Romantismo: poesia A linguagem do Romantismo Prof. Adriano Melo Geração Primeira (nacionalista) Segunda (Ultrarromânti ca) Terceira (liberal, social ou condoreira) Características Principais Autores Principais Obras •Nacionalismo •Lusofobia •Religiosidade/misticismo •Indianismo •Temas: o índio, a saudade, a natureza, o amor impossível •Influências: Rousseau Gonçalves de Magalhães •Suspiros poéticos e saudades (1836) Gonçalves Dias •Primeiros contos (1846) •Sextilhas de Frei Antão (1848) •Individualismo •Pessimismo •Escapismo •Aspecto doentio (“Mal do século”) •Morbidez •Temas: tédio, orgia, morte, infância, medo de amar e de sofrer •Influência: Byron Álvares de Azevedo •Lira dos Vinte Anos (1853) Junqueira Freire •Inspirações do Claustro (1855) Casimiro de Abreu •Primaveras (1859) •Aprofundamento do espírito nacionalista •Poesia social e política •Temas: escravidão, república e amor erótico •Influência: Victor Hugo Castro Alves •Espumas flutuantes (1870) •Os escravos (1883) Sousândrade •Harpas selvagens (1857) Canção do Tamoio Gonçalves Dias I Não chores, meu filho; Não chores, que a vida É luta renhida: Viver é lutar. A vida é combate, Que os fracos abate, Que os fortes, os bravos Só pode exaltar. II Um dia vivemos! O homem que é forte Não teme da morte; Só teme fugir; No arco que entesa Tem certa uma presa, Quer seja tapuia, Condor ou tapir. III O forte, o cobarde Seus feitos inveja De o ver na peleja Garboso e feroz; E os tímidos velhos Nos graves concelhos, Curvadas as frontes, Escutam-lhe a voz! O arranco da morte Junqueira Freire Pesa-me a vida já. Força de bronze Os desmaiados braços me pendura. Ah! já não pode o espírito cansado Sustentar a matéria. Eu morro, eu morro. A matutina brisa Já não me arranca um riso. A rósea tarde Já não me doura as descoradas faces Que gélidas se encovam. O noturno crepúsculo caindo Só não me lembra o escurecido bosque, Onde me espera, a meditar prazeres, A bela que eu amava. A meia-noite já não traz-me em sonhos As formas dela - desejosa e lânguida Ao pé do leito, recostada em cheio Sobre meus braços ávidos. IV Os escravos Castro Alves Era um sonho dantesco... o tombadilho Que das luzernas avermelha o brilho. Em sangue a se banhar. Tinir de ferros... estalar de açoite... Legiões de homens negros como a noite, Horrendos a dançar... Negras mulheres, suspendendo às tetas Magras crianças, cujas bocas pretas Rega o sangue das mães: Outras moças, mas nuas e espantadas, No turbilhão de espectros arrastadas, Em ânsia e mágoa vãs! E ri-se a orquestra irônica, estridente... E da ronda fantástica a serpente Faz doudas espirais ... Se o velho arqueja, se no chão resvala, Ouvem-se gritos... o chicote estala. E voam mais e mais...