Pró-Reitoria de Graduação Curso de Educação Física Trabalho de Conclusão de Curso RECURSOS ERGOGÊNICOS PARA O DESEMPENHO E CONDICIONAMENTO FÍSICO Autor: Karina Vilarino Trindade Orientador: Prof. Dr. Ricardo F. de A. Bezerra Brasília - DF 2011 1 KARINA VILARINO TRINDADE RECURSOS ERGOGÊNICOS PARA O DESEMPENHO E CONDICIONAMENTO FÍSICO Artigo apresentado ao curso de graduação em Educação Física da Universidade Católica de Brasília, como requisito parcial para obtenção do Título de Bacharel em Educação Física. Orientador: Prof. Dr. Ricardo F. de A. Bezerra Brasília 2011 2 RECURSOS ERGOGÊNICOS PARA O DESEMPENHO E CONDICIONAMENTO FÍSICO KARINA VILARINO TRINDADE RESUMO Atletas e a população em geral estão cada vez mais sonhando com um típico físico perfeito, como os que aparecem nas revistas, e assim, recorrem aos recursos ergogênicos. Tais recursos são caracterizados como tratamentos ou substâncias elaboradas para aumentar o desempenho desportivo, aprimorando a capacidade de realização de um trabalho físico desejado. O desenvolvimento científico e tecnológico tem cercado o esporte e pessoas que os praticam, sobretudo ao longo das últimas décadas, atraindo assim pesquisadores que procuram investigar a eficiência de diferentes recursos ergogênicos contribuintes na melhoria do rendimento físico. Por isso, o objetivo deste estudo é fazer uma revisão da literatura abordando os principais achados envolvendo a utilização dos recursos ergogênicos mais freqüentes. A pesquisa bibliográfica foi realizada principalmente em quatro bases de dados: Medline, Lilacs, Scielo e Portal da Capes. Muitos atletas, de vários níveis de competição, utilizam agentes farmacológicos e químicos por acreditarem que uma droga específica pode influenciar positivamente a força, a potência ou a endurance nos treinamentos de suas modalidades específicas. As substâncias ergogênicas discutida nesta revisão são apenas algumas da vária utilizada pelos atletas e por pessoas que procuram melhorar seu desempenho físico. Elas representam as de grande interesse na atualidade, embora não necessariamente tenha a sua eficácia comprovada. ABSTRACT Athletes and people in general are increasingly dreaming of a perfect physical characteristic, such as those that appear in magazines, and so they appeal to ergogenics. Such resources are characterized as substances or treatments designed to enhance sports performance, improving the ability to perform physical labor required. The scientific and technological development has surrounded the sport and people who practice them, especially over the past decades, attracting researchers seeking to investigate the efficiency of various 3 ergogenic resources in improving physical performance. Therefore, the objective of this study is to review the literature addressing the major findings concerning the use of the most frequent ergogenic resources. The literature review was conducted in four major databases: Medline, Lilacs, Scielo, and Portal Capes. Many athletes, from various levels of competition, use pharmacological and chemical agents in the belief that a specific drug can positively influence the force, power or endurance on the training of a specific modality. The ergogenic aids discussed in this review are just some of the various used by athletes and people looking to improve their physical performance. They represent the great interest nowadays, although not necessarily have proved efficacy. 