Universidade Federal do Pará Núcleo de Teoria e Pesquisa do Comportamento Programa de Pós-Graduação em Teoria e Pesquisa do Comportamento Discriminação Simples Auditiva em Macaco-Prego (Cebus apella) Francisco José Freitas Machado Belém Março de 2009 Universidade Federal do Pará Núcleo de Teoria e Pesquisa do Comportamento Programa de Pós-Graduação em Teoria e Pesquisa do Comportamento Discriminação Simples Auditiva em Macaco-Prego (Cebus apella) Francisco José Freitas Machado Dissertação apresentada ao Programa de Pós Graduação em Teoria e Pesquisa do Comportamento, como pré-requisito para obtenção do título de Mestre em Teoria e Pesquisa do Comportamento. Orientador: Prof. Dr. Carlos Barbosa Alves de Souza. Belém Março de 2009 Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP) (Biblioteca de Pós-Graduação do IFCH/UFPA, Belém-PA) Machado, Francisco José Freitas Discriminação simples auditiva em macaco-prego (Cebus apella) / Francisco José Freitas Machado; orientador, Carlos Barbosa Alves de Souza. - 2009 Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal do Pará, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Teoria de Pesquisa do Comportamento, Belém, 2009. 1. Aprendizagem animal. 2. Cebus apella - Comportamento. 3. Psicologia animal. 4. Psicologia experimental. I. Título. CDD - 22. ed. 153.15 À minha família, a todos os companheiros da EEP, Escola Experimental de Primatas da UFPA, À Força Aérea Brasileira – FAB – e a todas as demais pessoas, que contribuíram para que esta ASA decolasse! Muito Obrigado, Amigos! É vôo, é espaço... é salto... alegrias...! Em meio às alturas – Há graças! E uso das penas, poesias! Em cantos e gestos..., traduz-se meu ser, os meus versos..., em prosas, em nexos, e rimas! AGRADECIMENTOS A DEUS, à CIÊNCIA, ao UNIVERSO, à VIDA e a tudo que contribuiu para essa realização! Aos meus familiares – à minha esposa Miriam Batista e ao núcleo de onde provim! Ao meu Orientador – Prof. Drº Carlos Barbosa Alves de Souza – meu sincero reconhecimento, pelo apoio, atenção, confiança e incentivo com que me conduziu durante todas as etapas da Pós-Graduação. À minha orientadora na Graduação – Prof. Nerúcia Andreza Resende Ferreira – meus agradecimentos e gratidão, por todo o apoio e atenção durante a Graduação e Formação em Psicologia, e por indicar-me para o Programa de Pós-Graduação em Teoria e Pesquisa do Comportamento da Universidade Federal do Pará. À amiga bolsista – Glaucy Oliveira Costa – que me ensinou os primeiros passos no laboratório da Escola Experimental de Primatas da UFPA. Ao saudoso Prof. Rui Barbosa Rocha – rendo minha homenagem e gratidão, assim como a todos aqueles que, embora não citados nominalmente, colaboraram de forma direta ou indireta para que este momento de plenitude e alegria se concretizasse em minha vida!... Hic est totius fortitudinis fortitudo fortis: quis vincet omnem rem subtilem omnem que solidam penetrabit. Tabula Smaragdina SUMÁRIO Resumo viii Abstract ix Introdução 01 Método 05 Resultados 08 Discussão 11 Referências 14 Apêndice A x Apêndice B xii Apêndice C xiv Lista de Figuras Figura 1 Equipamentos (1- Caixa de som; 2- Monitor; 3-Dispensador de pelota; 4- Abertura de entrada e saída). 06 Figura 2 Taxa de respostas no treino do primeiro par de estímulos (A1, B1). 08 Figura 3 Taxas de respostas e percentual da taxa do S- em relação ao S+ no treino do segundo par de estímulos. 09 Figura 4 Taxas de respostas e percentual da taxa do S- em relação ao S+ no treino do terceiro par de estímulos. 09 Figura 5 Taxas de resposta e percentual da taxa do S- em relação ao S+ no treino do quarto par de estímulos. 10 Figura 6 Taxas de resposta e percentual da taxa do S- em relação ao S+ no treino do quinto par de estímulos. 10 viii MACHADO, F. J. F. (2009). Discriminação simples auditiva em macaco-prego (Cebus apella). Dissertação de Mestrado, Programa de Pós Graduação em Teoria e Pesquisa do Comportamento, Universidade Federal do Pará, Belém. 32 fls. RESUMO A aquisição de repertórios discriminativos relacionais generalizados representa uma capacidade discriminativa complexa na interação de qualquer espécie com o ambiente, tendo sido considerada por muito tempo como exclusivamente humana. Existem poucas pesquisas sobre essa capacidade em primatas-não humanos na modalidade auditiva, e menos ainda sobre seu repertório discriminativo multimodal, que caracteriza grande parte do comportamento discriminativo complexo do ser humano. Este estudo investigou a possibilidade de um macaco-prego (Cebus apella) aprender a responder adequadamente a estímulos sonoros distintos, através de um procedimento de discriminação simples. O sujeito foi exposto a cinco pares de estímulos sonoros: cada par era sempre composto por um som com predominância de freqüências altas e outro de freqüências