a relação entre carboidratos solúveis/capacidade tampão, sendo inferior a 3,0 de forma a possibilitar a obtenção de silagem de qualidade satisfatória (Figura 3). Figura 3. Relação entre conteúdo de matéria seca e proporção açúcar: capacidade tampão e seus efeitos na qualidade final das silagens. Fonte: Weissbach et al., citado por WOOLFORD, 1984. A essência do processo de ensilagem é promover rápida fermentação lática oriunda de bactérias predominantemente homofermentativas sob condições anaeróbicas, as quais ocorrem naturalmente. Infelizmente, as bactérias láticas não são os únicos microrganismos que ocorrem nas silagens. Inúmeros microrganismos indesejáveis, como enterobactérias e clostrídios, podem competir com as bactérias láticas pelos mesmos substratos, dependendo das condições encontradas no silo. Diversos capins tropicais têm sido estudados no sentido de se encontrar alternativas para a conservação na forma de silagem e entre elas, destacam as seguintes variedades: Tanzânia, Mombaça e Tobiatã (gênero Panicum), CoastCross, Estrela-Roxa e Tifton 85 (gênero Cynodon), Braquiarão, Decumbens e Ruziziensis (gênero Brachiaria) e Napier, Roxo e A-148 9 (gênero Penissetum). Estas plantas apresentam limitações ao processo de ensilagem, devido ao fato de apresentarem baixo teor de matéria seca (MS) no estádio de maior valor nutritivo, elevado poder tampão e baixo conteúdo de carboidratos solúveis. Esses fatores associados prejudicam o processo de fermentação, além de promover perdas de nutrientes (proteínas, açúcares, vitaminas, etc.) no efluente produzido (Tabela 1). Além disso, as silagens resultantes apresentam médio valor nutritivo, apresentando ao redor de 55% NDT e 6 a 8% de proteína bruta, na matéria seca. Tabela 1 – Produção de efluentes e perda de matéria seca (Ms) em silos do tipo trincheira. Conteúdo de MS (%) Produção de efluentes (litros por tonelada de silagem) Perdas de MS (%) 30 0 0 25 20 0,4 20 60 1,6 15 200 7,2 Fonte: Pedrosos (1998) De maneira geral, os capins tropicais não apresentam condições ideais para serem ensilados (baixos teores de MS e/ou de carboidratos solúveis), justificando assim o uso de aditivos que favoreçam o processo fermentativo. O objetivo é encontrar um produto economicamente viável, que assegure a preservação eficiente desde o momento da abertura do silo até sua completa utilização. Os principais objetivos do uso de aditivos no processo da ensilagem são: melhorar a qualidade da fermentação no silo, reduzir perdas de nutrientes e aumentar a ingestão e o desempenho animal (WILKINSON, 1998). Os aditivos enfocados neste artigo podem ser divididos em duas categorias gerais: - Substratos ou fontes de nutrientes, tais como: melaço, polpa de citrus, rolão de milho, etc.; - Estimulantes da fermentação, tais como: enzimas e inoculantes bacterianos; - Alguns substratos podem estar associados a mais de um efeito, como os que estimulam a fermentação, têm capacidade absorvente e também são fontes de nutrientes. Analisando as limitações dos capins tropicais, como citado anteriormente, conclui-se que o aditivo ideal a ser utilizado na ensilagem deveria possuir alto teor de matéria seca, alta capacidade de absorver água, elevado valor nutritivo, boa palatabilidade, elevado teor de carboidratos solúveis, fácil manipulação e distribuição, boa disponibilidade de mercado e baixo custo de aquisição. No entanto, entre as diversas opções de aditivos dispostos e exaustivamente estudados nos últimos anos no Brasil, nenhum se enquadra perfeitamente nessas condições. No passado, diversos aditivos ricos em carboidratos foram utilizados na ensilagem de forrageiras tropicais com níveis de açúcares solúveis abaixo do crítico estabelecido para a adequada fermentação. O capim elefante, cortado com idade inferior a 60 dias, foi uma destas forrageiras, e o uso de estimulantes da fermentação, como melaço, farelos, milho moído e o emurchecimento ao sol, ocuparam posição de destaque nas pesquisas com aditivos (VILELA, 1997, 1998). O rolão de milho, o milho desintegrado com palha e sabugo, assim como os grãos moídos foram empregados na ensilagem do capim-elefante, proporcionando fermentações adequadas. No entanto, o fubá que no passado foi exaustivamente pesquisado, ainda proporciona dúvidas quanto ao tipo de carboidrato a ser fermentado. Um fator que deve ser considerado é que o amido não constitui numa fonte adequada de substrato para a fermentação dentro do silo, uma vez que esse polissacarídeo não é fermentado pelas bactérias normalmente encontradas nas plantas forrageiras (McDONALD e WHITTEMBERY, 1973). Como conseqüência desta menor capacidade das bactérias láticas de fermentarem o amido, o uso de fubá na ensilagem de capim elefante tem proporcionado resultados muitas vezes inconsistentes. Nesse sentido, CONDÉ (1970) ensilando o capim-elefante Taiwan A-146, com doses de 0; 15; 30; 60 e 90 kg de fubá/t de massa verde, concluiu que este aditivo não teve maior efeito sobre a fermentação das silagens. Por outro lado, o autor verificou que o fubá aumentou os teores de MS e a digestibilidade “ïn vitro” da MS das silagens. Atualmente, tem-se a intensa utilização de polpa cítrica peletizada, que é um subproduto da indústria de suco de laranja e se constitui no principal aditivo comercializado e utilizado na alimentação de ruminantes, uma vez que apresenta conteúdo de NDT variando entre 83 e 88 % e conteúdo de MS de 82,44 % (ASHBELL, 1994; EMBRAPA, 1991) e grande disponibilidade nas regiões produtoras. Esse alimento