1 Especialização em Gestão Pública Programa Nacional de Formação em Administração Pública MARLENE APARECIDA DOS REIS O PAPEL DA RESPONSABILIDADE SOCIAL NA SOLUÇÃO DO PROBLEMA DE EVASÃO ESCOLAR: UM ESTUDO DE CASO EM UMA ESCOLA ESTADUAL DO ESTADO DO PARANÁ MARINGÁ 2011 1 Especialização em Gestão Pública Programa Nacional de Formação em Administração Pública MARLENE APARECIDA DOS REIS O PAPEL DA RESPONSABILIDADE SOCIAL NA SOLUÇÃO DO PROBLEMA DE EVASÃO ESCOLAR: UM ESTUDO DE CASO EM UMA ESCOLA ESTADUAL NO ESTADO DO PARANÁ Trabalho de Conclusão de Curso do Programa Nacional de Formação em Administração Pública, apresentado como requisito parcial para obtenção do título de especialista em Gestão Pública, do Departamento de Administração da Universidade Estadual de Maringá. Orientador: Profª Maria Madalena Dias, Drª. MARINGÁ 2011 2 Especialização em Gestão Pública Programa Nacional de Formação em Administração Pública MARLENE APARECIDA DOS REIS O PAPEL DA RESPONSABILIDADE SOCIAL NA SOLUÇÃO DO PROBLEMA DE EVASÃO ESCOLAR: UM ESTUDO DE CASO EM UMA ESCOLA ESTADUAL DO ESTADO DO PARANÁ Trabalho de Conclusão de Curso do Programa Nacional de Formação em Administração Pública, apresentado como requisito parcial para obtenção do título de especialista em Gestão Pública, do Departamento de Administração da Universidade Estadual de Maringá, sob apreciação da seguinte banca examinadora: Aprovado em ___/___/2011 Professora Maria Madalena Dias, Dra. (orientadora) Assinatura Professor........................................................., Dr. Assinatura Professora .........................................................,Dra. Assinatura MARINGÁ 2011 3 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO..........................................................................................5 2 REVISÃO DA LITERATURA....................................................................6 2.1 RESPONSABILIDADE SOCIAL...........................................................6 2.2 POLÍTICAS PÚBLICAS DE COMBATE À EVASÃO ESCOLAR...........7 2.2.1 Programa Bolsa Família...................................................................7 2.2.2 Organização Em Ciclos....................................................................7 2.2.3 Programanacional de Alimentação Escolar...................................8 2.2.4 Programa Nacional de Transporte Escolar....................................8 2.2.5 Prog. de Apoio à Política de Ampliação do Ensino Fundamental para 9 Anos.................................................................................................8 2.2.6 Programa Nacional do Livro Didático-Pnld...................................8 2.2.7 Programa Nacional Biblioteca da Escola-Pnbe............................9 2.2.8 Programa Direto na Escola-Pdde....................................................9 2.2.9 Programa Fica Comigo.....................................................................9 2.2.10 Passo a Passo da Fica.................................................................10 2.3 TERCEIRO SETOR.............................................................................10 2.4 PROBLEMA SOCIAL DA EDUCAÇÃO...............................................11 2.5 EDUCAÇÃO E DESENVOLVIMENTO................................................10 2.6 A EDUCAÇÃO NO BRASIL.................................................................12 2.7.MOTIVOS DA EVASÃO ESCOLAR....................................................14 3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS...............................................15 4 APRESENTAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS.......................15 5 CONCLUSÃO.........................................................................................20 6 REFERÊNCIAS......................................................................................23 7APÊNDICE..............................................................................................25 4 Marlene Aparecida dos Reis* RESUMO Neste artigo é apresentada uma análise do quanto a responsabilidade social pode ajudar na solução do problema da evasão escolar. Por meio deste estudo pretendeu-se identificar as causas da evasão escolar e as estratégias adotadas por uma determinada escola no enfrentamento deste problema. Este estudo é do tipo descritivo, exploratório, com abordagem quantitativa. Para que a pesquisa surtisse efeito foi utilizada uma amostra de 38 alunos que se evadiram no ano de 2010, em uma escola de porte médio de uma cidade do Paraná. Os resultados desta pesquisa mostraram que há algumas falhas por parte dos administradores da instituição de ensino, no sentido de formular estratégias para o enfrentamento do problema da evasão escolar. Há a necessidade por parte dos gestores de uma maior preocupação com este problema e procurar estratégias para solucioná-lo. É necessário reavaliar todas as ações de enfrentamento ao problema uma vez que as mesmas não estão surtindo efeito, pois a cada ano o problema se repete. PALAVRAS-CHAVE: Evasão escolar. Responsabilidade social. Problema Social * Agente Educacional – Escola Estadual Cecília Meireles-EF Bacharel em administração pelo Centro Universitário de Maringá – CESUMAR E-mail: [email protected] 5 5 1 INTRODUÇÃO A Responsabilidade Social vem conquistando cada vez mais espaço no Terceiro setor, ou seja, a