PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS CENTRO DE ECONOMIA E ADMINISTRAÇÃO FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO DISCIPLINA: ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA Prof. Msc. Mário Sérgio Trainotti 1 PLANEJAMENTO FINANCEIRO. O Planejamento Financeiro, como processo, é uma filosofia de gestão de uma firma que começa pela elaboração do portfólio de negócios, passando pelos planos estratégicos, seguido pelos planos orçamentários e concluindo com a análise dos resultados previstos e tomada de decisões. Este processo visa a criação de vantagens competitivas . Prof. Msc. Mário Sérgio Trainotti 2 PROCESSO DE PLANEJAMENTO V O L U M E Concepção: Estratégias Idéias R E C U R S O S Pesquisa Elaboração do Projeto Programação FísicoFinanceira Montagem e Préoperação Entrada em operação ITi I1 i2 Ikgi Ikgi DATA ZERO $ vida útil (tempo) Inv. Total = Inv. Total de Capital + Inv. Capital de Giro UNICAMP/IE Prof. Msc. Mário Sérgio Trainotti 3 PROCESSO DE PLANEJAMENTO O planejamento estratégico deve gerar um orçamento de capital que pode ser definido como um processo de quantificação, precificação, identificação, avaliação e implantação de opções de investimentos de longo prazo. É composto por: Orçamento operacional, orçamento Financeiro, Fluxo de caixa e resultado previsto com os demonstrativos contábeis previstos. Numericamente inicia-se com a previsão das vendas. Prof. Msc. Mário Sérgio Trainotti 4 PROCESSO DE PLANEJAMENTO O prazo do orçamento deve ser igual ao prazo da duração do projeto, pode ser feito anualmente, semestralmente, bimestralmente... A depender das características do projeto. O orçamento vai oferecer os resultados numéricos que serão analisadas pelas ferramentas de análise de investimento (Payback, VPL...) A viabilidade de um planejamento se dá pela maximização da riqueza dos acionistas. Prof. Msc. Mário Sérgio Trainotti 5 Balanço Patrimonial Origem dos Capitais Obrigações FINANCIAMENTO DE CAPITAL DE CURTO PRAZO FINANCIAMENTO DE CAPITAL DE LONGO PRAZO Passivo e Patrim. Líq. Passivo Circulante • Emprestimos e Financ. • Fornecedores •Sálários e encargos • IR e Contrib. Social Total PC $ 80 Capital De Terceiros Exigível a longo Prazo • Empréstimos e Financ. Total ELP $ 30 Patrimônio Líquido • Capital Social •Reservas de reavaliação •Reservas de Lucro • Lucros acumulados Total PL $190 Total Passivo Prof. Msc. Mário Sérgio Trainotti Capital Próprio $300 6 Estrutura de Capital Estrutura de capital de uma empresa representa o resultado de uma política de captação de recursos financeiros em fontes próprias e/ou de terceiros e disponibilizá-los em fundos, que de forma sistêmica, irão financiar a execução dos objetivos estratégicos desta organização e com isto retornar em forma de resultado financeiro. Prof. Msc. Mário Sérgio Trainotti 7 Estrutura de Capital Origem dos Capitais Obrigações Passivo e Patrim. Líq. Passivo Circulante • Emprestimos e Financ. • Fornecedores •Sálários e encargos • IR e Contrib. Social Total PC $ 80 Exigível a longo Prazo • Empréstimos e Financ. Total ELP $ 30 Patrimônio Líquido • Capital Social •Reservas de reavaliação •Reservas de Lucro • Lucros acumulados Total PL $190 Total Passivo Prof. Msc. Mário Sérgio Trainotti Capital De Terceiros Capital Próprio $300 8 Custo Total de Capital TODAS AS FONTES DE FINANCIAMENTOS IMPLICAM EM DIFERENTES CUSTOS. PODE-SE DIZER QUE O CUSTO TOTAL DE CAPITAL REPRESENTA A TAXA MÍNIMA DE REMUNERAÇÃO DOS PROJETOS DE UMA ORGANIZAÇÃO. Prof. Msc. Mário Sérgio Trainotti 9 Custo de Capital Estrutura Ideal de Capital Composição que representa a menor possibilidade de custos entre o Capital de terceiros e Capital próprio considerando custos e riscos. Prof. Msc. Mário Sérgio Trainotti 10 Custo