têm sido largamente recomendado como aditivo acondicionador (aumento de MS) e estimulador da fermentação em silagens, como demonstrado por estudos conduzidos por EVANGELISTA et al. (1996a, 1996b). A polpa peletizada apresenta capacidade de elevar seu peso em 145 %, em decorrência da absorção de água, quando em contato com forrageiras úmidas, além de apresentar conteúdos de carboidratos totais entre 11 e 43,1 % (LOPEZ, 1990), contribuindo para melhora no padrão de fermentação das silagens. Todavia, deve-se analisar os aspectos relacionados com o custo, uma vez que a eficiência desse aditivo no processo de fermentação é comprovada. LIMA et al. (2000) trabalhando com o capim Coastcross com cinco semanas de rebrota, observaram aumento linear no conteúdo de matéria seca da forragem ensilada a medida que as doses de aditivos aumentavam, sendo que as silagens que receberam doses de 10 e 15% dos aditivos (polpa cítrica e farelo de trigo) apresentaram teores de matéria seca dentro da faixa adequada para uma boa fermentação (30%). EVANGELISTA et al., (2000) ensilaram o capim Estrela Roxa (Cynodon nlemfuensis Vanderyst) com 45 dias de idade, sob os seguintes tratamentos: 1Ensilagem após o corte; 2- Ensilagem após o corte + 4% de polpa cítrica; 3ensilagem após emurchecimento de 1 hora; 4- ensilagem após emurchecimento de 1 hora + 4% de polpa cítrica; 5- Ensilagem após emurchecimento de 2 horas; 6ensilagem após emurchecimento por 2 horas + 4% de polpa cítrica; 7- ensilagem após emurchecimento de 3 horas e 8- ensilagem após emurchecimento de três horas + 4% de polpa cítrica. Os autores observaram aumentos nos teores de MS, no pH e diminuição nos teores de FDN e FDA das silagens confeccionadas com a adição de polpa cítrica e submetidas ao emurchecimento ao sol. AGUIAR et al., (2000) avaliaram a produção de efluentes em silagens de capim Tanzânia, ensilado com 60 dias de idade, picado com três tamanhos de partículas (1; 2 e 3), sendo o tamanho 1, referente ao corte das máquinas forrageiras comerciais e três quantidades de polpa de citrus peletizada (0; 5 e 10%) na matéria natural. Os autores encontraram perdas de efluentes (% MS) de 13,88; 3,73 e 2,46% para as silagens com sem polpa e as com 5 e 10% de inclusão de polpa de citrus no tamanho de partícula 1, respectivamente. Outra alternativa que tem sido recomendada por diversos autores, refere-se ao processo de pré-murchamento antes da ensilagem. De acordo com WILKINSOSN (1983), esta técnica é tida como um dos processos mais viáveis, técnica e economicamente, na elevação da matéria seca das forragens a serem ensiladas. Quanto ao efeito do pré-murchamento sobre os teores de CS, os resultados têm se mostrado variáveis. De acordo com FARIA (1971) o prémurchamento por aproximadamente 6 horas não provocou alterações significativas no teor de CS do capim elefante Napier, cortado aos 86 dias de crescimento. Por outro lado, GUTIERREZ e FARIA (1976) trabalhando com o capim elefante "Taiwan A-148", colhido aos 62 dias de crescimento, constataram redução expressiva no teor de CS em função do pré-murchamento por 2, 4 e 6 horas. WILKINSON (1983) comenta que em relação às forrageiras de clima tropical, a falta de máquinas adequadas para o corte, acondicionamento da planta, seu recolhimento no campo após o emurchecimento e o seu transporte até o silo, dificultam sobremaneira essa prática. Contudo, segundo o mesmo autor, o emurchecimento é um dos métodos mais eficientes, técnica e economicamente para a elevação do teor de MS de forrageiras. Em condições de fazenda o pré-murchamento torna-se um método sem praticidade e de difícil execução, pois os melhores resultados são obtidos com 6 a 8 horas de exposição ao sol. Se levarmos em consideração que o corte vai ocorrer por volta das 9 às 10 horas da manhã, para que ocorra a perda de água das plantas, a picagem e o enchimento do silo só poderia ser iniciado por volta das 17 horas, dificultando o processo de ensilagem. EVANGELISTA et al., (2000) ensilaram o capim Estrela Roxa (Cynodon nlemfuensis Vanderyst) com 45 dias de idade, sob os seguintes tratamentos: 1-Ensilagem após o corte; 2-Ensilagem após o corte + 4% de polpa cítrica, 3-ensilagem após emurchecimento de 1 hora; 4-ensilagem após emurchecimento de 1 hora + 4% de polpa cítrica; 5-Ensilagem após emurchecimento de 2 horas; 6-ensilagem após emurchecimento por 2 horas + 4% de polpa cítrica; 7-ensilagem após emurchecimento de 3 horas e 8-ensilagem após emurchecimento de três horas + 4% de polpa cítrica. Os autores observaram aumentos nos teores de MS, no pH e diminuição nos teores de FDN e FDA das silagens confeccionadas com a adição de polpa cítrica e submetidas ao emurchecimento ao sol. Nos últimos cinco anos tem ressurgido o interesse de produtores e técnicos pelo uso de inoculantes bacterianos e mais opções de produtos comerciais deste tipo têm surgido no mercado. Uma grande variedade de aditivos está sendo recomendada e utilizada com o intuito de se melhorar e garantir a qualidade das silagens. Os aditivos biológicos, compostos por lactobacilos homofermentativos e/ou enzimas, abrangem hoje, a classe com mais rápido desenvolvimento em todo o mundo. Os fabricantes preconizam que o uso destes aditivos contribui para acelerar o processo fermentativo, reduzir as perdas de nutrientes e maior estabilização da silagem após a abertura dos silos e com isso produzir silagens de melhor qualidade. Um ponto fundamental, quando se utiliza um aditivo biológico, é conhecer o quanto ele pode melhorar