sociedade civil organizada como ONGs (Organizações Não Governamentais), institutos, fundações, movimentos e associações comunitárias buscam atender a todos de forma igualitária. Assumindo a Responsabilidade Social, a empresa está restituindo uma dívida com a sociedade, porque é justo, certo e necessário assim proceder. De acordo com Ashley (2005), um comportamento ético, contribuindo para o desenvolvimento econômico, promovendo a qualidade de vida de seus empregados e de suas famílias, da comunidade local e da sociedade como um todo, torna a empresa socialmente responsável e comprometida com o desenvolvimento sustentável, sendo esta uma condição necessária para o crescimento e desenvolvimento da organização, pois estas ações afetam o conceito da empresa diante dos acionistas, empregados, clientes, fornecedores, governo e a sociedade em geral principalmente em tempos de globalização. Ao contrário do que se pensa, a responsabilidade social também é responsabilidade dos órgãos públicos, que no caso aqui é representado por uma instituição de ensino. Em uma instituição de ensino é necessário pensar no bem estar dos alunos e procurar identificar e combater os problemas que afligem os mesmos. Sendo a educação a mais eficaz ferramenta de combate aos problemas sociais, os gestores das instituições devem ser os primeiros a se preocuparem com os seus clientes (alunos) e identificar formas de trazê-los para o ambiente escolar e não só trazê-los, mas também, fazer com que eles permaneçam na escola e sintam prazer na arte de aprender. No entanto observa-se que grande parte das instituições ainda não se conscientizaram da importância da responsabilidade social. Apesar da escola ser uma instituição pública da área da educação o conceito de responsabilidade social ainda não é conhecido pelos educadores. A Evasão Escolar apresenta-se como um problema de difícil solução na maioria das instituições brasileiras. Ao abordar o tema, a pretensão é trazer 6 à tona esta preocupação que deve ser de toda a sociedade e identificar meios de resgatar o aluno para o ambiente escolar. Este trabalho busca identificar os fatores que estão contribuindo para o aumento da taxa de evasão escolar na escola estadual de ensino fundamental de uma cidade no interior do Paraná. Neste contexto, este trabalho foi desenvolvido em uma escola estadual em uma cidade do Estado do Paraná, com o objetivo de verificar as possíveis causas da evasão escolar e quais atitudes podem ser tomadas para evitar e/ou solucionar este tipo de problema. Nas seções seguintes são apresentados, uma revisão da literatura sobre as áreas envolvidas (Seção 2), procedimentos metodológicos (seção 3), interpretação dos dados (seção 4) e, para finalizar, na seção 5, a conclusão deste trabalho. 2 REVISÃO DA LITERATURA 2.1 RESPONSABILIDADE SOCIAL A responsabilidade social teve o seu início com a prática de ações filantrópicas, na qual empresários, bem sucedidos em seus negócios, decidiram retribuir à sociedade parte dos ganhos que obtiveram em suas empresas. Esse comportamento reflete uma vocação para a benevolência, um ato de caridade para com o próximo (MELO NETO; FROES, 2004, p. 26). Segundo Machado Filho (2006), ainda não existe uma definição unanimamente aceita para o termo responsabilidade social, a expressão refere-se, de forma ampla, a decisões de negócios tomadas com base em valores éticos que incorporam as dimensões legais, o respeito pelas pessoas, comunidades e meio ambiente. Na visão de Machado Filho (2006), embora essa definição de responsabilidade social possa parecer intuitivamente simples (atingir ou exceder expectativas da sociedade), existe uma grande complexidade em torno do termo. Uma das características da filantropia é a doação a entidades já existentes e, para isso, não é necessário planejamento, organização, 7 desenvolvimento e nem controle, no máximo uma inspeção para saber onde a doação foi aplicada. A responsabilidade social é diferente. Tem a ver com a consciência social e o dever cívico. A empresa que a pratica demonstra uma atitude de respeito e estímulo à cidadania (MELO NETO; FROES, 2004, p. 26). 2.2 POLÍTICAS PÚBLICAS DE COMBATE À EVASÃO ESCOLAR 2.2.1 Programa Bolsa Família O programa Bolsa família é uma política pública de combate à evasão escolar no Brasil. Ela tem o objetivo de garantir a escolarização de crianças e jovens por meio da distribuição de bolsas que viriam a diminuir a necessidade de trabalho, esse programa também concentrou as políticas públicas nacionais para a distribuição de renda. O programa de transferência de renda Bolsa Família tem se mostrado eficiente para que as famílias em situação de risco mantenham seus filhos na escola. Muitas crianças e jovens são beneficiados com este programa onde 97% deles cumprem a frequência escolar mínima exigida (85% para os que possuem entre 6 e 15 anos e 75% para jovens de 16 e 17 anos). O acompanhamento mensal é feito por gestores municipais com informações dos diretores das escolas. Entre os motivos para as faltas estão: doença do aluno, negligência dos pais, desinteresse e desistência (DOURADO, 2010). 2.2.2 Organização em Ciclos A Organização em ciclos é também uma política curricular que causa uma ruptura com o modelo tradicional de escolarização seriada que é sua principal característica . A Organização em ciclos permite uma diminuição das reprovações e também da evasão escolar pois o aluno não reprova, vai passando automaticamente de uma série para a outra (DOURADO, 2010). 