Ratio atque Institutio Studiorum Societatis Jesu São 467 regras, sendo que nesta apresentação trataremos apenas de algumas delas. Introdução • Os jesuítas eram padres da Igreja Católica que faziam parte da Companhia de Jesus. Esta ordem religiosa foi fundada em 1534 por Inácio de Loiola. • A Companhia de Jesus foi criada logo após a Reforma Protestante (século XVI), como uma forma de barrar o avanço do protestantismo no mundo. • Portanto, esta ordem religiosa foi criada no contexto da Contra-Reforma Católica. Os primeiros jesuítas chegaram ao Brasil no ano de 1549, com a expedição de Tomé de Souza. Objetivos dos jesuítas: - Levar o catolicismo para as regiões recém descobertas, no século XVI, principalmente à América; - Catequizar os índios americanos, transmitindo-lhes as línguas portuguesa e espanhola, os costumes europeus e a religião católica; - Difundir o catolicismo na Índia, China e África, evitando o avanço do protestantismo nestas regiões; - Construir e desenvolver escolas católicas em diversas regiões do mundo. Considerações iniciais • As diretrizes pedagógicas dos jesuítas baseavam-se nas prescrições do “Rátio Studiorum”. • Ratio Studiorum: método de ensino adotado pelos jesuítas, para padronizar o ensino das escolas sobre seu domínio, na Europa ou nos territórios das colônias. • Publicado em 1599. São 467 regras distribuídas em: A) Regras do provincial, em número de 40. B) Regras do reitor (24). C) Regras do prefeito de estudos superiores (30). D)Regras comuns a todos os professores das faculdades superiores (20). E) Regras particulares dos professores das faculdades superiores, num total de 49 a) Regras do professor de escritura (20); b) Regras do professor de hebreu (5); c) Regras do professor de teologia (14); d) Regras do professor de teologia moral (trata dos casos de consciência) (10). São 467 regras distribuídas em: F) Regras dos professores de filosofia, num total de 27: a) Regras do professor de filosofia (20); b) Regras do professor de filosofia moral (4); Regras do professor de matemática (3). G) Regras do prefeito de estudos inferiores (50). H) Regras dos exames escritos (11). I) Normas para a distribuição de prémios (13). J) Regras comuns aos professores das classes inferiores (50). A) Regras particulares dos professores das classes inferiores (59): a) Regras do professor de retórica (20); b) Regras do professor de humanidades (10); c) Regras do professor de gramática superior (10); d) Regras do professor de gramática média (10); e) Regras do professor de gramática inferior (9). São 467 regras distribuídas em: M) Regras dos estudantes da Companhia (11). N) Regras dos que repetem a teologia (14). O) Regras do bedel (7). A) Regras dos estudantes externos (15). Q) Regras das academias, num total de 47: a) Regras gerais (12); b) Regras do prefeito (5); c) Regras da Academia de Teologia e Filosofia (l 1); d) Regras do prefeito da Academia dos Teólogos e Filósofos (4); e) Regras da Academia de Retórica e Humanidades (7); f) Regras da Academia dos Gramáticos (8). A) Regras do provincial, em número de 40. • Garantir o ensino de disciplinas que levem ao conhecimento e amor ao Criador e Redentor. Tinha como assessores por ele designados: • Prefeito geral de estudos (conhecedor da literaturas e ciências); • Prefeito de estudos inferiores e da disciplina(quando a extensão dos trabalhos exigiam poderia ser mais de um na localidade) Os jesuítas e a educação • A Companhia de Jesus tem missão religiosa. • Sua atuação na educação é conseqüência de circunstâncias sociais e políticas do século XVI. Inicialmente a educação não era o principal objetivo. • Assim deu resposta aos proporcionados pela Reforma, atuando em três campos: o primeiro: o serviço ao povo, na defesa e propagação da fé católica ( ministérios sacerdotais tradicionais: pregação, confissões, catequese, missões populares, associações de cristãos, uso do teatro na pregação, liturgia e catequese. • Segundo: propagação dos ideais pedagógicos católicos nos territórios desconhecidos (aproveitou-se da política expansionista dos grandes impérios (Espanha e Portugal). • Terceiro: a atividade educativa católica e científica da juventude. A ação pedagógica mudou a ideía original de fundador Inácio de Loyola. • A Companhia de Jesus, passa