o padrão de fermentação, o consumo, a digestibilidade e a produção animal, e se é economicamente viável. Infelizmente, são poucos os trabalhos na literatura que abordam todos estes parâmetros. Normalmente, os estudos se detêm apenas aos aspectos qualitativos das silagens resultantes e dessa forma, não permitem ainda uma posição segura quanto à sua utilização ou não em larga escala. GUIM et al. (1995) avaliaram o efeito conjunto do inoculante bacteriano, fubá de milho (9,0% na massa verde) e emurchecimento na ensilagem do capim-elefante (Pennisetum purpureum), cortado aos 90 dias de crescimento, e observaram não haver diferenças significativas nos valores de digestibilidade entre as silagens de capim com 9,0% de fubá de milho com inoculante (65,5%) e sem inoculante (65,1 %). Porém ambas foram superiores a silagem do capim pré-murchado e ensilado com inoculante (51,7%). Nesta mesma linha de raciocínio KUNG Jr e MUCK (1997) mostraram essa variação, apontando que as respostas positivas ao uso de inoculantes ocorreram em 28, 53 e 47% das pesquisas efetuadas para avaliação do consumo, ganho de peso e produção de leite, respectivamente. Nos casos em que se verificou resposta positiva ao uso do inoculante, esse valor correspondeu a um incremento médio de 1,4 kg de leite/dia ou 1,8 kg de ganho de peso/tonelada de forragem ensilada. Os mesmos autores verificaram resultados ainda menos positivos para o uso de enzimas em relação ao uso de inoculantes bacterianos. COAN et al., (2001) avaliaram a adição do inoculante enzimáticobacteriano (Bacto Silo C - KATEC) na ensilagem dos capins Tanzânia e Mombaça (Panicum maximum) em duas idades de corte, 45 e 60 dias. Os autores concluíram que a cultura enzimática bacteriana não melhorou o valor nutritivo das silagens produzidas, no que se refere aos teores de MS, PB, FDN, FDA, valores de DIVMS (digestibilidade “in vitro” da matéria seca), pH e conteúdo de N-NH3 / N total. Os inoculantes podem inibir o crescimento de outros microrganismos na silagem, limitando a produção de toxinas e ter um efeito positivo sobre o ambiente ruminal. De acordo com ROTZ e MUCK (1994) resultados de um grande número de experimentos realizados entre 1985 e 1992, evidenciam que houve melhora na fermentação em 40% das silagens de milho, 75% das silagens de alfafa e 71% para silagens de outras gramíneas. Como média de todos os experimentos, a performance animal aumentou na ordem de 2 a 4%, dependendo do parâmetro avaliado (ganho de peso, produção de leite, ingestão, eficiência do alimento). A eficiência de utilização de inoculantes bacterianos depende do conteúdo de MS da forragem, da quantidade de CS disponíveis e da anaerobiose no silo. Quando o carregamento do silo é demorado favorece o desenvolvimento de microrganismos indesejáveis em prejuízo das bactérias produtoras de ácido lático. O uso do inoculante bacteriano promove aumento na taxa de fermentação (maior relação ácido lático/acético), diminuindo a proteólise e a desanimação da proteína da forragem, com uso mais eficiente dos CS e, em conseqüência, maior retenção de nutrientes na silagem (HENDERSON, 1993). A maioria dos produtos comercial inclui as bactérias dos gêneros Pediococcus e/ou Streptococcus, os quais têm sua atividade em pH entre 5,0 e 6,5 e estirpes de Lactobacillus homofermentativos que são mais efetivos na produção de ácido lático em pH mais ácido (Figura 02). Com relação aos efeitos dos inoculantes sobre a qualidade das silagens, tem-se observado na prática a redução nas perdas de MS, com pequeno efeito sobre os teores de proteína verdadeira, resultando em menor concentração de NH3. Durante o processo de fermentação os teores dos constituintes da parede celulares praticamente não são afetados. Segundo MUCK (1996) o rápido abaixamento do pH, devido ao uso de inoculantes, pode reduzir a quebra enzimática da hemicelulose a partir da ação da hemicelulase oriunda da planta ou dos microrganismos, enquanto que o pH baixo pode aumentar a hidrólise ácida deste carboidrato estrutural levando a um equilíbrio. O principal enfoque na indústria de inoculantes é a busca de produtos a base de bactérias homofermentativas. Contudo, uma linhagem de bactéria heterofermentativa (Lactobacillus buchaneri), tem-se mostrado promissora em aumentar a estabilidade aeróbia das silagens devido a produção de ácido acético que pode inibir as leveduras (Driehuis et al. Citado por MUCK e SHINNERS, 2001). Inoculantes microbianos nem sempre funcionam da maneira esperada, sendo a principal causa a competição com a população natural de bactérias láticas. Se a população de bactérias láticas for suficientemente maior do que o número aplicado, é difícil para as bactérias introduzidas superarem as existentes na forragem (MUCK, 1996). Para CORSI et al. (2000) o uso de inoculantes bacterianos e outros aditivos em silagens de capins tropicais também deverão ser motivo de mais estudos no futuro, no sentido de desenvolver produtos e protocolos práticos mais adequados às situações brasileiras. A literatura tem demonstrado resultados inconsistentes quanto aos efeitos desses inoculantes, o que coloca em dúvida a sua economicidade no sistema de produção. Os autores também chamam a atenção em relação ao custo de inoculantes no Brasil, variando de R$ 0,70 a R$ 2,10/tonelada aditivada, lembrando que isto deve ser analisado com cautela, visto que a resposta média ao emprego desse insumo é insuficiente para resposta econômica no processo produtivo. Todavia, esse fato não deve desencorajar