8 2.2.3 Programa Nacional de Alimentação Escolar-Pnae O Programa Nacional de Alimentação Escolar-PNAE, transfere recursos financeiros para as instituições escolares, aplicarem na aquisição de alimentos para atender as necessidades nutricionais do aluno e com isso garantir o seu melhor aprendizado. o crescimento, o desenvolvimento, a aprendizagem e o rendimento escolar dos estudantes, bem como a formação de hábitos alimentares saudáveis. São atendidos os centros de Educação Infantil (creches e pré-escola) e do ensino fundamental, inclusive das escolas indígenas, matriculados em escolas públicas e filantrópicas (NETO, 2010). 2.2.4 Programa Nacional de Transporte Escolar O Brasil é um país de dimensões continentais e, desse modo, apresenta realidades diversas no campo educativo. A carência de escolas, sobretudo das séries finais do ensino fundamental e no ensino médio é uma realidade, sobretudo, no meio rural. Isso tem requerido dos alunos residentes nessas áreas o deslocamento para escolas no meio (NETO, 2010). 2.2.5 Programa de Apoio à Política de Ampliação do Ensino Fundamental para 9 Anos. A política de ampliação do ensino fundamental para 9 anos tem por finalidade assegurar a todas as crianças um tempo maior de escolarização no ensino fundamental, e deste modo, propiciar melhores oportunidades de aprendizagem visando a redução dos indicadores de insucesso escolar. Tendo como referência os princípios de democratização do acesso, garantia de permanência e melhoria da qualidade social da educação o referido projeto visa assegurar a participação efetiva das Secretarias de Educação no encaminhamento nacional desta política de ampliação do ensino fundamental (NETO, 2010). 2.2.6 Programa Nacional do Livro Didático –PNLD 9 O Programa Nacional do Livro Didático foi criado com a finalidade de prover aos estudantes das escolas públicas das redes federal, estaduais, municipais e do Distrito Federal obras didáticas, paradidáticas e dicionários. Este programa tem por objetivo o cumprimento do preceito constitucional de assegurar adequadas condições de aprendizagem para o aluno do ensino fundamental, por meio da oferta gratuita do livro didático. Essa política está atualmente consubstanciada em dois programas, o PNLD e o PNLEM - Programa Nacional do Livro Didático para o Ensino Médio. O PNLD distribui gratuitamente obras didáticas para todos os alunos das oito séries da rede pública de ensino fundamental e a partir de 2003, foram incluídas as escolas de educação especial públicas e as instituições privadas definidas pelo censo escolar como comunitárias e filantrópicas (NETO, 2010). 2.2.7 Programa Nacional Biblioteca da Escola –PNBE O Programa Nacional Biblioteca da Escola, desenvolvido pelo Ministério da Educação, tem como objetivo incentivar a prática da leitura e o acesso à cultura para alunos, professores e a comunidade em geral. O programa consiste na aquisição e distribuição de livros de literatura brasileira e estrangeira, de obras de referência e outros materiais de apoio, como atlas, enciclopédias, globos e mapas (NETO, 2010). 2.2.8 O Programa Dinheiro Direto na Escola – PDDE O Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) consiste no repasse anual de recursos às escolas públicas do ensino fundamental estaduais, municipais e do Distrito Federal e às do ensino especial mantidas por organizações não-governamentais (ONGs), desde que registradas no Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS). Os recursos são destinados à aquisição de material permanente e de consumo necessários ao funcionamento da escola; O repasse dos recursos do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) é feito anualmente pelo FNDE às contas bancárias das unidades executoras. 10 Cabe às unidades executoras das escolas utilizarem os recursos, de acordo com as decisões dos órgãos colegiados da escola (NETO, 2010). 2.2.9 Programa Fica Comigo A Ficha de Comunicação do Aluno Ausente - FICA é um dos instrumentos de que a escola e a sociedade dispõe, para anotar as ações de combate à evasão em todo o Estado do Paraná. A finalidade da ficha é o controle da frequência dos alunos menores de dezoito anos do Ensino Fundamental e Médio. A atuação da escola é essencial, pois, além da família, as instituições educacionais também são responsáveis pelo desenvolvimento pessoal e social da criança e do adolescente. Para o acompanhamento do aluno que se evade foi desenvolvido um instrumento, a Ficha de Comunicação do Aluno Ausente-FICA, a qual é colocada à disposição da escola e da sociedade para o combate à evasão escolar. Disponível em: <http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/pdf/fica.pdf>. 