Com Ciência - SBPC/Labjor
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REVISTA ELETRÔNICA DE JORNALISMO CIENTÍFICO
Dossiê
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Dossiê
Editorial
Neurociências: ensino
e divulgação científica
- Carlos Vogt
Reportagens
A luta contra o AVC no
Brasil
De pai para filho:
fatores genéticos e
ambientais podem
desencadear a doença
Qualidade de vida pósAVC
Janelas de tempo: a
eficácia do
atendimento de
emergência
AVC na infância?
Quando o médico vira
paciente
Falta divulgação de
AVC em animais de
estimação
Artigos
Decifra-me ou devorote...
Li Li Min
Epidemiologia e
impacto da doença
cerebrovascular no
Brasil e no mundo
Norberto Luiz Cabral
Acidente vascular
cerebral e prontosocorro
Lucas Vilas Bôas
Magalhães
A divulgação do AVC
por dois meios de
comunicação de
massa
Ricardo Afonso Teixeira,
Li Li Min
e Vera Regina Toledo
Neuroimagem dos
infartos e hemorragias
Augusto Celso S. Amato
Filho
O doppler
transcraniano como
método complementar
diagnóstico e
terapêutico
Viviane Flumignan
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Artigo
Atividade física e acidente vascular cerebral
Por Alexandre Duarte Baldin
O acidente vascular cerebral (AVC), popularmente conhecido como “derrame cerebral”,
é uma doença que pode causar sequelas irreversíveis, se não tratada de maneira
correta. Acidente significa acontecimento inesperado que, na maioria das vezes,
envolve dano e sofrimento; vascular refere-se aos vasos sanguíneos. Esse acidente
chama-se vascular cerebral por acometer artérias que irrigam o cérebro danificando a
área vascularizada.
O cérebro é uma estrutura altamente vascularizada. Inúmeras artérias se ramificam em
seu interior para levar oxigênio e nutrientes para o seu funcionamento adequado.
Quando uma dessas artérias sofre obstrução – um entupimento ou fechamento
inadequado – há uma redução do fluxo sanguíneo e o território que deveria ser irrigado
por ela entra em processo de anóxia – falta de oxigênio – e muitas células,
principalmente os neurônios, morrem. Esses eventos caracterizam o acidente vascular
cerebral isquêmico. Já o acidente vascular hemorrágico acontece quando uma artéria se
rompe e o sangue que deixa escapar dá origem a um hematoma, ou coágulo, que
provoca sofrimento no tecido cerebral.
Como cada área do cérebro coordena determinada função do organismo, os sintomas
provocados pelo AVC são muito variáveis. Vão desde alterações motoras evidentes – a
pessoa perde o movimento do braço ou a boca se “entorta”, acometendo a fala – até
alterações cognitivas, de memória, visão e audição muito sutis, que podem até passar
despercebidas pelo paciente ou por quem o acompanha. No entanto, os sintomas se
instalam sempre abruptamente, podendo regredir ou mesmo desaparecer depois de
algum tempo.
Chamam-se fatores de risco aos que podem facilitar a ocorrência de determinada
doença e podemos enumerar vários que estão comprovados na origem do AVC. Dentre
eles estão:
Pressão arterial: considerado o principal fator de risco para AVC. Quando a
pressão está acima daquela determinada, temos o quadro de “hipertensão
arterial”, o que facilita o aparecimento da arteriosclerose (endurecimento da
parede arterial).
Doença cardíaca: qualquer doença cardíaca, em especial as que produzem
arritmia (quando o coração não consegue bombear sangue suficiente para
determinada região, nesse caso, o cérebro).
Colesterol: é uma substância existente no nosso corpo proveniente da gordura
animal. Níveis aumentados de LDL (mau colesterol) e diminuição do HDL (bom
colesterol) estão relacionados ao aparecimento de arterosclerose (aumento de
gorduras nas paredes das artérias que dificulta o fluxo do sangue).
Diabetes mellitus: é uma doença em que o nível do açúcar (glicose) no sangue
fica elevado e há maior prevalência de coagulação sanguínea (quando o sangue
se torna mais consistente, aumentando as chances da hipertensão arterial e
outras complicações. Por conta dos níveis aumentados de açúcar no sangue há
alteração nas gorduras, aumentando as chances do aparecimento da
arterosclerose.