o uso dessa tecnologia, uma vez que resultados consistentes e positivos têm sido observados para alguns microrganismos (Lactobacillus plantarum MTD1), conforme os resultados apresentados por KUNG Jr e MUCK (1997). Outro fator que deve ser considerado no uso desses produtos, refere-se a eficiência na aplicação dos inoculantes sobre a forragem em grandes sistemas de produção, uma vez que os mesmos devem ser aplicados no momento da compactação da forragem. Para tanto, diversos produtores tem adaptado pulverizadores (de barra) para esta finalidade, e com grande ganho de tempo e eficiência no processo final (Figura 4). Figura 4 – Aplicação de Inoculante em silagem de capim Tanzânia. De maneira geral, a análise dos trabalhos referentes ao uso de aditivos que melhoram o padrão de fermentação evidenciam a ocorrência de melhora na qualidade da silagem final, contudo há que se considerar os aspectos relacionados com a disponibilidade, custo de transporte, armazenamento e métodos de aplicação do aditivo. Muitas vezes a escolha de um determinado aditivo deve-se a sua disponibilidade e custo na época de ensilagem e não a sua eficiência em melhorar o padrão de fermentação. Outro aspecto que deve ser considerado pelo pecuarista no momento de se realizar a ensilagem dos capins, refere-se aos custos de produção por tonelada de silagem. Ao contrário do que muitos acreditam, a silagem de capim não é um alimento barato, apresentando um custo estimado de R$ 45,00/ton. de massa verde. Já se considerarmos uma silagem aditivada com 10% de polpa de citrus peletizada, este custo é elevado para aproximadamente R$ 70,00, mas com o benefício de melhora do processo fermentativo e valor nutritivo. As silagens obtidas com adição de 10% de polpa de citrus peletizada apresentam em média 60 a 62% de NDT e 7 a 10% de proteína bruta na matéria seca. 2.3. Silagem de Sorgo As culturas de milho e sorgo têm sido as mais utilizadas no processo de ensilagem, por sua facilidade de cultivo, altos rendimentos por área e especialmente pela qualidade da silagem produzida, sem necessidade de inclusão de aditivos para estimular o processo fermentativo. O sorgo pode ser cultivado em todo território nacional, sendo plantado a partir de meados de setembro até abril, e seu uso para ensilagem se justifica pelas suas características agronômicas favoráveis, como elevada produtividade de forragem (ao redor de 50 ton./ha), maior tolerância à seca e ao calor (boa opção para a safrinha), capacidade de explorar maior volume de solo, por apresentar um sistema radicular bem desenvolvido e possibilidade de se explorar a rebrota (com produções ao redor de 60% do primeiro corte) quando submetido à manejo adequado. Além disso, o sorgo tem como característica favorável uma maior flexibilidade no momento da ensilagem, mantendo-se por mais tempo no ponto adequado de colheita, quando comparado ao milho. As silagens obtidas apresentam entre 85 e 90% do valor nutricional do milho. Este fato é devido ao menor consumo da silagem proveniente do sorgo, graças a uma menor digestibilidade do mesmo, por fatores como a presença de tanino, menor digestibilidade natural do amido do sorgo e a presença do tegumento do grão. Diversos trabalhos vem sendo realizados para a resolução desses problemas, já com resultados bem positivos, que praticamente igualam o desempenho de novos cultivares de sorgo (duplo propósito) ao da silagem de milho. O conteúdo de matéria desempenha papel importante na confecção da silagem, quer aumentando a proporção de nutrientes e facilitando os processos fermentativos quer diminuindo a ação de microrganismos do gênero Clostridium, responsáveis pela produção de ácido butírico e degradação da fração protéica, com conseqüente redução do valor nutricional da silagem. Quanto maior a umidade menor será o pH limite para inibir esse crescimento, mesmo com níveis adequados de carboidratos solúveis para promover fermentação lática, silagens muito úmidas, são pouco desejáveis devido ao menor consumo voluntário, reduzindo o desempenho animal. Além disso, silagens com menor teor de umidade tem menor custo de transporte, pois cada vagão ou carreta leva maior quantidade de matéria seca. Silagens com alto teor de umidade produzem maior quantidade de efluentes, responsáveis pela perda de nutriente de alta digestibilidade. Por outro lado, silagens com alto teor de matéria seca têm grande tendência a produção de calor e crescimento de fungos devido à dificuldade de compactação e exclusão do oxigênio, promovendo assim a perda do valor nutritivo do material final. Diversos ensaios de digestibilidade in vitro da matéria seca e determinação de componentes da porção fibrosa , além de outros parâmetros nutricionais foram realizados comparando diferentes teores de matéria seca e estágios de maturação do material ensilado. Na Tabela 2, apresentamos alguns dados obtidos por ANDRADE & CARVALHO (1992). De maneira geral, híbridos de sorgo no estágio de grãos leitosos normalmente apresentam maiores coeficientes de digestibilidade da porção fibrosa. No entanto, o rápido aumento da proporção de grãos e, conseqüentemente, de amido altamente digestível que ocorre com o amadurecimento, compensa a diminuição da digestibilidade da fração fibrosa, mantendo inalterada a digestibilidade da matéria seca. Tabela 2 – Média dos teores de matéria seca (MS), fibra bruta (FB), proteína bruta (PB), digestibilidade aparente da matéria seca (DMS) e da fibra bruta das silagens de sorgo AG-2002 e BR-506. Estágios de Maturação (grãos) MS Leitoso 23,2 FB 33,5 PB 5,3 DMS 57,3 DFB 51,2 MS 26,6 FB 31,4 PB 6,1 DMS 61,4 DFB 54,2 Farináceo 30,3 24,3 5,9 61,7 42,2 28,2 25,8 5,0 63,7 52,2 Duro 31,0 28,7 5,5 59,0 43,5 29,2 28,0 54,0 62,0 44,1 AG - 2002 BR - 506 Adaptado de ANDRADE & CARVALHO (1992). JOHNSON et al. (1973) estudando o efeito da maturação da planta de sorgo, relatam que o aumento no teor de matéria seca da panícula, durante a maturação, é o maior responsável pela queda da umidade da planta total, como elucidado na Tabela 3. Tabela 3 – Porcentagem de matéria seca da planta total, colmos, folhas e panículas, em diferentes estágios de colheita. Estágio de Colheita Emergência da panícula Grão leitoso Grão leitoso - farináceo Grão farináceo Grão duro Planta Inteira Colmos Folhas Panículas 26,2 29,1 33,2 43,1 52,9 15,8 29,3 20,0 18,8 23,3 22,8 21,7 27,4 34,2 64,6 22,8 26,8 43,6 61,1 75,4 CORRÊA (1996) avaliando três híbridos de sorgo, um de porte alto e dois de porte médio, concluiu que há aumento significativo na porcentagem de panículas e conseqüente redução nas porcentagens de colmo e folhas com o avanço da maturidade. O teor de matéria seca se mostrou crescente, atingindo o ponto adequado para ensilagem (30%) em torno da quarta semana após o florescimento. No que se refere ao ponto de colheita, o ideal é que a planta acumule a máxima produção de matéria seca, máximo potencial de consumo e digestibilidade em que tenha teor de matéria seca capaz de assegurar um bom processo de fermentação para que as perdas sejam reduzidas e o valor nutritivo da silagem seja maximizada e permita compactação adequada. Naturalmente, o ponto ideal de colheita depende do híbrido utilizado, local de plantio, fertilidade do solo e condições climáticas. De maneira geral, os híbridos de sorgo de porte médio a baixo são mais precoces que os de porte alto; seu ponto de ensilagem está entre 90 e 110 dias após o plantio, no Brasil Central, podendo ser mais tardios no sul do país. Os híbridos de porte alto normalmente apresentam menores porcentagens de grãos na massa total ensilada.No Brasil central o ponto ideal de colheita está entre 98 e 112 dias após o plantio. Quanto aos custos de produção, o valor estimado é de R$ 46,54 / tonelada de silagem, e poderá variar em função de diversos fatores, como: produtividade, fertilidade do solo, condições climáticas, manejo da cultura, etc. 2.4. Silagem de Milho O milho é a mais popular cultura utilizada no processo de ensilagem, e extensas áreas são cultivadas em diferentes partes do mundo. A silagem de milho é tida como alimento volumoso nutricionalmente completo, pois quando obtida de forma adequada, associa elevada densidade energética (> 64% NDT), com teores moderados de proteína bruta (6 a 9%) e sem a necessidade de incorporação de aditivos. A produção média estimada para o milho é de 40 toneladas de massa/ha, podendo esse dado variar em função do híbrido utilizado, região do país e manejo da cultura. A qualidade da silagem de milho geralmente é uma função da: (a) porcentagem de grãos na matéria seca do material ensilado e b) da qualidade dos colmos e folhas (NUSSIO et al., 1996), principalmente colmos. A maior quantidade de grãos no material ensilado poderá representar economia em ingredientes concentrados, sendo assim, a escolha dos materiais genéticos para produção de silagens deve recair não só sob o fato do mesmo ser adaptado à determinada região geográfica e ser mais produtivo, mas sim sob o aspecto de minimizar o custo da ração total à ser fornecida aos animais. 2.3.1. Escala de Semeadura, Programação do Corte e Ponto de Colheita O planejamento da semeadura das áreas de produção deve seguir de acordo com as perspectivas de colheita futura e estar em sincronismo com o ponto de colheita desejado. De acordo com NUSSIO e MANZANO (1999) a planta de milho, dependendo do tipo do híbrido e das condições edafoclimáticas, apresenta gradiente de maturação com velocidade variável. Esse fato determina a definição de uma “janela de corte”, ou seja, período útil de trabalho para colheita da forragem dentro de um gradiente de maturidade desejado. Após o estádio de grãos leitosos, o material sofre aumento de 0,5% por dia, no teor de matéria seca, determinando a necessidade de 10 dias, como intervalo adequado para o corte na evolução de cinco unidades percentuais em matéria seca (30-35%). Esse período compreende estádios fisiológicos de maturação da planta, cujos gradientes no teor de umidade da planta (70-65%) e textura do grão (linha do leite 1/3 à 2/3) são considerados aceitáveis para a maximização da eficiência do processo fermentativo no silo. Como média da região Sudeste do Estado de São Paulo, somente 60% do período descrito como ideal para colheita da forragem é efetivamente utilizado, devido as conseqüências do período chuvoso, assim dos 10 dias de evolução fisiológica, somente 6 dias serão úteis para o corte. Para grandes áreas agrícolas destinadas à produção de silagem, são sugeridas duas épocas de semeadura. A primeira época (35-40%) de semeadura deve ser efetuada de setembro em diante, com o plantio de híbridos de ciclo precoce, e a segunda época (60-65%) com o plantio de híbridos de ciclo normal, a partir de meados de outubro, nas regiões Central e Sudeste do Brasil. Como exemplo, podemos assumir que se a eficiência de corte de uma máquina forrageira de uma linha é de 10 ton./hora e a jornada de trabalho de 10 horas/dia, seriam então trazidas ao silo cerca de 100 toneladas/dia. Numa área hipotética de 120 