baixas, sendo um com função de estímulo positivo (S+) e o outro de estímulo negativo (S-). O critério adotado para a apresentação de um novo par de estímulos foi a obtenção de uma taxa de respostas para o (S-) igual ou inferior a 25% do valor da taxa ao (S+), por cinco sessões consecutivas. O sujeito atingiu o critério para os cinco pares de estímulos. Discutem-se os efeitos de learning set e as propriedades físicas dos estímulos neste desempenho, assim como as diferenças procedimentais com relação a estudos anteriores. Estes resultados sugerem a possibilidade de se utilizar o macaco-prego como um modelo animal em pesquisas sobre repertórios discriminativos complexos. Palavras-Chave: discriminação auditiva; discriminação simples; learning set; repertórios discriminativos complexos; macaco-prego. ix MACHADO, F. J. F. Simple auditory discrimination in capuchin-monkey (Cebus apella). (2009). Master’s Dissertation, Graduate Program in Behavioral Theory and Research, Federal University of Pará, Belém. 32 pp. ABSTRACT The acquisition of generalized discriminative relational repertoires represents a complex discriminative capability in the interaction on any species with its environment, having, for much time, being considered to be exclusively human. There are few researches on this capability in non-human primates in the auditory modality, and even less about their multimodal discriminatory repertoire, which characterizes much of the complex discriminative human behavior. This study investigated the possibility of a capuchin monkey (Cebus apella) to learn to respond appropriately to different acoustic stimuli by the use of a simple discrimination procedure. The subject was exposed to five pairs acoustic stimuli: each pair was always composed of one sound with a predominance of high frequencies and another of low frequencies; one of them with a function of positive stimulus (S +) and the other of negative stimulus (S-). The criteria adopted for the presentation of a new pair of stimuli was the achievement of a rate of response for the (S-) equal of inferior more than 25% of the rate for the (S +), for five consecutive sessions. The subject reached the criteria for all five pairs of stimuli. The effects of learning set and the physical properties of the stimuli are discussed, as well as procedural differences in regard to previous studies. These results suggest the possibility of using capuchin monkey as an animal model in research on complex discriminative repertoires. Key words: auditory discrimination; simple discrimination, learning set; complex discriminative repertoires; capuchin monkey. 1 A aquisição de repertórios discriminativos relacionais generalizados pode representar uma vantagem evolutiva no processo de seleção natural das espécies (Deacon, 1997). Estes repertórios podem ser caracterizados em termos da ocorrência de comportamento novo, independente de um treino direto de relações de controle de estímulos (Hauser, Chomsky, & Fitch, 2002; Sidman, 1994). Por muito tempo, foi considerado que apenas os seres humanos podiam adquirir esses repertórios. Porém, vários estudos realizados a partir dos anos oitenta do século passado (e.g. Colombo & Graziano, 1994; D’Amato & Colombo, 1985; Hashiya & Kojima, 2001; Savage-Rumbaugh, 1984; Savage-Rumbaugh & Lewin, 1994) sugeriram que primatas não-humanos podem aprender repertórios discriminativos relacionais generalizados. Uma espécie de primata não-humano, o macaco-prego (Cebus apella), vem sendo estudado com certo sucesso como modelo experimental em trabalhos que visam investigar a aquisição de repertórios discriminativos simples e relacionais generalizados. Estudos realizados por um grupo de pesquisa intitulado “Escola Experimental de Primatas” (EEP) vêm demonstrando que essa espécie de primata pode aprender repertórios considerados prérequisitos de comportamentos discriminativos relacionais generalizados: Mudanças Sucessivas de Discriminação Simples (MSDS), Pareamento ao Modelo por Identidade (PMI) e Identidade Generalizada, tanto com estímulos bidimensionais (figuras) como tridimensionais (objetos) (Barros, Galvão, & McIlvane, 2002, 2003; Barros, Galvão, & Rocha, 2005; Galvão, Barros, Rocha, Mendonça, & Goulart, 2002; Galvão, Barros, Santos, Brino, Brandão, Lavratti, Dube, & McIlvane, 2005). No entanto, pouco se sabe sobre as capacidades discriminativas de primatas não humanos na modalidade auditiva e ainda menos sobre seu repertório discriminativo intermodal, que caracteriza grande parte do comportamento discriminativo complexo do ser humano (Hashiya & Kojima, 2001). Um conjunto de estudos prévios desenvolvidos na EEP (e.g. Borges, Barros, Galvão, & Souza, 2007; Costa, Galvão, Barros & Souza, 2007; Souza, Ramos, 2 Galvão, & Barros, aceito) procurou ensinar discriminações