O sector agrícola no sistema capitalista (1)
• A partir do século XI e XII, assistiu-se a um abandono
da terra a todos os trabalhadores que dela quisessem
tirar proveito mediante o pagamento de um modesto
juro anual devido ao antigo proprietário.
• Este tipo de arrendamento processava-se numa época
em que o trabalhador era mais procurado do que a
terra. Consequentemente, em diversas regiões
estabeleceu-se «uma certa liberdade camponesa»
[Braudel].
05-11-2015
História Geral da Civilização
GAT: 1º ano - IPCA
1
O sector agrícola no sistema capitalista (2)
• Estas vantagens não estão, contudo, vertidas no direito. O
senhor «continua ainda a possuir sobre a terra um direito
superior» [Braudel].
• Com os progressos materiais do mundo moderno
capitalista, estas vantagens vão ser novamente postas em
causa. Nos sécs. XVI e sobretudo no séc. XVII, o
capitalismo chega à terra.
• Novas tipologias de propriedade (quintas, granjas,
parcelas), geralmente nas mãos de um único proprietário,
constituem-se em prejuízo da terra camponesa.
05-11-2015
História Geral da Civilização
GAT: 1º ano - IPCA
2
O sector agrícola no sistema capitalista (3)
• Estes proprietários são tomados por um «verdadeiro
espírito capitalista» [Braudel] na porfia do rendimento
e do lucro.
• Entretanto, o camponês contrai dívidas com os
prestamistas até que a terra lhes é subtraída ou
onerada em favor dos grandes senhores.
• O camponês vê-se enredado por um regime senhorial
mais funesto que o anterior. O senhor - «chefe da
exploração, empresário, comerciante de trigo»
[Braudel] – para dar vazão ao acréscimo na procura de
cereais insta os camponeses a intensificar as corveias.
05-11-2015
História Geral da Civilização
GAT: 1º ano - IPCA
3
O sector agrícola no sistema capitalista (4)
• Porém, a Revolução Francesa - e a posterior difusão
dos seus ideais pela Europa na Era Napoleónica - irá
libertar a terra camponesa dos direitos feudais que
sob ela impendiam.
05-11-2015
História Geral da Civilização
GAT: 1º ano - IPCA
4
O Estado Moderno (1)
• Na época Moderna (a partir do séc. XV), as cidades
passam a estar sujeitas ao Estado. «Afirma-se uma
economia territorial que substitui a economia
urbana, o estádio anterior. Mas a economia territorial
continua a ter uma orientação urbana» [Braudel].
• A monarquia moderna desenvolveu-se primeiro em
Estados onde a revolução urbana não havia tido uma
grande repercussão: Espanha, França, Inglaterra.
05-11-2015
História Geral da Civilização
GAT: 1º ano - IPCA
5
O Estado Moderno (2)
• Oficiais (i.e. funcionários), legistas (com formação em
direito romano), grandes agentes, ministros passam a
fazer parte da máquina estatal.
• O Estado vê a sua legitimidade reforçada «pela
veneração das massas populares que vêm no monarca
um protector natural contra a Igreja e os nobres».
[Braudel]
• O Estado Moderno nasce da necessidade de prover o
esforço de guerra. O armamento, as frotas de combate,
os efectivos militares tornam a guerra cada vez mais
dispendiosa.
05-11-2015
História Geral da Civilização
GAT: 1º ano - IPCA
6
O Estado Moderno (3)
• O Estado Moderno não acatará qualquer autoridade,
seja ela o Imperador do Sacro Império RomanoGermânico ou o papado.
• Vigora a razão de Estado (i.e. justificação de actos de
governo eventualmente contrários à lei, com base na
necessidade de preservação do Estado).
• O Estado é superior às leis civis, estando somente sujeito
às leis naturais e divinas. A vontade do soberano invade
o Estado. O Eu torna-se o Estado (Luís XIV em França).
[Braudel]
05-11-2015
História Geral da Civilização
GAT: 1º ano - IPCA
7
O Estado Moderno (4)
• Houve uma modificação nas formas políticas
ocidentais que de uma «realeza tradicional,
paternalista e mística [passaram a uma] monarquia
moderna dos juristas». [Braudel]
• As capitais são centros da actividade estatal.
Anafadas pelas despesas do Estado, a estas cidades
afluem homens e capitais. Elas alcançam, por esta
via, um novo estatuto o de super cidades (e.g.
Londres, Madrid, Paris).
05-11-2015
História Geral da Civilização
GAT: 1º ano - IPCA
8
Renascimento e Humanismo (1)
• Quando falamos de humanistas referimo-nos a um
grupo de homens que no século XV e XVI postulavam
«a grandeza do homem como indivíduo, exalta[v]m
a sua inteligência (…) o poder das suas criações.»
[Braudel].
• O humanismo valoriza o homem, liberta-o, minorando
o papel de Deus, ainda que não o anule. Este
movimento pugna pela emancipação progressiva do
homem: o homem é capaz de alterar e melhorar o
seu destino.
