CÁLCULO FINANCEIRO E APLICAÇÕES Prof. Lucilio Rogerio Aparecido Alves Depto. de Economia, Administração e Sociologia ASSAF NETO, A. Finanças corporativas e valor. Cap.2 ASSAF NETO, A.; LIMA, F.G. Curso de administração financeira. Cap.3 CÁLCULO FINANCEIRO E APLICAÇÕES Introdução Juro: recompensa pelo sacrifício de poupar no presente, postergando o consumo para o futuro Determina o custo de um crédito ou retorno de uma aplicação de capital Juro: é a remuneração ou custo do capital – aluguel pelo uso do capital Prof. Lucilio Alves CÁLCULO FINANCEIRO E APLICAÇÕES Introdução Quando o detentor do capital vai realizar um investimento, deve estabelecer a remuneração desejada para os seus recursos e, para isso, atentar para os seguintes aspectos: Despesas sobre o investimento: operacionais, contratuais e tributárias; Risco: probabilidade de não obter a remuneração e o capital de volta; Inflação: perda de poder aquisitivo de capital causada pela elevação generalizada de preços; Lucro: fixado em função das oportunidades de investimentos perdidas; Prof. Lucilio Alves CÁLCULO FINANCEIRO E APLICAÇÕES Introdução Portanto, a receita do juro deve ser suficiente para: Cobrir o risco; Cobrir as despesas; Cobrir a perda de poder aquisitivo do capital investido; Proporcionar lucro ao investidor; Critérios de capitalização: simples (linear) compostos (exponencial) Prof. Lucilio Alves CÁLCULO FINANCEIRO E APLICAÇÕES 2.1 Juros Simples Maioria das taxas de juros aplicadas no mercado financeiro são referenciadas pelo critério simples Juros incidem unicamente sobre o capital inicialmente aplicado ou alocado Encontra ampla aplicação prática em operações financeiras de curto prazo Prof. Lucilio Alves CÁLCULO FINANCEIRO E APLICAÇÕES 2.1 Juros Simples Sistema de capitalização simples: os juros não-pagos não devem ser agregados ao capital para efeito de cálculo dos juros dos períodos subseqüentes Caso os juros calculados para um determinado período não sejam pagos, eles são incorporados ao capital, mas não para efeito de cálculo dos juros dos período seguintes Prof. Lucilio Alves CÁLCULO FINANCEIRO E APLICAÇÕES 2.1 Juros Simples Fórmula do Montante (M): Onde: C = Capital inicial (principal) M=C+J i = taxa (linear) de juros J = valor (em $) dos juros Fórmula dos Juros (J): n = número de períodos J=Cxixn M = montante acumulado Se: -Crédito de $50.000, por 5 meses -Juros de 2% a.m. Então: -Remuneração de $1.000 a.m. -Total de $5.000 em remuneração Prof. Lucilio Alves CÁLCULO FINANCEIRO E APLICAÇÕES 2.1 Juros Simples Fórmula do Montante e Capital desconhecendo-se os Juros: M = C + [C x i x n] Colocando-se C em evidência: Onde: C = Capital inicial (principal) M = C x [1+ i x n] i = taxa (linear) de juros ou J = valor (em $) dos juros C = M / (1 + i x n) n = número de períodos M = montante acumulado Prof. Lucilio Alves CÁLCULO FINANCEIRO E APLICAÇÕES 2.1 Juros Simples Exemplo de cálculo. Calcular o montante de um capital de $100.000, aplicado durante 6 meses, à taxa de juros simples de 2% a.m. Forma de cálculo 1: M=C+J M = $100.000 + $12.000 = $112.000 Forma de cálculo 2: M = C x (1 + i x n) M = $100.000 x (1 + 0,02 x 6) M = $112.000 Prof. Lucilio Alves CÁLCULO FINANCEIRO E APLICAÇÕES 2.1 Juros Simples Exemplo de cálculo da taxa de juro: Um investidor aplicou em um banco a quantia de R$100.000,00 pelo prazo de 14 meses e, ao término, resgatou a quantia de R$134.000,00. Calcular a taxa de juro média mensal desse investimento pelo sistema de capitalização simples. Solução algébrica Solução numérica M = C [1 + i x n] i = [(M/C) – 1]/n 1 + i x n = M/C i = [(134.000/100.000) – 1]/14 i x n = (M/C) – 1 i = [1,34 – 1]/14 i = [(M/C) – 1]/n i = 0,34/14 i = 0,0242857 ou i = 2,43% a.m. Prof. Lucilio Alves CÁLCULO FINANCEIRO E APLICAÇÕES 2.1.1 Taxa nominal e taxa proporcional Taxa nominal: taxa de juro contratada numa operação; normalmente é expressa para um período superior ao da incidência dos juros; Exemplo: um financiamento pode ser concedido para liquidação em pagamentos mensais, sendo a taxa nominal de juros de 30% a.a.; taxa mensal considerada: 30%/12 meses = 2,5% a.m. Obs.: A taxa nominal não corresponde, necessariamente, à taxa efetiva da operação. Pode haver outras taxas, como comissões, IOF etc., que aumenta a taxa efetiva de