UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO COORDENAÇÃO DE PÓS-GRADUAÇAO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM HIGIENE E INSPEÇÃO DE PRODUTOS DE ORIGEM ANIMAL PREVALÊNCIA DE CISTICERCOSE EM BOVINOS ABATIDOS SOB INSPEÇÃO SANITÁRIA EM CAMPO GRANDE - MS Paulo Cesar Pereira Vollkopf Campo Grande, agosto de 2008. Paulo Cesar Pereira Vollkopf Aluno do Curso de Especialização Lato sensu em Higiene e Inspeção de Produtos de Origem Animal PREVALÊNCIA DE CISTICERCOSE EM BOVINOS ABATIDOS SOB INSPEÇÃO SANITÁRIA EM CAMPO GRANDE - MS Trabalho monográfico do curso de pós-graduação Lato sensu em Higiene e Inspeção de Produtos de Origem Animal apresentado à Universidade Castelo Branco, como requisito parcial para a obtenção de Título de Especialista em Higiene e Inspeção de produtos de Origem Animal, sob a orientação da Professora Marta Maria B. Baptista S. Xavier. Campo Grande, agosto de 2008. RESUMO A cisticercose bovina é causada por Cysticercus bovis no seu estágio intermediário do ciclo evolutivo. A contaminação ocorre através da ingestão de água ou pastagens contaminadas por ovos de Taenia saginata. Tratando-se de uma zoonose de ocorrência significativa, torna-se importante o estudo e acompanhamento dos dados epidemiológicos para práticas de controle efetivo. Considerando a importância da cisticercose na saúde pública, uma vez que o homem infectado pelos ovos desenvolve cisticercos nos tecidos, podendo atingir o cérebro e região ocular, este trabalho teve como objetivo estudar sua prevalência em bovinos abatidos em frigoríficos, bem como, alertar e sensibilizar a sociedade sobre a importância da doença no Estado de Mato Grosso do Sul. Foram coletados dados de lesões compatíveis com cisticercose em bovinos abatidos em frigoríficos com Inspeção Federal no Estado de Mato Grosso do Sul durante o período de janeiro a dezembro de 2007, num total de 74.715 animais abatidos durante o período avaliado, sendo que 118 animais (0,16%) apresentavam achados compatíveis com cisticercose bovina com cistos ainda viáveis. Este estudo demonstrou que a ocorrência de Cisticercose Bovina na região de estudada não apresentou números elevados devido principalmente ao sistema de criação extensiva preconizado pelos produtores locais. Considerando o potencial zoonótico da teníase, onde o homem é o hospedeiro definitivo e principal disseminador dos ovos em pastagens, torna-se difícil o controle da Cisticercose Bovina sem uma ação profilática adequada na espécie humana. Palavras-chave: Cisticercose, bovinos, Taenia saginata. ABSTRACT The bovine cysticercosis is caused by Cysticercus bovis in the intermediate stage of its life cycle. The contamination occurs through ingestion of water contaminated with eggs or pasture of Taenia saginata. Since this is a significant occurrence of zoonosis, it is important to study and monitor the practices of epidemiological data for effective control. Considering the importance of cysticercosis in public health, since the man infected by cysticerci egg develops in the tissues and may reach the brain and eye region, this work aimed at studying their prevalence in cattle slaughtered in refrigerators and, to alert and sensitize the society on the importance of disease in Mato Grosso do Sul We collected data from injuries consistent with cysticercosis in cattle slaughtered with Federal Inspection in Mato Grosso do Sul during the period January to December 2007, in 74,715 animals slaughtered during the evaluation period, with 118 animals (0 , 16%) had findings consistent with bovine cysticercosis with cysts still viable. This study has shown that the occurrence of bovine cysticercosis in the region had not studied the numbers high due mainly to the creation of extensive