05-11-2015
História Geral da Civilização
GAT: 1º ano - IPCA
9
Renascimento e Humanismo (2)
• O humanismo do Renascimento estabeleceu pontes
entre a civilização cristã e a civilização antiga. Os
humanistas vão «reler, editar, comentar com paixão,
para reabilitar as obras e a língua dos Antigos –
Gregos e Latinos (…)» [Braudel]
• Humanismo e Renascentismo confundem-se tanto no
tempo como no espaço. O Renascimento tem o seu
epicentro na cidade de Florença, mas afectou todo o
Ocidente. Segundo Braudel, este movimento vigorou
entre 1337 e 1530.
05-11-2015
História Geral da Civilização
GAT: 1º ano - IPCA
10
Renascimento e Humanismo (3)
• O Renascimento embora sendo um movimento de
elites, não se confinou a um um número restrito de
cidades ou cortes. «Esse punhado de espíritos
espalhou-se através da Europa, unidos por assíduas
relações epistolares.» [Braudel]
• O Renascimento distanciou-se do ensino tradicional
da escolástica, adoptando a literatura pagã da
Antiguidade como modelo. Contudo, este movimento
não se rebelou contra a Igreja. O ateísmo só pôde
solidificar-se com os progressos ulteriores da ciência.
05-11-2015
História Geral da Civilização
GAT: 1º ano - IPCA
11
Renascimento e Humanismo (4)
• O Renascimento distingue-se do cristianismo da Idade
Média por ser uma época de exultação, de alegria.
• Passa-se de uma mentalidade em que a morte é uma
«passagem calma a uma vida melhor» vigente na
Idade Média para a ideia de que «é na terra que o
homem deve organizar o seu reinado.» postulado
caro ao Renascimento. [Braudel]
05-11-2015
História Geral da Civilização
GAT: 1º ano - IPCA
12
A Reforma (1)
• A corrente religiosa da Reforma surge entre os sécs.
XV e XVI e tem como primeiro acto a afixação na
Igreja do Castelo de Wittemberg, em 1517, das 95
teses de Lutero questionando a utilidade das
indulgências e a autoridade do papa.
• Indulgências: é o perdão total ou parcial das penas
temporais do cristão devidas a Deus pelos pecados
cometidos, mas já perdoados pelo sacramento da
Confissão, na vida terrena. (*)
(*) http//pt.wikipédia.org
05-11-2015
História Geral da Civilização
GAT: 1º ano - IPCA
13
A Reforma (2)
• A Reforma é uma época conturbada. As guerras de
religião que se iniciam em 1546 e findam em 1648
envolvem o povo em geral (ao contrário do
humanismo do Renascimento, mais elitista).
• Para defenderem o seu credo, as populações
sucumbem a guerras civis, à repressão violenta
(Revogação do Édito de Nantes, 1685), ou ao exílio
para um país do Novo Mundo ou para países que
acolham a sua fé.
05-11-2015
História Geral da Civilização
GAT: 1º ano - IPCA
14
A Reforma (3)
• No século XVIII, a situação religiosa pacifica-se. Do
movimento da Reforma sobrevêm várias Igrejas
protestantes, principalmente nos países anglo-saxónicos
e germânicos.
• Com vinte anos de permeio, «sucederam-se dois
protestantismos, duas longas vagas» [Braudel]: uma
encabeçada por Martinho Lutero (1483-1546) a outra
Calvino (1509-1564).
05-11-2015
História Geral da Civilização
GAT: 1º ano - IPCA
15
A Reforma (4)
• Entre 1480 e 1520, uma elite religiosa procurou dar a
conhecer os abusos, as incongruências, a deterioração
da Igreja, a degradação do clero, uma devoção «feita
mais de gestos do que de verdadeiro fervor» [Braudel].
• Lutero defende que a salvação se alcança pela fé (e
não pelas obras). E uma relação pessoal ou mesmo
solitária com Deus (o individualismo estende-se agora à
religião.)
05-11-2015
História Geral da Civilização
GAT: 1º ano - IPCA
16
Mapa religioso da Europa
Fonte: http://images.encarta.msn.com
05-11-2015
História Geral da Civilização
GAT: 1º ano - IPCA
17
A Reforma (5)
• Luteranismo e calvinismo advogam a tradução da Bíblia
para a língua vernácula, a interpretação do Livro
Sagrado pelos crentes (livre exame, corolário do
individualismo), o fim do culto da Virgem e dos Santos.
• Defendem ainda que o único intermediário entre o
homem e Deus é Jesus Cristo (rejeita a autoridade do
papa); a supressão do clero regular, a redução dos
sacramentos de sete para dois (eucaristia e baptismo).
05-11-2015
História Geral da Civilização
GAT: 1º ano - IPCA
18
A Reforma (6)
• Perante estas convulsões, o Sul da Europa, mais
chegada às tradições religiosas pretéritas, em estreita
ligação a Roma, mantém o laços. Por seu turno, a
Europa Central e do Norte adere à causa
protestante.
• Calvino, outro reformador, defende a predestinação
para a Salvação («em todos os tempos os eleitos
foram escolhidos»). A sua carta sobre a usura (1545)
liberta «a cristandade do interdito que pesava até aí,
sobre o empréstimo a juros.» (**)
(**) Soulier, Gérard ([1994]). A Europa: História, Civilização, Instituições. Lisboa: Instituto Piaget.