um empréstimo, por exemplo. Prof. Lucilio Alves CÁLCULO FINANCEIRO E APLICAÇÕES 2.1.1 Taxa nominal e taxa proporcional Taxa proporcional: o prazo da taxa é geralmente igual ao período de capitalização dos juros; duas taxas expressas em diferentes unidades de tempo são definidas como proporcionais quando enunciam valores iguais numa mesma unidade de tempo; Exemplo: Considere hoje uma quantia de $ 100,00 a juros simples de 10% ao mês nominal. Seus respectivos montantes serão: 3% a.m. = 36% a.a.; 9% a.t. = 36% a.a.; Para transformar uma taxa nominal em outra, basta multiplicar, se desejarmos aumentar o período (10% a.m. vezes 3 meses = 30% a.t.), ou dividirmos para diminuir de período (40% ao quadrimestre dividido por 2 bimestres = 20% a.b.) $ 100,00 10% a.m. 20% a.b. 30% a.t. 40% a.q. $ 110,00 $ 120,00 $ 130,00 $ 140,00 1 mês 2 meses 3 meses 4 meses Prof. Lucilio Alves CÁLCULO FINANCEIRO E APLICAÇÕES 2.1.1 Taxa nominal e taxa proporcional Exemplo Determinar o montante (M) e os juros (J) de uma aplicação de $ 150.000,00 efetuada pelo prazo de oito meses à taxa de juros simples de 26,4% a.a. Montante Solução: M = C [1 + i x n] M = 150.000,00 [1+ 0,022 x 8] Dados M = 176.400,00 C = $ 150.000,00 Juros n = 8 meses J=M–C i = 26,4% / 12 meses J = 176.400,00 - 150.000,00 = 2,2% a.m. J = 26.400,00 Prof. Lucilio Alves CÁLCULO FINANCEIRO E APLICAÇÕES 2.2 Juros Compostos: Capital Encontra ampla aplicação prática em operações financeiras de médio e longo prazos Os juros incidem sobre o saldo acumulado (montante) O juro gerado em determinada operação é adicionado ao principal e serve de base para cálculo de juros posteriores Prof. Lucilio Alves CÁLCULO FINANCEIRO E APLICAÇÕES 2.2 Juros Compostos: Capital Fórmula do Montante (M): C = Capital inicial (principal) M=C+J i = taxa (linear) de juros No primeiro período: Juro Montante Onde: J = valor (em $) dos juros J=Cxi n = número de períodos M=C+Cxi M = montante acumulado No segundo período Juro J = (C + C x i) x i Montante M = (C + C x i) + [(C + C x i) x i] M = C + C x i + C x i +C x i2 = C x i2 + 2(C x i) + C M = C x (1 + i) x (1 + i) M = C x (1 + i)2 Prof. Lucilio Alves CÁLCULO FINANCEIRO E APLICAÇÕES 2.2 Juros Compostos: Capital Para o enésimo período: Montante M = C x (1 + i) x (1 + i) ... (1 + i) M = C x (1 + i)n Onde: ou PV = valor presente (principal) Fórmula do valor futuro (FV): FV PV 1 i n FV = valor futuro (montante) i = taxa (exponencial) de juros n = número de períodos Fórmula do valor presente (PV): PV FV 1 i n Prof. Lucilio Alves CÁLCULO FINANCEIRO E APLICAÇÕES 2.2 Juros Compostos: Capital Exemplo: Calcular o montante produzido por um capital de $1.000,00 aplicados à taxa de juro de 10% a.m. pelo prazo de 10 anos (120 meses) utilizando o sistema de capitalização composta. Solução numérica M = 1.000,00 x (1+0,10)120 M = 1.000,00 x 92.709,06882 M = 92.709.068,82 Prof. Lucilio Alves CÁLCULO FINANCEIRO E APLICAÇÕES 2.2 Juros Compostos: Capital Exemplo Se uma pessoa desejar obter $200.000,00 dentro de um ano, quanto deverá aplicar hoje num fundo que rende 7% a.t.? Em outras palavras, qual é o valor presente dessa aplicação? Solução: Valor presente: PV Dados FV = $200.000,00 n = 4 trimestres i = 7% a.t. FV 1 i n $ 200.000,00 PV (1,07) 4 P V $ 152.579,00 Prof. Lucilio Alves CÁLCULO FINANCEIRO E APLICAÇÕES 2.2 Juros Compostos: Capital Exemplo Determinar a taxa mensal de juros de uma aplicação de $120.000,00 que gera um montante de $130.439,50 ao final de um semestre. Cálculo da taxa: Solução: 130.439,50 120.000,00 130.439,50 120.000,00 1 i 6 Dados 1 i 6 1,086996 PV = $ 120.000,00 6 1 i 6 6 1,086996 FV = $ 130.439,50 1 i 6 1,086996 n = 6 meses 1 i 1,014 i 0,014 ou 1,4% a.m. Prof. Lucilio Alves 1 i 6 CÁLCULO FINANCEIRO E APLICAÇÕES 2.2.1 Taxa equivalente e taxa efetiva Taxas equivalentes são as que geram montantes idênticos quando capitalizadas sobre um mesmo capital e prazo 20% a.s. e 44% a.a. são equivalentes pois produzem o mesmo montante em prazo idêntico 2,0% a.m., 6,12%a.t. e 12,62% a.s. são admitidas como sendo taxas equivalentes, pois, capitalizando qualquer capital, produzem o mesmo valor futuro ao final de um período. Para um capital de $100,00, tem-se: FV 100,00 1,02 $126,82 12 FV 100,00 1,0612 $126,82 4 FV 100,00 1,1262 $126,82 2 Prof. Lucilio