Outros fatores de risco, como tabagismo, obesidade, má alimentação, uso excessivo de
bebidas alcoólicas, história de doença vascular anterior e sedentarismo também estão
ligados ao surgimento do AVC. Portanto, preveni-lo é o melhor tratamento. Ter uma
vida saudável, com alimentação equilibrada e pobre em gorduras, incluindo, também, a
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10/6/2009
Com Ciência - SBPC/Labjor
Diagnóstico por
imagem da trombose
venosa cerebral
Fádua Hedjazi Ribeiro
Técnicas de
processamento de
imagens de tomografia
computadorizada
Gabriela Castellano,
Márcia Silva de Oliveira
e Li Li Min
Diagnóstico e
tratamento dos fatores
de risco
Wilson Nadruz Junior
Hipertensão arterial e
AVC
Rubens José Gagliardi
Atividade física e
acidente vascular
cerebral
Alexandre Duarte Baldin
Abordagem do
tabagismo: estratégia
para redução de fator
de risco modificável
para AVC
Renata Cruz Soares de
Azevedo
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prática regular de atividades físicas e uma melhor qualidade de vida.
A atividade física, além de propiciar a sensação de bem-estar, melhora a auto-estima,
reduz os sintomas depressivos e ansiosos e traz benefícios ao seu organismo. Se
praticada de forma correta e disciplinada, a atividade física reduz a gordura corporal e
aumenta a massa muscular; diminui os níveis de açúcar no sangue melhora a
capacidade pulmonar, aumentando o aproveitamento do consumo de oxigênio;
aumenta a vascularização sanguínea, consequentemente, o músculo cardíaco se torna
mais forte; reduz as taxas de colesterol e eleva o HDL (o bom colesterol), que protege
contra a formação de placas de gorduras nas artérias; combate a hipertensão,
reduzindo os níveis da pressão arterial.
Em outras palavras, o comportamento sedentário está associado ao risco aumentado de
ser acometido por alguma doença, dentre elas o AVC. Indivíduos com sequelas
oriundas de um AVC, muitas vezes, ficam isolados das práticas regulares de atividades
físicas, porém, a estimulação precoce nesses pacientes é de extrema importância.
Logo após o AVC, há perda do tônus muscular e diminuição da capacidade aeróbica.
Sendo assim, há um aumento do gasto energético para a realização das atividades de
vida diária, como, por exemplo, ir ao banheiro, pentear-se, alimentar-se e vestir-se. O
gasto energético necessário para deambulação (andar) de rotina é elevado em
aproximadamente 1,5 a 2 vezes em indivíduos hemiplégicos (que apresentam
paralisação da metade inteira do corpo). Pacientes hemiplégicos, particularmente os
com idade avançada, são incapazes de manter a velocidade da marcha de maneira
eficaz e confortável, demandando, assim, alto gasto energético, fadiga e fraqueza
muscular.
Síndrome metabólica e
obesidade: é melhor
prevenir desde a
infância
Lília D'Souza-Li
A recuperação espontânea pode ocorrer durante os seis primeiros meses, mas nem
todo paciente recupera-se do mesmo modo e nem todos demonstrarão completa
recuperação. Diante desse quadro, a prevenção secundária, ou seja, a detecção
precoce e o tratamento imediato do AVC, é primordial para a reabilitação do paciente.
Medicina tradicional
chinesa e acupuntura
Li Shih Min
A intervenção do exercício físico pode ser realizada na fase aguda, subaguda e crônica
do AVC e inclui atividades aeróbias, exercícios de força, flexibilidade, alterações dos
hábitos de vida ou outras estratégias.
Tempo é cérebro
Wagner Mauad Avelar
Orientações
fonoaudiológicas
Lucia Figueiredo Mourão
e Elenir Fedosse
O papel da fisioterapia
no acidente vascular
cerebral
Luiz Carlos Boaventura
Terapia ocupacional no
tratamento do AVC
Daniel Marinho Cezar da
Cruz
e Cristina Yoshie Toyoda
Aspectos
psicossociais do AVC
Paula Teixeira
Fernandes
Neuroestimulação e
reabilitação motora no
acidente vascular
cerebral
Adriana Bastos Conforto
e Josione Rêgo Ferreira
Genética e doença
cerebrovascular
Marcondes C. França Jr.