advocated by local producers. Considering the potential of zoonotic taeniasis, where man is the definitive host and main spreading eggs in pastures, it is difficult to control the bovine cysticercosis without a prophylactic appropriate action in the human species. Key-words: Cysticercosis , bovine, Taenia saginata. AGRADECIMENTOS Agradeço à minha Família pelo o apoio sempre que se fez necessário, pela compreensão devido a minha ausência em alguns momentos importantes. Aos meus pais pela minha formação e incentivo profissional. A coordenadora, orientadora e amiga Marta Maria Braga Baptista Soares Xavier por todo o apoio e esclarecimentos durante o curso e em especial no momento de conclusão do Trabalho de Conclusão de Curso. Aos professores por todo o ensinamento passado. A todos que de alguma forma possa tê-los esquecido mencionar. A Deus, pois sem Ele nada existiria ou poderia ter sido realizado. SUMÁRIO RESUMO.......................................................................................................iii ABSTRACT...................................................................................................iv 1 INTRODUÇÃO .........................................................................................7 2 DESENVOLVIMENTO.............................................................................9 3 IMPORTÂNCIA DO CONTROLE DA DOENÇA................................10 4 MATERIAIS E MÉTODOS...............................................................12 4.1 SISTEMA DE TRABALHO NO DEPARTAMENTO DE INSPEÇÃO FINAL (DIF)..................................................................................................16 5 DISCUSSÃO.....................................................................................18 6 CONCLUSÃO.............................................................................................21 OBRAS CONSULTADAS E REFERENCIADAS......................................22 1. INTRODUÇÃO O estado do Mato Grosso do Sul tem vasto território, e uma tradição de consumo de carne bovina, entre outras espécies, isto pode ser demonstrado pelo grande numero de criadores e atualmente ampliação do seu quadro Industrial. Sendo que uma significativa parcela desta produção é destinada aos mercados nacionais e internacionais. A situação da cistercose nas Américas não está bem documentada. O abate clandestino, sem inspeção e controle sanitário é muito elevado na maioria dos países da América Latina, sendo a causa fundamental a falta de notificação (OPS, 1994). O complexo teníase-cisticercose é uma doença parasitária que pode acometer tanto o homem como os animais, sendo provocada pelo Cisticercus bovis, forma infectante da Taenia saginata. A doença ocorre através da contaminação de pastagens por fezes humanas com ovos do parasito. Quando o ovo é ingerido pelo hospedeiro intermediário (bovino) suas secreções gástricas e intestinais digerem o embrióforo e liberam a oncosfera ou embrião. Usando seus ganchos a oncosfera penetra pela mucosa intestinal atingindo a circulação sangüínea ou linfática, ou no caso de invertebrados, a cavidade corpórea. Uma vez no seu local de predileção, a oncosfera perde os ganchos e se desenvolve formando o cisticerco (FREITAS, 1981; URQUHART et al., 1998). O homem adquire a teníase ingerindo carne de bovino crua ou mal passada, ou pode adquirir a cisticercose pela a ingestão do ovo da Taenia através de produtos hortifrutigranjeiros contaminados ou devido a maus hábitos de higiene. A cisticercose bovina é a doença de maior ocorrência nos abates sob Inspeção Federal. Além de sua importância em saúde pública, torna-se, a cada dia, motivo de maior preocupação para frigoríficos e produtores, pois os prejuízos que acarreta apresentam tendências de