05-11-2015
História Geral da Civilização
GAT: 1º ano - IPCA
19
A Reforma (7)
• Isto levou a que se tenha visto no protestantismo a
fonte de uma nova mentalidade que teria permitido
o ímpeto do capitalismo, do pensamento científico, da
liberdade de consciência (i. e. do mundo moderno).
05-11-2015
História Geral da Civilização
GAT: 1º ano - IPCA
20
A Revolução Científica (1)
• Segundo Needham [apud Braudel], «a Europa não criou
uma ciência qualquer, mas a ciência mundial».
• A Europa conheceu várias explicações gerais do
universo. É este «sistema geral de referências» que
serve de rumo e permite «raciocínios ou hipóteses
frutuosas» que ditarão o progresso do Velho Continente
[Braudel].
• O primeiro sistema foi o de Aristóteles (séc. IV a. C.),
reintroduzido no Ocidente, pelas traduções de Toledo e
dos comentários de Averróis. Este sistema perdurará na
Europa até ao séc. XVII.
05-11-2015
História Geral da Civilização
GAT: 1º ano - IPCA
21
A Revolução Científica (2)
• A teoria aristotélica é altamente elaborada, ainda que
se forje a partir de dados do senso comum. Ela é
alheia à formalização matemática. A ciência é mais
teórica do que prática e pouco se preocupa em
verificar pela experimentação, se a teoria estava certa.
• O sistema da ciência clássica, contribuição original do
Ocidente, vai ser favorecido pelos progressos
materiais do séc. XVI e pela difusão da ciência grega
através da imprensa.
05-11-2015
História Geral da Civilização
GAT: 1º ano - IPCA
22
A Revolução Científica (3)
• Evolução nas matemáticas: geometria analítica de
Fermat (1629) e de Descartes (1637); aritmética superior
de Fermat (1630-1665); análise combinatória (1654);
dinâmica de Galileu (1591-1612) e de Newton (16661668); gravitação universal de Newton (1666-1667).
• O sistema geocêntrico de Ptolomeu resiste até ser
ultrapassado pelo sistema heliocêntrico de Copérnico
(1473-1543) e de Kepler (1571-1630).
05-11-2015
História Geral da Civilização
GAT: 1º ano - IPCA
23
A Revolução Científica (4)
• Um outro sistema geral vigora até ao séc. XX, «o universo
abstracto, geometrizado de Descartes e, mais ainda de
Newton» (teoria da gravitação universal) [Braudel].
Descartes, por seu turno, instaura uma matemática de
pura abstracção e faz evoluir a teoria das equações.
• Ocorre uma «matematização do mundo, explosão do
cosmos fechado do pensamento antigo e medieval» (***)
• «…unificação radical de um universo infinito e geométrico,
pelo apagamento das velhas oposições entre mundo
sublunar e mundo sideral, fim da física das qualidades,
identificação da matéria a longo prazo.» (***)
05-11-2015
História Geral da Civilização
GAT: 1º ano - IPCA
24
A Revolução Científica (5)
• «Pouco importa que os construtores do mundo
moderno fossem crentes, Kepler, Descartes, Leibniz,
Newton, já que o mundo saído do seu pensamento
não tem Deus.» (***)
• O impulso económico e técnico que a Europa
testemunhou no séc. XVIII terá estimulado a ciência.
Haverá uma conexão entre ciência e
industrialização.
(***) Chaunu, Pierre (1987). A Civilização da Europa Clássica. Lisboa: Editorial Estampa. Vol II.
05-11-2015
História Geral da Civilização
GAT: 1º ano - IPCA
25
A Revolução Científica (6)
• Como já vimos, a China teve, muito mais cedo que o
Ocidente, uma protociência «bastante hábil e avançada»,
mas não sentiu o estímulo do capitalismo (cujas
primícias remontam ao crescimento das cidades mercantis
da Idade Média) para passar «à etapa decisiva» [Braudel].
05-11-2015
História Geral da Civilização
GAT: 1º ano - IPCA
26
Revolução Industrial (1)
• A economia de mercado estabelece-se nos sécs.
XVI e XVII impulsionada pela expansão dos
instrumentos de crédito e pela chegada de metais
preciosos da América.
• Com o início da Idade Moderna, o centro de gravidade
da economia-mundo europeia situa-se por instantes
em Lisboa, posteriormente oscila entre Sevilha e
Antuérpia, até ao último quartel (i.e. 25 anos) do
século XVI.
05-11-2015
História Geral da Civilização
GAT: 1º ano - IPCA
27
Revolução Industrial (2)
• Seguidamente, no início do séc. XVII, reina
Amesterdão, até ao dealbar do séc. XVIII, sendo
depois superada por Londres, até ao início da
Primeira Grande Guerra, ou mesmo da Segunda.
• A Europa engendrou a Revolução Industrial, que se
repercutiu por todo o planeta. Este fenómeno não
se realizou de uma só vez. Houve alguns sectores
que não acompanharam logo este ímpeto.