hectares, com produção média de 40 ton. massa/ha, e a operação de corte com quatro colhedoras de forragem simultâneas, ou seja, cerca de 400 toneladas de massa verde colhidas por dia (10 horas), seriam necessários aproximadamente 5 dias para colheita de 48 hectares (40% da área – precoce) e 7 dias para os 72 hectares restantes (60% - normal). O milho deve ser cortado para ensilagem quando apresentar 30 a 35% de matéria seca, ou seja, no ponto em que os grãos estiverem variando entre a textura pastosa (1/4 a 1/3 da linha do leite) até farináceo-duro (2/3 a 3/4 da linha do leite), sendo a amplitude de período de colheita de aproximadamente 6 dias, dependendo do híbrido utilizado e condição climática (Figura 5). Figura 5 – Pontos de colheita do milho para ensilagem. O corte do milho no ponto de pamonha (grão leitoso), com a planta apresentada entre 24-28% de matéria seca, resulta em menor produção de matéria seca e silagem de baixa qualidade. Silagem produzida com o milho nesse ponto apresenta fermentação indesejável, alta umidade, baixo pH e baixo teor de grãos, apesar de elevado nível de açúcares solúveis. O consumo voluntário dessa silagem é reduzido, cerca de 75% do consumo observado em silagens mais ecas, o que resulta em limitação do desempenho do animal. Como regra geral, o ponto ideal de colheita ocorre 30 dias após o ponto de pamonha (grãos leitosos), quando as plantas apresentam as palhas da espiga externamente amarelecidas, os grãos do meio da espiga se apresentam denteados e a seção longitudinal revela a linha do leite de 1/3 até 2/3. Além das particularidade citadas acima, é necessário que o produtor tenha experiência na condução da cultura de milho, uma vez que a negligência em qualquer fase do processo (calagem, adubação de plantio, tratos culturais, tamanho de corte, compactação, vedação, etc.) podem acarretar elevação do custo de produção, que hoje se situa ao redor de R$ 54,80 / tonelada de massa verde. 3. Interações entre Pasto e o Volumoso Suplementar Conforme descrito anteriormente, na maioria das situações, a forragem disponível nas pastagens não contém todos os nutrientes essenciais e na proporção adequada, de forma a atender integralmente as exigências dos animais em pastejo. Contudo, as tentativas de se corrigir o desbalanceamento de nutrientes pela manipulação da composição dos suplementos são de valor limitado, exceto em relação ao uso de minerais a fim de controlar desordens metabólicas. Em muitos sistemas de produção de ruminantes, que tem como base a exploração intensiva de pastagens, nutrientes suplementares são necessários para se obter níveis aceitáveis de desempenho, sendo um desafio constante predizer com eficiência o impacto que o fornecimento destes nutrientes terá sobre o animal (REIS et al., 1996, MOORE et al., 1999). Considerando que o objetivo principal da suplementação é maximizar a utilização da forragem disponível, deve-se ter em mente que o suplemento não deve fornecer nutrientes além das exigências dos animais (PARSONS e ALLINSON, 1991; PATERSON et al., 1994). Através do fornecimento de todos, ou de alguns nutrientes específicos, que resultarão no consumo de maior quantidade de matéria seca (MS) e no aumento na eficiência de sua digestão, pode-se atingir os objetivos esperados com a suplementação (SIEBERT e HUNTER, 1982, HODGSON, 1990, HUTER, 1991). De acordo com MOORE (1980) o fornecimento de suplementos apresenta efeito associativo em relação à utilização da forragem disponível na pastagem, ou seja, acarreta mudanças na digestibilidade e ou consumo do volumoso da dieta basal, podendo-se observar o efeito substitutivo, aditivo e combinado (Figura 6). O efeito substitutivo refere-se a manutenção do nível de ingestão total de energia digestível, através da ingestão constante de suplemento, mas com decréscimo no consumo de forragem proveniente das pastagens. Por outro lado, quando se observa o efeito aditivo, tem-se aumento no consumo total de energia digestível, sem se observar decréscimo na ingestão da forragem proveniente da pastagem. No efeito combinado, observase elevação no consumo de energia digestível do suplemento e também decréscimo no consumo de forragem. Figura 6. Representação dos tipos de efeito associativo (MOORE, 1980). Quando um suplemento é fornecido, o consumo de forragem dos animais mantidos em pastagens pode permanecer inalterado, aumentar ou diminuir, sendo que as respostas, muitas vezes, dependem da quantidade e da qualidade da forragem disponível (HODSON, 1990, MOORE et al., 1999). Em condições práticas, há poucas situações nas quais o fornecimento de concentrados ou de forragens conservadas atuam como verdadeiros suplementos, ou seja, são consumidos sem acarretar diminuição no consumo da forragem disponível nas pastagens. A resposta na produção de animais em pastejo ao uso de suplementos é, provavelmente, influenciada pela disponibilidade e qualidade do pasto e características do suplemento, bem como pela maneira de seu fornecimento e pelo potencial de produção dos animais (SIEBERT e HUNTER, 1982; MOORE et al., 1999). Em condições de pastagens com baixa disponibilidade de forragem, a suplementação energética poderá resultar em maior resposta animal, particularmente se o volumoso suplementar for rico em fibra de alta digestibilidade (REIS et al., 1996). Todavia, se houver forragem em abundância no pasto, ocorrerá resposta animal somente se a forragem disponível for de baixo valor nutritivo, uma vez que se observa alto nível de substituição (SIEBERT e HUNTER, 1982). 