elevação (FUKUDA et al., 2003). A inspeção de carne é a medida direta de maior importância na prevenção da teníase, pois apesar de suas limitações a inspeção identifica bem as carcaças com infecções intensas e leves, e serve também como advertência precoce de infecção em uma comunidade (SOUZA et al., 2007). Os procedimentos de saneamento das carcaças cisticercósicas acarretam sérias conseqüências econômicas paras os frigoríficos, restringindo sua comercialização, principalmente em relação mercado externo (FUKUDA, 2001). Este trabalho tem como objetivo estudar a prevalência da cisticercose em bovinos abatidos em frigoríficos com Inspeção Federal no Estado de Mato Grosso do Sul, e sensibilizar a sociedade sobre sua relevância e controle no estado. 2 DESENVOLVIMENTO A cisticercose bovina é a lesão de maior ocorrência no exame post-mortem, de bovinos em matadouros, conforme mostram os dados registrados pelo Serviço de Inspeção Federal (SIF) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), razão pela qual é considerado um grave problema de saúde publica, merecendo atenção especial (COSTA, 2008). O complexo teníase-cisticercose é uma zoonose, doença transmitida do animal para o homem e vice-versa. A cisticercose causa sérios prejuízos à pecuária, além de ser um grave problema em saúde pública, principalmente em países em desenvolvimento, pelo fato de estar relacionado a aspectos higiênico-sanitários, sócio-econômicos como também dos culturais. Faz-se necessário rever as condições de saneamento básico, regras de higiene, cuidados com os alimentos, água, solo, tratamento dos indivíduos acometidos com a doença e principalmente orientação à população. A importância da cisticercose na saúde pública fica evidenciada, uma vez que o homem infectado pelos ovos desenvolve cisticercos nos tecidos, podendo atingir o cérebro e região ocular, ocasionando sintomatologia nervosa de alta gravidade. De acordo com Cortez (2000), a importância da cisticercose está relacionada à doença na população humana e o papel que o homem parasitado desempenha como fonte de infecção para a cisticercose animal e humana. Através do levantamento epidemiológico temos como estabelecer a situação do complexo teníase/cisticercose no Estado do Mato Grosso do Sul. Casos de cisticercose reportados e registrados podem sustentar informações úteis sobre incidência e fatores de risco (SCHANTZ & SARTI-GUTIERREZ, 1989). 3. IMPORTÂNCIA DO CONTROLE DA DOENÇA DEVIDO AOS ACHADOS A utilização na dieta alimentar da população, dos produtos de origem animal, vem provocando de maneira direta o incremento das indústrias zootécnicas através do aumento dos rebanhos, o que constitui fator de importância para aumentar os riscos de exposição às zoonoses (MIRANDA, 1999). A partir dos resultados encontrados neste trabalho, comprovação da existência da cisticercose bovina, além de delinear os aspectos de relevância para o controle da infecção, tanto no homem como nos animais, leva-nos a conhecer a realidade e principalmente sensibilizar, orientar e esclarecer as lideranças municipais. O Poder Público responsável pela saúde pública através da Lei nº 8080 (BRASIL, 1990), que dispõe sobre as condições para promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes. No seu art. 5º - item viii - objetivos “a fiscalização e a inspeção de alimentos águas e bebidas, para consumo humano e à população em geral, sobre a importância do controle da doença”. . Figura 1: Alguns valores de neurocisticercose humana Fonte: Miranda, 2008. Conforme pode ser observado na Figura 1 e pode ser descrito por Vaz (1996), que no Brasil, os estudos de cisticercose humana estão restritos a Centros Especializados de Neurologia e apontam para freqüências da neurocisticercose que