Alves CÁLCULO FINANCEIRO E APLICAÇÕES 2.2.1 Taxa equivalente e taxa efetiva Expressão: Onde: iq 1 i 1 q = taxa de juros equivalente relativa a uma parte de determinado intervalo de tempo iq q = número de partes do intervalo de tempo considerado Ou, i i e 1 100 prazo que eu quero prazo que eu tenho 1 Prof. Lucilio Alves CÁLCULO FINANCEIRO E APLICAÇÕES 2.2.1 Taxa equivalente e taxa efetiva Exemplo Quais as taxas de juro mensal e trimestral equivalentes de 21% a.a. Solução: b) Taxa de juros equivalente a) Taxa de juros equivalente mensal trimestral i 21% a.a. q 12 meses i 21% a.a. q 4 trimestres i12 12 1,21 1 i 4 4 1,21 1 i12 0,016 ou 1,6%a.m. i 4 0,0488 ou 4,88%a.t. Prof. Lucilio Alves CÁLCULO FINANCEIRO E APLICAÇÕES 2.2.1 Taxa equivalente e taxa efetiva Exemplo Qual a taxa de juro anual equivalente à 1,6% a.m. Solução: a) Taxa de juros equivalente anual i 1,6%a.m. q 12 meses i i e 1 100 prazo que eu quero prazo que eu tenho 12 1 1,6 i e 1 1 100 i e 21% iq 1 i q 1 i12 1 0,01612 1 i12 1,20983 1 i12 21%a.a. Prof. Lucilio Alves 1 CÁLCULO FINANCEIRO E APLICAÇÕES 2.2.1 Taxa equivalente e taxa efetiva O que acontece quando a taxa de juro é dada em prazo superior ao período de capitalização dos juros? Ex.: os juros são capitalizados mensalmente e a taxa é expressa em termos anuais.... Se o critério adotado de incorporação dos juros ao capital for o composto equivalente, o montante ao final do prazo será o mesmo; iq 1 i 1 q Se a capitalização for processada pelo critério de juro simples (taxa nominal), a taxa de juro no final do período (taxa efetiva), será maior que a taxa contratada; Prof. Lucilio Alves CÁLCULO FINANCEIRO E APLICAÇÕES 2.2.1 Taxa equivalente e taxa efetiva Exemplo Financiamento de $ 200.000,00, contratado à taxa nominal de 20% a.a. com capitalização semestral (proporcional) FV PV 1 i n i 20% a.a. FV 200.000,00 1,20 FV $ 240.000,00 i 10%a.s. FV 200.000,00 1,10 FV $ 242.000,00 2 Diferença ocorrida pelo prazo de capitalização ser diferente do prazo da taxa de juros Prof. Lucilio Alves CÁLCULO FINANCEIRO E APLICAÇÕES 2.2.1 Taxa equivalente e taxa efetiva Identidade de cálculo da taxa efetiva de qualquer operação, quando o prazo de capitalização não coincidir com o prazo definido pela taxa contratada e os juros forem distribuídos de forma proporcional nos períodos de capitalização z i i e 1 1 z 2 Exemplo: 0,2 ie 1 1 2 i e 21% a.a. Prof. Lucilio Alves Onde: z = número de períodos de capitalização da taxa contratada em determinado período de tempo CÁLCULO FINANCEIRO E APLICAÇÕES 2.2.1 Taxa equivalente e taxa efetiva Exemplo Determinar o montante de uma aplicação de $60.000,00 efetuada pelo prazo de um ano à taxa de juros de 17,5% a.a. capitalizados trimestralmente a) Capitalização de forma proporcional à taxa nominal Taxa efetiva: FV P V 1 i n 0,175 FV 60.000,00 1 4 FV $ 71.209,38 4 Prof. Lucilio Alves 4 0,175 i e 1 1 4 i e 0,1868ou 18,68%a.a. CÁLCULO FINANCEIRO E APLICAÇÕES 2.2.1 Taxa equivalente e taxa efetiva b) Capitalização pelo uso da taxa trimestral equivalente composta Taxa equivalente composta = taxa efetiva definida i e 4 1,175 1 i e 0,04114a.t. FV P V 1 i n FV 60.000,00 1,04114 4 FV $ 70.500,00 Prof. Lucilio Alves CÁLCULO FINANCEIRO E APLICAÇÕES 2.3 Juros Compostos: Série de Pagamentos ou Recebimentos Até agora, operações com um único desembolso ou recebimento Insere-se, então, as operações que envolvem uma série de pagamentos ou recebimentos: Determinação do custo de vários tipos de empréstimos e financiamentos (BNDES, por exemplo) Taxa de retorno de projetos de investimento Avaliação de ações Prof. Lucilio Alves CÁLCULO FINANCEIRO E APLICAÇÕES 2.3 Juros Compostos: Série de Pagamentos ou Recebimentos Representação Gráfica Valor Futuro Capitalização 1.000 0 1 2.000 2 3 4 9.098,17 Valor Presente Descapitalização Prof. Lucilio Alves 3.000 4.000 5.000 5 6 7 anos CÁLCULO FINANCEIRO E APLICAÇÕES 2.3.1 Séries de pagamentos ou recebimentos não uniformes Quando as periodicidades não forem uniformes, o valor presente (PV) é obtido da seguinte forma: PV n CFj 1 i j1 j Onde: CFj = valor (fluxo de caixa) a ser recebido ou pago no período j Prof. Lucilio Alves CÁLCULO FINANCEIRO E APLICAÇÕES 2.3.1 Séries de pagamentos ou recebimentos não uniformes Exemplo O valor presente de uma dívida