condicionais auditivo-visuais (DAV) a macacos-prego. Os resultados desses estudos mostraram que, mesmo após um número elevado de sessões, a aprendizagem das discriminações não ocorria. A utilização de procedimentos de sobreposição dos estímulos auditivos e visuais (figuras), com fading out das figuras (Costa et al., 2007), sobreposição dos estímulos auditivos e visuais (objetos), com atrasos na apresentação dos objetos (Borges et al., 2007), e de pareamento dos estímulos auditivos com estímulos reforçadores específicos (Souza et al., aceito), não foram eficazes para ensinar DAV. Colombo e colaboradores obtiveram êxito no ensino de discriminação condicional Auditiva (DCA) e DAV para primatas não-humanos, utilizando um procedimento do tipo Go/No-Go (Colombo & Graciano, 1994; D’Amato & Colombo, 1985). D’Amato e Colombo (1985) avaliaram a aprendizagem e a generalização de discriminação condicional auditiva em oito macacos-prego. Primeiro foi realizado um treino de PMI em um procedimento do tipo Go/No-Go com dois estímulos auditivos (um tom de freqüência baixa e um som composto por 11 tons de alta freqüência bidirecional), arranjados em quatro combinações possíveis: 2 matching (estímulos modelo e comparação idênticos) e 2 nonmatching (estímulos modelo e comparação diferentes). Nessa fase de treino, um som de baixa freqüência ou seqüência de tons (estímulo modelo) era apresentado em uma caixa de som posicionada sobre uma alavanca, localizada no lado direito da câmara experimental, que estava iluminada. Resposta nesta alavanca interrompia a apresentação do som e apagava a iluminação da caixa. Em seguida, a câmara era iluminada novamente e o estímulo de comparação era apresentado em uma caixa de som localizada à esquerda, sob a qual se encontrava a alavanca destinada à resposta de comparação. A resposta correta era pressionar a alavanca direita nas tentativas de matching e qualquer resposta diferente desta para as tentativas de nonmathing. Quatro, dentre os oito sujeitos, aprenderam esta tarefa. Eles foram então expostos, com sucesso, a testes de 3 generalização com cinco diferentes pares de estímulos auditivos. Estes resultados sugeriram que, com cuidados metodológicos adequados, primatas não humanos podiam aprender DCA. D’Amato e Colombo (1988) realizaram mais dois experimentos com o objetivo de testar a capacidade de discriminação de estímulos auditivos complexos (seqüências de tons de freqüência variável), com um procedimento do tipo Go/no-go de identidade, semelhante ao de D’Amato e Colombo (1985). Foram utilizados os quatro macacos-prego bem-sucedidos em DCA do estudo de D’Amato e Colombo (1985). No primeiro experimento, os macacos foram submetidos a uma tarefa de DCA entre duas seqüências de sete sinais sonoros em que as freqüências dos quatro primeiros tons eram alternadas (aumento e decréscimo). Nenhum dos macacos aprendeu a tarefa. No segundo experimento, os autores avaliaram a capacidade dos sujeitos em discriminar seqüências sonoras harmônicas, formadas por quatro tons, cujas freqüências eram igualmente espaçadas na escala logarítmica, mas defasadas entre si, na fase de treino, de quatro oitavas e, na fase de teste, de duas oitavas. Os sujeitos passaram na fase de treino, mas seus desempenhos não foram satisfatórios na fase de teste. Estes resultados demonstraram que há certo controle discriminativo apenas do primeiro tom de cada seqüência sonora, o que explicaria a dificuldade de aprendizagem de DCA com estímulos compostos. Colombo e Graziano (1994) treinaram dois macacos (Macaca fascicularis) em uma tarefa de discriminação condicional arbitrária utilizando o procedimento Go/No-Go com estímulos auditivos como modelo e figuras como comparações. Ambos os sujeitos aprenderam a tarefa. Os autores testaram a manutenção da aprendizagem em diferentes condições: 1) Controle (igual ao treino); 2) Interferência visual (luz na câmara); 3) Interferência auditiva (com música); e 4) Interferência visual e auditiva. Os resultados mostraram que as interferências visuais e as mistas (auditivas e visuais) foram as que mais modificaram o desempenho dos sujeitos, sendo levantada a hipótese de que a visão seria uma modalidade sensorial mais dominante em primatas não-humanos que a modalidade auditiva. 