1 INTRODUÇÃO Atletas e a população em geral estão cada vez mais sonhando com um típico físico perfeito, como os que aparecem nas revistas, e assim, recorrem aos recursos ergogênicos. Estes podem ser nutricionais, físicos, mecânicos, psicológicos, fisiológicos ou farmacológicos. Tais recursos são caracterizados como tratamentos ou substâncias elaboradas para aumentar o desempenho desportivo, aprimorando a capacidade de realização de um trabalho físico desejado (FONTANA et al., 2003). Recursos ergogênicos são procedimentos para aperfeiçoar a capacidade de realização de um trabalho físico ou o desempenho atlético (GUTTIERRES et al., 2009). A literatura científica se refere aos ergogênicos como substâncias ou fenômenos que aumentam o desempenho de um atleta. A palavra se divide em dois termos gregos com os seguinte significados: “ergon” (trabalho) e “gennan” (produzir). Diante desses significados, uma substância ergogênica poderá melhorar ou intensificar a capacidade de trabalho em indivíduos sadios eliminando a sensação de cansaço, fadiga física e mental pós treinamento, assim, potencializando a performance (WILMORE & COSTILL, 2001). O desenvolvimento científico e tecnológico tem cercado o esporte e pessoas que os praticam, sobretudo ao longo das últimas décadas, atraindo assim pesquisadores que procuram investigar a eficiência de diferentes recursos ergogênicos contribuintes na melhoria do rendimento físico. Sendo assim, a eficiência desses recursos que visam aprimorar o desempenho físico ou atenuar os mecanismos geradores de fadiga tem sido bastante estudada (ALTIMARI et al., 2000). 4 Diferentes tipos de recursos ergogênicos nutricionais, como bebidas esportivas e bebidas energéticas, estão sendo utilizados por esportistas que visam aumentar o desempenho físico (GUTTIERRES et al., 2009). A nutrição é um dos fatores que pode melhorar o desempenho atlético e quando bem equilibrada desempenha um papel de reduzir a fadiga, lesões, ou repará-las rapidamente, otimizando os depósitos de energia que beneficiam a saúde geral do indivíduo (WILMORE & COSTILL, 2001). Os suplementos nutricionais são utilizados como recursos ergogênicos criados por meio de manipulações dietéticas que adiam o aparecimento da fadiga e aumentam o poder de contração do músculo esquelético e/ou cardíaco, aprimorando, portanto, a capacidade de realizar trabalho físico, ou seja, o desenvolvimento atlético. “A fadiga é apontada como fator limitante da performance e constitui um fenômeno complexo ou até mesmo um conjunto de fenômenos de interação simultânea com diferentes graus de influência, dependendo da natureza do exercício” (ALTIMARI et al., 2005, p. 88). O objetivo da maioria dos ergogênicos é aumentar o desempenho através da intensificação da potência física, da força mental, obtendo um controle de energia ou de limite mecânico e, assim, prevenir ou retardar o início da fadiga. Todavia a suplementação alimentar é motivo de grande controvérsia científica, de modo que grande parte dos estudos relacionados com os efeitos de drogas e de outros denominados recursos ergogênicos mostra pouca ou nenhuma influência sobre o desempenho nos exercícios. Vários dos tipos de recursos ergogênicos estão sendo estudados para determinar seu mecanismo de ação, índice de eficácia e nível de risco para os que usam os tais recursos de forma excessiva (FOSS & KETEYIAN, 1998). Existe uma quantidade considerável de literatura sobre recursos ergogênicos e desempenho atlético. Há estudos relacionados aos possíveis benefícios para o desempenho de certos elementos como álcool, anfetaminas, hormônios, carboidratos, proteínas, hemácias adicionais, cafeína, fosfatos, misturas inalantes ricas em oxigênio, massagem, óleo de germe de trigo, vitaminas, minerais, ar ionizado, música, hipnose e até mesmo maconha e cocaína. (MCARDLE et al., 1996). Entretanto, apenas alguns desses supostos recursos são usados rotineiramente por atletas. Por isso, o objetivo deste estudo é fazer uma revisão da literatura abordando os principais achados envolvendo a utilização dos recursos ergogênicos mais freqüentes. 