que deve ser paga em três parcelas mensais consecutivas de $100.000,00, $150.000,00 e $200.000,00, respectivamente, à taxa de 1,2% a.m., é: PV 100.000,00 150.000,00 200.000,00 2 1,012 1,012 1,0123 PV 98.814,23 146.463,78 192.969,40 PV $ 438.247,41 É indiferente (equivalente), para uma taxa de 1,2% a.m., o pagamento (ou o recebimento) de $438.247,41 à vista ou em três parcelas mensais. Prof. Lucilio Alves CÁLCULO FINANCEIRO E APLICAÇÕES 2.3.1 Séries de pagamentos ou recebimentos não uniformes A identidade do valor (montante) para uma série de pagamentos ou recebimentos não uniformes pode ser expressa da seguinte maneira: FV n j1 CFj 1 i j Onde: CFj = valor (fluxo de caixa) a ser recebido ou pago no período j Prof. Lucilio Alves CÁLCULO FINANCEIRO E APLICAÇÕES 2.3.1 Séries de pagamentos ou recebimentos não uniformes Exemplo O valor futuro ao final do mês 4 dos pagamentos mensais da dívida apresentada atinge: FV 100.000,00 1,012 150.000,00 1,012 200.000,001,012 3 2 FV 103.643,37 153.621,60 202.400,00 FV $ 459.664,97 Prof. Lucilio Alves CÁLCULO FINANCEIRO E APLICAÇÕES 2.3.2 Séries de pagamentos ou recebimentos uniformes O valor futuro (FV) de uma série uniforme de fluxos de caixa é obtido por: FV n 1 i 1 PMT i Onde: PMT = valor de cada pagamento ou recebimento uniforme periódico 1 i n 1 = Fator de Valor Futuro (FVF) i Prof. Lucilio Alves CÁLCULO FINANCEIRO E APLICAÇÕES 2.3.2 Séries de pagamentos ou recebimentos uniformes Como obter a fórmula? Consideremos uma série uniforme descontada mensalmente a uma taxa de 4%, em cinco períodos. O cálculo do valor futuro seria: S1 = 100 x (1,04)4 = 100 x 1,16986 = 116,98 S2 = 100 x (1,04)3 = 100 x 1,12486 = 112,49 S3 = 100 x (1,04)2 = 100 x 1,08160 = 108,16 S4 = 100 x (1,04)1 = 100 x 1,04000 = 104,00 S5 = 100 x (1,04)0 = 100 x 1,00000 = 100,00 St = .................................................. = 541,63 Assim, podemos concluir que, o montante de 5 aplicações, mensais e consecutivas aplicadas a uma taxa de 4% a.m. acumula um montante de $ 541,63. Prof. Lucilio Alves CÁLCULO FINANCEIRO E APLICAÇÕES 2.3.2 Séries de pagamentos ou recebimentos uniformes Como obter a fórmula? Sabemos que St = S1 + S2 + S3 + S4 + S5. substituindo S1, S2 , S3..., por seus respectivos valores temos: St = 100 x (1,04)4 + 100 x (1,04)3 + 100 x (1,04)2 + 100 x (1,04)1 + 100 x (1,04)0. Como o fator 100 é comum a todos os termos, podemos agrupar a expressão acima: St = 100 { (1,04)0 + (1,04)1 + (1,04)2 + (1,04)3 + (1,04)4 } Como a série entre chaves, acima, representa a soma de uma progressão geométrica de razão 1,04, podemos aplicar a seguinte fórmula, Sn a1 an q 1 q Prof. Lucilio Alves CÁLCULO FINANCEIRO E APLICAÇÕES 2.3.2 Séries de pagamentos ou recebimentos uniformes Como obter a fórmula? St = 100 { (1,04)0 + (1,04)1 + (1,04)2 + (1,04)3 + (1,04)4 } A expressão em colchetes representa a soma dos n primeiros termos de uma progressão geométrica com os seguintes parâmetros: Primeiro termo: a1 = (1+i)0 Enésimo termo: an = (1+i)4 Razão: q = (1+0,04) Soma PG: sn = (a1-(anq))/(1-q) Prof. Lucilio Alves CÁLCULO FINANCEIRO E APLICAÇÕES 2.3.2 Séries de pagamentos ou recebimentos uniformes Como obter a fórmula? a1 an q sn 1 q 1, 04 1, 04 1, 04 0 sn sn 4 1 1, 04 1 1, 04 5 0, 04 1 1, 04 1 5 sn sn 0, 04 1 i n 1 FV PMT s n i Prof. Lucilio Alves n 1 i 1 PMT i CÁLCULO FINANCEIRO E APLICAÇÕES 2.3.2 Séries de pagamentos ou recebimentos uniformes Exemplo Suponha que uma pessoa tenha aplicado, ao final de cada mês, a quantia de $ 4.000,00 mensalmente, durante 12 meses, numa conta de poupança que rende 1,5% a.m. Ao final do período, esse aplicador acumula a quantia de: 12 1,015 1 FV 4.000,00 0,015 FV 4.000,0013,041211 FV $ 52.164,85 Prof. Lucilio Alves CÁLCULO FINANCEIRO E APLICAÇÕES 2.3.2 Séries de pagamentos ou recebimentos uniformes E se a pergunta fosse inversa? Calcular a quantia que se deve investir mensalmente em um fundo de investimento que remunera o investidor à taxa de juro de 1% a.m. para se obter a quantia de $100.000,00 em 10 anos: PMT FV i 1 i n 1 PMT 100.000 0, 01 1 0, 01 120 1 PMT 100.000 0, 004347095 PMT $434, 71 Pode-se chamar esta fórmula de Fator de Formação de Capital Prof. Lucilio Alves CÁLCULO FINANCEIRO E APLICAÇÕES 2.3.2 Séries de pagamentos ou recebimentos uniformes Quando as