4 Mais recentemente, Costa, Machado e Souza (2008), baseados nos procedimentos e resultados de Colombo e colaboradores (1985), procuraram avaliar a aprendizagem de discriminação simples auditiva em macaco-prego, utilizando um procedimento Go/No-Go, com introdução gradual do operandum (quadrado branco de 5 cm) na tela de um computador durante a apresentação do estímulo negativo (S-) / (com objetivo de reduzir a taxa de toques na tela durante a sua apresentação)/. O operandum foi introduzido durante o S- em cinco etapas, até alcançar o nível de visibilidade do operandum durante o S+, com a finalidade de realçar o estímulo sonoro como estímulo discriminativo relevante. Foram utilizados dois conjuntos diferentes, um de notas musicais e outro com vocalizações da espécie, cada um com dois estímulos, um S+ e um S-. Nenhum dos três sujeitos que participaram do estudo mostrou indícios claros de aprendizagem da tarefa. Os resultados dos experimentos de Souza e colaboradores (e.g. Costa et al., 2008; Souza et al., aceito), assim como os de Colombo e Graziano (1994) mostram que estímulos visuais apresentados simultaneamente a estímulos auditivos podem dificultar a aprendizagem de discriminações simples auditivas e auditivo-visuais em macacos. Considerando que os macacos-prego com os quais Souza e colaboradores vêm trabalhando têm uma longa história de treinos com estímulos visuais, o uso do quadrado branco apresentado na tela do computador como operandum pode ter induzido um controle discriminativo maior por este estímulo do que pelos estímulos auditivos. O fato de que nos estudos de Souza e colaboradores o operandum desaparecia nos intervalos entre tentativas e ressurgia com a apresentação dos estímulos auditivos (sendo assim mais uma variável no ambiente experimental dos sujeitos) podia estar exacerbando ainda mais o seu controle sobre o comportamento dos sujeitos. Considerando a discussão anterior, este estudo procurou avaliar a aprendizagem de discriminação simples auditiva em Cebus apella, utilizando um procedimento Go/No-Go que 5 procurou desfavorecer o controle discriminativo visual (pelo operandum) na tarefa. O estudo procurou avaliar também a ocorrência de learning set nessa tarefa. MÉTODO Sujeito: participou do estudo um macaco-prego (Cebus apella) macho (M26-Euzébio) de aproximadamente três anos de idade, com história prévia de MSDS e PMI com objetos (Fonseca & Souza, 2005) e treinos de discriminação auditiva. (Costa et al., 2008). O sujeito era mantido em uma gaiola-viveiro entre membros da mesma espécie, com livre acesso à água e era alimentado uma vez ao dia. As condições de manutenção, manejo, alimentação e saúde foram autorizadas pelo IBAMA. Ambiente Experimental e Equipamentos: o experimento foi conduzido em uma câmara experimental (60 x 60 x 60 cm) de uma das salas de coleta de dados da “Escola Experimental de Primatas” da UFPA. A câmara experimental, conforme mostra a Figura 1, tinha um dos lados em metal, o piso em metal gradeado e os lados restantes em acrílico. O lado em metal continha uma abertura (30 cm x 23 cm) onde era encaixado um monitor com tela sensível ao toque de 15’, no qual se apresentava um quadrado branco com função de operandum (um aparato de madeira, localizado entre o monitor e a parede de outra câmara experimental, mantinha o monitor fixo à câmara experimental utilizada neste estudo). Ao lado, à esquerda do monitor, havia uma porta (de 20 x 30 cm) por onde o sujeito entrava e saia da câmara. Duas caixas de som (Philips modelo A1210), localizadas à esquerda e à direita do monitor eram usadas para apresentar os estímulos auditivos. Pequenos orifícios laterais permitiam a propagação do som no interior da câmara. Acima da câmara havia três comedouros (recipientes de metal onde eram depositadas as pelotas de alimento), acoplados a três dispensadores de pelota, dentre os quais, apenas um era utilizado (ver Figura 1). 6 Um computador com processador Intel Celeron D Inside™ de 2,66 GHz, 512 MB de RAM, sistema operacional Microsoft Windows Professional Xp, equipado com software Microsoft PowerPoint 2007 controlava a apresentação dos estímulos. O registro das respostas e a liberação da pelota foram realizados manualmente pelo experimentador. Uma câmera de vídeo foi utilizada para registrar diariamente as sessões. Figura 1: Equipamentos (1- Caixa de som; 2- Monitor; 3-Dispensador de pelota; 4Abertura de entrada e saída). Estímulos Auditivos: dez estímulos sonoros foram selecionados na Internet e posteriormente editados pelo programa de licença pública Audacity®, versão 1.3.6 Unicode, que possibilita a análise do espectro de freqüência. De acordo com as freqüências predominantes, os estímulos foram divididos em cinco pares: (A1, B1), (A2, B2), (A3, B3), (A4, B4) e (A5 e B5), sendo apresentados com intensidade variando entre 65 e 82 dB (medidas efetuadas dentro da câmara com um decibelímetro digital calibrado Instrutherm, modelo DEC-460). Conjunto A – cinco sons (A1 – canto de bem-te-vi, A2 – canto de grilo, A3 – apito, A4 – campainha, A5 - alarme), com componentes de freqüências predominantemente altas, foram utilizados como estímulos discriminativos positivos (S+) (ver Apêndice C). 