4. Desempenho de Bovinos em Pastejo Recebendo Volumosos Suplementares De maneira geral, pode-se inferir que são poucos os trabalhos de pesquisa que utilizam a suplementação volumosa como estratégia na produção de bovinos em pastagens. Contudo, atualmente, os produtores têm buscado alternativas que minimizem os custos de produção e o pronunciado efeito da estacionalidade da produção forrageira sobre a taxa de lotação das pastagens, especialmente em sistemas intensivos (NUSSIO et al., 2000). Considerando que o objetivo principal da suplementação é maximizar a utilização da forragem disponível, deve-se ter em mente que o suplemento não deve fornecer nutrientes além das exigências dos animais. Através do fornecimento de todos, ou de alguns nutrientes específicos, que resultarão no consumo de maior quantidade de matéria seca (MS) e no aumento na eficiência de sua digestão, pode-se atingir os objetivos esperados com a suplementação volumosa. Em condições de pastagens com baixa disponibilidade de forragem, a suplementação energética poderá resultar em maior resposta animal, particularmente se o volumoso suplementar for rico em fibra de alta digestibilidade (REIS et al., 1996). Todavia, se houver forragem em abundância no pasto, ocorrerá resposta animal somente se a forragem disponível for de baixo valor nutritivo, uma vez que se observa alto nível de substituição. Embora o efeito substitutivo seja necessário, quando se trabalha em condição de baixa oferta de forragem proveniente das pastagens, é necessário considerar a qualidade da forragem conservada, uma vez que esta terá que suprir a demanda de nutrientes dos animais, mantendo os níveis de produção registrados durante o período de intenso crescimento das plantas. Portanto, a produção e conservação de forragem de alto valor nutritivo, são de extrema importância para se garantir a continuidade da oferta de forragem durante o período de escassez de pasto, permitindo aos animais plenas condições para expressarem seu potencial genético (REIS e ROSA, 2001). VIGLIZZO (1981) observou que a resposta à suplementação com alimentos volumosos esta relacionada com sua qualidade (Tabela 04), identificando maiores alterações na produção animal com a utilização de silagens de alta qualidade ou com o fornecimento da planta de milho verde. A análise dos dados da Tabela 5 evidenciam os baixos ganhos de peso de animais mantidos em pastagens de gramíneas de clima tropical durante o período de escassez de forragem, podendo-se observar que o fornecimento de volumosos (LIMA et al., 1973; VALVASORI et al., 1986) e de volumosos associados a concentrados (BENINTENDI e ANDRADE, 1982; VALVASORI et al., 1986) resultou em aumento no desempenho dos animais. Tabela 4. Produção de leite de vacas recebendo diferentes tipos de volumosos como suplemento. Suplementos Feno de baixa qualidade Silagem de pasto de baixa qualidade Silagem de pasto de boa qualidade Silagem de milho Milho verde (Planta inteira) Resposta Kg de leite/kg de MS do suplemento -0,009 0,272 0,481 0,532 0,568 Adaptado de Viglizzo, 1981. Tabela 5. Ganho de peso de bovinos mantidos em pastagens e suplementados com diferentes tipos de alimentos durante o período seco. Pastagem Animal Suplemento Colonião Novilhas Colonião Novilhos B. decumbens Novilhas ------Silagem de sorgo Capim elefante Cana-de-açúcar --------Feno jaraguá + FS Silagem de milho + FS MDPS FS -------Feno braquiária Cana + MDPS+ CF Ganho (kg/dia) 0,16 0,31 0,27 0,26 0,007 0,22 0,15 0,26 0,13 0,37 0,45 0,57 Referência Lima et al., 1973 Benintendi e Andrade, 1982 Valvasori et al., 1986 MDPS= Milho desintegrado com palha e sabugo, CF= Cama de frango, FS= Farelo de soja. Deve-se considerar, que nos trabalhos consultados não há informações sobre o consumo e digestibilidade da forragem proveniente das pastagens, não permitindo o cálculo dos coeficientes de substituição. Todavia, segundo REIS et al. (1996), considerando a qualidade da forragem disponível e as características dos suplementos utilizados, provavelmente ocorreu alto efeito substitutivos em decorrência da suplementação. LIMA et al. (1973) estudaram o uso de três volumosos para suplementação de novilhas recriadas em pastagens de capim Colonião, fornecendo 10 kg por cabeça /dia de cada volumoso, além de um tratamento testemunha (sem suplementação). Dentre os volumosos avaliados a silagem de sorgo apresentou o melhor desempenho (0,314 kg/dia) seguido do capim elefante e da cana-de-açúcar que apresentaram respectivamente as seguintes taxas de ganho em peso (0,277 e 0,26 kg/dia). Todos os tratamentos que se utilizaram volumosos suplementares foram superiores ao tratamento testemunha que apresentou ganho médio diário de 0,16 kg/dia. O efeito da qualidade da pastagem sobre o desenvolvimento ponderal e reprodutivo de novilhas Canchim foi estudado por MANZANO et al. (1993) e MANZANO et al. (1994). Estes autores avaliaram o efeito da suplementação em duas fases de vida da fêmea Canchim, recriadas em pastagens de Brachiaria decumbens associada ao capim Pangola (Digitaria decumbens) e a grama Batatais (Paspalum notatum). Estas bezerras foram suplementadas por 92 dias, de junho a setembro, dos 8 aos 12 meses de idade (1a suplementação) e dos 18 aos 22 meses deidade (2a suplementação). Os tratamentos utilizados consistiram na testemunha sem suplemento; 0,7 kg de farelo de soja/cab./dia (suplemento protéico); cana-de-açúcar à vontade (suplemento energético) e cana-de-açúcar à vontade + 0,7 kg de farelo de