variam de 0,2% a 7,5% e ressalta o alto custo dos atendimentos e elevadas taxas de letalidade e morbidade. Atingindo a faixa etária dos 21 a 40 anos, exatamente a faixa economicamente ativa da população, a correspondência de 60 % dos casos. De acordo com as recomendações da FAO (“Food and Agriculture Organization”), de estabelecer estímulos e subsídios oficiais em favor dos pequenos produtores unicamente nos casos em que resultem animais condenados por causa não atribuíveis ao produtor, as quais deverão ser devidamente comprovadas, para que o estado estabelecerá programas de publicação e divulgação a este respeito. 4. MATERIAIS E MÉTODOS No presente estudo foram utilizados como fonte de informações, dados estatísticos dos arquivos do Serviço de Inspeção Federal De um matadouro-frigorífico de bovinos localizado em Mato Grosso do Sul. Os mapas constavam número de bovinos abatidos, sua procedência e número de animais positivos para cisticercose com cistos viáveis, no período de janeiro a dezembro de 2007. Tabela 1: Número de animais abatidos, número de animais positivos por mês durante o período de janeiro a dezembro de 2007. Nº. DE ANIMAIS ANIMAIS ABATIDOS POSITIVOS Jan/07 3.347 11 Fev/07 5.224 13 Mar/07 9.130 08 Abr/07 10.637 05 Mai/07 10.906 10 Jun/07 5.714 21 Jul/07 6.862 10 Ago/07 5.929 11 Set/07 2.978 03 Out/07 2.616 04 Nov/07 5.446 11 Dez/07 5.926 11 MÊS Fonte: Vollkopf, 2008. No período anteriormente citado, foi submetido à inspeção sanitária, um total de 74.715 bovinos (machos e fêmeas), obedecendo às regras de inspeção ante e post-mortem preconizadas pelo Serviço de Inspeção Federal, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, através das normas do Regulamento Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal (BRASIL, 1952), e técnicas padronizadas constantes das Normas de Inspeção de Carnes: Padronização de técnicas, Instalações e equipamentos. Bovinos: Currais e seus anexos; Sala de Matança (BRASIL, 1971). Conforme as Normas de Inspeção de carnes: Padronização de Técnicas, Instalações e equipamentos Bovinos: Currais e seus Anexos; Sala de Matança (BRASIL, 1971), foram realizadas inspeções nas: 1. Linha B – Exame do Conjunto Cabeça-Língua: no estabelecimento citado o exame da Linha B é executado em nora apropriada: O conjunto é preparado seguindo as etapas: • Serra-se o chifre, bem rente, esterilizando o instrumento usado nesta operação; • Esfola-se a cabeça, retirando os pavilhões auriculares e lábios, de modo a não ficar nenhum resto cutâneo sobre a peça esfolada; • Ata-se fortemente o esôfago, com barbante, a fim de evitar-se a contaminação do conjunto; usa-se o “saca-rolha” para separar o esôfago de seus liames naturais; • Opera-se a desarticulação da cabeça, tomando-se o devido cuidado para evitar sua contaminação pelo conteúdo ruminal; • Numera-se a cabeça, com lápis-cópia, no côndilo do occipital, com o mesmo numero do carpo e tarso, para assegurar a sua correspondência com a carcaça durante todo o curso das operações; • Seccionam-se os músculos cervicais, para completar a decapitação, tendo a preocupação de preservar os nodos-linfáticos da língua e não deixar, de modo algum, que a cabeça tenha contato como piso; • Lava-se convenientemente o conjunto cabeça-língua, com água morna hiperclorada; • Liberta-se a língua de suas ligações e secionam-se as hastes maiores do Istel Hióide, deixando-se a língua presa a cabeça pelo freio lingual; • Apresenta-se o conjunto cabeça-língua ao Auxiliar de Inspeção, para o exame, dependurada no gancho da nora pela região mentoriana (maxilar inferior). CABEÇA: • Examina-se visualmente todas as partes do órgão, cavidade bucal, orifícios, inclusive os deixados pela seção da cavilha óssea (seios frontais); • Incisa-se sagitalmente