7 Conjunto B – cinco sons (B1 – latido de cachorro, B2 – queda d’água, B3 – motor de caminhão, B4 - apito de navio, B5 – acorde de violão), com componentes de freqüências predominantemente baixas, foram utilizados como estímulos discriminativos negativos (S-) (ver Apêndice C). Os estímulos A4, A5, B4 e B5 haviam sido utilizados, sem sucesso, em estudo piloto que antecedeu o presente experimento. Procedimento: inicialmente foram programadas sessões de discriminação simples Go/No-Go com o primeiro par de estímulos (A1-S+; B1-S-). Cada sessão era composta de 10 tentativas, sendo cinco para cada um dos estímulos do par, apresentados em ordem semi-randômica, de maneira que cada estímulo era apresentado, no máximo, duas vezes seguida. Cada tentativa durava 30 segundos, durante as quais era apresentado um dos estímulos, seguido de um intervalo entre tentativas (IET) de 5 segundos. Sobre um fundo preto, no centro da tela do monitor, era apresentado um quadrado branco, com função de operandum, durante toda a sessão (diferentemente dos estudos prévios, ele não desaparecia durante o IET). Respostas dos sujeitos de tocar no operandum durante a apresentação do S+ eram conseqüenciadas pelo experimentador com a liberação de uma pelota de alimento, em um esquema de razão randômica. Durante a apresentação do S-, essas respostas não eram reforçadas (extinção). O treino com um par de estímulos prosseguia até alcance do critério de aprendizagem estabelecido, que exigia uma taxa de resposta ao S- menor ou igual a 25% da taxa de resposta ao S+, em cinco sessões consecutivas, ou até que fossem completadas 25 sessões, o que ocorresse primeiro. Em seguida, o procedimento era repetido para o segundo par de estímulos (A2-S+; B2-S-) e, assim em diante, até o quinto par. A repetição do procedimento com novos estímulos possibilitou uma avaliação do efeito de learning set na tarefa. Foram realizadas cinco sessões por semana, uma por dia. 8 RESULTADOS Foram realizadas ao todo 37 sessões com o sujeito M26 (ver Apêndices A e B). Ele atingiu o critério de aprendizagem com todos os pares de estímulos, com uma tendência na diminuição do número de sessões para atingir o critério com a repetição da tarefa. Com o primeiro par (A1, B1) foram realizadas 14 sessões, sendo que em apenas três delas a taxa de respostas ao S- em relação ao S+ ficou acima de 25% (variando entre 11,70 e 37,32%). O sujeito atingiu o critério na 12ª sessão, contudo, devido a um erro dos Taxa de Respostas experimentadores, foram realizadas mais duas sessões (ver Figura 2). 160 A1 140 B1 120 100 80 60 37,32 25,61 40 20 13,22 15,92 30,55 20 16,12 15,33 20,07 17 11,71 16,36 11,7 15,9 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 Sessão Figura 2. Taxas de respostas no treino do primeiro par de estímulos (A1, B1). O valor apresentado junto à curva do S- corresponde a valor percentual da taxa do S- em relação ao S+ (o mesmo ocorre nas demais Figuras do Resultado). Foram realizadas oito sessões com o segundo par de estímulos (A2, B2). Neste treino, apenas na segunda (34,88%) a taxa de respostas ao S- ficou acima de 25% em relação ao S+. A partir da quarta sessão este percentual se manteve nos valores exigidos para o critério de aprendizagem, contudo, embora o sujeito tenha atingido o critério na sétima sessão, mais uma sessão foi realizada, de modo a se verificar a tendência de crescimento da taxa de respostas ao S-, que variou de 10,67 (quarta sessão) a 20,60% (sétima sessão), vindo a cair para 16,96% na oitava sessão (ver Figura 3). Taxa de Respostas 9 160 A2 140 B2 120 100 80 60 40 34,88 14,57 25 20 10,67 13,7 19,08 20,06 16,96 4 5 6 7 8 0 1 2 3 Sessão Figura 3. Taxas de respostas e percentual da taxa do S- em relação ao S+ no treino do segundo par de estímulos. Com o terceiro par de estímulos (A3, B3), foram necessárias apenas cinco sessões. O sujeito atingiu o critério em todas as sessões realizadas e a taxa de respostas ao S- variou de 11,8 a 21,39% com relação à taxa de respostas ao S+ (ver Figura 4). A3 Taxa de Respostas 160 B3 140 120 100 80 60 40 18,15 12,75 1 2 21,39 20 11,8 16,34 4 5 0 3 Sessão Figura 4. Taxas de respostas e percentual da taxa do S- em relação ao S+ no treino do terceiro par de estímulos. Com o quarto par de estímulos (A4, B4) foram realizadas cinco sessões e o critério foi atingido em todas, tendo ocorrido uma elevação nas taxas de resposta ao S+ e ao S- na quinta sessão (notar que o percentual sobe de 13,6% (quarta sessão) para 20,54% (quinta sessão), 10 contudo ocorreu um aumento de mesma ordem na taxa de respostas ao S+ para essas mesmas sessões. (ver Figura 5). A4 Taxa de Respostas 160 B4 140 120 100 80 60 40 12,65 13,1 10,57 13,6 1 2 3 4 20 20,54 0 5 Sessão Figura 5. Taxas de resposta e percentual da taxa do S- em relação ao S+ no treino do quarto par de estímulos. Nas cinco sessões com o quinto par de estímulos (A5, B5), a taxa de respostas ao S- ficou Taxa de Respostas nos valores exigidos para o critério de aprendizagem (ver Figura 6). 