séries de pagamentos ou recebimentos são de mesmo valor e periodicidade, o valor presente (PV) poderá ser obtido da seguinte forma: 1 - 1 i i n PV PMT PV n 1 i 1 PMT 1 i n i Onde: PMT = valor de cada pagamento ou recebimento uniforme periódico n 1 - 1 i = Fator de valor presente (FVP) i Prof. Lucilio Alves CÁLCULO FINANCEIRO E APLICAÇÕES 2.3.2 Séries de pagamentos ou recebimentos uniformes Como obter a fórmula? Consideremos uma série uniforme descontada durante 5 meses a uma taxa de 4%. O cálculo do valor presente seria: PV1= 100 x 1 = 100 x 0,96154 = 96,15 (1,04)1 PV2= 100 x 1 = 100 x 0,92456 = 92,46 (1,04)2 PV3= 100 x 1 = 100 x 0,88900 = 88,90 (1,04)3 PV4= 100 x 1 = 100 x 0,85480 = 85,48 (1,04)4 PV5= 100 x 1 = 100 x 0,82193 = 82,19 (1,04)5 PVt= = 445,18 Prof. Lucilio Alves CÁLCULO FINANCEIRO E APLICAÇÕES 2.3.2 Séries de pagamentos ou recebimentos uniformes Como obter a fórmula? Portanto: 1 1 1 1 1 PVt= 100 x + 100 x + 100 x + 100 x + 100 x (1,04)1 (1,04)2 (1,04)3 (1,04)4 (1,04)5 PVt= 100 x [ 1 + 1 + 1 + 1 + 1 (1,04)1 (1,04)2 (1,04)3 (1,04)4 (1,04)5 Prof. Lucilio Alves ] CÁLCULO FINANCEIRO E APLICAÇÕES 2.3.2 Séries de pagamentos ou recebimentos uniformes Como obter a fórmula? PVt= 100 x [ 1 + 1 + 1 + 1 + 1 (1,04)1 (1,04)2 (1,04)3 (1,04)4 (1,04)5 ] A expressão em colchetes representa a soma dos n primeiros termos de uma progressão geométrica com os seguintes parâmetros: Primeiro termo: a1 = 1/(1+i) Enésimo termo: an = 1/(1+i)n Razão: q = 1/(1+i) Soma PG: sn = (a1-(anq))/(1-q) Prof. Lucilio Alves CÁLCULO FINANCEIRO E APLICAÇÕES 2.3.2 Séries de pagamentos ou recebimentos uniformes Como obter a fórmula? sn 1 i 1 1 i 1 n n 1 i 1 i 1 i 1 i sn i 1 i 1 1 i 1 i n 1 i 1 n a1 an q sn 1 q 1 1 1 1 i 1 i n 1 i sn 1 1 1 i n Prof. Lucilio Alves 1 i 1 i n 1 i 1 sn n 1 i i n 1 1 i s n n 1 i i i 1 - 1 i PV PMT i n CÁLCULO FINANCEIRO E APLICAÇÕES 2.3.2 Séries de pagamentos ou recebimentos uniformes Exemplo O valor presente de um bem que é pago em 10 prestações mensais e iguais de $5.000,00, à taxa de juros de 2,0% a.m., é: 1 1,02 PV 5.000,00 0,02 10 PV 5.000,00 8,982585 PV $ 44.912,93 Representa o preço à vista do bem, isto é, o valor máximo de pagamento à vista supondo uma taxa de desconto de 2% a.m. Prof. Lucilio Alves CÁLCULO FINANCEIRO E APLICAÇÕES 2.3.2 Séries de pagamentos ou recebimentos uniformes Exemplo A venda de um computador é financiada por uma loja em 5 pagamentos mensais, iguais e sucessivos de $1.200,00. A taxa de juros cobrada é de 1,5% a.m. Determinar o valor à vista do computador (valor presente) ao se admitir o financiamento sem entrada (0+5). 1,0155 1 $5.739,17 P V0 5 1.200,00 5 1,015 0,015 Representa o preço à vista do bem, isto é, o valor máximo de pagamento à vista supondo uma taxa de desconto de 2% a.m. Prof. Lucilio Alves CÁLCULO FINANCEIRO E APLICAÇÕES 2.3.2 Séries de pagamentos ou recebimentos uniformes Exemplo A venda de um computador é financiada por uma loja em 5 pagamentos mensais, iguais e sucessivos de $1.200,00. A taxa de juros cobrada é de 1,5% a.m. Determinar o valor a vista do computador (valor presente), supondo a primeira prestação paga no ato da compra (1+4). n PV 1 i 1 PMT 1 i n1 i 1,0155 1 $5.825,26 P V1 4 1.200,00 51 1,015 0,015 Representa o preço à vista do bem, isto é, o valor máximo de pagamento à vista supondo uma taxa de desconto de 2% a.m. Prof. Lucilio Alves CÁLCULO FINANCEIRO E APLICAÇÕES 2.3.3 Coeficientes ou fatores de financiamento Considerando que o cálculo do Valor Presente de uma série uniforme é: PV n 1 i 1 PMT 1 in i A obtenção do valor de uma prestação a partir de um determinado valor presente, dada uma taxa de juro e prazo, é: PMT n 1 i i PV 1 in 1 Prof. Lucilio Alves CÁLCULO FINANCEIRO E APLICAÇÕES 2.3.3 Coeficientes ou fatores de financiamento Coeficiente de financiamento (CF) é a expressão que, quando multiplicado pelo valor do crédito, produz as prestações periódicas: CF 1 in i i 1 in 1 1 1 in Onde i 1 1 i n (1 i ) i (1 i ) n 1 n = inverso do fator de valor presente Prof. Lucilio Alves CÁLCULO FINANCEIRO E APLICAÇÕES 2.3.3 Coeficientes ou fatores de financiamento Exemplo O coeficiente de financiamento a ser pago em seis prestações mensais iguais, à taxa de 1,4% a.m., é de 0,174928, isto é: 0,014 CF 6 1 1,014 CF 0,014 0,080033 Assim, para uma