os masseteres, praticando-se cortes duplos, a fim de devassar tanto os masseteres externos, como os internos, dos dois lados; também são cortados sagitalmente os pterigóides; as incisões são sempre extensas e profundas, de modo a oferecerem o máximo de superfície à exploração da cisticercose; • Incisam-se, no sentido longitudinal, os nodos linfáticos parotidianos e as glândulas parótidas, acompanhando sempre com a vista, atenciosamente, a penetração progressiva do fio da faca na parte objeto do exame, para melhor encontrar e localizar lesões, norma que deve ser sistematicamente seguida no exame de qualquer peça por incisões à faca, a exemplo principalmente do exame de cisticerco; • Observa-se a cor das mucosas; • Procura-se no foramem magnum a presença de lesões medulares; • Separa-se o conjunto cabeça-língua, em que tiver sido verificada a lesão e comunica-se imediatamente às linhas de inspeção de vísceras o numero da peça marcada e a natureza da lesão verificada, ara providenciarem a marcação da respectiva carcaça e dos órgãos e vísceras que se fazem necessários, de acordo com o caso; todo conjunto de peças é, a seguir, encaminhado para o Departamento de Inspeção Final (DIF). LINGUA: • Examina-se visualmente a língua, massas musculares e tecidos adjacentes; • Faz-se o exame tátil do órgão (palpação); • Extirpam-se as tonsilas palatinas; • Separa-se o conjunto cabeça-língua, em que tiver sido verificada a lesão e comunica-se imediatamente às linhas de inspeção de vísceras o numero da peça marcada e a natureza da lesão verificada, ara providenciarem a marcação da respectiva carcaça e dos órgãos e vísceras que se fazem necessários, de acordo com o caso; todo conjunto de peças é, a seguir, encaminhado para o DIF. 2. Linha E – Exame do Fígado: O fígado é preparado seguindo as etapas: • Retira-se o fígado, acompanhado dos respectivos nodos linfáticos, preservando-se a sua integridade; • Deposita-se a peça na mesa de inspeção, com o devido cuidado; • Lava-se o fígado, sob chuveiro, com água morna (Temperatura: 38º a 40º centígrados). • Examinam-se visualmente as faces da peça; • Faz-se a palpação; • Corta-se transversalmente e comprimindo os ductos bilíferos; • Cortam-se em lâminas longitudinais (sem picar) os nodos linfáticos da víscera; • Examina-se, visualmente e pela palpação, a vesícula biliar, incisando-a, se necessária; • Condena-se totalmente o fígado ou eliminam-se suas porções lesadas, conforme apresentem, respectivamente, formas difusas ou circunscritas, previstas no RIISPOA, das afecções que não têm implicações com a carcaça e com os demais órgãos, tais como: teleangectasia, cirrose, congestão, hidatidose, fasciolose, esteatose e perihepatite. Nesses casos, assinala-se as condenações no quadromarcador, transferindo-se depois, no final dos lotes, tais anotações para a papeleta Modelo 4. Condena-se os fígados eventualmente contaminados como conteúdo gastrintestinal; • Separa-se o fígado cuja lesão ou lesões possam ter implicações com a carcaça e os outros órgãos (tuberculose, neoplasias, cisticercose, etc.) e notificam-se as demais linhas da mesa de evisceração, para proceder-se à separação e marcação dos órgãos e carcaças correspondentes, para a remessa juntamente com a cabeça e a língua do mesmo animal, ao DIF. 3. Linha F - Exame dos Pulmões e Coração: nessa faze será explicitada apenas as operações referentes ao Coração, órgão onde é realizada pesquisa de Cisticercose. O coração é preparado seguindo as etapas: • Retiram-se os pulmões da cavidade torácica, juntamente com a traquéia e o coração e deposita-se o conjunto sobre a mesa de inspeção. • Examina-se visualmente o coração e o pericárdio, antes mesmo da abertura deste; • Incisa-se largamente o saco pericárdio; • Examina-se