5 2 MATERIAL E MÉTODOS A pesquisa bibliográfica foi realizada em quatro bases de dados: Medline, Lilacs, Scielo e Portal da Capes. Foi feita também uma consulta no acervo da biblioteca da Universidade Católica de Brasília (UCB). O período de realização da pesquisa foi de agosto de 2010 a março de 2011. O modo de condução da busca nos sites foi no módulo avançado, utilizando a combinação das palavras-chaves recursos ergogênicos, exercício e esporte. Os termos foram utilizados também em inglês. Fazem parte da pesquisa também alguns artigos listados na bibliografia dos artigos adquiridos. 3 SUPLEMENTOS QUE PODEM INFLUENCIAR NO METABOLISMO ENERGÉTICO 3.1 CREATINA Pesquisadores estão cada vez mais interessados nos efeitos potenciais da creatina, quando relacionados ao rendimento físico de atletas envolvidos em exercícios de alta intensidade e curta duração. Na célula muscular, a creatina em sua forma fosforilada, creatinafosfato (CP), é caracterizada por uma reserva de energia que possibilita uma rápida regeneração do trifosfato de adenosina (ATP), em exercícios de alta intensidade e curta duração (PERALTA & AMANCIO, 2002). A creatina (Cr), é um composto produzido por aminoácidos (glicina, arginina e metionina), que parece estar relacionada com o aumento do desempenho físico. Ela é um composto nitrogenado encontrado principalmente em alimentos de origem animal, utilizada como suplemento para aumentar a performance no exercício físico (LEAL & MARREIRO, 2008). A creatina (ácido α-metil guanidino acético) é uma amina que ocorre de forma natural, sintetizada internamente no fígado, rins e pâncreas, através dos aminoácidos glicina e arginina. Encontramos a Cr na alimentação, especificamente nas carnes vermelhas e nos peixes. A distribuição no corpo humano pode ser de forma livre (60 a 70%) e fosforilada (30 a 40%). Em torno de 95% é armazenada no músculo esquelético, de modo que o restante fique situado no coração, músculos lisos, cérebro e testículos (GUALANO et al., 2010). 6 A bioquímica do metabolismo da Cr é comentada e discutida em várias literaturas. No geral, citam que as maiores concentrações de tecido de Cr são encontradas no músculo esquelético, de modo que, aproximadamente dois terços do total está na forma de fostafo e creatina (CP), presente no repouso muscular, com uma concentração aproximadamente 3 a 4 vezes superior ao da ATP, a fonte de energia imediata para a contração muscular (MENDES & TIRAPEGUI, 2002). A fadiga acontece quando a quantidade de ATP nas células musculares encontra-se em pequenos níveis, fazendo com que a quantidade de armazenamento de energia seja abaixo do nível exigido para a contração celular. Por este motivo, a fadiga muscular está associada com a diminuição das concentrações intracelulares de ATP, com a regeneração do ATP, fazendo com que uma taxa próxima à de hidrólise de ATP se torne essencial para que a fadiga seja adiada. Desta forma, a transferência do grupo fosfato (PI) da CP para ADP é catalisada pela enzima creatina quinase, resultando na recuperação de ATP e na liberação de creatina livre (MAUGHAN, 1999). A taxa de hidrólise de ATP é definida pela potência do músculo, induzindo eletricamente as contrações isométricas. A reação da creatina quinase é extremamente rápida, uma vez que, a concentração muscular de CP pode cair a quase zero, fazendo uma contribuição significativa para o abastecimento energético necessário para explosões de exercício de intensidade muito elevada (JUNIOR & PEREIRA, 2008). Existem várias evidências de que a concentração muscular de ATP possa cair até zero, porém, grande parte dos estudos foram realizados com cavalos e não com humanos, nos quais o conteúdo total de ATP muscular pode cair em aproximadamente 50% no ponto de fadiga, durante um exercício de alta intensidade (SPRIET, 1995). No exercício de alta intensidade, a glicólise resulta na formação de piruvato, com taxa maior do que