2.2.10 Passo a Passo da Fica O principal agente desse processo é o professor, quando constatada a ausência do aluno por 05 (cinco) dias consecutivos ou 07 (sete) alternados, no período de um mês, esgotadas as iniciativas a seu cargo, comunicará o fato à equipe pedagógica da escola, por meio do preenchimento do anexo I (Controle Interno de Frequência) que é entregue à equipe pedagógica que deverá investigar, junto aos responsáveis legais, o motivo da ausência do aluno e adotar procedimentos que possibilitem o retorno imediato, o qual deve ser preenchido as 03 (três) vias da ficha (campos nº. 01, 02, 03) e comunicando o fato à direção da escola. Obtendo êxito com o retorno do aluno à escola, arquiva a ficha FICA em pasta própria. Não obtendo êxito, encaminha a 1ª e 3ª vias de tal documento ao Conselho Tutelar (ou, na falta deste, ao Juiz da Infância e Juventude), acompanhados de um ofício, indicando o prazo máximo de 10 dias para a ação do mesmo, arquivando a 2ª via na escola. Disponível <http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/pdf/fica.pdf>. em: 11 Transcorridos 10 dias do encaminhamento da ficha FICA ao Conselho Tutelar, não obtendo resposta, a escola deverá comunicar, através de ofício, imediatamente ao Ministério Público. 2.3 TERCEIRO SETOR De acordo com Alves (2002), a expressão terceiro setor nasceu da idéia de que a atividade humana é dividida em três setores: um primeiro setor (estado), representado pelas Prefeituras Municipais, Governos dos Estados e Presidência da República e de entidades ligadas aos mesmos como: Ministérios, Secretarias, Autarquias, entre outras; um segundo setor (mercado ou empresa), no qual agentes privados agem visando fins particulares; e um terceiro setor que está relacionado às atividades que são simultaneamente não-governamentais e não-lucrativas. O terceiro setor abrange entidades sem fins lucrativos que desenvolvem ações sociais. O terceiro setor pode ser definido como o conjunto de atividades privadas com fins públicos e sem fins lucrativos, composto por instituições civis de qualquer origem religiosa, comunitária, de trabalhadores, institutos e fundações empresariais, organizações não governamentais, entidades religiosas, entidades de assistência social e benemerência e outras – diferenciando-se da lógica do estado (público com fins públicos) e de mercado (privado com fins privados) (MACHADO FILHO, 2006, p.102). 2.4PROBLEMA SOCIAL DA EDUCAÇÃO Problema social representa um estado de carência de serviços sociais básicos que afeta um determinado segmento populacional, residente numa determinada área geográfica com características sociais, culturais, econômicas e demográficas bem definidas (MELO NETO; FROES, 2002, p.35). De acordo com Rubens Alves (REVISTA NOVA ESCOLA, 2008) as ONGs tornaram-se parceiras que trazem idéias e soluções para os desafios enfrentados no dia-a-dia por professores e gestores, funcionando como uma nova peça na construção de uma escola mais eficiente e aberta à sociedade e, consequentemente, melhorando a aprendizagem dos alunos. O autor ressalta que atualmente, as ONGs são um aliado na melhoria do ensino: formam professores, trazem idéias de gestão, oferecem atividades 12 no contra-turno e mobilizam professores e alunos em projetos que vinculam a escola ao mundo externo. Rubens Alves afirma que a capacitação em serviço é a estratégia mais usada pelas ONGs que trabalham com Educação. Ela compensa as deficiências da formação inicial dos professores e é uma forma de atualizá-los profissionalmente (REVISTA NOVA ESCOLA, 2008). 2.5 EDUCAÇÃO X DESENVOLVIMENTO De acordo com Melo Neto e Froes (2002), na velha economia os fatores que garantiam o desenvolvimento de um país, região, cidade ou empresa, eram matérias-primas, infra-estrutura e capital financeiro, já na nova economia, as novas idéias e liderança tornam-se os fatores mais importantes. É preciso ter novas idéias que sejam incorporadas por milhares de líderes em todo o país. As regiões mais dinâmicas e os bons líderes terão vantagens enormes na nova economia. Não é novidade e nem segredo que a educação é importante para o desenvolvimento de um país (CASTRO, 1994, p. 15). Os países que cuidam bem da sua educação são justamente aqueles que estão tendo sucesso econômico. Isto é ainda mais verdadeiro hoje com a adoção crescente de formas de organização complexas e novas tecnologias de produção. Países como o Brasil que iam razoavelmente bem, apesar de seu fraco desempenho educativo, não parece ter hoje as mesmas chances de êxito (CASTRO, 1994, p. 15). A educação não deve competir com a defesa nacional, com o déficit no balanço de pagamentos, com a luta contra as drogas ou a AIDS. Pensemos na educação como uma solução para esses problemas (REVISTA NOVA ESCOLA, 2008, p. 52 ). A educação é vista mais do que nunca como a principal estratégia de transformação social. “Da década de 1990 para cá, se fortaleceu a idéia de que é preciso ensinar a pescar em vez de dar o peixe. E o melhor jeito de fazer isto é pela Educação” (Fernando Rossetti, secretário geral do grupo de Institutos, Fundações e Empresas (Gife) (REVISTA NOVA ESCOLA, 2008, p. 52). 