soja (suplemento proteico/energético). O experimento foi conduzido por três anos consecutivos de forma que 2 lotes de novilhas fossem avaliadas para averiguar possíveis efeitos de ano sobre os parâmetros avaliados. Os autores observaram que os efeitos da suplementação sobre as idades à puberdade e aos 300 kg das novilhas dependeram das condições das pastagens que variaram entre os anos. O uso da cana + FS ou do FS exclusivo, no primeiro ano de experimento, aumentou o desempenho dos animais em relação aos animais testemunha daqueles suplementados apenas com cana à vontade. Este fato demonstra que houve restrição associada ao nível de proteína da forragem. No segundo ano, os autores observaram que os animais suplementados com cana + farelo de soja, obtiveram ganho de peso inferior àqueles submetidos aos outros tratamentos (0,459 kg/cab./dia vs. 0,048 kg/cab./dia), evidenciando que tanto a deficiência de proteína (% MS) quanto a deficiência de energia (quantidade e qualidade da MS) foram limitantes para os animais em crescimento mantidos em pastagens no período seco. CORRÊA e CORDEIRO (2000) forneceram silagem de capim Tanzânia e Coast-Cross produzida dentro do próprio sistema de produção (EMBRAPA - CPPSE), onde os animais tinham livre acesso a pastagem e a silagem durante o período da seca, verificaram que o consumo das silagens foi considerado elevado, atingindo praticamente 2% de matéria seca em relação ao peso vivo dos animais, resultando em ganho de peso médio de 200 g/animal/dia. No caso do sistema de produção utilizando o capim Tanzânia (recriaengorda), ainda CORRÊA e CORDEIRO (2000) obtiveram bovinos da raça Canchim com peso vivo de abate na faixa de 450 Kg aos 19-20 meses de idade. No período das águas, a alimentação constituiu somente de forragem pastejada, proporcionando em média de ganho de 850 g/animal/dia. No período de seca, a dieta dos animais foi a forragem pastejada mais a silagem produzida com o excesso de forragem obtida no período anterior e 0,5 Kg de farelo de soja, resultando em ganho médio de 440 g/animal/dia. OLIVEIRA (1985) em estudo com novilhas mantidas em pastagens e suplementadas exclusivamente com cana-de-açúcar e uréia verificaram ganhos de peso diário da ordem de 0,19 a 0,30 kg/dia, respectivamente. Outras opções podem ser citadas, dentre as quais, destaca-se a cana-deaçúcar corrigida com 1% da mistura uréia + sulfato de amônio, na proporção de 9:1, capaz de permitir a manutenção dos animais ou pequenos ganhos, da ordem de 100 a 150 gramas/dia. De acordo com TORRES et al., (1991) trabalhando com novilhas Holandês-Zebú suplementados ou não com cana-de- açúcar e uréia e observaram ganho de peso diário de - 0,19 e 0,13 kg/animal/dia, respectivamente para cada grupo. 5. Considerações Gerais → A cultura da cana-de-açúcar deve ser tecnicamente bem estabelecida e manejada para obter altas produções por hectare. È um recurso alimentar com grande capacidade para incrementar a produção de bovinos nas regiões tropicais, desde que suplementada com fontes de proteína (uréia) e enxofre (sulfato de amônio e/ou sulfato de cálcio), além de análise das limitações estruturais e econômicas da propriedade; → A conservação de forragens como silagem envolve processos bioquímicos e microbiológicos complexos, da colheita até a sua utilização na alimentação animal. O uso de gramíneas forrageiras pertencentes aos gêneros Panicum, Brachiaria, Cynodon e Pennisetum aparecem como alternativas para ensilagem, contribuindo para aumentar o aproveitamento do excedente de forragem e minimizando o custo final de produção. No entanto, a baixa concentração de matéria seca, de carboidratos solúveis e a elevada capacidade tampão parecem ser fatores limitantes à ensilagem dessas forrageiras, o que pode ser manipulado através do processo de présecagem e/ou a inclusão de aditivos com características de absorção de água e incorporação de carboidratos melhorando assim o padrão de fermentação na ensilagem; → A silagem de milho é tida como alimento nutricionalmente completo, pois associa elevada densidade energética, médio teor de proteína bruta e boa composição mineral. Um aspecto importante relacionado à qualidade da silagem de milho diz respeito à porcentagem de grãos no material final, uma vez que quanto maior esse valor, menor será o gasto com alimentos concentrados. Além disso, é necessário que o produtor tenha experiência na condução da cultura, uma vez que a negligência em qualquer fase do processo (calagem, adubação de plantio, tratos culturais, etc.), pode acarretar elevação do custo de produção e inviabilizar a adoção desse alimento volumoso no sistema de produção; → A cultura de sorgo tem sido largamente utilizada para ensilagem, por sua facilidade de cultivo, altos rendimentos por área e especificamente pela qualidade da silagem obtida, sem necessidade de aditivos no processo de ensilagem. Além disso, o sorgo possibilita maior flexibilidade no momento de ensilagem, já que permanece por mais tempo no ponto de colheita e permite obtenção de silagens com custo inferior, quando comparado ao milho. Associado a estas informações há ainda que se considerar os aspectos relacionados a estrutura da propriedade, eficiência das máquinas e equipamentos nos sistemas de colheita, processamento e conservação de forragem, sendo necessário portanto, o acompanhamento por um técnico de confiança, desde o planejamento da cultura até a avaliação da qualidade da forragem produzida e dos custos envolvidos na volumoso. produção do alimento