05-11-2015
História Geral da Civilização
GAT: 1º ano - IPCA
28
Revolução Industrial (3)
• Braudel distingue 4 revoluções industriais clássicas:
a do vapor, a da electricidade, a do motor de explosão
e a da energia nuclear. «A Revolução Industrial não foi
um efectivamente um episódio com princípio e fim (…)
O processo ainda está em curso» (****)
• Já no séc. XII, como já vimos, houve uma primeira
revolução industrial tida como a generalização no
espaço europeu dos moinhos de água e de vento.
(****) Hobsbawm, Eric (2001[1978]). A Era das Revoluções. Lisboa: Editorial Presença.
05-11-2015
História Geral da Civilização
GAT: 1º ano - IPCA
29
Revolução Industrial (4)
• Antes do séc. XVIII, porém, só se pode falar de uma
pré-indústria: «o artesanato local, com um curto raio
de acção, quase sempre basta às necessidades da
população» [Braudel].
• Contudo, em sectores como os produtos de luxo
(manufacturas reais em França a partir do séc. XVII) e
na indústria têxtil, certas empresas começam a
trabalhar para grandes mercados.
05-11-2015
História Geral da Civilização
GAT: 1º ano - IPCA
30
Revolução Industrial (5)
• A Revolução Industrial, nasce na Inglaterra no séc.
XVIII e posteriormente expande-se pelo continente
europeu – em França, na Bélgica, no Oeste da
Alemanha, no Norte da Itália e em certas partes da
Península Ibérica.
• Na Inglaterra, duas indústrias beneficiam das
inovações técnicas: os têxteis (sobretudo) e as minas;
que se irão reflectir noutros sectores da economia.
05-11-2015
História Geral da Civilização
GAT: 1º ano - IPCA
31
Revolução Industrial (6)
• A máquina a vapor de James Watt (1776), veio
aperfeiçoar a máquina a vapor de Newcomen (1712-18) menos económica no consumo de carvão.
• A máquina a vapor foi essencial para a Revolução
Industrial: a energia a vapor substituiu a força humana e
animal, bem como a energia hidráulica e eólica, até então
as energias motrizes.
05-11-2015
História Geral da Civilização
GAT: 1º ano - IPCA
32
Gravura da máquina a vapor 1774
projetada por Boulton e Watt
Fonte: wikipédia
05-11-2015
História Geral da Civilização
GAT: 1º ano - IPCA
33
Revolução Industrial (7)
• A indústria têxtil «foi e continuou a ser até meados do
séc. XIX (até ao caminho-de-ferro), a indústria
motriz: arrasta as outras, ao mesmo tempo como
indústria de primeira necessidade e indústria de luxo.»
[Braudel].
• Foi neste sector, especificamente no algodão, que se
desenvolveram as primeiras fábricas.
• É uma indústria estreitamente ligada ao trato das
Índias, da África e da América e ao tráfico de
escravos; ao comércio triangular - beneficia dos
seus capitais acumulados.
05-11-2015
História Geral da Civilização
GAT: 1º ano - IPCA
34
Comércio triangular
Fonte: wikipédia
05-11-2015
História Geral da Civilização
GAT: 1º ano - IPCA
35
Revolução Industrial (8)
• Esta indústria, favorecida pelas inovações técnicas
vai-se desenvolver ininterruptamente, essencialmente
devido à grande procura das costas africanas e
posteriormente da América Latina e Mediterrâneo.
• A Inglaterra, que durante muito tempo havia importado
para consumo próprio, da Europa e do Mundo, os
tecidos de algodão das suas feitorias nas Índias, vai
agora, pela acção das suas manufacturas, imitar o
êxito alcançado, destruindo os tecidos indianos rivais.
05-11-2015
História Geral da Civilização
GAT: 1º ano - IPCA
36
Revolução Industrial (9)
• Não é de estranhar, portanto, que estas indústrias assaz
requisitadas convoquem a si ou causem progressos
técnicos. A técnica responde à procura. Aparecem
máquinas novas (e.g. spinning jenny, de Hargraves
(1764); mule-jenny, de Campton (1799)).
• A partir do séc. XVIII, a ciência, para além da técnica,
passa a ser solicitada pela indústria (e.g. utilização do
ácido sulfúrico para o branqueamento de tecidos). «Foi o
surto industrial que pôs a ciência em estado de agir.»
[Braudel].
05-11-2015
História Geral da Civilização
GAT: 1º ano - IPCA
37
Revolução Industrial (10)
• A Inglaterra invade o mercado mundial com os seus
produtos, manifestando uma supremacia incontestada,
já que «o aumento de produção é acompanhado (…) por
uma fabulosa queda nos preços de custo.» [Braudel]
• A Revolução Industrial, foi permitida também pela
Revolução Gloriosa de 1688, que criou uma monarquia
constitucional em Inglaterra e pela fundação do Banco de
Inglaterra. A sociedade inglesa está assim receptiva ao
capitalismo.
05-11-2015
História Geral da Civilização
GAT: 1º ano - IPCA
38
Revolução Industrial (11)
• Por outro lado, a sua economia é favorecida por vários
investimentos de cariz geral: estradas e canais.
• A Inglaterra também beneficiou de um incremento
demográfico muito considerável que lhe permitiu dispor
de uma mão-de-obra «superabundante e barata»
[Braudel].