2.6 A EDUCAÇÃO NO BRASIL 13 Sem dúvida, o setor que mais contribui para o desenvolvimento de uma nação é a educação, pois é por meio dela que se adquire conhecimentos necessários para contribuir com o crescimento de um país e aumentar a qualidade de vida da população, em decorrência do aumento da renda familiar. Pesquisas mostram que um terço de brasileiros frequentam a escola entre professores e alunos. Uma pesquisa recente do PNAD - IBGE identifica uma queda no índice de analfabetismo no Brasil nas últimas décadas. Em 1992, o número de analfabetos era de 16,4% da população. Esse índice caiu para 10,9% em 2002 e para 10% em 2008. No ano de 2009 constatou-se uma nova queda para 9,7%. Houve um significativo avanço, embora ainda haja muito a ser feito para a erradicação do analfabetismo no Brasil. Outro dado revela que, em 2006, 97% das crianças de sete a quatorze anos frequentavam a escola. (in: Educação no Brasil. Disponível em: <http:// www.suapesquisa.com/educacaobrasil/>). Essa queda se deve a investimentos feitos no setor nos últimos anos como: programas de bolsa educação e bolsa família que têm tirado grande percentual de crianças do trabalho infantil para ingressarem na escola. Educação de Jovens e Adultos (EJAs) também tem favorecido este avanço educacional. (in: Educação no Brasil. Disponível em: <http:// www.suapesquisa.com/educacao brasil/>). O Brasil ocupa o 53º lugar em educação, entre 65 países avaliados mesmo com o programa social que incentivou a matrícula de 98% de crianças entre 6 e 12 anos, 731 mil crianças ainda estão fora da escola. O analfabetismo que atingiu pessoas entre 15 e 64 anos foi registrado em 28% no ano de 2009; 34% dos alunos que chegam ao 5º ano de escolarização ainda não conseguem ler; 20% dos jovens que concluem o ensino fundamental, e que moram nas grandes cidades, não dominam o uso da leitura e da escrita. Professores recebem menos que o piso salarial (BRUINI, 2011). O Relatório da UNESCO (2010) apontou elevados índices de repetência e de abandono da escola no Brasil, sendo uns dos mais elevados da América Latina. De acordo com o relatório, o Brasil tem muito por fazer para que a educação alcance patamares próprios de um país que obtém êxito em outras áreas, como a economia. De 14 acordo com o relatório de Monitoramento da Educação para Todos da UNESCO do ano de 2010, a qualidade da educação no Brasil é baixa, principalmente na educação básica. Apesar da melhora apresentada entre 1999 e 2007, o índice de repetência nos anos finais do ensino fundamental (18,7%) é o mais elevado da América Latina e está muito acima da média mundial que é de 2,9%. O alto índice de abandono nos anos iniciais da educação básica também demonstra a deficiência do sistema educacional no Brasil, sendo que cerca de 13,8% dos alunos desistem no primeiro ano do ensino básico. E mais uma vez está bem acima da média mundial que é de 2,9%. O Brasil poderia estar em uma situação melhor se não fosse a baixa qualidade do seu ensino. Das quatro metas quantificáveis usadas pela organização, o Brasil registra altos índices em três (atendimento universal, igualdade de gênero e analfabetismo), mas um indicador muito baixo no porcentual de crianças que ultrapassa o 5º ano. Outros problemas que a educação brasileira enfrenta, é a estrutura física precária das escolas e o número baixo de horas em sala de aula que são apontados pela Unesco como fatores determinantes para a avaliação da qualidade do ensino. 2.7MOTIVOS DA EVASÃO ESCOLAR Os principais motivos para a evasão escolar geralmente são escola distante de casa, falta de transporte escolar, não ter adulto que leve a criança até a escola, doenças/dificuldades do aluno, falta de interesse, necessidade de trabalhar desinteresse, falta de motivação dentre outros. De acordo com uma pesquisa realizada pela FGV-RJ a falta de interesse é o principal motivo que leva o brasileiro a desistir da escola. A pesquisa revela que 40% dos alunos entre 15 e 17 anos deixam de estudar porque acham a escola desinteressante. Outro motivo é a necessidade de trabalhar que fica em segundo lugar com 27% dos alunos, e em terceiro lugar a dificuldade de acesso a escola num percentual de 10,9%. (Motivos <http://www.fgv.br/cps/tpemotivos/). da Evasão Escolar. Disponível em: 15 A pesquisa mostra que apesar da educação ser necessária para aumentar a renda e qualidade de vida das pessoas, em 2006, 17,8% da população de 15 a 17 anos, estavam fora da escola. De acordo com a pesquisa não basta garantir o acesso do aluno à escola e sim torná-la mais atrativa, interessante e cativante. Outro fator é incentivar a participação dos pais e alunos e conscientizá-los sobre os benefícios oriundos da educação atraindoos para a escola. Falta ao jovem entender que a educação é um investimento necessário, e que é imprescindível ter um diploma de ensino médio ao ingressar na vida adulta. (Motivos da Evasão Escolar. Disponível em: <http://www.fgv.br/cps/tpemotivos>). É necessário criar condições mínimas para que o aluno frequente a escola, é preciso também melhorar a qualidade da escola, e adotar políticas para que esse aluno readquira a capacidade de sonhar com um futuro próspero. (Motivos da Evasão Escolar. Disponível em: <http://www.fgv.br/cps/tpemotivos/>). 3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS O método utilizado nesta pesquisa foi quantitativa/interpretativa de caráter descritiva, com o objetivo de analisar e interpretar aspectos da realidade de uma Escola, no que diz respeito ao funcionamento da mesma. Os dados para a realização desta pesquisa foram obtidos in loco com base em informações e experiências vividas junto à escola analisada, situada numa cidade do Paraná, onde procurou-se identificar os métodos utilizados pelos professores no processo-aprendizagem dos alunos, projetos desenvolvidos pela instituição, comprometimento de toda a equipe escolar com o desenvolvimento intelectual e social dos alunos e também o grau de interesse dos gestores em atrair a comunidade escolar para dentro da escola. Sendo aplicado um questionário para uma amostra de 38 alunos que se evadiram da escola no ano de 2010 a fim de identificar as possíveis causas da evasão escolar. Os instrumentos utilizados na coleta de dados foram: pesquisa bibliográfica, entrevistas, observação e questionário. 