O ROMANTISMO NO BRASIL INTRODUÇÃO: • O romantismo é todo um período cultural, artístico e literário que se inicia na Europa no final do século XVIII, espalhando-se pelo mundo até o final do século XIX; • O berço do romantismo pode ser considerado três países: Itália, Alemanha e Inglaterra; • Porém, na França, o romantismo ganha força como em nenhum outro país e, através dos artistas franceses, os ideais românticos espalham-se pela Europa e pela América; BRASIL: 1836 • “Suspiros Poéticos e Saudades”, de Gonçalves de Magalhães. PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS: • Verso Livre e Branco; • Nacionalismo; • Culto à Idade Média; • Sentimentalismo; • Subjetivismo; • Egocentrismo. POESIA Primeira Geração: Ânsia de possuir a terra; de expressar a pátria; Introdução do Indianismo. Representantes: Gonçalves Dias e Gonçalves de Magalhães. GONÇALVES DIAS (1823-1864): • Obras: Primeiros cantos (1846); Segundos cantos (1848); Sextilhas de frei Antão (1848); Últimos cantos (1851); Os timbiras (1857); • Gonçalves Dias consolidou o Romantismo no Brasil com uma produção poética de boa qualidade; • . Entre os autores do período é o que melhor consegue equilibrar os temas sentimentais, patrióticos e saudosistas com uma linguagem harmoniosa e de relativa simplicidade, fugindo tanto da ênfase declamatória como da vulgaridade; GONÇALVES DIAS (1823-1864): • Pode-se dizer que o seu estilo romântico é temperado por uma certa formação clássica, o que evita os excessos verbais tão comuns aos poetas que lhe foram contemporâneos. GONÇALVES DE MAGALHÃES (1811-1887) : • Obras: Suspiros poéticos e saudades (1836); A confederação dos tamoios (1857); • A Gonçalves de Magalhães coube a precedência cronológica na elaboração de versos românticos; • Suspiros poéticos e saudades é a materialização lírica de algumas idéias do autor sobre o Romantismo, encarado como possibilidade de afirmação de uma literatura nacional, na medida em que destruía os artifícios neoclássicos e propunha a valorização da natureza, do índio e de uma religiosidade panteísta. POESIA Segunda Geração: Geração Byroniana; “Mal-do-século”; Melancolia; Obsessão pela Morte. Representantes: Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu, Fagundes Varela e Junqueira Freire. ÁLVARES DE AZEVEDO (18311852): • Obras: Lira dos vinte anos (poemas - 1853), Noite na taverna (contos - 1855), O conde Lopo (poema - 1886), Macário (poema dramático – 1855); • A obra de Álvares de Azevedo, fortemente autobiográfica, traz a marca da adolescência, mas de uma adolescência tão dilacerada e conflituosa que acaba por representar a experiência mais pungente do Romantismo brasileiro, tanto do ponto de vista pessoal quanto do ponto de vista poético. CASIMIRO DE ABREU (18391860): • Obra: Primaveras (1850); • Subjetivista como Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu substitui as conotações dolorosas que aquele confere à adolescência; • Se, para o autor de Lira dos vinte anos, a mocidade é um processo noturno de vigílias e tensões, se, para ele, "tristes são os destinos deste século", para Casimiro de Abreu a mesma mocidade é "a primavera da vida", processo diurno, sempre associado a namoricos, jardins com bananeiras, borboletas e salões de baile onde se flerta ao som de valsas langorosas. FAGUNDES VARELA (18411875): Noturnas (1861); Vozes da América (1864); Cantos e fantasias (1865); Cantos meridionais (1869); Anchieta ou o Evangelho nas selvas (1875); • Obras principais: • O crítico Alfredo Bosi afirma que Fagundes Varela é o epígono* por excelência da poesia romântica; • Isto é, um poeta que segue outros, sem alcançar uma temática e uma expressão próprias. JUNQUEIRA FREIRE (18321855) : • Obra: Inspirações do claustro (1855); • A poesia de Junqueira Freire é totalmente autobiográfica e talvez seja isso o que mantenha o interesse pela mesma; • Procurando num mosteiro a saída para os seus problemas pessoais (sobretudo uma espécie de atração pela morte que o angustiava), o poeta viu malograrem as suas ilusões. POESIA Terceira Geração: Poesia Social e libertária; Geração Candoreira ou Hugoana Representantes: Castro Alves, Sousândrade, Tobias Barreto. CASTRO ALVES (1847-1871): • Obras: Espumas Flutuantes (1870); A cachoeira de Paulo Afonso (1876); Os escravos (1883); Gonzaga ou A Revolução de Minas (drama - 1875); • Sua obra se abre em duas direções: • Poesia social - causas liberais e humanitárias; • Poesia lírica - natureza e amor sensual. SOUSÂNDRADE (1833-1902): • Obras: Obras poéticas e O Guesa • Considerado em sua época um escritor extravagante, Sousândrade acaba reabilitado pela vanguarda paulistana (os concretistas) como um caso de "antecipação genial" da livre expressão modernista; • Criador de uma linguagem dominada pela elipse, por orações reduzidas e fusões vocabulares, foge do discurso derramado dos românticos. TOBIAS BARRETO (1839-1889): • Tobias Barreto de Meneses, figura de indiscutível relevo na cultura brasileira, professor de Direito que, na Faculdade do Recife, abriu novos rumos ao ensino jurídico no Brasil, a par de suas obras nessa especialidade e de estudos filosóficos que tiveram grande repercussão, foi também poeta e, por vezes, feriu notas brejeiras em sua lira. Poeta, não figura entre os maiores, embora como humorista do verso lhe não faltem graça e espontaneidade. • Obras Ensaios e estudos de filosofia e crítica (1975) Polêmicas (1901) O Gênio da Humanidade (1866) A Escravidão (1868) Menores e loucos (1884) Discursos (1887) Entre Outros PROSA • Primeiro bestseller nacional: A MORENINHA, de Joaquim Manuel de Macedo. TIPOS DE ROMANCE: ROMANCE URBANO: Acontecimento da vida nas cidades; ROMANCE SERTANEJO: Reflete a vida nas fazendas; ROMANCE HISTÓRICO: Volta ao passado – Séculos XVI, XVII, XVIII e início do Século XIX. ROMANCE INDIANISTA: Reflete o Nacionalismo e a exaltação da pátria. Idealização do Índio. REPRESENTANTES • • • • • • Joaquim Manuel de Macedo; Manuel Antônio de Almeida; José de Alencar; Bernardo Guimarães; Visconde de Taunay; Franklin Távora. CONCLUSÃO: •O romantismo significa a diferenciação da nossa com a literatura portuguesa, mediante a diferenciação temática e de linguagem; • O romantismo quebrou a estreita de pendência lingüística que nos prendia à tradição literária portuguesa, pela incorporação de peculiaridades vocabulares e sintáticas e por procurar um ponto de vista nacional brasileiro; CONCLUSÃO: • Ao mesmo tempo, pelas contradições inerentes ao nosso país e pelas profundas diferenças entre o império brasileiro e a Europa burguesa, o romantismo impregnou-se de contradições que bem expressam a situação global de adaptação de uma profunda corrente cultural e artística, nascida no exterior, às condições do Brasil, país atrasado, dependente e preso à órbita da Europa.