visualmente a superfície do coração (epicárdio), sob água morna corrente, a 38-40º centígrados, com vistas especialmente à pesquisa de cisticercos; • Faz-se a palpação do órgão; • Destaca-se o coração dos pulmões, secionando-se os grandes vasos da base; • Incisa-se longitudinalmente, sob chuveiro morno, o coração esquerdo, da base ao ápice, expondo, para exame visual e palpa;cão, a cavidade átrio-ventricular, faz-se idêntica operação no coração direito; • Nas afecções que normalmente não tem implicações com a carcaça (aderências, pericardites circunscritas, contaminações), o coração é condenado na própria mesa de inspeção e a respectiva causa computada no quadro próprio, a menos que outra causa, intercorrente, justifique o seu desvio para o DIF; • Nos casos de cisticercose, a lesão é assinalada e o coração, a carcaça, a cabeça, a língua e demais órgão são encaminhados para o DIF obrigatoriamente. 4.1 SISTEMA DE TRABALHO NO DEPARTAMENTO DE INSPEÇÃO FINAL (DIF) O DIF destina-se à recepção das carcaças, órgãos e vísceras desviadas das diversas Linhas de inspeção, para, tendo como ponto de partida as causas por elas desviadas, serem minuciosamente examinadas pelo Veterinário e receberem, depois de firmado seu julgamento, a destinação conveniente. O exame, em síntese, consiste numa completa e atenta revisão daqueles praticados nas Linhas de Inspeção, comportando, ainda, eventualmente, pesquisas mais profundas, que permitam ao técnico bem fundamentar suas conclusões. Tendo formado o seu juízo, através dos exames que realizou ou a que recorreu, o Veterinário da às carnes inspecionadas os seguintes destinos alternativos: a) Liberação para o consumo; b) Aproveitamento condicional (salga, salsicharia ou conserva); c) Rejeição parcial (afecções benignas circunscritas, lesões traumáticas, contaminação limitada); d) Rejeição total (condenação). Nos casos especifico da cisticercose com cistos viáveis o destino recomendado, segundo o RIISPOA, é o aproveitamento condicional, na Empresa onde foi realizado o estudo as meias carcaças são destinadas ao Tratamento pelo Frio (TF), quando ficam retidas pelo SIF (Sistema de Inspeção Federal) local, na câmara de seqüestro sofrendo congelamento a menos 30º C por no mínimo 11 dias, quando então são liberadas para a Empresa realizar sua comercialização. 5 RESULTADOS E DISCUSSÃO O total de bovinos abatidos durante este estudo foi de 74.715, procedentes de 13 municípios do estado do Mato Grosso do Sul, grande parte Oeste do Estado. Pode-se constatar que a prevalência da cisticercose com cistos viáveis, nos animais abatidos em MS, foi de 0,16%, representando 118 animais positivos. Conforme tabela 2. Tabela 2: Animais abatidos no matadouro-frigorifico em MS, sob SIF, durante o período de janeiro a dezembro de 2007, e prevalência de cisticercose viva. Mês Cisticercose viva % Total animais JAN 11 0,32 3.347 FEV 13 0,24 5.224 MAR 08 0,08 9.130 ABR 05 0,04 10.637 MAI 10 0,09 10.906 JUN 21 0,36 5.714 JUL 10 0,14 6.862 AGO 11 0,18 5.929 SET 03 0,10 2.978 OUT 04 0,15 2.616 NOV 11 0,20 5.446 DEZ 11 0,18 5.926 TOTAL 118 (0,16) 74.715 Fonte: Vollkopf, 2008 Na tabela 3, pode observar as diferenças encontradas em diversos trabalhos realizados em distintas épocas e regiões do País, inclusive um estudo realizado em Portugal. Tabela 3: Dados de outros autores sobre o percentual de Cisticercose Bovina, encontrados em estudos realizados em diferentes épocas e locais. AUTOR Schenk e Schenk ANO 1974 a 1979 PERCENTUAL 1,00% LOCAL Estado do Mato Grosso do Sul/MS Ungar e Germano 1986 5,5% Estado de São Paulo/SP Corrêa, et al. 1996 4,63% Santo Antonio das Missões/RS Schein, et al. 1996 a 2000 0,69% Estado de Mato Grosso/MT Pereira, et al. 1997 a 2003 1,95% Estado do Rio de Janeiro/RJ Alves 