16 Foram feitas visitas periódicas com o objetivo de colher informações sobre o funcionamento da instituição por meio de entrevistas com a Direção, Equipe Pedagógica, Professores, Técnicos Administrativos e pessoal dos Serviços Gerais. A etapa seguinte consistiu em observar o comportamento de todos os funcionários em relação ao aluno, o desenvolvimento do trabalho de cada profissional, os pontos fortes e os pontos fracos de cada um. Para finalizar foi aplicado um questionário a 38 ex-alunos para identificar as causas do abandono escolar. A comunidade onde a escola está inserida, é composta por aproximadamente dez mil (10.000) habitantes sendo que pouco mais de 80% são moradores da zona urbana e menos de 20% da zona rural. É bem diversificada a ocupação dos pais dos alunos: arrendatários, retireiros, volantes, cortadores de cana, bóias frias, pedreiros, comerciantes, funcionários de fábricas, funcionários de empresa, funcionários públicas e profissionais autônomos entre outros. Os alunos do período noturno são em sua maioria trabalhadores que não tem muito tempo para se dedicar aos estudos e a defasagem idade/série é acentuada. De maneira geral a economia do Município se caracteriza pelo comércio, pela agricultura, pecuária e pequenas empresas. Desmotivado pela falta de uma séria política agrícola, vem se tornando cada vez menor a área plantada com culturas diversificadas, como café e algodão que sempre ofertaram trabalho em maior quantidade nos períodos das colheitas, porém o cultivo da soja vem se tornando crescente em nossa região não gerando trabalho por ser uma cultura na sua maior parte mecanizada. Com a falta da produção agrícola local, parte da população (bóias frias) procura trabalho nas usinas de álcool como cortadores de cana ou migram para a cidade em busca de outras ocupações, especialmente nas fábricas de costura. Quanto à estrutura física, o prédio é de alvenaria necessitando de reforma urgente, com nove salas de aula, uma sala de recursos, um Centro de Educação Especializado na área visual (CEDV), uma sala para aula de apoio (aproveitada como sala de aula regular no período matutino), uma sala de madeira (emergência) dois banheiros masculinos e dois femininos para alunos, 17 um banheiro para os funcionários serviços gerais, um almoxarifado, um vestiário masculino e feminino com banheiro, uma cozinha com depósito e lavanderia. A Escola conta ainda com: sala de Direção, Secretaria, Sala da Equipe Pedagógica, Sala de Professores, Sala de Hora Atividade banheiro masculino e feminino para professores e funcionários. Tem ainda:uma Biblioteca, uma sala de informática (Paraná Digital), Uma Casa para Guardião. Uma Quadra de Esportes com cobertura (mas sem iluminação adequada). A modalidade de ensino é Ensino Fundamental Séries finais 6º ao 9º ano. Conta com 25 turmas, 691 alunos, 22 professores, 03 pedagogos, 12 funcionários, sendo 07 serviços gerais e 05 Técnicos Administrativos, 01 Diretora e 01 vice Diretora. O turno de funcionamento é Matutino, Vespertino e Noturno. Quanto aos recursos financeiros, a escola é mantida com recursos obtidos através do Fundo Rotativo oriundo do Governo do Estado, distribuído em 13 parcelas e o valor é de acordo com o total de alunos matriculados. O Dinheiro Direto na escola recurso do PDDE/MEC, e promoções realizadas pela Associação de Pais, Mestres e Funcionários-APMF da escola para arrecadação de dinheiro para complementar o que o governo manda, sendo que os mesmos são insuficientes para a manutenção da escola. (PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO DA ESCOLA, 2010). 4 APRESENTAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS O presente trabalho mostrou que existem diversos problemas na escola analisada que precisam ser solucionados. O sistema educacional é deficiente porque os professores estão despreparados, falta comprometimento por parte dos mesmos, o conteúdo desenvolvido em sala de aula é ultrapassado e nada atraente para o aluno. Raramente são utilizados recursos áudio visuais, ou metodologias que tornem as aulas um pouco mais atraente para os alunos. Essas deficiências contribuem para o desinteresse do aluno e posteriormente à evasão escolar. 18 Problemas de relacionamento entre professores e alunos também é muito frequente. Há falta de respeito tanto por parte do aluno em relação ao professor quanto por parte dos professores em relação ao aluno. Os educadores em geral se esquecem que os tempos mudaram e que os alunos também mudaram em consequência principalmente da era do computador. Os alunos estão mais dinâmicos, mais criativos, tem opinião própria e são críticos. O professor que poderia ver isso como algo positivo, prefere pensar que esses alunos são mal educados, muitas vezes por ter a consciência de que estes alunos podem saber mais do que eles, pois estão conectados com a internet, etc. Os professores ainda pensam que estes alunos deveriam comportar-se como se comportavam há uns vinte anos atrás os exalunos. Para esses professores, os alunos que são considerados bons são aqueles quietinhos, que não questionam, aceitam tudo e tiram nota dez ou seja, não dão trabalho em sala de aula. Foi