dívida total de R$ 20.000,00, com pagamento em 6 parcelas e juro de 1,4% a.m., o pagamento mensal deve ser de: R$ 20.000,00 x 0,174928 = R$ 3.498,56 CF 0,174928 Prof. Lucilio Alves CÁLCULO FINANCEIRO E APLICAÇÕES 2.3.3 Coeficientes ou fatores de financiamento Exemplo Calcular o valor da série uniforme de pagamentos de 10 parcelas referentes a um capital de $100.000,00, utilizando a taxa de juro de 3%: CF CF 0,03 1 1,03 0, 03 0, 2559 10 O valor da série uniforme de um capital de $100.000,00, com pagamento em 10 parcelas e juro de 3% é: R$ 100.000,00 x 0,1172 = R$ 11.720,00 CF 0,1172 Prof. Lucilio Alves CÁLCULO FINANCEIRO E APLICAÇÕES 2.3.3 Anos Coeficientes ou fatores de financiamento Taxa de desconto r (%) 1% 2% 3% 4% 5% 6% 7% 8% 9% 10% 11% 12% 13% 14% 15% 16% 17% 18% 19% 20% 1 1,0100 1,0200 1,0300 1,0400 1,0500 1,0600 1,0700 1,0800 1,0900 1,1000 1,1100 1,1200 1,1300 1,1400 1,1500 1,1600 1,1700 1,1800 1,1900 1,2000 2 0,5075 0,5150 0,5226 0,5302 0,5378 0,5454 0,5531 0,5608 0,5685 0,5762 0,5839 0,5917 0,5995 0,6073 0,6151 0,6230 0,6308 0,6387 0,6466 0,6545 3 0,3400 0,3468 0,3535 0,3603 0,3672 0,3741 0,3811 0,3880 0,3951 0,4021 0,4092 0,4163 0,4235 0,4307 0,4380 0,4453 0,4526 0,4599 0,4673 0,4747 4 0,2563 0,2626 0,2690 0,2755 0,2820 0,2886 0,2952 0,3019 0,3087 0,3155 0,3223 0,3292 0,3362 0,3432 0,3503 0,3574 0,3645 0,3717 0,3790 0,3863 5 0,2060 0,2122 0,2184 0,2246 0,2310 0,2374 0,2439 0,2505 0,2571 0,2638 0,2706 0,2774 0,2843 0,2913 0,2983 0,3054 0,3126 0,3198 0,3271 0,3344 6 0,1725 0,1785 0,1846 0,1908 0,1970 0,2034 0,2098 0,2163 0,2229 0,2296 0,2364 0,2432 0,2502 0,2572 0,2642 0,2714 0,2786 0,2859 0,2933 0,3007 7 0,1486 0,1545 0,1605 0,1666 0,1728 0,1791 0,1856 0,1921 0,1987 0,2054 0,2122 0,2191 0,2261 0,2332 0,2404 0,2476 0,2549 0,2624 0,2699 0,2774 8 0,1307 0,1365 0,1425 0,1485 0,1547 0,1610 0,1675 0,1740 0,1807 0,1874 0,1943 0,2013 0,2084 0,2156 0,2229 0,2302 0,2377 0,2452 0,2529 0,2606 9 0,1167 0,1225 0,1284 0,1345 0,1407 0,1470 0,1535 0,1601 0,1668 0,1736 0,1806 0,1877 0,1949 0,2022 0,2096 0,2171 0,2247 0,2324 0,2402 0,2481 10 0,1056 0,1113 0,1172 0,1233 0,1295 0,1359 0,1424 0,1490 0,1558 0,1627 0,1698 0,1770 0,1843 0,1917 0,1993 0,2069 0,2147 0,2225 0,2305 0,2385 11 0,0965 0,1022 0,1081 0,1141 0,1204 0,1268 0,1334 0,1401 0,1469 0,1540 0,1611 0,1684 0,1758 0,1834 0,1911 0,1989 0,2068 0,2148 0,2229 0,2311 12 0,0888 0,0946 0,1005 0,1066 0,1128 0,1193 0,1259 0,1327 0,1397 0,1468 0,1540 0,1614 0,1690 0,1767 0,1845 0,1924 0,2005 0,2086 0,2169 0,2253 13 0,0824 0,0881 0,0940 0,1001 0,1065 0,1130 0,1197 0,1265 0,1336 0,1408 0,1482 0,1557 0,1634 0,1712 0,1791 0,1872 0,1954 0,2037 0,2121 0,2206 14 0,0769 0,0826 0,0885 0,0947 0,1010 0,1076 0,1143 0,1213 0,1284 0,1357 0,1432 0,1509 0,1587 0,1666 0,1747 0,1829 0,1912 0,1997 0,2082 0,2169 15 0,0721 0,0778 0,0838 0,0899 0,0963 0,1030 0,1098 0,1168 0,1241 0,1315 0,1391 0,1468 0,1547 0,1628 0,1710 0,1794 0,1878 0,1964 0,2051 0,2139 16 0,0679 0,0737 0,0796 0,0858 0,0923 0,0990 0,1059 0,1130 0,1203 0,1278 0,1355 0,1434 0,1514 0,1596 0,1679 0,1764 0,1850 0,1937 0,2025 0,2114 17 0,0643 0,0700 0,0760 0,0822 0,0887 0,0954 0,1024 0,1096 0,1170 0,1247 0,1325 0,1405 0,1486 0,1569 0,1654 0,1740 0,1827 0,1915 0,2004 0,2094 18 0,0610 0,0667 0,0727 0,0790 0,0855 0,0924 0,0994 0,1067 0,1142 0,1219 0,1298 0,1379 0,1462 0,1546 0,1632 0,1719 0,1807 0,1896 0,1987 0,2078 19 0,0581 0,0638 0,0698 0,0761 0,0827 0,0896 0,0968 0,1041 0,1117 0,1195 0,1276 0,1358 0,1441 0,1527 0,1613 0,1701 0,1791 0,1881 0,1972 0,2065 20 0,0554 0,0612 0,0672 0,0736 0,0802 0,0872 0,0944 0,1019 0,1095 0,1175 0,1256 0,1339 0,1424 0,1510 0,1598 0,1687 0,1777 0,1868 0,1960 0,2054 21 0,0530 0,0588 0,0649 0,0713 0,0780 0,0850 0,0923 0,0998 0,1076 0,1156 0,1238 0,1322 0,1408 0,1495 0,1584 0,1674 0,1765 0,1857 0,1951 0,2044 22 0,0509 0,0566 0,0627 0,0692 0,0760 0,0830 0,0904 0,0980 0,1059 0,1140 0,1223 0,1308 0,1395 0,1483 0,1573 0,1664 0,1756 0,1848 0,1942 0,2037 23 0,0489 0,0547 0,0608 0,0673 0,0741 0,0813 0,0887 0,0964 0,1044 0,1126 0,1210 0,1296 0,1383 0,1472 0,1563 0,1654 0,1747 0,1841 0,1935 0,2031 24 0,0471 0,0529 0,0590 0,0656 0,0725 0,0797 0,0872 0,0950 0,1030 0,1113 0,1198 0,1285 0,1373 0,1463 0,1554 0,1647 0,1740 0,1835 0,1930 0,2025 25 0,0454 0,0512 0,0574 0,0640 0,0710 0,0782 0,0858 0,0937 