TRANSGÊNICOS
UM BREVE APANHADO
INTRODUÇÃO
 O que são alimentos transgênicos
 Aqueles cujas sementes foram alteradas com o DNA de outro
ser vivo (como uma bactéria ou fungo) para funcionarem como
inseticidas naturais ou resistirem a um determinado tipo de
herbicida.
 Surgimento
 por volta de 1980, quando cientistas conseguiram transferir
genes específicos de um ser vivo para outro.
INTRODUÇÃO
 Segundo empresas, produtores e cientistas
 nova tecnologia que vai aumentar a produtividade e baratear o
preço do produto, além de permitir a redução dos agrotóxicos
utilizados
 Segundo ambientalistas e outra parcela de
pesquisadores


produto perigoso: ainda não se conhece nem os seus efeitos
sobre a saúde humana nem o impacto que pode causar ao meio
ambiente.
torna a agricultura e os agricultores reféns de poucas empresas
que detêm a tecnologia
INTRODUÇÃO
 Muitos consideram um modelo insustentável
 O aumento no uso de agroquímicos coloca em cheque o futuro
dos nossos solos e de nossa biodiversidade agrícola
 Diante da crise climática em que vivemos
 preservação da biodiversidade funciona como uma garantia de
que teremos opções viáveis de produção de alimentos no
futuro e estaremos prontos para os efeitos das mudanças
climáticas sobre a agricultura
HISTÓRIA DA POLÊMICA
 Pesquisadores garantem que os transgênicos são
seguros; mais testados que qualquer outro alimento
 Estima-se que 3% do orçamento no mundo para
pesquisa na área de biodiversidade seja destinado a
pesquisas independentes de biossegurança
 Métodos e as técnicas para se avaliar os impactos dos
transgênicos ainda não estão definidos
HISTÓRIA DA POLÊMICA
 A partir de 70, 2 movimentos ocorreram:
 Fusão: empresas de agrotóxicos e fármacos passaram a atuar
também no ramo de sementes
 Concentração: através do qual a grande maioria das
sementeiras nacionais (em quase todos os países) foi parar em
mãos de um reduzido grupo de empresas multinacionais.
 Ao mesmo tempo, criação e/ou modificação das leis
nacionais para garantir o “patenteamento” de
determinadas formas de vida e os direitos e
remuneração dos melhoristas.
HISTÓRIA DA POLÊMICA
Cenário favorável, já que:
 Sementes transgênicas patenteadas e geneticamente
modificadas para o uso combinado com os
agrotóxicos.
 Tecnologia disponível, mercado altamente
concentrado e legislações nacionais e internacionais
simpáticas ao direito monopólico de exploração das
sementes.
HISTÓRIA DA POLÊMICA
 Falta garantir que não houvesse processos
regulatórios ou exigência de grande transparência
 Para isso seria necessário convencer que os
transgênicos são “similares aos alimentos
convencionais”.
 Criou-se o conceito da “equivalência substancial”

Se um transgênico tiver composição química equivalente a de
sua contraparte não-transgênica, a segurança dos dois é a
mesma.
HISTÓRIA DA POLÊMICA
 Discussão que o gene tal “é seguro, pois ocorre na
natureza”
 Isso não significa que o organismo transgênico que o
tenha recebido também seja seguro
 Transferência de um gene de uma espécie para outra
depende de um conjunto de fatores.
 Para um gene “seguro”, conjunto desses elementos
no organismo receptor também é conhecido e
seguro? o comportamento desse organismo em um
dado ecossistema é previsível e estável?
HISTÓRIA DA POLÊMICA
 Enfim, muitas informações não são conhecidas.
 E enquanto ouvirmos por aí afirmações de que não
há problema nenhum, a polêmica continuará.
O DILEMA DOS TRANGÊNICOS
 Problemática dos transgênicos
 O homem ajuda ou combate a natureza?
 O que fazer?
PROBLEMÁTICA DOS TRANSGÊNICOS
 Em geral, as preocupações em torno dos
transgênicos se dão em três ordens de problemas:

Segurança alimentar

Meio ambiente

Aspectos socioeconômicos
PROBLEMÁTICA DOS TRANSGÊNICOS
 Em relação a segurança alimentar, tem-se uma
preocupante situação, pois é reconhecido pelos
próprios pesquisadores o fato de que ainda não se
sabe como funcionam as toxinas ou as substâncias
alergênicas nos produtos modificados.
PROBLEMÁTICA DOS TRANSGÊNICOS
 Quanto ao meio ambiente, ainda não se sabe:
 como é possível controlar a eventual criação imprevista de
novas plantas e de plantas daninhas;
 como se pode controlar a transferência de genes para parentes
próximos de maneira a não poluir outras plantações;
PROBLEMÁTICA DOS TRANSGÊNICOS
 Quanto ao meio ambiente, ainda não se sabe:
 como
calcular as eventuais perdas em termos de
biodiversidade e, portanto, como controlar o desperdício de
recursos biológicos;
 como prever efeitos adversos aos vários ciclos ecológicos;
PROBLEMÁTICA DOS TRANSGÊNICOS
 Quanto aos aspectos socioeconômicos, ainda não
sabe:


como limitar o poder oligopólico das empresas produtoras de
sementes;
como controlar a concentração do conhecimento;
PROBLEMÁTICA DOS TRANSGÊNICOS
 Quanto aos aspectos socioeconômicos, ainda não
sabe:



como regular a questão da propriedade intelectual;
como atenuar a competitividade no setor agrícola;
como reduzir, de fato, a fome no mundo.
ARGUMENTOS CONTRÁRIOS
 cientistas e ambientalistas alertam que os produtos
geneticamente modificados são um risco e não uma
contribuição para a produção de alimentos
 Na França, agricultores se queixam que os cultivos
com modificações genéticas contaminam os
orgânicos
 Partículas de transgênicos podem ser transportadas
muito longe pelo vento e pela água e contaminar
plantações
ARGUMENTOS CONTRÁRIOS
 Uso contínuo das sementes
 Aumenta resistência de ervas daninhas e insetos, o que por sua
vez leva o agricultor a aumentar a dose de agrotóxicos ano a
ano
 Brasil em 2008
 Tornou-se o maior consumidor mundial de agrotóxicos
 Cerca de dez anos de plantio de transgênicos
 Mais da metade do agrotóxicos destinados à soja
ARGUMENTOS CONTRÁRIOS
 Mesmo desconsiderando o fator saúde da questão,
transgênicos não são uma opção para a crise
alimentar.
 A maioria das modificações feitas nos
cultivos pretendem torná-los mais resistentes a
pragas e ervas daninhas, mas, não objetivam um
aumento na produção
 As plantações modernas sem modificações genéticas
têm maiores produções do que as sementes
transgênicas
ARGUMENTOS CONTRÁRIOS
 Genes desconhecidos e alterações inesperadas no
metabolismo da planta da soja transgênica
"Roundup Ready“. Causa: Genes desconhecidos
inseridos acidentalmente.
 Equipe de médicos descobriu que ratos alimentados
com soja transgênica RR apresentaram alterações
nas estruturas internas das células do fígado e do
pâncreas.
 Semente é mais cara por conta dos royalties a serem
pagos, o que aumenta o custo de produção.
O HOMEM AJUDA OU COMBATE A
NATUREZA?
 Após vários anos de questionamentos os cientistas
desenvolveram um argumento, para defender a
adoção dos organismos modificados:
 O de que os produtos vegetais e animais já
começaram a ser modificados desde que os homens
se dedicaram ao pastoreio e à agricultura.
O HOMEM AJUDA OU COMBATE A
NATUREZA?
 Mas seria mesmo esse argumento relevante?
Nos procedimentos tradicionais o
homem propõe, mas quem realiza a
modificação ainda é a natureza, já que os
cruzamentos propostos respeitam os
processos naturais. Se a natureza não
conseguir fazer a operação de forma
satisfatória para o homem, este aceita e
formula outra proposta.
De maneira bem diferente, com a
engenharia genética o homem impõe
suas decisões à natureza, sendo as
operações realizadas através de métodos
que aquela desconhece.
O HOMEM AJUDA OU ATRAPALHA A
NATUREZA?
 A ciência tem traçado uma linha que separa o “artificial”,
aquilo que é produzido pelo homem com a natureza, do
“natural”.
 O homem civilizado domesticou seus alimentos e a
sociedade urbana moderna os industrializou.
 A industrialização da agricultura tem levado a um
extraordinário aumento da capacidade de produzir
alimentos. Isto permite gerar uma justificativa moral
para seu desenvolvimento e universalização: sua
capacidade de resolver o problema da fome no mundo.
Porém, não é verdade que o objetivo do desenvolvimento
industrial seja aliviar a fome no mundo.
O QUE FAZER?
 Em
primeiro lugar, deixar de pensar que os
parâmetros econômicos e o lucro das empresas são
os fundamentais instrumentos de avaliação da hoje
superestimada “eficiência”.
E assumir que a verdadeira
eficiência deve estar ligada à
produção de bens e serviços
socialmente úteis e à utilização
inteligente de toda a força de
trabalho disponível, mesmo que
isso reduza os lucros no breve
período.
O QUE FAZER?
 Em matéria de alimentos, o verdadeiro problema
hoje não é a quantidade, o problema é o oposto, o
que se refere à população que se alimenta em excesso
ou se alimenta erradamente, que também passa a ser
grave.
O QUE FAZER?
 De fato, um problema tão grave quanto a falta de
alimentos que se projeta para o futuro a médio e
longo prazos refere-se à qualidade dos produtos para
nossa alimentação.
Os transgênicos representam o
maior passo (após a quimicização da
agricultura e a industrialização dos
alimentos) de nossa separação da
natureza.
O QUE FAZER?
 Concluindo...
 Defender o “princípio de precaução” não significa
propor a paralisia e a volta a formas antigas com
medo do desconhecido, nem mesmo defender o fim
da pesquisa ou da engenharia genética. Ao contrário,
significa exigir:



1) que se realizem mais e mais pesquisas;
2) que possa ser socialmente controlado o poder que a
indústria tem de impor seus produtos;
3) que o Estado seja vigilante, eficiente e eficaz no seu papel de
assegurador da vida da população;
O QUE FAZER?
 Concluindo...
 4) que a esta sejam dadas todas as informações necessárias
para que suas escolhas se tornem conscientes;
e 5) que se suspendam a
produção e a comercialização
dos alimentos geneticamente
modificados,
até
que
tenhamos
conhecimentos
mais sólidos a respeito de
seus efeitos sobre a vida dos
consumidores,
o
meio
ambiente e a biodiversidade.
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TRANSGÊNICOS - Um Breve Apanhado