• A agricultura inglesa testemunhou importantes
inovações que vieram mitigar «o velho torniquete da
insuficiência tradicional de produção alimentar.»
[Braudel].
05-11-2015
História Geral da Civilização
GAT: 1º ano - IPCA
39
Revolução Industrial (12)
• As mutações são a introdução dos enclosures e
métodos científicos, bem como a introdução e apuro
de novas espécies vegetais e animais.
• Enclosures: expropriação de pequenas propriedades
(minifúndios), junção de parcelas dispersas,
apropriação de terras comunais, liberdade de cercar
as novas propriedades resultantes desse processo.
• Em inglês, enclosures, campos fechados por sebes
ou cercas (****).
(****) Disponível na www: <URL: http://www.infopedia.pt/$revolucao-industrial>.
05-11-2015
História Geral da Civilização
GAT: 1º ano - IPCA
40
Revolução Industrial (13)
• A Revolução Industrial posteriormente, com a
construção do caminho-de-ferro, vai, num segundo
momento, incidir na metalurgia. Os caminhos-deferro são grandes consumidores de ferro, ferro fundido
e aço.
• Doutro modo, «a revolução dos navios com cascos
de metal, movidos a vapor, vai transformar a
construção naval inglesa numa grande indústria
pesada.» [Braudel].
• O algodão, neste momento, perde a sua prioridade
para a economia britânica.
05-11-2015
História Geral da Civilização
GAT: 1º ano - IPCA
41
Revolução Industrial (14)
• Se a descolagem da indústria britânica, como na Nova
Inglaterra, se fez através do algodão, em países como a
França, Alemanha, Canadá, Rússia e Estados Unidos
foram os caminhos-de-ferro o sector propulsor, e na
Suécia a madeira de construção e as minas de ferro.
• «A indústria assim estimulada aumenta a sua produção,
aperfeiçoa a sua técnica, organiza o seu mercado,
depois anima o resto da economia.» [Braudel]
05-11-2015
História Geral da Civilização
GAT: 1º ano - IPCA
42
Revolução Industrial (15)
• Depois da descolagem dos caminhos-de-ferro (i.e. do
ferro, do carvão, da indústria pesada) seguiram-se o aço,
as construções navais modernas, a química, a
electricidade e as máquinas-ferramentas.
• A Revolução Industrial foi secundada por uma revolução
do crédito. O capitalismo internacional difunde-se pelas
praças comerciais da Europa, e igualmente no Comércio
das Índias ou da China (em Cantão) ou ao serviço dos
Estados.
05-11-2015
História Geral da Civilização
GAT: 1º ano - IPCA
43
Revolução Industrial (16)
• Com o sucesso da Revolução Industrial a banca e a
vida financeira vão-se desenvolver. A partir de 1860,
as redes dos bancos exponenciar-se-ão. Os bancos
vão-se especializar: bancos de crédito, de depósitos,
de negócios.
• A banca capta uma vasta clientela: público aforrista,
caminhos-de-ferro, indústrias, companhias de
navegação.
05-11-2015
História Geral da Civilização
GAT: 1º ano - IPCA
44
Revolução Industrial (17)
• Acresce que há uma tendência para um capitalismo
de Estado: «o estado torna-se industrial e não menos
banqueiro. A proliferação do fisco e dos vales postais,
das caixas económicas, dos títulos do tesouro, põem à
sua disposição enormes somas de dinheiro.» [Braudel]
• O Estado investe uma parte do rendimento nacional
para estimular a economia e assegurar políticas
sociais eficazes.
05-11-2015
História Geral da Civilização
GAT: 1º ano - IPCA
45
Liberalismo (1)
•
O termo liberalismo compreende simultaneamente:
1. Uma doutrina política – que visa aumentar os
poderes legislativo e judicial limitando o poder
executivo;
2. Uma doutrina económica – que sob a divisa
laissez faire laissez passer pretende subtrair ao
Estado o poder de intervir na esfera económica.
3. Uma doutrina filosófica – que defende a
liberdade de pensar e a liberdade religiosa (que
deve consagrar a ideia de tolerância, de respeito
pelos outros e pela natureza humana.)
05-11-2015
História Geral da Civilização
GAT: 1º ano - IPCA
46
Liberalismo (2)
• Paulatinamente, de forma lacunar «o Estado liberal,
constitucional organiza-se com as suas liberdades
fundamentais (liberdade de opinião de imprensa,
parlamentar, liberdade individual, extensão do direito
de voto.)» [Braudel]
• O liberalismo representa os interesses duma
classe em ascensão económica: a burguesia e a
aristocracia dos negócios.
05-11-2015
História Geral da Civilização
GAT: 1º ano - IPCA
47
Liberalismo (3)
• O liberalismo empreendeu primeiramente uma luta
não desinteressada contra o Antigo Regime de
pendor aristocrático.
• Com as revoluções de 1848 - que dividiram de forma
irreversível burguesia e proletariado – foi adoptado o
sufrágio universal. O liberalismo doravante adoptou a
feição democrática e estendeu-se a todas as classes
sociais.