O fortalecimento muscular, conseguido através de levantamento de pesos (musculação)
ajuda na estabilidade articular, força muscular e resistência, melhorando a postura, a
deambulação e as demais atividades da vida diária. Esse treinamento, pode incluir
sessões de três a quatro dias na semana. Cada sessão com uma a três séries com 8 a
15 repetições em cada série. Os exercícios podem ser isotônicos (aqueles com
movimentos de contração e relaxamento muscular) ou isométricos (aqueles sem
movimentos, onde o músculo é capaz de manter a contração por determinado tempo).
A carga de cada série deve ser estipulada pelo paciente, controlando o nível de dor e
capacidade de contração. Para um trabalho de resistência muscular sem aumento da
massa muscular, é necessário aumentar o número de repetições e diminuir a carga e,
para enfatizar um trabalho de ganho de massa muscular, é importante diminuir as
repetições e aumentar a carga do aparelho.
Por estar a maior parte do tempo ocioso, o paciente com AVC perde grande parte da
sua capacidade aeróbia. O treinamento aeróbio aumenta a capacidade funcional e o
condicionamento cardiovascular, possibilitando assim, perda de peso, melhora no perfil
lipídico (colesterol-HDL/LDL) e glicídico (açúcares/carboidratos), diminuição da
frequência cardíaca em repouso e estabilização da pressão arterial. Os pacientes com
menor desempenho funcional devem treinar à intensidade de 40 a 60% da frequência
cardíaca máxima, durante trinta minutos, três dias na semana. A intensidade deve ser
aumentada gradativamente, conforme melhora da capacidade aeróbia do paciente, sem
provocar-lhe sintomas desagradáveis. Já os pacientes com maior desempenho, podem
treinar à intensidade de 60 a 75% da frequência cardíaca máxima.
É importante saber que os indivíduos hemiplégicos respondem bem aos programas de
treinamento muscular e aeróbico.
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10/6/2009
Com Ciência - SBPC/Labjor
Modelos animais no
estudo de AVC
Marcelo Ananias
Teocchi
Isquemia e hemorragia
cerebral na infância
Maria Augusta
Montenegro
e Carlos Eduardo Baccin
Onde a enxaqueca se
encontra com o
derrame cerebral
Ricardo Afonso Teixeira
Dissecção arterial:
causa pouco
conhecida de AVC em
jovens
Cynthia R. C. Herrera
Pororoca cerebral
Li Li Min
e Paula T. Fernandes
Gravidez sem acidente
Marcelo Luís Nomura,
Liu Dong Yang
e Li Li Min
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A avaliação dos benefícios de um programa de exercícios físicos para pessoas que
tiveram AVC, com tempo superior a seis meses, mostra que, além dos significativos
benefícios nas limitações funcionais – como resistência, equilíbrio, flexibilidade,
mobilidade e percepção corporal –, também ocorre uma melhora na qualidade de vida,
nos meses iniciais da reabilitação, e que a pessoa nessa fase pode, e deve, ir além da
reabilitação convencional.
A atividade na água não é somente hidroterapia, mas que pode proporcionar, também,
imenso prazer ao realizá-la de forma descontraída e não menos séria; atividade com
cavalos não representam apenas hipoterapia, mas integração com a natureza,
coordenação harmoniosa entre homem e animal, assumindo, muitas vezes, um só
corpo em movimento. A caminhada, onde quer que ela se realize, traz consigo não
somente a busca da melhor condição física, mas também o sentimento de liberdade, de
autonomia e de independência.
A prática regular de atividade física sempre esteve ligada à imagem de pessoas
saudáveis, mas sabe-se que também representa um estímulo ambiental responsável
pela ausência de doenças, excelente saúde mental e boa aptidão física. Após a lesão
causada pelo AVC, um programa de atividade física que consiga contemplar as
necessidades e interesses do paciente, pode ajudá-lo a adaptar-se às suas deficiências,
favorecer sua recuperação funcional motora e neuropsicológica, e promover sua
integração familiar, social e profissional, devolvendo a auto-estima e o gosto pela vida.
Alexandre Duarte Baldin é educador físico na Faculdade de Ciências Médicas da
Unicamp.
Saúde bucal e
aterosclerose da
carótida
Nayene Leocádia
Manzutti Eid
A vivência dos
familiares de pacientes
no processo de
adoecer e morrer
Marcos Antonio Barg
Resenha
Corpo, doença e
liberdade
Por Juliano Sanches
Entrevista
Sheila Cristina
Ouriques Martins
Poema
Plano de rota
Carlos Vogt
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10/6/2009
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