USO DE CERCLAGEM, RESINA ACRÍLIA E TALA INTRAORAL PARA ESTABILIZAÇÃO DE FRATURA BILATERAL DA PRÉ-MAXILA EM ÉGUA Ana Carolina Malves Aniz ([email protected]), Residente de Clínica e Cirurgia de Grandes Animais – ANHANGUERA/ UNIDERP. Marcelo M. Nunes ([email protected]),Professor de Clínica Médica de Grandes Animais - ANHANGUERA/ UNIDERP. José Henrique Saraiva Borges ([email protected]), Professor Clínica Cirúrgica de Grandes Animais - ANHANGUERA/ UNIDERP. INTRODUÇÃO Os traumas de face em eqüinos ocorrem com freqüência, e levam a fraturas dos dentes, maxila, pré maxila ou mandíbula. Geralmente são ocasionados por coices, quedas, ou por movimentos súbitos da cabeça enquanto morde objetos fixos. Existem muitos métodos de reparação de fraturas de face, como uso de cerclagem, reforço acrílico, braço em formato de U, fixação externa, uso de pinos e placas de metal. RELATO DE CASO DISCUSSÃO E CONCLUSÃO Uma égua da raça Quarto de Milha, com seis anos de idade, Pode-se deduzir, pela presença de odor fétido e pelo grau de foi ANHANGUERA/ desidratação, que o eqüino apresentava esta fratura há UNIDERP em Campo Grande/MS apresentando anorexia, alguns dias. Mesmo não sendo um trauma recente a técnica aumento de volume na região meato nasal, desalinhamento utilizada para redução foi eficaz. Por ser uma fratura dentário, instabilidade maxilar, salivação excessiva e odor completa optou-se pela combinação de três técnicas de fétido na boca. O local da fratura foi identificado no exame osteossíntese, para que se obtivesse uma chance maior de físico pelo aumento de volume, crepitação e desalinhamento êxito. Apesar da tala intraoral ter permanecido somente por dos dentes incisivos. Ao exame radiográfico observou-se 20 dias, foi suficiente para formação do calo fibroso, fratura completa de pré-maxila (Figura 1A) . Optou-se por contribuindo de maneira decisiva para o sucesso do realizar fixação intraoral com um braço pré-curvado de ferro procedimento. A terapia instituída no pós-operatório se em forma de U, colocado na superfície bucal, indo dos mostrou eficaz na prevenção da contaminação e da dor. incisivos até os dentes molares, bilateralmente. O braço em O animal voltou a se alimentar sem dificuldade de apreensão U foi fixado nos dentes incisivos e pré-molares por e mastigação. atendida no Hospital Veterinário cerclagem com fio de aço n°0. Após a fixação do fio de aço aplicou-se resina acrílica sobre a cerclagem encobrindo a mesa dentária dos incisivos e pré-molares (Figura 2). Aplicou-se compressa embebida em solução fisiológica sobre a resina para minimizar os efeitos do aumento da temperatura durante sua secagem. Logo após a cirurgia, o animal se alimentou com certo receio e após três dias depois estava se alimentando normalmente. A antibioticoterapia foi realizada com a associação de penicilina benzatina (20.000 UI/Kg) e estreptomicina por via intramuscular e o A B Figura 1: Radiografia, projeção latero-lateral . A) Evidencia a fratura. B) Consolidação após 30 dias. antiinflamatório usado foi a base de fenilbutazona (4,4mg/Kg) por via intravenosa, por cinco dias. Durante esses dias foi fornecido alimento de fácil mastigação e procedeu-se também a lavagem da cavidade oral com solução fisiológica com iodopovidona a 0,5%. Após este período o animal foi solto em um piquete de Brachiaria humidicola, onde 15 dias depois perdeu a tala intraoral, no entanto, ele continuou a se alimentar normalmente e com perfeita oclusão dentária (Figura 1B). Figura 2: Maxila após a osteossítese utilizando cerclagem, braço em U e resina acrílica.