05-11-2015
História Geral da Civilização
GAT: 1º ano - IPCA
48
Revolução Política e Social (1)
• Antes de 1789, na Europa já haviam sucedido duas
de revoluções dignas de menção: as duas em
Inglaterra (uma violenta: a Puritana (1640-58) e uma
pacífica: a Gloriosa (1688)).
• Contudo, a Revolução Francesa, repercutiu-se em
toda a Europa de 1789 a 1815, abalando as
fundações Antigo Regime e constituindo-se como um
poderoso símbolo.
• Há vários momentos na Revolução Francesa.
05-11-2015
História Geral da Civilização
GAT: 1º ano - IPCA
49
Revolução Política e Social (2)
• No começo ela é uma Revolução liberal, moderada,
«com alguns episódios dramáticos» [Braudel]:
tomada da Bastilha e o Grande Medo.
• Segue-se uma fase violenta interna e externamente,
que é desencadeada pela declaração de guerra à
Áustria (1792).
• Os jacobinos - que pretendem aprofundar a revolução
- liderados pela pequena burguesia e os sans-culottes,
massa popular parisiense, assumem o poder. Esta fase
termina com a capitulação de Robespierre.
05-11-2015
História Geral da Civilização
GAT: 1º ano - IPCA
50
Fig. 8 – Tomada da Bastilha
Fonte: www.aticaeducacional.com.br
05-11-2015
História Geral da Civilização
GAT: 1º ano - IPCA
51
Revolução Política e Social (3)
• Posteriormente, um período que inclui a Revolução
do Terminador (que reactiva o projecto político da
burguesia) e a República do Directório (retorno da Alta
Burguesia ao poder).
• Finalmente, uma quarta fase que inclui o Consulado e
o Império. Napoleão assume as rédeas da Revolução
controlando-a e exportando-a.
05-11-2015
História Geral da Civilização
GAT: 1º ano - IPCA
52
Revolução Política e Social (4)
• É em nome da Revolução que Napoleão expande o
seu Império na Europa. «Onde quer que se instale o
regime napoleónico, as leis, os costumes, os corações
guardarão as suas marcas, mau grado os rancores e
os ódios suscitados pela ocupação.» [Braudel]
• A Restauração que se seguiu à capitulação de
Napoleão não alterou os privilégios sociais
abolidos: fim dos direitos feudais e a salvaguarda
direitos do indivíduo.
05-11-2015
História Geral da Civilização
GAT: 1º ano - IPCA
53
O Império de Napoleão no seu
apogeu em 1811
(a castanho escuro temos o Império
Francês, a castanho claro os estados vassalos e a bêge os estados aliados do Império.
Fonte: wikipédia)
05-11-2015
História Geral da Civilização
GAT: 1º ano - IPCA
54
Revolução Política e Social (5)
• «A Revolução é a violência ao serviço de um ideal[…]
direito, igualdade e justiça social» [Braudel].
• A Revolução vai influenciar movimentos sociais
ulteriores. A separação da Igreja e do Estado, o
sufrágio universal, conquistas evanescentes da
primeira fase da revolução, são antecipações de
futuras conquistas sociais.
05-11-2015
História Geral da Civilização
GAT: 1º ano - IPCA
55
Revolução Política e Social (6)
•
A Revolução Industrial produziu chagas sociais. O
crescimento urbano dita a degradação das condições
de vida da massa operária.
•
«Miséria, mendicidade, banditismo, delinquência,
crianças sem lar, epidemias, criminalidade, tudo se
agrava com a acumulação rápida de
trabalhadores na indescritível promiscuidade das
paredes estreitas.» [Braudel]
•
A despeito das más condições urbanas, nos campos
ainda se vive pior. O êxodo da província continua a
afluir às cidades.
05-11-2015
História Geral da Civilização
GAT: 1º ano - IPCA
56
Revolução Política e Social (7)
•
A resposta a estes problemas foi dada, segundo
Braudel, em 3 fases:
1. A fase revolucionária e ideológica (1815 a
1871), dos reformadores sociais, da queda de
Napoleão à Comuna de Paris.
2. A fase das lutas operárias organizadas
(sindicatos e partidos operários) de 1871 a 1914.
3. A fase estatal. Na qual o Estado chama a si a
prossecução dos programas sociais depois de
1919 e 1929 (Grande Guerra e Grande
Depressão, respectivamente).
05-11-2015
História Geral da Civilização
GAT: 1º ano - IPCA
57
Revolução Política e Social (8)
• Distingue-se um socialismo utópico (Saint-Simon,
Fourier, Blanc, Owen, Proudhon) corrente assim
denominada pelos seus antagonistas marxistas por
expor os princípios de uma sociedade ideal sem
referir os meios para a alcançar.
• De um socialismo dito científico. Em 1848, surge o
manifesto do Partido Comunista, da autoria de Marx e
Engels, livro referência da acção comunista.
05-11-2015
História Geral da Civilização
GAT: 1º ano - IPCA
58
Revolução Política e Social (9)
• Defende–se o estabelecimento de uma sociedade
igualitária, sem classes e firmada na propriedade
comum e no controle dos meios de produção e da
propriedade em geral.