160 A5 140 B5 120 100 80 60 40 20 20,77 5,31 16,12 1,82 9,21 0 1 2 3 4 5 Sessão Figura 6. Taxas de resposta e percentual da taxa do S- em relação ao S+ no treino do quinto par de estímulos. 11 DISCUSSÃO Os resultados obtidos indicam que, com uso de procedimentos adequados, macacos-prego (Cebus apella) podem ser ensinados a discriminar estímulos sonoros com margem de acerto muito acima do acaso. Isto demonstra a viabilidade da utilização desse modelo animal em estudos sobre a aquisição de repertórios auditivos. Os resultados mostraram ainda um efeito de learning set na tarefa de discriminação simples auditiva com os sucessivos pares de estímulos, replicando achados prévios de learning set de discriminações visuais em primatas não-humanos (e.g. Harlow, 1949; Schrier, 1984), com a redução progressiva do número de sessões para a obtenção do critério. Assim, enquanto para o primeiro par foram necessárias 12 sessões, para o segundo par foram necessárias apenas oito sessões. Além disso, o sujeito atingiu o critério com o número mínimo de cinco sessões para os demais pares (terceiro, quarto e quinto) subseqüentes, observando-se uma melhora no seu desempenho a cada novo par de estímulos introduzido, e indicada pelo decréscimo gradual das taxas de resposta ao S- se comparadas às taxas ao Sobtidas com o par anterior (ver Apêndice B, Tabela 3B). Essa tendência se manteve consistente nos resultados obtidos com os pares subseqüentes introduzidos (ver Apêndice B) e constitui um forte indício da ocorrência de learning set. Deve-se ressaltar que os melhores desempenhos do sujeito foram obtidos com o quarto e quinto pares de estímulos (A4-B4 e A5-B5, respectivamente), os quais tinham sido utilizados, sem sucesso, no estudo de Costa, Machado e Souza (2008). Estes resultados sugerem que os cuidados metodológicos tomados foram adequados para facilitar a aprendizagem de discriminações simples auditivas. Mesmo considerando que os treinos de D’Amato e Colombo (1985, 1988) implicaram a aprendizagem de discriminações condicionais sucessivas (Go/No-go); e o treino do presente estudo, a aprendizagem de discriminações simples sucessivas (Go/No-go), o número de 12 sessões e tentativas para aprender a tarefa com os cinco pares de estímulos (34 sessões - 340 tentativas), no presente estudo, foi bem menor do que a quantidade de sessões e tentativas médias, que os sujeitos dos estudos de D’Amato e Colombo necessitaram para aprender sua tarefa (média por sujeito de 80 sessões e 3840 tentativas, no primeiro estudo; e de 130 sessões e 6240 tentativas, no segundo). Além de uma possível menor complexidade discriminativa da tarefa do presente estudo, outra variável que pode ter favorecido a aprendizagem do sujeito foi o maior tempo de exposição ao estímulo auditivo (30 s) durante as tentativas do presente experimento. Um tempo maior de exposição aos estímulos auditivos pode ter contribuído para um maior controle discriminativo dessa modalidade de estímulo sobre a resposta de tocar a tela por parte do sujeito. No estudo de D’Amato e Colombo (1985), o tempo de exposição dos sujeitos a cada estímulo era, em média, três segundos, visto que a resposta de observação ao estímulo modelo deveria ocorrer de dois a três segundos, após sua apresentação, quando era então seguida de um intervalo de meio segundo e da apresentação do estímulo de comparação por mais três segundos. Outro fator que pode ter influenciado os resultados do presente estudo foi a utilização de estímulos sonoros com freqüências variando, em média, dentro da faixa de audibilidade – entre 20 e 20.000 Hz – (ver Apêndice C), i.e. sons compostos de várias freqüências fundamentais e suas respectivas harmônicas. Além disso, cada estímulo sonoro editado tinha duração média nunca inferior a cinco segundos e era repetido continuamente durante a tentativa (30 s). Deve-se recordar que no estudo de D’Amato e Colombo (1988), em que os estímulos eram compostos por uma seqüência de seis ou quatro tons harmônicos, os resultados foram negativos. Contudo, considerando os resultados prévios dos estudos desenvolvidos na EEP, que procuraram ensinar a macacos-prego discriminações condicionais auditivo-visuais (Borges et 13 al., 2007; Costa et al., 2007; Souza et al., aceito) e discriminações simples auditivas (Costa et al. 2008), parece plausível afirmar que o principal determinante para o sucesso do presente estudo, tenha sido a manutenção da condição de visibilidade do operandum durante toda a sessão (inclusive durante o IET). Isto parece ter enfatizado a discriminabilidade dos estímulos sonoros apresentados durante a sessão, as únicas propriedades discriminativas do ambiente do sujeito que sinalizavam a mudança na contingência de reforçamento. Cabe mencionar ainda, que os estímulos