0,1018 0,1102 0,1187 0,1275 0,1364 0,1455 0,1547 0,1640 0,1734 0,1829 0,1925 0,2021 26 0,0439 0,0497 0,0559 0,0626 0,0696 0,0769 0,0846 0,0925 0,1007 0,1092 0,1178 0,1267 0,1357 0,1448 0,1541 0,1634 0,1729 0,1825 0,1921 0,2018 27 0,0424 0,0483 0,0546 0,0612 0,0683 0,0757 0,0834 0,0914 0,0997 0,1083 0,1170 0,1259 0,1350 0,1442 0,1535 0,1630 0,1725 0,1821 0,1917 0,2015 28 0,0411 0,0470 0,0533 0,0600 0,0671 0,0746 0,0824 0,0905 0,0989 0,1075 0,1163 0,1252 0,1344 0,1437 0,1531 0,1625 0,1721 0,1818 0,1915 0,2012 29 0,0399 0,0458 0,0521 0,0589 0,0660 0,0736 0,0814 0,0896 0,0981 0,1067 0,1156 0,1247 0,1339 0,1432 0,1527 0,1622 0,1718 0,1815 0,1912 0,2010 30 0,0387 0,0446 0,0510 0,0578 0,0651 0,0726 0,0806 0,0888 0,0973 0,1061 0,1150 0,1241 0,1334 0,1428 0,1523 0,1619 0,1715 0,1813 0,1910 0,2008 Prof. Lucilio Alves CÁLCULO FINANCEIRO E APLICAÇÕES 2.3.3 Coeficientes ou fatores de financiamento No Cepea, o Coeficiente de financiamento multiplicado pelo valor do bem é tratado como CUSTO ANUAL DE REPOSIÇÃO DO PATRIMÔNIO – CARP para analisar a sustentabilidade de negócios agropecuários. O produtor vive uma sucessão de ganhos e perdas de capital: – Um ano seu VP pode subir (ganho de capital); – Outro pode cair (perda de capital) Como examinar a sustentabilidade da fazenda? A fazenda vai se manter ao longo do tempo? Prof. Lucilio Alves CÁLCULO FINANCEIRO E APLICAÇÕES 2.3.3 Coeficientes ou fatores de financiamento Considere um trator: ele deve ser substituído a cada certo período de tempo; O CARP representa quanto o uso do trator deve proporcionar anualmente para que: – Um novo trator possa ser adquirido ao final do período; – O proprietário tenha um retorno equivalente ao custo de oportunidade do capital (r); Prof. Lucilio Alves CÁLCULO FINANCEIRO E APLICAÇÕES 2.3.3 Coeficientes ou fatores de financiamento Como exemplo, o CARP para uma máquina será: CARPmaq frcmaqCRmaq Onde: frc é o fator de recuperação do capital e CR é o valor de mercado para reposição da máquina; O fator frc leva em conta o custo de oportunidade do capital (r) e a vida útil da máquina (v): frc maq (1 r ) v r (1 r ) v 1 Prof. Lucilio Alves CÁLCULO FINANCEIRO E APLICAÇÕES 2.3.3 Coeficientes ou fatores de financiamento Desta forma, determina-se o custo total de produção: CT = CO + CARP Para a fazenda, CARP é a soma dos CARPs individuais que compõem o patrimônio; O produtor deve comparar periodicamente seus valores de RLmax com o CARP para a fazenda; Para se manter no negócio: RLmax CARP Se sistematicamente, RLmax CARP, o negócio não é sustentável; Prof. Lucilio Alves CÁLCULO FINANCEIRO E APLICAÇÕES Dados para uma fazenda de algodão, na safra 2006/07, Mato Grosso, cujo investimento é para 600 hectares. O “share of use” é a razão de cada item por 600 hectares. Com um investimento total de R$ 1,8 milhão, o CARP é de R$ 932,46/ha, anualmente. Description and Quantity Tractor 121 cv tractor 140 cv Tractor 180 cv Automotriz Uniport Caminhão Volks 15 mil L Moto XLR Caminhonete F350 Colheitadeira Arado Subsolador Distribuidor de Calcário Grade Aradora 18x32 pol Grade Aradora 28x28 pol Plantadeira Vicon Grade Niveladora Jato dirigido Bas Boy Prensa Roçadeira Cultivador - adubador Arrancador - Vatanab Concha dianteira Guincho Carreta Tanque de água Carreta para Transporte de insumos Casa do administrador Barracão para defensivos 10x15 Casa de temporário Oficina Ferramentas Almoxarifado Casa de temporário Barracão para máquinas 15x30 Cantina para refeição Alojamento para 12 pessoas Escritório TERRA TOTAL LCF farm equipment Useful Life (yrs) 7 7 7 7 10 8 10 7 8 6 8 8 7 7 8 7 5 5 7 7 7 10 10 10 10 10 15 15 15 15 4 6 15 15 15 15 15 1 Replacement Value BRL USD 110.000 51.162,79 128.000 59.534,88 155.000 72.093,02 180.000 83.720,93 80.000 37.209,30 9.000 4.186,05 60.000 27.906,98 560.000 260.465,12 17.000 7.906,98 15.000 6.976,74 9.000 4.186,05 8.500 3.953,49 48.000 22.325,58 5.000 2.325,58 11.000 5.116,28 11.000 5.116,28 25.000 11.627,91 30.000 13.953,49 8.000 3.720,93 15.000 6.976,74 42.000 19.534,88 18.000 8.372,09 5.000 2.325,58 45.000 20.930,23 5.000 2.325,58 4.500 2.093,02 40.000 18.604,65 25.000 11.627,91 30.000 13.953,49 10.000 4.651,16 5.000 2.325,58 20.000 9.302,33 30.000 13.953,49 15.000 6.976,74 30.000 13.953,49 30.000 13.953,49 5.000 2.325,58 