• O comunismo, segundo Marx seria a fase final na
sociedade humana, o que seria alcançado através de
uma revolução proletária.
• Todas estas escolas de pensamento criticam o
liberalismo, propondo a substituição da propriedade
privada pela propriedade socialista.
05-11-2015
História Geral da Civilização
GAT: 1º ano - IPCA
59
Motivos para as descobertas *****
• Motivos comerciais: procura de novas vias de
acesso às riquezas da Ásia.
• Motivos políticos: a vontade de poder das nações e
a rivalidade que elas transpõem da Europa para os
teatros externos.
• Motivos religiosos: universalidade do cristianismo,
vontade de difundir até aos confins do globo a
mensagem evangélica.
05-11-2015
História Geral da Civilização
GAT: 1º ano - IPCA
60
Meios para as descobertas *****
• Meios científicos: aperfeiçoamento dos instrumentos
de navegação, progressos ligados à astronomia e à
hidrografia.
• Meios técnicos: o navio é o meio de transporte mais
habitual, aperfeiçoamento das embarcações (e. g.
caravela com vela triangular, naus com duas ou três
ordens de velas sobrepostas e vela latina à ré,
introdução de bocas-de-fogo) com maior capacidade.
05-11-2015
História Geral da Civilização
GAT: 1º ano - IPCA
61
Efeitos da colonização ***** (1)
• A essência da colonização reside numa relação de
desigualdade (política, económica, militar, económica e
cultural) e dependência entre colónias e metrópoles.
• Frequentemente, os conquistadores europeus
aquando da sua chegada à colónia deparavam-se com
sociedades primitivas. Mas quando diante de si se
apresentavam Estados constituídos, reinos ou impérios,
eles derribavam-nos (e.g. impérios pré-colombianos)
(*****) Rémond, René (1994). Introdução à História do Nosso Tempo: do Antigo Regime aos Nossos
Dias. Lisboa: Gradiva.
05-11-2015
História Geral da Civilização
GAT: 1º ano - IPCA
62
Efeitos da colonização ***** (2)
• No séc. XVIII, subsistem impérios coloniais de
antiguidade desigual: os impérios português e
espanhol, já em declínio; o das Províncias Unidas
(antecessora dos Países Baixos); e o Francês e
Inglês em plena expansão.
• À colónia não se reconhece existência política, não
participa nas decisões que lhe dizem respeito, tais
medidas são tomadas na metrópole, a milhares de
quilómetros de distância.
05-11-2015
História Geral da Civilização
GAT: 1º ano - IPCA
63
Efeitos da colonização ***** (3)
• A colónia não tem liberdade nem soberania, ela pertence
integralmente à metrópole. Não tem personalidade
reconhecida, ao contrário do protectorado.
• O protectorado (e.g. Marrocos, Indochina, Egipto)
praticado por França e Inglaterra, pressupõe uma
dependência moderada.
• Aplica-se a Estados a quem se reconhece o passado e a
unidade política, mantendo muitas vezes a autoridade
das dinastias reinantes.
05-11-2015
História Geral da Civilização
GAT: 1º ano - IPCA
64
Efeitos da colonização ***** (4)
• A par destes Estados existem outros cuja soberania
prevalece ficticiamente, aos quais a Europa impõe
condições discriminatórias, mas cuja independência é
normalmente respeitada.
• É o caso da China, que foi obrigada a assinar tratados
desiguais (a China era obrigada a consignar vantagens à
Europa e E.U.A., sem reciprocidade, e.g. guerra do ópio).
• A desigualdade nas colónias estende-se aos indígenas
que estão vinculados a um regime jurídico diverso do
dos cidadãos da metrópole.
05-11-2015
História Geral da Civilização
GAT: 1º ano - IPCA
65
Efeitos da colonização ***** (5)
• O princípio da separação de poderes consagrado no
Ocidente desde o séc. XVIII, não se aplica nas colónias,
onde os administradores podem ser simultaneamente juízes
e parte interessada.
• Há uma desigualdade económica, as remunerações nas
colónias são muito inferiores às praticadas na metrópole e
as populações beneficiam apenas de uma reduzida parte do
lucro obtido na exploração dos recursos naturais. A colónia
depende dos capitais da metrópole.
• Pelo regime do pacto colonial, as metrópoles têm o
monopólio do mercado e do transporte.
05-11-2015
História Geral da Civilização
GAT: 1º ano - IPCA
66
Efeitos da colonização ***** (6)
• Subsiste ainda uma desigualdade cultural, «a
Europa transporta a sua civilização, inculca as suas
ideias e impõe os seus valores, com o sistema de
ensino. O recíproco não existe, pois a Europa nada
toma das civilizações não-europeias.» [Rémond]
• A Europa assegura ainda a valorização e a
exploração dos recursos que ela própria descobre
nestes países e redistribui à escala global géneros
alimentares, homens e capitais.
05-11-2015
História Geral da Civilização
GAT: 1º ano - IPCA
67
Efeitos da colonização ***** (7)
• Analogamente à Europa, países como a Turquia e o
Japão dotam-se de uma constituição, que instituem
governos à Ocidental com assembleias
representativas e instituições parlamentares.