selecionados no presente estudo foram sons complexos, dentre os quais, quatro podem ser considerados sons naturais (A1 – canto de bemte-vi, A2 – canto de grilo, B1 – latido de cachorro, B2 – queda d’água), e seis, sons não naturais, produzidos por equipamentos humanos (A3 – apito, A4 – campainha, A5 – alarme, B3 – motor de caminhão, B4 – apito de navio, B5 – acorde de violão). Embora no decorrer deste experimento, tenha-se formulado a hipótese de que o uso de estímulos sonoros, contendo uma ampla gama de freqüências (propriedade física), pudesse favorecer a um maior controle discriminativo que estímulos sonoros mais simples, cujo espectro de freqüência é mais concentrado nas respectivas freqüências fundamentais e harmônicas, os dados obtidos em um estudo em andamento, com estímulos sonoros semelhantes aos de D’Amato e Colombo (1985), e o mesmo procedimento da presente pesquisa, têm demonstrado que o sujeito é também capaz de discriminar tais estímulos. Assim, estes resultados sugerem que é possível utilizar o macaco-prego como um modelo animal no estudo de repertórios discriminativos auditivos. Um primeiro desenvolvimento da linha de pesquisa procurará avaliar a formação de classes funcionais com estímulos sonoros nesta espécie, considerando a lacuna existente na literatura atual sobre este tema. Um segundo desenvolvimento procurará avaliar a possibilidade de estender a investigação para o estudo da aprendizagem de discriminações intermodais auditivo-visuais, considerando a dificuldade em analisar este tipo de repertório em primatas não-humanos (Hashiya & Kojima, 2001). 14 REFERÊNCIAS Barros, R. S., Galvão, O. F., & McIlvane, W. J. (2002). Generalized identity matching-tosample in Cebus apella. The Psychological Record, 52, 441-460. Barros, R. S., Galvão, O. F., & McIlvane, W. J. (2003). The search for relational learning capacity in Cebus apella: a programmed "educational" approach. Em Sal Jr. Soraci & Kimiyo Murata-Soraci (Eds.), Visual information processing (pp. 223-245). Westport: Praeger Publishers. Barros, R. S., Galvão, O. F., & Rocha, A. C. (2005). O pesquisador na escola experimental de primatas: do experimentador a programador de contingências. Interação em Psicologia, 9 (2), 201 – 214. Borges, R.P., Barros, R. S., Galvão, O. F., & Souza, C. B. A. (2007). Discriminação auditivovisual em macaco-prego (Cebus apella): efeitos da sobreposição de modelos auditivos e visuais. CD Resumos da XXXVII Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Psicologia. Colombo, M., & Graziano, M. (1994). Effects of auditory and visual interference on auditoryvisual delayed matching to sample in monkeys (Macaca Fascicularis). Behaviora Neurosciense, 108(3), 636-639. Costa, G. O., Galvão, O. F., Barros, R. S., & Souza, C. B. A. (2007). Discriminação auditivovisual em macaco-prego (Cebus apella): efeito do fading out no pareamento entre estímulo visual e auditivo. CD da XXXVII Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Psicologia. Costa, G. O., Machado, F., & Souza, C. B. A. (2008). Discriminação auditiva em macacoprego (Cebus apella). CD de Resumos de Comunicações Científicas da XXXVII Reunião Anual de Psicologia. D’Amato, M. R., & Colombo, M. (1985). Auditory macthing-to-sample in monkeys (Cebus apella). Animal Learning & Behavior, 13(4), 375-382. 15 D’Amato, M. R., & Colombo, M. (1988). On tonal pattern perception in monkeys (Cebus apella). Animal Learning & Behavior, 16(4), 417-424. Fonseca, A. R. & Souza, C. B. A. (2005). Mudanças sucessivas de discriminação simples e matching-to-sample com estímulos tridimensionais em Cebus Apella infante. CD de Resumos da XXXV Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Psicologia. Galvão, O. F., Barros, R. S., Rocha, A. C., Mendonça, M., & Goulart, P. R. K. (2002). Escola experimental de primatas. Estudos de Psicologia, 7(2), 361-370. Galvão, O. F., Barros, R. S., Santos, J. R., Brino, A. L. F., Brandão, S., Lavratti, C., Dube, W. V., & McIlvane, W. J. (2005). Extent and limits on the matching concept in Cebus apella: A matter of experimental control?. The Psychological Record, 55, 219-232. Harlow, H.F. (1949). The formation of learning sets. Psychological Review, 56, 51-65. Schrier, A.M. (1984). Learning how to learn: The significance and current status of learning set formation. Primates, 25, 95-102. 