VSPER – VALENCE SHELL ELECTRON PAIR REPULSION
Por Marco César Prado Soares – Engenharia Química – Universidade Estadual de Campinas –
UNICAMP – 2013
Na linguagem VSEPR a molécula é escrita como AXnEm, em que A é o central,
X os ligantes e E os pares isolados. Assim, n é o numero de ligantes e m o numero de
pares
isolados.
Em algumas literaturas, fala-se no número estérico ( de "estereos" - forma), que
é dado por n+m. Esse número nos diz a hibridização e, portanto, a geometria dos pares
(lembrando: a geometria NÃO é consequência da hibridização, a hibridização é uma
construção matemática para explicar a ligação química), pois n+m é exatamente o
número de orbitais envolvidos. Vejamos:
n+m=2 indica que temos dois orbitais envolvidos. Logo, a hibridização é sp (1 s e 1 p)
=>
geometria
linear
2
n+m=3 indica 3 orbitais => sp (1 s e 2 p) => geometria triangular planar
n+m=4 => 4 orbitais => sp3 (1 s e 3p) => geometria tetraédrica
n+m = 5 => 5 orbitais => sp3d (1 s, 3p e 1 d) => bipiramidal trigonal
n+m=6
=>
6
orbitais
=>
sp3d2
=>
octaédrica
Lembrando, essa é a geometria dos pares de elétrons da molécula
Alguns modelos comuns:
(Imagem
retirada
da
página
http://www.molecularmodelscompany.com/Products/VSEPR/VSEPRtheorychart.aspx).
Assim escreve J.D Lee em seu livro Química Inorgânica não tão Concisa:
"É um engano comum admitir que a hibridização é a causa de uma determinada
estrutura molecular. Não é esse o caso. A razão pela qual uma dada estrutura molecular
é adotada é sua energia. Também é importante lembrar que a hibridização é uma etapa
teórica que foi introduzida na passagem de um átomo para uma molécula. O estado
hibridizado não existe na realidade. Ele não pode ser detectado nem mesmo
espectroscopicamente, de modo que as energias de orbitais híbridos não podem ser
medidas;
só
podem
ser
estimadas
teoricamente."
Traduzindo: o modelo segundo o qual os elétrons vão para um estado de energia
intermediária antes de fazer a ligação é uma construção matemática para tentar explicar
como a ligação é formada. Por isso falamos em TEORIA das ligações de valência e
TEORIA do orbital molecular. São construções TEÓRICAS, é impossível observar na
prática.
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