a ter como tarefa a educação da juventude entendida como solução para convertê-los ao cristianismo. Assim formaram escolas e trouxeram para o interior da Igreja Católica novas vocações e sacerdotes das colônias européias de influência católica. A) Regras do provincial, em número de 40. • Nas regras do Provincial ainda se fazem presentes o processo de escolha dos professores (erutidos, empenhados, assíduos no ensino); • O professor de Sagrada Escritura deveria conhecer línguas bíblicas (hebraico, grego, caldeu e sírio) história, teologia, ciências, etc; • Para ensinar teologia deveria ser conhecedor de a adepto de Tomas de Aquino; A) Regras do provincial, em número de 40. • Além do ensino da Teologia outro ensino que estava aos cuidados do provincial era a Filosofia, fundamental na formação para a retórica; • Centralidade nas formação das virtudes cristãs, no talento para a pregação e administração; • Tanto para o prosseguimento nos estudos de teologia, filosofia, o ratio determinava a existência de talentos superior ao critério de mediania(=grau de compreensão e respostas do que foi ensinado) ; A) Regras do provincial, em número de 40. • Não se permitia ao professor do Magistério jesuítico deixar de ensinar o ensino da gramática e humanidades; • Ninguém poderia ensinar filosofia, teologia, ciências sem ter terminado sua formação. b) Regras do reitor (24) de colégios e universidades. • Zelo pelos estudos e formação de sólidas virtudes religiosas; • O prefeito de estudos cuidava da organização dos exercícios escolares, não permitindo falta dos alunos; • Centralidade na formação disciplinar; C)Regras do prefeito de estudos superiores (30). • Organização dos estudos e orientação e direção das aulas; • Cuidar que os professores expliquem toda a matéria; • Assistir aula dos professores e ouvir os reclamos dos alunos; • Os alunos são participam dos exames gerais públicos quando os professores definem que estão preparados; • Estabelecer o método de estudos e organização do tempo; C)Regras do prefeito de estudos superiores (30). • Revisar e aprovar qualquer fala ou recitação interna ou fora da instituição; • Garantir que todos tenham os livros aprovados pelos professores com conhecimento do reitor, mais Suma teológica de Tomas de Aquino, e Aristóteles, documentos do Concílio de Trento e Bíblia D)Regras comuns a todos os professores das faculdades superiores (20). • Cuidar do ensino da fé e serviço a Deus; • Alimentar a piedade dos alunos (vida de oração, leitura da bíblia e sacrifícios); • Cordialidade com os refutadores nas disputas teóricas, sobretudo se professores também; • Evitar novidades que não tenham sido abonadas por autor idôneo e aceita pelos superiores D)Regras comuns a todos os professores das faculdades superiores (20). • Evitar o ditado quando se ensina, preferir a escrita. Quando se tem livro, não se escreva mas se explique; • Promover a exercitação em aula (interrogações ao professor) e em casa (memorização); D)Regras comuns a todos os professores das faculdades superiores (20). • Disputas semanais nas aulas (debate e interrogação dos conteúdos entre colegas alunos). Também mensais e anuais; • Cuidado, vigilância e zeloso com os alunos ricos e pobres (compromisso com o progresso de cada estudante); E) Regras particulares dos professores das faculdades superiores, num total de 49 a) Regras do professor de escritura (20) objetivo principal: explicar com piedade, doutrina e compostura osl ivros sagrados (confirmar a fé e os bons costumes); Prvililegiar o uso da vulgata latina (versão da bíblia adotada pela Igreja); Fidelidade às explicações dos papas e concílios; Dogmas de fé comprovados na sagrada escritura; Não usar escritos rabínicos; Evitar textos e discursos controversos, resumir-se a cuidar de ficar nos limites de professor de Sagrada Escritura; E) Regras particulares dos professores das faculdades superiores, num total de 49 b) Regras do professor de hebreu (5) • Ensinar o hebraico a partir da bíblia; • Cuidar de interpretar com máxima fidelidade o texto da Sagrada Escritura; • Defender a vulgata (versão adotada pela Igreja); • Começar pelo estudo dos livros mais fáceis da bíblia; • Concentrar-se no sentido das palavras, os preceitos da gramática e não na interpretação do texto;