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PAR (A1, B1) 1 A1 14 B1 0 A1 60 B1 20 A1 0 B1 0 A1 42 B1 0 A1 58 B1 03 2 B1 10 A1 52 B1 3 A1 60 B1 02 A1 77 B1 22 A1 32 B1 9 A1 68 3 A1 59 A1 30 B1 17 A1 68 B1 22 B1 26 A1 55 B1 14 A1 64 B1 24 4 B1 15 A1 54 B1 19 A1 53 B1 14 B1 18 A1 70 A1 47 B1 8 A1 65 PAR (A1, B1) 11 A1 60 B1 08 A1 58 B1 05 B1 07 A1 65 A1 62 B1 05 B1 10 A1 54 12 B1 6 A1 65 A1 20 B1 14 A1 60 A1 65 B1 04 B1 13 A1 65 B1 08 13 A1 63 A1 53 B1 04 A1 42 B1 6 A1 50 B1 11 A1 57 B1 0 B1 10 14 B1 12 A1 60 A1 64 B1 04 B1 15 A1 67 B1 07 A1 53 A1 39 B1 7 5 A1 60 B1 14 A1 69 B1 24 B1 17 A1 58 A1 59 B1 01 A1 69 B1 07 6 B1 11 A1 47 B1 05 B1 07 A1 44 A1 48 B1 9 A1 52 B1 7 A1 51 7 A1 51 A1 52 B1 04 A1 59 B1 22 A1 58 B1 20 A1 55 B1 27 B1 11 8 B1 19 A1 60 A1 12 B1 0 A1 67 B1 06 A1 56 B1 02 A1 66 B1 13 9 A1 42 B1 12 B1 22 A1 56 B1 07 A1 69 B1 10 A1 57 B1 06 A1 60 6 A2 71 B2 10 B2 24 A2 67 B2 04 A2 63 A2 62 B2 10 A2 62 B2 14 7 B2 18 A2 57 A2 71 B2 0 B2 04 A2 71 A2 63 B2 8 B2 35 A2 62 8 A2 71 B2 04 A2 75 A2 65 B2 12 B2 23 A2 71 A2 60 B2 06 B2 13 Tabela A2 - Sessões com o par de estímulos (A2, B2). PAR (A2, B2) 1 A2 50 B2 01 A2 67 B2 11 A2 60 B2 07 A2 57 B2 11 A2 68 B2 14 2 B2 22 A2 69 A2 66 B2 08 A2 77 B2 20 A2 66 B2 43 B2 20 A2 46 3 B2 21 A2 56 A2 50 B2 05 A2 51 B2 03 A2 53 B2 06 B2 31 A2 54 4 A2 70 A2 58 B2 0 B2 22 A2 42 B2 01 A2 56 B2 0 A2 74 B2 9 5 B2 08 A2 75 B2 0 A2 77 B2 19 B2 12 A2 80 A2 63 B2 11 A2 70 10 B1 20 A1 55 A1 52 B1 02 A1 68 B1 06 A1 57 B1 12 A1 68 B1 11 xi Tabela A3 - Sessões com o par de estímulos (A3, B3). PAR (A3, B3) 1 B3 27 A3 60 A3 72 B3 05 A3 63 B3 10 A3 64 B3 09 A3 77 B3 10 2 A3 77 A3 64 B3 04 B3 10 A3 71 A3 80 B3 04 B3 11 A3 61 B3 16 3 B3 20 A3 70 A3 73 B3 03 B3 23 A3 68 A3 75 B3 05 B3 23 A3 60 4 A3 72 B3 09 B3 19 A3 75 A3 70 B3 04 B3 10 A3 69 A3 70 B3 0 5 B3 10 A3 73 B3 03 A3 68 B3 14 B3 10 A3 71 A3 71 B3 21 A3 72 4 A4 65 B4 2 A4 68 B4 3 B4 25 A4 60 A4 65 B4 0 A4 73 B4 5 5 B4 8 A4 71 A4 74 B4 1 A4 61 B4 14 B4 20 A4 74 A4 73 B4 5 4 A5 61 A5 60 B5 2 B5 0 A5 54 A5 55 B5 0 B5 0 A5 45 B5 3 5 B5 20 B5 24 A5 63 A5 71 B5 2 B5 2 A5 55 B5 1 A5 60 A5 55 Tabela A4 - Sessões com o par de estímulos (A4, B4). PAR (A4, B4) 1 A4 74 A4 72 B4 5 A4 78 B4 16 B4 16 A4 70 B4 0 B4 0 A4 0 2 A4 75 A4 70 B4 0 A4 70 B4 11 B4 12 A4 56 B4 5 B4 15 A4 69 3 B4 10 A4 72 A4 62 B4 5 B4 17 A4 75 A4 58 B4 7 B4 5 A4 69 Tabela A5 - Sessões com o par de estímulos (A5, B5). PAR (A5, B5) 1 B5 25 A5 80 A5 72 B5 26 A5 61 A8 11 A8 8 A5 75 A8 4 A5 72 2 A5 59 A5 50 B5 2 A5 50 B5 3 A5 64 B5 2 B5 2 A5 22 B5 4 3 B5 23 A5 57 A5 58 B5 5 A5 62 B5 8 A5 50 B5 11 B5 12 A5 57 xii Apêndice B Valores da freqüência absoluta de toques à tela, da taxa de respostas, da porcentagem da taxa de respostas e atendimento do critério em cada sessão, por par de estímulos Tabela B1 - Sessões com o par de estímulos (A1, B1). PAR (A1, B1) Nº de Sessões Frequência Taxas das Absoluta Respostas % B1 Critério A1 B1 A1 B1 01 174 23 69,6 9,2 13,22 SIM 02 289 46 116 18,4 15,92 SIM 03 276 103 110 41,2 37,32 NÃO 04 289 74 116 29,6 25,61 NÃO 05 315 63 126 25,2 20,00 SIM 06 242 39 96,8 15,6 16,12 SIM 07 275 84 110 NÃO 08 261 40 104 09 284 57 10 300 11 33,6 30,55 16 15,33 SIM 114 22,8 20,07 SIM 51 120 20,4 17,00 SIM 299 35 120 14 11,71 SIM 12 275 45 110 18 16,36 SIM 13 265 31 106 12,4 11,70 SIM 14 283 45 113 18 15,90 SIM Tabela B2 - Sessões com o par de estímulos (A2, B2). Frequência Absoluta Taxas das Respostas A2 B2 A2 B2 01 302 44 121 02 324 113 03 264 66 04 300 32 05 365 06 PAR (A2, B2) Nº de Sessões % B2 Critério 17,6 14,57 SIM 130 45,2 34,88 NÃO 106 26,4 25,00 SIM 120 12,8 10,67 SIM 50 146 20 13,70 SIM 325 62 130 24,8 19,08 SIM 07 324 65 130 26 20,06 SIM 08 342 58 137 23,2 16,96 SIM xiii Tabela B3 - Sessões com o par de estímulos (A3, B3). Frequência Absoluta Taxas das Respostas A3 B3 A3 B3 01 336 61 134 02 353 45 03 346 04 05 PAR (A3, B3) Nº de Sessões % B3 Critério 24,4 18,15 SIM 141 18 12,75 SIM 74 138 29,6 21,39 SIM 356 42 142 16,8 11,80 SIM 355 58 142 23,2 16,34 SIM % B4 Critério Tabela B4 - Sessões com o par de estímulos (A4, B4). PAR (A4, B4) Nº de Sessões Frequência Absoluta Taxas das Respostas A4 B4 A4 B4 01 340 43 136 17,2 12,65 SIM 02 336 44 134 17,6 13,10 SIM 03 331 35 132 14 10,57 SIM 04 353 48 141 19,2 13,60 SIM 05 404 83 162 33,2 20,54 SIM % B5 Critério Tabela B5 - Sessões com o par de estímulos (A5, B5). PAR (A5, B5) Nº de Sessões Frequência Absoluta Taxas das Respostas A5 B5 A5 B5 01 245 13 98 5,2 5,31 SIM 02 284 59 114 23,6 20,77 SIM 03 275 05 110 02 1,82 SIM 04 304 49 122 19,6 16,12 SIM 05 239 22 95,6 8,8 9,21 SIM xiv Apêndice C Espectro de freqüência dos estímulos sonoros utilizados Figura C1 – Espectrograma do estímulo sonoro A1 (canto de bem-te-vi). Figura C2 – Espectrograma do estímulo sonoro A2 (canto de grilo). Figura C3 – Espectrograma do estímulo sonoro A3 (apito). xv Figura C4 – Espectrograma do estímulo sonoro A4 (campainha). Figura C5 – Espectrograma do estímulo sonoro A5 (alarme). Figura C6 – Espectrograma do estímulo sonoro B1 (latido de cachorro). xvi Figura C7 – Espectrograma do estímulo sonoro B2 (queda d’água). Figura C8 – Espectrograma do estímulo sonoro B3 (motor truck). Figura C9 – Espectrograma do estímulo sonoro B4 (apito de navio). xvii Figura C10 – Espectrograma do estímulo sonoro B5 (acorde de violão).