• Criam-se partidos segundo o modelo inglês e
francês (e.g. Partido do Congresso na Índia,
estimulado pela administração inglesa, posteriormente
estará implicado na independência indiana.)
05-11-2015
História Geral da Civilização
GAT: 1º ano - IPCA
68
Efeitos da colonização ***** (8)
• Os exércitos, as marinhas, o direito civil, a língua,
os costumes (vestuário e desporto) são
influenciados pelos seus congéneres da Inglaterra e
da França.
• A língua: em alguns casos a língua do colonizador
torna-se língua nacional (francês, português,
espanhol, inglês são faladas no mundo inteiro).
• O ensino secundário, dos colégios, das missões
laicas também é uma exportação europeia.
05-11-2015
História Geral da Civilização
GAT: 1º ano - IPCA
69
Efeitos da colonização ***** (9)
• Não existindo universidade nas colónias, as elites vão
estudar para as universidades da metrópole – cria-se
uma elite ocidentalizada (dividida entre a cultura
tradicional e a cultura estrangeira).
• Por outro lado, através da evangelização, as
variantes do cristianismo, catolicismo ou
protestantismo do Ocidente penetram nas populações
animistas da África Negra (não logram penetrar no
campo islâmico)
05-11-2015
História Geral da Civilização
GAT: 1º ano - IPCA
70
Efeitos da colonização ***** (10)
• A expansão da religião europeia propaga consigo a
«distinção tradicional entre sociedade civil e
sociedade religiosa (aforismo cristão: «dar a César o
que é de César e a Deus o que é de Deus»[Rémond]).
• O Islão, como já vimos, confunde direito canónico e
direito civil. Esta aquisição da Europa levará, por seu
turno, a uma secularização da sociedade, dos
costumes das civilizações.
05-11-2015
História Geral da Civilização
GAT: 1º ano - IPCA
71
Fig. 9 – Impérios coloniais em 1800
Fonte: wikipédia
05-11-2015
História Geral da Civilização
GAT: 1º ano - IPCA
72
O tráfico de escravos (1) ******
• Os primeiros africanos chegaram à América no início
do séc. XVI.
• O aumento do número dos escravos deveu-se à
devastação das populações indígenas (devido ao
contacto com os colonizadores europeus) por um lado
e pelo desenvolvimento das bases negreiras dos
portugueses em África. Luanda é criada em 1576.
(******) Fradera, Josep Maria (s.d.). Tráfico de hombres, El País Semanal.
05-11-2015
História Geral da Civilização
GAT: 1º ano - IPCA
73
O tráfico de escravos (2) ******
• Os escravos africanos «ocupavam um espaço vital nos
ofícios urbanos, na marinha e no transporte e
mineração do ouro» [Fradera].
• E também nas regiões onde se desenvolveu uma
agricultura de larga escala (nas plantações de açúcar,
algodão, tabaco) orientada para os mercados urbanos
nascentes e para o mercado atlântico.
• Houve escravatura e servidão em todas épocas. No
mundo clássico, na Ásia e na África durante séculos e
na sociedade pré-colombiana.
05-11-2015
História Geral da Civilização
GAT: 1º ano - IPCA
74
O tráfico de escravos (3) ******
• A escravatura foi tão lesiva em territórios sob domínio
de potências católicas como o foi em terras sob o jugo
de colonizadores protestantes.
• Desde as primeiras remessas de escravos trazidas
pelos portugueses, através de São Tomé, até à
década de 1870, 11 a 13 milhões de africanos foram
exportados para a América (15% a 20% morreram
durante a travessia do Oceano).
• 10 milhões deles foram escravizados, um terço dos
quais no Brasil.
05-11-2015
História Geral da Civilização
GAT: 1º ano - IPCA
75
O tráfico de escravos (4) ******
• Foi a migração mais volumosa até 1850 e também a
mais cruel; o resultado teve impacto em ambas as
sociedades: a americana e a africana.
• Portugal, Holanda, Inglaterra, França e em menor
grau a Dinamarca e a Suécia (por ordem de entrada
no negócio) participaram do tráfico negreiro.
Espanha, mal estabelecida em África, foi sobretudo
um importador.
• O tráfico foi abolido em 1807 pela Inglaterra, ainda
que se tenha continuado a fazer de forma clandestina.
05-11-2015
História Geral da Civilização
GAT: 1º ano - IPCA
76
O tráfico de escravos (5) ******
• As razões para a abolição prendem-se com a
pressão do humanismo protestante e o «crescente
peso da ideia de superioridade do trabalho livre.»
[Fradera].
• O Reino Unido perseguiu o tráfico entre África e
América até ao seu término, exerceu medidas
coercivas e impôs tratados bilaterais de abolição.
• A escravatura foi abolida em 1848 nas Antilhas
francesas, em 1865 nos E.U.A., 1886 em Cuba e em
1871 no Brasil.
05-11-2015
História Geral da Civilização
GAT: 1º ano - IPCA
77
Fig. 10 – Escravatura
Fonte: http://asmelhoresjornalistas.files.wordpress.com/2008/12/negr.jpg
05-11-2015
História Geral da Civilização
GAT: 1º ano - IPCA
78