SOCIEDADE DE CLASSES, ESTADO E EDUCAÇÃO BRASILEIRA: O PRINCÍPIO EDUCATIVO DO TRABALHO, A GESTÃO EDUCACIONAL, A FORMAÇÃO E A ORGANIZAÇÃO DOS TRABALHADORES NA EDUCAÇÃO PÚBLICA NO ESTADO DO PARANÁ REG. PROEC 447/07 . O PROJETO: Análise da práxis (materialismo histórico e dialético) que caracteriza o trabalho pedagógico nas escolas. Análise crítica de documentos oficiais do MEC, da SEED-PR e dos projetos político-pedagógicos das instituições de ensino. Permite tanto aos professores/alunos quanto aos graduandos extencionistas debater sobre os estudos científicos da educação a partir da teoria da luta de classes. O CURSO: O PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO DA ESCOLA PÚBLICA E EDUCAÇÃO POPULAR Locais de Realização: Col. Papa João Paulo I, em Almirante Tamandaré; Col. Estadual Humberto de Alencar Castelo Branco, em Pinhais; Col. Estadual Antonio Lacerda Braga, em Colombo; Col. Estadual Ivanete Martins em Piraquara. Público Alvo: Professores e funcionários das escolas públicas, membros dos conselhos escolares e das comunidades das respectivas escolas, estudantes de graduação da UFPR, estudantes do Ensino Médio dos Colégios. Carga Horária: 30 horas de teóricas e 20 de prática. Os Colégios registram Índices de Desenvolvimentos da Educação Básica – IDEB, abaixo da média Nacional e Estadual. O Curso foi concebido a partir de demandas dos próprios professores trabalhadores nos colégios. O Curso busca responder à demandas de formação continuada dos trabalhadores na educação pública atendendo às definições da Constituição Federal de 1988 e da Lei 9394/96. Articula teoria e prática no desenvolvimento do Projeto Político Pedagógico das escolas públicas em sua relação com a educação popular, a formação e a organização dos trabalhadores na educação. FUNDAMENTOS DO PRINCÍPIO EDUCATIVO DO TRABALHO O Trabalho: Intercâmbio entre o homem e a natureza. Ao transformar a natureza o homem se transforma: desenvolve as experiências, as linguagens, a cultura, os conhecimentos. Produz a ciência. O Trabalho no modo de produção capitalista é a fonte da cultura, do conhecimento humano, a base da práxis. No entanto, o trabalho se coisifica sob a forma de mercadoria e se apresenta submetido a uma divisão social e técnica. Converte-se numa mercadoria especial que produz outras mercadorias. A educação classista deve esclarecer a necessidade da libertação da condição alienada do trabalho. Só na sociedade dos produtores livres a ciência e a educação deixarão de ser classista. GESTÃO EDUCACIONAL E GESTÃO ESCOLAR As gerências dos sistemas educacionais pelo Ministério e pelas Secretarias Estaduais e Municipais reafirmam as posições defendidas pelo Banco Mundial como instrumento do imperialismo para a reprodução do tipo de sociedade marcada pela exploração do trabalho. As políticas educacionais expressam a natureza de subalternização do nosso país ao modelo econômico ditado pelos países imperialistas que operam a partilha do mundo e querem a manutenção do nosso país como uma semicolônia. A formação humana idealizada nestas políticas demonstra um caráter utilitário, reduzido à formação de mão-de-obra para o mercado de trabalho. Isto ocorre tanto na educação básica como no ensino superior. A gestão escolar por vezes apresenta uma prática intramuros da instituição, sem levar em conta a totalidade social e o tipo de capitalismo que impera em nosso país: um capitalismo burocrático, atrasado e semicolonial. A escola precisa se posicionar no campo da contra-hegemonia instalada: apoiar com o desenvolvimento da ciência a resistência e a luta de classes dos trabalhadores contra a opressão. FORMAÇÃO DE PROFESSORES As políticas de formação de professores desde a aprovação da LDB inviabilizam a construção da identidade do professor como cientista da educação. Concebem-no como tarefeiro: aligeiramento e desqualificação na formação. Uma formação aligeirada e de baixo custo: formação específica e formação pedagógica em espaço nãouniversitário (exemplos de alguns casos dos IFET’s), que pode terceirizar a realização de cursos ou a força de trabalho, ou até mesmo ser virtual (à distância). IDENTIDADE DE CLASSE DOS TRABALHADORES EM EDUCAÇÃO O trabalho é a ação intencional do homem sobre a natureza para produzir bens e satisfazer suas necessidades. Está presente em todas as sociedades independente das relações de produção. Dessa ação humana sobre a natureza decorrem a experiência, conhecimento tácito e sistematizado (ciência). A função da escola é a socialização do conhecimento científico. O professor é, em primeiro lugar, membro da classe trabalhadora: precisa vender o seu trabalho para sobreviver. É um cientista, pois a natureza de seu trabalho é o conhecimento científico. É educador, que age para a conscientização de seus alunos e de si enquanto ser em devenir (operário em construção). O PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO O PPP é uma relação social. Expressa as contradições de classes que estão presentes na sociedade e atingem a instituição de ensino. Daí a importância da identidade de classe dos trabalhadores em educação. A dimensão classista se estende da sala de aula, professores, pedagogos, funcionários, alunos e pais de alunos: todos pertencentes à mesma classe de explorados pelo capital. O PPP compõe-se: do marco situacional, do marco teórico e do marco operacional, que precisam ser analisados e compreendidos como articuladores da totalidade de todas as atividades da escola. OS RESULTADOS Em 2007: O projeto desenvolveu quatro cursos de formação para 114 professores e técnicos administrativos, de 38 escolas da rede estadual do Paraná, e para 10 alunos de graduação, com dois bolsistas de extensão; Em 2008: O Projeto ofereceu quatro Cursos de Extensão com 92 alunos (professores e funcionários) de 17 colégios da rede pública estadual. Constituindo Grupos de Estudos em cada Colégio, com três alunos bolsistas Em 2009: o Projeto desenvolve um Curso de Extensão em quatro Colégios para 240 professores e funcionários dos mesmos, com quatro alunas bolsistas.