LINHA DE PESQUISA IDENTIDADE E DIFERENÇA NA EDUCAÇÃO IDENTIDADES DE PROFESSORES QUE ENSINAM MATEMÁTICA: PRODUZINDO VERDADES SOBRE SABERES DOCENTES E PRÁTICAS PEDAGÓGICAS. Glaucia Cabral Moraes ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. Cláudio José de Oliveira Esta pesquisa tem por objetivo apresentar e discutir um recorte do estudo que venho desenvolvendo junto a um grupo de professores que ensinam matemática, participantes do Curso de Formação, na modalidade de extensão, da Universidade de Santa Cruz do Sul, denominado nesta proposta como GRUPO/ UNISC. A questão central gira em torno de como os discursos de professores que ensinam matemática constituem saberes mobilizados por eles em suas práticas pedagógicas. Desta forma, busco entender os processos de subjetivação e os efeitos de verdades produzidos por esses discursos sobre a Formação Docente, constituindo assim, as identidades destes professores. Minha intenção com estas análises é compreender quais as condições de possibilidades que este sujeito tem para se constituir de determinado modo. Pesquisar os saberes que fundamentam tais práticas pode propiciar um novo olhar sobre as dimensões que constituem as diferentes identidades deste sujeito, profissional desta área do conhecimento. Nesta pesquisa, de cunho qualitativo, foram usados como instrumentos de produção de dados, a observação, a análise de documentos e questionários. Inspirada em Foucault, utilizarei a análise do discurso, uma vez que os docentes ao falarem sobre as suas práticas estarão de alguma forma, refletindo e consequentemente, construindo e desconstruindo novos saberes e aprendizagens, mostrando assim, diferentes maneiras de ser professor. Palavras-chave: Saber docente, prática pedagógica, ensino da matemática. POLÍTICAS PÚBLICAS DE INCLUSÃO ESCOLAR E SEUS SUJEITOS. Leticia Lorenzoni ([email protected]) Orientadora: Profa. Dra. Betina Hillesheim No presente trabalho procuro fazer o relato de alguns resultados parciais do projeto de pesquisa intitulado: “Entre Leis e Decretos sobre Inclusão: a produção de sujeitos” que se inscreve na linha de pesquisa Identidade e Diferença na Educação que está sendo desenvolvido no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade de Santa Cruz do Sul. Esta pesquisa se ocupa das políticas públicas de inclusão escolar, as quais legitimam e regulamentam o atendimento dos sujeitos com necessidades educativas especiais na rede regular de ensino em nosso país; compõe o corpus desta pesquisa: a Constituição Federal de 1988, a Declaração de Salamanca de 1994, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996 – Lei 9.394 e a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva de 2008. Seu objetivo é analisar como se dá a produção de sujeitos escolares a partir do processo de normalização presente nestas políticas; tratando de uma inclusão específica, fabricada nas malhas de discursos legais e colocada a serviço do Estado-Nação para a produção de sujeitos de determinado tipo, bem como para seu controle. As políticas públicas de inclusão são, portanto, um dispositivo de poder, sendo que o poder é compreendido como uma ação sobre a ação, que incita, constitui o que se deve ser e saber, e move suas ações para a participação numa operação que não cessa. Deste modo, mediante o poder, todos são atingidos, atravessados e, finalmente, engajados em um modelo de sociedade, que passa a existir na/da norma. Para a realização das análises que desenvolvo neste trabalho, busquei inspiração em algumas formulações desenvolvidas por Michel Foucault, bem como, em autoras/es que concebem, organizam e inscrevem suas idéias na perspectiva pós-crítica. Assim, este trabalho discute, a partir das políticas públicas de inclusão escolar, como esses discursos, ao prescreverem sobre a inclusão escolar, produzem uma inclusão que se constitui como prática que subjetiva, disciplina e produz sujeitos de determinado tipo. Palavras-chave: Políticas públicas, inclusão escolar, produção de sujeitos. PARECERES DESCRITIVOS: A PRODUÇÃO DE ALUNOS ESPECIAIS NA ESCOLA COMUM. Raquel Fröhlich ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. Mozart Linhares da Silva. O presente trabalho é parte da pesquisa em andamento do programa de Pós-Graduação em Educação - Mestrado - da Universidade de Santa Cruz do Sul na Linha de Pesquisa Identidade e Diferença na Educação, e tem como objetivo discutir os processos de constituição dos sujeitos com necessidades educativas especiais a partir de práticas avaliativas nos espaços escolares comuns. A escola, como instituição moderna, “nasce” da necessidade de “educar e normalizar” corpos, de colocar as pessoas dentro de certa norma. Assim, podemos pensar o processo de inclusão escolar do sujeito com necessidades educativas especiais na escola comum como uma forma de normalização e normatização, de tentar colocá-lo dentro de certo padrão de aluno, que foi histórica, cultural e socialmente construída. Para alcançar tal