. DERMATITE FLAGELADA POR INGESTA DE SHIITAKE RELATO DE CASO BV Cassago¹ , APP Contato¹ , CR Sgarbi ², V Bedin³ (1) Pós-graduando do BWS - Pele Saudável-SP (2) Professor do BWS - Pele Saudável -SP (3) Professor Doutor – Diretor do BWS-Pele Saudável Relato de caso: Paciente do sexo masculino, 34 anos, apresentou lesões cutâneas lineares, formadas por múltiplas pápulas eritematosas agrupadas, associadas a prurido intenso, em tronco, membros e face, que se desenvolveram cerca de 20 horas após a ingesta de shiitake. Sem sintomas sistêmicos, antecedentes pessoais ou histórico de medicamentos administrados recentemente. Optou-se por conduta expectante e foram prescritos antihistamínicos para alívio do prurido. A doença mostrou-se auto limitada, com regressão completa dez dias após o início do quadro. Discussão e Conclusão: O shiitake é o segundo tipo de cogumelo mais consumido no mundo e sua preparação geralmente é bem tolerada. No entanto, há relatos de dermatite flagelada após sua ingesta, quando cru ou mal cozido. Esta foi descrita pela primeira vez em 1977, por Nakamura. A erupção costuma ocorrer 1 ou 2 dias após o consumo e caracteriza-se por pequenas pápulas eritematosas com cerca de 1 mm, isoladas ou agrupadas em arranjo linear. Esse arranjo é consequente ao fenômeno de Köebner desencadeado pela coçadura. O prurido intenso é constante. Quase todos os pacientes apresentam lesões em tronco, podendo haver acometimento de extremidades, pescoço e face. A melhora clínica habitualmente ocorre entre 2 dias e 2 semanas, porém há relatos com 38 dias de evolução. Os achados laboratoriais e histopatológicos são inespecíficos. Há teorias distintas sobre a fisiopatologia da doença. Possivelmente, a reação é causada por um polissacarídeo, o lentinan. Alguns autores acreditam que o lentinan desencadeie uma reação cutânea por toxicidade, enquanto outros afirmam tratar-se de reação de hipersensibilidade. Conclui-se que, apesar de manifestação dermatológica rara, esta deve ser de conhecimento do dermatologista por se tratar de diagnóstico clínico e pela incidência crescente da ingestão de shiitake em nosso meio. Dessa forma, uma vez excluídos os possíveis diagnósticos diferenciais, o paciente deve ser orientado a evitar novas exposições ao alimento, o que, frequentemente, desencadeia novo episódio da doença. Referências Bibliográificas: 1.Poppe LM, Anders D, Kneitz H, Brocker EB, Benoit S. Flagellate dermatitis caused by shiitake mushrooms. An BrasDermatol.2012;87(3):4635. 2.Adriano AR, Quiroz CD, Acosta ML, Talarico SR, Azulay DR. Shiitake dermatitis: The first case reported in Brazil. An Bras Dermatol.2013; 88(3): 417-9. 3. Nakamura, T.(1992),Shiitake (Lentinus edodes)dermatitis. Contact Dermatitis,27:65-70. 4.Yamamoto,T. and Nishioka,K.(2006),Flagellate erythema. International Journal of Dermatology. 45:627-631