TEXTO NUM. 2 AS DESIGUALDADES SOCIAIS NO BRASIL – PARTE 2 Fome e coronelismo A partir da década de 1940 a questão das desigualdades sociais aparecia sob novo olhar, que passava ainda pela presença do latifúndio, da monocultura e também do subdesenvolvimento. Em seus livros Geografia da fome e Geopolítica da fome, publicados respectivamente em 1946 e 1951, Josué de Castro procurou analisar a questão da desnutrição e da fome das classes populares, explicando-‐as com base no processo de subdesenvolvimento, o qual gerava desigualdades econômicas e sociais entre os povos que, no passado, tinham sido alvo da exploração colonial no mundo capitalista. Defendia a educação e a reforma agrária como elementos essenciais para resolver o problema da fome no Brasil. Outro autor, Victor Nunes Leal, em seu livro Coronelismo, enxada e voto: o município e o regime representativo no Brasil, publicado em 1948, apresentava o coronel vinculado à grande propriedade rural, principalmente no Nordeste, como a base de sustentação de uma estrutura agrária que mantinha os tra-‐ balhadores rurais em uma situação de penúria, de abandono e de ausência de educação. Raça e classes A relação entre as desigualdades e as questões raciais voltou a ser analisada na década de 1950, numa perspectiva que envolvia a situação dos negros na estrutura social brasileira. São exemplos os trabalhos de Luiz Aguiar Costa Pinto, que em 1953 publicou O negro no Rio de Janeiro, e de Roger Bastide e Florestan Fernandes, que também em 1953 lançaram o livro Negros e brancos em São Paulo. Eles abordaram essa questão do ponto de vista das desigualdades sociais, procurando desmontar o mito da democracia racial brasileira, e colocaram o tema da raça no contexto das classes sociais. Ainda na década de 1960, alguns trabalhos podem ser tomados como exemplos da continuidade dessa discussão. Florestan Fernandes (A integração do negro na sociedade de classes), Octávio lanni (Metamorfose do escravo) e Fernando Henrique Cardoso (Capitalismo e escravidão no Brasil meridional) analisaram a situação dos negros no Sudeste e no Sul do Brasil. Com seus trabalhos demonstraram que os ex-‐escravos foram integrados de forma precária, criando-‐se uma desigualdade constitutiva da situação que seus descendentes vivem até hoje. Muitos outros autores, desde então, analisam essa questão, que continua presente no nosso cotidiano. Formação das classes sociais e mudanças sociais A partir da década de 1960, outras temáticas que envolviam as desigualdades sociais foram abordadas, com ênfase na análise das classes sociais existentes no Brasil. Assim se desenvolveram trabalhos que procuravam entender como ocorreu à formação do empresariado nacional, das classes médias, do operariado industrial e do proletariado rural. Outra tendência foi a de explicar e compreender como as classes na sociedade brasileira -‐ operariado, classes médias urbanas e burguesia industrial -‐ participavam do processo de mudanças econômicas, sociais e políticas. Nas décadas seguintes (1970 e 1980), a preocupação situou-‐se muito mais na análise das novas formas de participação, principalmente dos novos movimentos sociais e do novo sindicalismo. Buscava-‐se entender como os trabalhadores e deserdados no Brasil organizavam-‐se para fazer valer seus direitos como cidadãos, mesmo que a maioria ainda estivesse vivendo miseravelmente. As análises ainda se baseavam nas classes sociais fundamentais da sociedade brasileira. ATIVIDADES: 1) Caracterize a questão da desigualdade no coronelismo. 2) A relação entre as desigualdades e as questões raciais voltou a ser analisada na década de 1950. Comente a respeito. 3) Novos acontecimentos marcaram a década de 1960 e a questão da desigualdade? Explique ATENÇÃO MEUS LINDOS – ENTREGAR AS RESPOSTAS ATÉ 19/10, NÃO SE ESQUEÇAM DE COLOCAR O NOME DO TEXTO, E COPIAR AS PERGUNTAS. BEIJOS!!!!!! ZILDA