1998 e 1999 14,76% Camburiú/SC Borba, et al. 2000 1,7% Região de Maringá - PR Mannigel, et al. 2000 7,9% Região de Maringá - PR Fonseca e Spinola 2000 4,4% Portugal Kowaleski, et al. 2000 3,83% Estado do Paraná/PR Costa 2003 10% Nova Friburgo/RJ Dreer, et al. 2003 e 2004 3,17% Noroeste do Paraná/PR Falavigna, et al. 2004 9,3% Sabáudia/PR Barszcz, et al. 2005 a 2007 0,03% Rolim de Moura/RO Ribeiro 2008 1,13% Paranavaí/PR Almeida Não 4,20% Teixeira de Freitas/BA Informado. Fonte: Vollkopf, 2008 Os índices relatados neste trabalho demonstram como o Brasil em seu imenso território pode ao mesmo tempo ter características de País desenvolvido, quando mostra índices próximos de 0 % para cisticercose bovina em algumas regiões, como também índices alarmantes, acima de 14%, citado por Alves (2000), em seu trabalho realizado na região de Camboriú/SC. Conforme os resultados de ocorrência de 0,16% de cisticercose bovina demonstrados neste estudo, na região oeste do Estado de Mato Grosso do Sul, foram abaixo da maioria dos trabalhos encontrados sobre o assunto. Mas não muito diferente se comparado a algumas regiões que apresentam realidades parecidas, como é o caso do Estado de Mato Grosso, cujas características de criação em sua grande maioria também se encontram no sistema extensivo de criação do gado. Talvez esta possa ser a explicação para índices baixos em regiões que tenham este tipo de criação em sua maioria, contrapondo as regiões onde a criação intensiva é mais evidente e acarretando em índices mais altos de cisticercose bovina, e provavelmente também para outras enfermidades. 6 CONCLUSÃO O elevado coeficiente de letalidade, conforme também pode se observar, a alta freqüência de seqüelas resultando em incapacitação física e/ou mental, o afastamento da atividades produtivas para o tratamento da cisticercose, associados aos gastos atribuídos com aposentadorias, tratamentos onerosos, ao execrável desenvolvimento físico e mental da criança, aos índices de produtividade do adulto portador de teníase e o grande numero de condenações de carcaças, justificam este estudo devido aos impactos gerados no ambiente humano e nas conseqüências sócio-econômicas. Portanto a criação extensiva dos animais, quando possível, associada a um cronograma eficiente de vermifugação dos animais, melhorias nas condições higiênicosanitária da população que possa a vir contaminar as pastagens, como por exemplo, controle das verminoses e melhorias no saneamento básico, e um serviço de educação em saúde eficiente, atuações positivas das autoridades publicas, possam ser a saída para diminuir os índices altos de cisticercose bovina nas diversas regiões do Brasil. Como sugestão, deve ser dada continuidade a este estudo, devidos aos dados achados e de ter caráter regional. Esta casuística pertence a uma área que concentra um grande número de animais e que a fiscalização se faz atuante dentro da profissão. O que não se tem certeza em outras regiões do país. No Brasil, não existe um programa nacional, mas tem emergido a partir de iniciativas regionais, projetos de prevenção, tendo como lema o “slogan” da OMS (Organização Mundial da Saúde): “ Think globally, act locally”, ou seja, pense globalmente, mas atue localmente (TAKAYANAGUI, 1996)! OBRAS CONSULTADAS E REFERENCIADAS ALMEIDA, D.O. Cisticercose bovina em matadouro sob inspeção sanitária em Teixeira de Freitas / BA. Disponível em: http://www.uff.br/higiene_veterinaria/teses/davi_almeida.pdf. Acesso em: 10-04-2008. ALVES, T.A.G. Prevalência de cisticercose em bovinos e suínos no município e Camburiú, 2000, obtida via internet; http://www.cidasc.sc.gov.br/html/artigos/CISTICERCOSE...(Taisa).pdf, 10-04-2008. BARSZCZ, A.M., et al. 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