constatado também que os gestores não se preocupam com o desenvolvimento do aluno, e sim com índices, muitas vezes o aluno é aprovado sem conseguir a média mínima exigida para aprovação somente para não aumentar o índice de reprovações. O maior problema está no período noturno, pois os alunos trabalham o dia todo e vão cansados para a escola, não tendo o rendimento esperado. Além disso o conteúdo e qualidade do ensino é bem inferior em relação ao diurno. São dispensados mais cedo pela direção sem motivo aparente. E muitas vezes o próprio aluno mata a aula para ir descansar. Em média os alunos do período noturno têm mais ou menos 50% das aulas previstas em calendário escolar. O resultado disto é uma alta taxa de reprovações e desistências. De acordo com as respostas do questionário aplicado, a idade média dos alunos que abandonam a escola é de 16 a 25 anos, correspondendo a 82% dos entrevistados, restando em 18% os alunos menores de 15 anos.Quanto ao sexo, a maioria é do sexo masculino correspondendo a 60% dos entrevistados, 100% deles são solteiros. A maioria abandonou os estudos na 8ª Série (34%), 29% na 7ª Série, 24% na 6ª série e 13% na 5ª série. A maioria não trabalha (82%), e 100% estudaram no período noturno. Quanto ao estado civil dos pais, 39 % são casados, 32% são separados, e outros (29%). 19 Sendo que esses outros correspondem àquela parcela que não convive com o pai ou até mesmo nem o conhece. Em relação à renda familiar desses alunos, a média ficou entre 1 a 3 salários mínimos (92%). A maioria mora em casa alugada (68%). Quanto à escolaridade da mãe, a maioria tem o 1º grau incompleto (78%), e o pai também 1º grau incompleto (39%). Questionados sobre o motivo que os levaram a abandonar a escola, a maioria disse que seria desinteresse pelos estudos (97%) e 3% por motivo de dificuldade no aprendizado. Quanto à existência de incentivo dos pais, 47% disseram que sim e 53% disseram que não tinham incentivo dos pais para estudar. Quanto ao Grau de satisfação em relação à escola, numa escala de bom, regular e ótimo, a maioria disse que era bom (79%), mas em relação ao grau de satisfação com os professores numa escala de bom, regular e ótimo a maioria disse que era regular (79%). Quanto ao grau de satisfação em relação aos funcionários, a maioria disse que é regular (73%) e, em relação aos administradores, também regular (79%). Ficou constatado que os principais fatores que levam a criança à evasão escolar são o desinteresse pelos estudos, a falta de incentivo dos pais e, principalmente, insatisfação em relação à escola. No ano de 2009, a taxa de reprovação foi de 9,3% e a taxa de abandono foi de 5,9%. No ano de 2010, a taxa de reprovação foi de 11,10%, e a taxa de abandono foi de 9,2%. O resultado do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica no ano de 2007 foi de 3,6% não alcançando a meta que era de 4,0% e no ano de 2009 foi de 3,7%, também não alcançando a meta que era de 4,1%. Isso demonstra que houve aumento da evasão escolar no ano de 2010 em relação ao ano de 2009 e aos demais anos anteriores. A escola não conta com nenhum projeto social próprio de combate à evasão escolar, sendo que o único que tem é de autoria do Governo Estadual, o projeto chamado FICA (ficha de comunicação de aluno ausente). No entanto, toda escola deveria desenvolver um projeto próprio de combate à evasão escolar. Vale ressaltar que o governo muitas vezes lança determinado projeto, mas não dá condições à escola de colocá-lo em prática, devido à falta de estrutura e até mesmo de verbas para o seu financiamento. Além disso não se costuma colocar em prática as políticas públicas de combate à evasão escolar. 20 Como não tem nenhum controle efetivo por parte do governo, as políticas muitas vezes ficam somente no papel e muitas vezes é apresentado relatório falso finjindo que a política está sendo colocada em prática. 5 CONCLUSÃO Conclui-se com este trabalho que a principal causa da evasão escolar na escola analisada é o desinteresse pelos estudos. Observou-se também que a Direção não conhece o conceito de Responsabilidade Social. Pode-se observar que há falta de comprometimento por parte de algumas pessoas envolvidas no processo-aprendizagem dos alunos. Também há falta de recursos financeiros e humanos que possibilitem à escola cumprir a sua função social. A cultura organizacional da instituição muitas vezes não permite a participação de membros da comunidade nos assuntos da escola devido ao medo que os gestores têm de perderem a sua autoridade. Na verdade há uma resistência a mudanças, pois mudanças acarretam trabalhos. Então é mais cômodo continuar como está, já que ninguém avalia o sistema e nem há cobranças por nenhuma das partes envolvidas. Essas cobranças, pelo menos por parte dos pais de alunos, não existem porque os mesmos não conhecem na realidade como o sistema funciona. Para eles a escola é perfeita, pois há uma maquiagem que esconde os defeitos do sistema. E este muitas vezes é o motivo da resistência da escola em deixar que a comunidade escolar participe de suas decisões, porque a partir daí a comunidade terá noção de como realmente funciona o sistema escolar, e poderá intervir solicitando mudanças. Há uma resistência por parte da Direção em deixar pessoas “estranhas” interferirem nos assuntos da escola, porque se tem a mentalidade de que os problemas existentes na escola, principalmente no que diz respeito aos alunos, precisam ser resolvidos dentro da escola, e não por pessoas externas. 