3.371 1.567,84 1.847.374 859.244 Prof. Lucilio Alves CRF 0,2054 0,2054 0,2054 0,2054 0,1627 0,1874 0,1627 0,2054 0,1874 0,2296 0,1874 0,1874 0,2054 0,2054 0,1874 0,2054 0,2638 0,2638 0,2054 0,2054 0,2054 0,1627 0,1627 0,1627 0,1627 0,1627 0,1315 0,1315 0,1315 0,1315 0,3155 0,2296 0,1315 0,1315 0,1315 0,1315 0,1315 0,1000 Share of Use 0,0017 0,0017 0,0017 0,0017 0,0017 0,0017 0,0017 0,0017 0,0017 0,0017 0,0017 0,0017 0,0017 0,0017 0,0017 0,0017 0,0017 0,0017 0,0017 0,0017 0,0017 0,0017 0,0017 0,0017 0,0017 0,0017 0,0017 0,0017 0,0017 0,0017 0,0017 0,0017 0,0017 0,0017 0,0017 0,0017 0,0017 1,0000 Annual Depreciation Cost (SV) BRL USD 37,66 17,52 43,82 20,38 53,06 24,68 61,62 28,66 21,70 10,09 2,81 1,31 16,27 7,57 191,71 89,17 5,31 2,47 5,74 2,67 2,81 1,31 2,66 1,24 16,43 7,64 1,71 0,80 3,44 1,60 3,77 1,75 10,99 5,11 13,19 6,13 2,74 1,27 5,14 2,39 14,38 6,69 4,88 2,27 1,36 0,63 12,21 5,68 1,36 0,63 1,22 0,57 8,76 4,08 5,48 2,55 6,57 3,06 2,19 1,02 2,63 1,22 7,65 3,56 6,57 3,06 3,29 1,53 6,57 3,06 6,57 3,06 1,10 0,51 337,08 156,78 932,46 433,70 CÁLCULO FINANCEIRO E APLICAÇÕES 2.3.4 Anuidades perpétuas O cálculo do valor presente para fluxos de pagamento ou recebimentos com durações indeterminadas se dá seguinte forma: PMT3 PMT PMT PMT2 PV ... 1 i 1 i 2 1 i 3 1 i PV J 1 No limite: PMTJ 1 i J PV PMT i Onde PV = valor presente PMT = valor de cada pagamento ou recebimento uniforme periódico i = taxa de desconto Prof. Lucilio Alves CÁLCULO FINANCEIRO E APLICAÇÕES 2.3.4 Anuidades perpétuas Exemplo Suponha uma renda mensal perpétua de $ 1.000,00. O valor presente, à taxa de desconto de 1% a.m., é * 1.000,00 PV 0,01 PV $ 100.000,00 * Esse raciocínio é muito utilizado em avaliação de ações Prof. Lucilio Alves CÁLCULO FINANCEIRO E APLICAÇÕES 2.3.4 Anuidades perpétuas Exemplo Calcular o valor de uma empresa que gera fluxos de caixa de $120.000,00 por ano para seu proprietário. Calcular o valor presente desse fluxo de caixa utilizando a taxa de juro de 12% a.a., considerando os prazos 10 anos, 20 anos, 30 anos, 50 anos, 100 anos, 150 anos, 200 anos e a perpetuidade. Prof. Lucilio Alves CÁLCULO FINANCEIRO E APLICAÇÕES 2.3.4 Anuidades perpétuas 1 0,12 1 $678.026,76 1 0,1210 0,12 10 10 Anos- PV 120.000 PV n 1 i 1 PMT 1 in i 20 1 0,12 1 20 Anos- PV 120.000 $896.333,23 1 0,1220 0,12 30 1 0,12 1 30 Anos- PV 120.000 $966.622,08 30 1 0,12 0,12 50 1 0,12 1 50 Anos- PV 120.000 $996.539,82 1 0,1250 0,12 100 1 0,12 1 100Anos- PV 120.000 $999.988,03 1 0,12100 0,12 150 1 0,12 1 150Anos- PV 120.000 $999.999,96 150 1 0,12 0,12 200 1 0,12 1 200Anos- PV 120.000 $1.000.000,00 1 0,12200 0,12 P erpet uidade - P V Prof. Lucilio Alves 120.000 $1.000.000,00 0,12 CÁLCULO FINANCEIRO E APLICAÇÕES 2.3.4 Anuidades perpétuas • Como avaliar a evolução do patrimônio da fazenda/ agroindústria? • No caso da fazenda, todo ano o produtor faz o possível para aumentar o valor de sua propriedade (VP), produzindo aquilo que proporciona a maior Receita Líquida (RL); Receita Líquida (RL) = Receita Bruta (RB) – Custos Operacionais (CO) • Quando RL aumenta – dado o custo de oportunidade do capital (r) – o patrimônio aumenta; • O VP é obtido pela capitalização do fluxo presente e futuro de RL. Prof. Lucilio Alves CÁLCULO FINANCEIRO E APLICAÇÕES 2.3.4 Anuidades perpétuas • Se os preços de produtos e insumos permanecerem indefinidamente como estão, assim como a tecnologia, o valor do patrimônio (VP) seria: RLmax VP r onde RLmax é a receita líquida máxima da fazenda. • Suponha uma fazenda de 1000 hectares com soja; • Se RL = R$ 300,00/ha e objetivou-se um retorno de 10%: 300, 00*1000 300.000, 00 VP 3.000.000, 00 0,1 0,1 Prof. Lucilio Alves CÁLCULO FINANCEIRO E APLICAÇÕES Resumo das fórmulas Considere: FV = Valor Futuro ou Montante (M); PV = Valor Presente ou Capital (C); PMT = Valor de cada Pagamento ou Recebimento DADO ACHAR FÓRMULA PV FV FV PV 1 i PV 1 PV FV n 1 i Fator de Valor Atual – FVA PMT i PMT PV n 1 1 i Fator de Recuperação do Capital – FRC Custo Anual de Reposição do Patrimônio – CARP PV 1 1 i n PV PMT i Fator de Valor Atual de uma Série – FVAS PMT FV 1 i n 1 FV PMT i Fator de Acumulação de uma Série – FAZ FV PMT i PMT FV n 1 i 1 Fator de Formação de Capital – FFC FV PV PMT FATOR n Fator de Acumulação de Capital – FAC Prof. Lucilio Alves