Médio Ponderado de Capital Um novo projeto deve ser lucrativo o suficiente para pagar os juros sobre a dívida contraída para financiá-lo e, também, para gerar uma taxa de retorno superior à esperada sobre o patrimônio investido. Essa taxa de retorno superior ao esperado nada mais é do que uma extrapolação da taxa de retorno exigida pelos investidores da companhia. Prof. Msc. Mário Sérgio Trainotti 11 Custo Médio Ponderado de Capital Pode ser intuitivamente definido como “a média dos custos dos diversos componentes da estrutura de capital de uma organização, ponderada pela porcentagem da participação de cada fonte, incluindo dívida, patrimônio líquido e títulos híbridos, utilizados por uma empresa para financiar suas necessidades financeiras. Prof. Msc. Mário Sérgio Trainotti 12 Custo Médio Ponderado de Capital – Exercício em sala PL P CMPC Ke Ki 1 IR P PL P PL Estrutura de Capital Atual P Recursos de Terceiros R$ 12.000.000 R$ 16.000.000 R$ 16.000.000 PL Recursos Próprios Ke Custo do Capital Próprio (a.a.) 10% Ki Custo do Capital de Terceiro (a.a.) 18% IR Alíquota do IR 30% Prof. Msc. Mário Sérgio Trainotti ON e PN Proposta R$ 24.000.000 13 Fluxos de caixas relevantes para análise de investimentos A análise de investimento através da elaboração de fluxo de caixa relevantes é bem aplicado para projetos de expansão ou modernização de linha produtiva. O processo se inicia a partir dos dados obtidos pelo sistema orçamentário da operação com e sem a expansão. Prof. Msc. Mário Sérgio Trainotti 14 Dados sobre máquina velha Máquina velha: períodos depreciados: 2 anos valor de compra (*): 105.000 ( Custo Histórico) depreciação: 5 anos - Linear - BRASIL preço de venda: 65.000 hoje lucros antes dep e IR = 1 42000 2 40000 3 38000 4 36000 5 35000 Prof. Msc. Mário Sérgio Trainotti 15 EFEITO SOBRE O CAPITAL DE GIRO - CCL Contas Ativo Circulante Duplic. Rec. 60.000, Estoque 40.000, Passivo Circulante 78.000, Total CCL Prof. Msc. Mário Sérgio Trainotti 100.000, 78.000, 22.000, 16 FLUXO DE CAIXA OPERACIONAL RELEVANTE Lucro antes a depreciação e IR (-)Depreciação (=)Lucro antes do IR (-)I.R. (=)Lucro líquido após o IR (+)Depreciação Entradas de caixa operacionais Prof. Msc. Mário Sérgio Trainotti 17 FLUXO DE CAIXA OPERACIONAL RELEVANTE Lucro antes a depreciação e IR (-)Depreciação (=)Lucro antes do IR (-)I.R. (=)Lucro líquido após o IR (+)Depreciação Entradas de caixa operacionais Prof. Msc. Mário Sérgio Trainotti 18 A QUESTÃO DO PAGAMENTO DO IR S/ VENDA DAS MÁQUINAS Valor contábil da máquina velha: valor contábil = custo histórico - depreciação Custo histórico: 105.000 depreciação: 42.000 ( 2 anos) ver cálculo abaixo valor contábil: 63.000 I.R. sobre a venda: Ganho de capital: valor de venda - custo histórico Ganho de capital= 2.000 (desconsiderar se negativo) custo venda - valor contábil (***) 0 I.R. (**) 600 Prof. Msc. Mário Sérgio Trainotti 19 INVESTIMENTO INICIAL Fluxo de Caixa Inicial (Investimento inicial): Custo da nova máquina nova instalada: Custo da nova máquina Custo de instalação Custo total histórico 210.000 10.500 220.500 Recebimento após o IR sobre a venda da máquina atual Recebimento da venda da maq. Atual 65.000 I. R. s/ a venda da maq. Atual 600 Rec. Após IR s/ venda maq. Atual 64.400 Variação no capital curculante líquido 22.000 Investimento Inicial Prof. Msc. Mário Sérgio Trainotti 178.100 20 FLUXO DE CAIXA RELEVANTE MÁQUINA VELHA b) Fluxos de Caixa das Entradas 1 - F.C. das Entradas - Máquina Velha 3 2 1 5 4 36000 35000 21.000 - - 19.000 17.000 36.000 35.000 6.300 5.700 5.100 10.800 10.500 (=)Lucro líquido após o IR 14.700 13.300 11.900 25.200 24.500 (+)Depreciação 21.000 21.000 21.000 - - Entradas de caixa operacionais 35.700 34.300 32.900 25.200 24.500 42000 40000 38000 (-)Depreciação 21.000 21.000 (=)Lucro antes do IR 21.000 Lucro antes a depreciação e IR (-)I.R. Prof. Msc. Mário Sérgio Trainotti 21 FLUXO DE CAIXA RELEVANTE MÁQUINA NOVA 2- F.C. das Entradas Máquina Nova 1 2 3 4 5 Lucro antes a depreciação e IR 70.000 68.000 71.500 73.000 73.500 (-)Depreciação 44.100 44.100 44.100 44.100 44.100 (=)Lucro antes do IR 25.900 23.900 27.400 28.900 29.400 7.770 7.170 8.220 8.670 8.820 (=)Lucro líquido após o IR 18.130 16.730 19.180 20.230 20.580 (+)Depreciação 44.100 44.100 44.100 44.100 44.100 Entradas de caixa operacionais 62.230 60.830 63.280 64.330 64.680 (-)I.R. Prof. Msc. Mário Sérgio Trainotti 22 FLUXO DE CAIXA INCREMENTAL F.C. das Entradas de Caixa Operacionais Incrementais 1 2 3 4 5 Máquina Nova 62.230 60.830 63.280 64.330 64.680 Máquina Velha 35.700 34.300 32.900 25.200 24.500 Entradas Operac. Incrementais 26.530 26.530 30.380 39.130 40.180 Prof. Msc. Mário Sérgio Trainotti 23 FLUXO DE CAIXA RESIDUAL c) Fluxo de Caixa Residual Fluxo de Caixa Residual Recebimento pela venda da máquina nova após o IR Recebimento pela venda da máquina nova 56.700 -Imposto de renda incidente sobre a venda 17.010 Receitas totais após o imposto 39.690 Variação do capital circulante líquido 22.000 Fluxo de caixa residual 61.690 Prof. Msc. Mário Sérgio Trainotti 24 DIAGRAMA DO FLUXO DE CAIXA INCREMENTAL 178.100 26.530, 0 1 Prof. Msc. Mário Sérgio Trainotti 26.530, 30.380, 2 3 39.130, 40.180, 61.690, 4 5 25 Métodos de Avaliação de Investimentos. Métodos Quantitativos são divididos em dois grupos: Os que não levam em conta o valor do dinheiro no tempo (Payback) Os que levam em conta o valor do dinheiro no tempo (Payback descontado – VPL – TIR – ILL) Prof. Msc. Mário Sérgio Trainotti 26 Taxa de Oportunidade. Taxa mínima que a empresa espera de retorno em um investimento. Pode ser usada a taxa que a empresa conseguiria aplicando em mercados financeiros Pode ser uma cesta de taxas que abriga a lucratividade mínima, taxas de risco e outras Prof. Msc. Mário Sérgio Trainotti 27 Análise de Investimento Projetos Mutuamente Excludentes Projeto Ano 0 SONULA (2.000,00) 2.200,00 242,00 0,00 AD (2.000,00) 1.100,00 2.420,00 133,10 CUP (2.900,00) 0,00 2.420,00 2.928,20 ZEDOAS (2.000,00) 1.100,00 0,00 2.928,20 Prof. Msc. Mário Sérgio Trainotti Ano 1 Ano 2 Ano 3 28 PAYBACK Vem do Inglês – “Pagamento de volta”. Pode ser utilizado dois métodos, Payback e Payback descontado. Consiste na determinação do tempo em que o investidor terá, na forma de rentabilidade, o valor por ele investido. É um importante avaliador de nível de risco Prof. Msc. Mário Sérgio Trainotti 29 PAYBACK Utilizado como medida padrão de limite de um investimento; Não há critérios e estudos na literatura que defina parâmetros do que seria um bom payback; O mais utilizado são parâmetros interno das organizações. Prof. Msc. Mário Sérgio Trainotti 30 PAYBACK - restrição Não leva em conta a magnitudes dos fluxos de caixa e sua distribuição nos períodos; Não leva em conta o fluxo de caixa posterior ao payback No 1º. caso, não leva em conta o valor di dinheiro no tempo. Prof. Msc. Mário Sérgio Trainotti 31 PAYBACK - Cálculo A partir do total do investimento, subtrair os valores de retorno do período até que o resultado seja negativo. Qdo ficar negativo, dividir o retorno pelo saldo do período e converter o resultado na unidade de tempo utilizada. No caso da UD = $2.000.000, - $1.100.000, = $900, / $2.420.000 = 0,37 0,37 * 12 = 4 meses 1 ano e 4 meses. Prof. Msc. Mário Sérgio Trainotti 32 Análise de Investimento Índice de Lucratividade ou Índice de Rentabilidade IL = VP das Entradas de Caixa Investimento Inicial IL > 1: O projeto deve ser aceito IL = 1 : Indica um NPV = 0 IL < 1 : NPV negativo Prof. Msc. Mário Sérgio Trainotti 33