objetivo, a escola lança mão de diferentes técnicas, entre as quais está a avaliação escolar. Dentre as diferentes formas de avaliar, os Pareceres Descritivos constituem um instrumento que forma um sujeito com necessidades educativas especiais dentro da escola comum, já que descrevem o aluno em seus pormenores, permitindo que se conheça tal sujeito para que se possa educá-lo e adequá-lo da melhor maneira possível, o que acaba construindo um saber que se torna verdade a respeito desse aluno. Tal instrumento permite visualizar o aluno “especial” em sua totalidade e individualidade, permitindo que se pense uma “norma da anormalidade”, ou seja, o que o aluno pode e deve fazer em função de sua condição “especial”. Além disso, o Parecer Descritivo tenta, através da prescrição de como melhorar este aluno, aproximá-lo de um padrão de aluno ideal. Foucault (2002a) coloca que o discurso é produtor daquilo que fala e, portanto, os discursos dos Pareceres Descritivos produziriam certos saberes e sujeitos especiais dentro da escola comum. Palavras-chaves: Inclusão, Sujeito com Necessidades Educativas Especiais, Pareceres Descritivos. PRODUÇÃO DE SENTIDOS PARA A EDUCAÇÃO DEFICIENTES VISUAIS. Reginaldo da Silva Soares ([email protected]) Orientadora: Prof. Dra. Betina Hillesheim. ESCOLAR DOS Este trabalho tem como tema central discutir a inclusão escolar de deficientes visuais no sistema regular de ensino, a partir das práticas inclusivas realizadas em uma escola da região. Amparado principalmente nos Estudos Culturais, assim como nas teorizações de Michel Foucault sobre saber, poder e modos de subjetivação, busca-se desenvolver algumas questões relativas ao processo de inclusão escolar. Na obra Microfísica do Poder, Foucault (1979) nos traz algumas questões que permitem pensar a questão da educação inclusiva. O autor coloca que, ao ouvir os prisioneiros falarem, notou que eles tinham uma teoria da prisão, da penalidade, da justiça e isto também é preciso levar em conta neste jogo de poder, a voz de quem será objeto da inclusão. Desta maneira, pode-se perguntar: O que pensam as pessoas portadoras de deficiência visual que estarão envolvidas no processo de inclusão escolar? Qual o significado da luta pela educação para estes sujeitos? Quais os sentidos que esta comunidade escolar específica atribui à inclusão? Além disto, é preciso considerar que escola é esta que estamos falando e que ensino regular que se oferece para dar conta dessa proposta de educação inclusiva, considerando-se as condições que esta escola oferece, desde a acessibilidade até os recursos necessários à educação do indivíduo deficiente visual. Deste modo, a partir de entrevistas com alunos deficientes visuais, pais de alunos com deficiência visual, assim como professores de salas de reforço e do ensino regular, este trabalho visa compreender os sentidos que são produzidos a respeito da inclusão escolar destes sujeitos, assim como os efeitos deste processo sobre os diferentes atores envolvidos. Palavras chave: Educação, inclusão escolar, acessibilidade, deficiência visual. A EUGENIA E AS RELAÇÕES COM A EDUCAÇÃO FÍSICA (1932- 1945). Tarciso Alex Camargo ( [email protected]) Orientador: Prof. Dr. Mozart Linhares da Silva Entre os temas suscitados pelo movimento Eugênico no Brasil, a Educação, a Disciplina de Educação Física foi compreendida como estratégica na construção de um estereótipo eugênico do homem brasileiro, que seria atingida pelo aprimoramento da “raça”. Este trabalho delimita a Educação Física no movimento eugênico e seus desdobramentos como biopolítica no Brasil entre os anos de 1932 a 1945, tendo como objetivo analisar as relações do discurso eugênico com a educação física no periódico “Educação Physica”, entre os anos 1932 a 1945. A discussão acerca das relações da disciplina de Educação Física e eugenia no Brasil ainda são incipientes. São raras as pesquisas que se debruçam especificamente sobre essa relação. O presente projeto justifica-se ainda devido ao renascimento da discussão eugênica pós 1970, com os avanços da ciência genética, e a nova cultura do corpo nos anos 1980, os quais recolocam a temática da eugenia e da corporeidade como contemporâneos. O método que será usado neste trabalho é o Histórico, hermenêutico e instrumentalizado, a partir da análise de discurso. As fontes são constituídas da seguinte maneira: serão utilizadas fontes primárias do período proposto, prioritariamente a Revista “Educação Physica” (grafia da época), pois, este foi o primeiro e mais importante periódico científico divulgado no período que propormos investigar sobre educação física e esporte e saúde, cuja circulação se deu em maio de 1932 a setembro de 1945, totalizando oitenta e oito edições. Considerando-se a breve análise das fontes primárias deste projeto de dissertação, pode-se inferir ainda que de modo cauteloso, que esta apresenta um estreitamento com os ideais eugênicos. Palavras chaves: Eugenia, Educação Física, Educação.