21 O sistema educacional insiste em seguir padrões ultrapassados, não inova no sentido de ensinar a partir da realidade e da necessidade do aluno. Muitas vezes esses profissionais têm formação para isso, mas preferem seguir tais padrões onde já vem tudo pronto, pois mudar isso acarreta trabalho. E para alguns profissionais da educação o que menos importa é a aprendizagem do aluno, mas sim o seu salário no final do mês. É claro que a escola não consegue solucionar estes problemas sozinha, necessitando em alguns casos da intervenção de outros segmentos da sociedade. E o empresariado em geral tem aí uma oportunidade de colocar em prática a sua responsabilidade social e contribuir para um mundo mais justo. Diante do resultado deste trabalho, sugere-se que as escolas busquem junto às empresas parceiras para melhorar a qualidade do ensino e motivar os alunos a permanecerem na escola, e que trabalhe com projetos que viabilize a solução dos problemas existentes nas mesmas, em relação à qualidade do ensino, aprendizagem do aluno, e permanência do mesmo na escola, visto que esta é a principal estratégia de transformação social, considerando que nos dias atuais está fortalecida a idéia de que é necessário ensinar a pescar em vez de dar o peixe. E o melhor jeito de fazer isto é por meio da educação, pois a escola tem um importante papel social. Investir em projetos de capacitação dos docentes compensa as deficiências da formação inicial dos mesmos e é uma forma de atualizá-los profissionalmente. Esta formação deve atingir não somente os professores, mas também a Direção e a equipe técnica da secretaria. Contribuir para a educação integral dos alunos desenvolvendo projetos que ofereçam aos mesmos, oficinas em áreas variadas: música, grafite, horta, teatro, artesanato, jornalismo, dança e etc. Geralmente a escola não tem tempo de desenvolver estas atividades que são tão importantes para o desenvolvimento das crianças. Poderia utilizar o contra-turno para a realização dessas atividades, contando com a ajuda de empresas e da sociedade em geral. 22 Outro tipo de iniciativa é promover a inclusão da comunidade no processo educativo, organizando encontros temáticos em que pais e filhos sentam juntos para debater sobre os mesmos temas levados aos educadores como: direitos humanos, meio ambiente, sexualidade, etc. Assim os alunos percebem que podem aprender em vários espaços. Além disso, é importante encorajar a mobilização social por meio de projetos que reforçam os vínculos de professores e alunos com o mundo externo, e que estimulam uma visão crítica da realidade trazendo a realidade do mundo para a sala de aula. Também é necessário buscar influenciar políticas públicas ao desenvolver problemas educacionais, contribuindo para uma nova cultura de gerenciamento voltada para o sucesso do aluno na escola e na vida. Todo este trabalho contribui para a aprendizagem do aluno, elevação da auto-estima e desenvolvimento social do mesmo. Além disso, contribui também para o combate à evasão escolar e diminui a taxa de repetência, pois a escola torna-se um ambiente agradável para o aluno. 23 6 REFERÊNCIAS ALVES, Mario Aquino Terceiro Setor: as origens do conceito. Anais do XXVI ENANPAD, Salvador/BA, 2002 (GPG 837-2002). Disponível em: <http://www.administradores.com.br/informe-se/artigos/voce-sabe-o-que-eterceiro-setor/24682/>. Acesso em: 27 nov. 2011. ALVES, Rubens. Só Aprende quem tem fome. Revista Nova Escola, São Paulo, vol. Nº 154, p. 45-47, julho, 2002. ASHLEY, Patrícia Almeida. Ética e responsabilidade Social nos Negócios, 2 ed., São Paulo: Saraiva, 2005. BRUINI, Eliane da Costa. A atual situação da Educação no Brasil. Disponível em: <http://www.fgv.br/cps/tpemotivos/>. Acesso em: 10 out. 2011. CASTRO, Cláudio de Moura. Educação brasileira: consertos e remendos. Rio de Janeiro: Rocco, 1994. 236 p. 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PROGRAMA FICA COMIGO ENFRENTAMENTO A EVASÃO ESCOLAR: Disponível em: <http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/pdf/fica.pdf> Acesso em: 13 dez 2011 PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO DA ESCOLA (2010) 25 7 APÊNDICE QUESTIONÁRIO PARA AVERIGUAR AS CAUSAS DA EVASÃO ESCOLAR NA ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO FUNDAMENTAL DO ESTADO DO PARANÁ 1)Idade____________ filhos?______ Sexo:_______ Estado civil_____________ Tem 2)Série em que parou de estudar_________ ____________ Turno:_________ Trabalha? 3)Por que parou de estudar? ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________ 4)Tipo de moradia: ( 5)Seus pais são: ( ) própria ) casados 6)Renda Familiar: ( ( ( ) até 1 sal ) alugada ) separados ( ( ( ) 1 a 3 sal ) outros ) outros ( ) acima de 3 sal 7)Escolaridade dos Pais: Mãe:__________________________________________________________________ Pai____________________________________________________________________ 8) Seus pais o incentivam a estudar? ________________________________________________________________ 9)Grau de satisfação em relação aos: Professores Bom ( ) ( ) Regular ( ) Ótimo Funcionários Bom ( ) ( ) Regular ( ) Ótimo Administradores Bom ( ) ( ) Regular ( ) Ótimo 10)Grau de satisfação em relação à escola: ( ) Bom ( ) Regular ( ) Òtimo