aquela que pode ser removida pelo metabolismo oxidativo, levando a um acúmulo de lactato no músculo. O H+ associado à glicólise anaeróbia faz com que caia o pH no músculo, de modo que esta diminuição implique no processo de fadiga (TIRAPEGUI, 2005). Uma maior disponibilidade de CP para a repartição tem o potencial de aumentar a capacidade intramuscular de tampão, o que faz com que atrase o ponto em que o Ph atinge um nível criticamente baixo (RIEGEL, 2005; TIRAPEGUI, 2005). Outra função desempenhada pela CP dentro da célula muscular é a transparência de equivalentes de ATP dentro da mitocôndria, onde o ATP é gerado pela fosforilação oxidativa para o citoplasma, necessário para o metabolismo celular (MAUGHAN, 1999). 7 3.1.1 EFEITOS DA SUPLEMENTAÇÃO DE CREATINA NO DESEMPENHO DE EXERCÍCIOS Devido à novidade do conceito, existe um número limitado de estudos científicos que relataram os efeitos da suplementação de creatina no músculo e no desempenho físico. Algumas pesquisas revelam a melhora do desempenho físico ou apresentam mudanças na composição corporal do atleta com suplementação de creatina (LEAL & MARREIRO, 2008; MAUGHAN, 1999; GOMES & AOKI, 2005; MENDES & TIRAPEGUI, 2002). Outros estudos não evidenciaram alterações significativas na performance, após ingerirem a suplementação de creatina (DAWSON et al., 1995; REDONDO et al., 1996; TERRILLION et al., 1997). Desta forma, cada ser humano é diferenciado pela individualidade de reação de seu organismo, levando em consideração que pode ou não ocorrer alguma vantagem decorrente à suplementação de Cr, de modo que nem todo indivíduo que consome esta substância será necessariamente beneficiado no desempenho físico. Devido ao fato de existir um limite de armazenamento muscular de Cr, por diversas razões, indivíduos que apresentam concentrações musculares de Cr elevadas respondem menos à suplementação, quando são comparados a indivíduos com níveis normais de Cr. Acredita-se também que exista uma influência da insulina sobre a captação muscular de Cr, devido à hipótese de que este hormônio estimula a enzima responsável pelo transporte da mesma para o meio intracelular. Assim, para tornar a suplementação mais eficiente, costumase adicionar carboidrato à suplementação, pois ele é um potente estimulador da secreção de insulina (TIRAPEGUI, 2005; TIRAPEGUI, 2002; RIEGEL, 2005; WOLINSKY & HICKSON JR, 1996). O aumento da concentração de ATP muscular não ocorre em repouso com a suplementação de creatina, porém ajuda a manter os níveis de ATP durante o esforço físico máximo (GREENHAFF, 1995). O efeito ergogênico pode ocorrer em tipos específicos de esforços físicos, sendo eles, de alta intensidade, curta duração e com curtos períodos de recuperação entre os esforços. A creatina ainda permite que o atleta tenha bom desenvolvimento no treino físico mais intenso (PERALTA & AMANCIO, 2002). A literatura mostrou que existem benefícios com a suplementação de Cr na performance atlética em vários exercícios. Observou-se o aumento das concentrações de Cr total e fosfocreatina (PCr) no músculo de indivíduos fisicamente ativos, onde contribuíram para a ressíntese de ATP, que favoreceu para uma eficiência metabólica e melhor desempenho físico (LEAL & MARREIRO, 2008). 8 Acredita-se que os efeitos ergogênicos provocados pela suplementação de Cr sejam concedidos ao aumento do conteúdo total de Cr muscular, acelerando a ressíntese de Cr fosfato no músculo no intervalo dos exercícios. Este efeito gera um resultado de manutenção da taxa de refosforilação de ADP requerida na contração (BACURAU, 2007). A capacidade de aumentar estoques intramusculares de Cr no músculo é o efeito principal da suplementação de creatina, tendo como responsáveis deste efeito a produção de ATP durante o exercício físico. Por este motivo, atletas procuram este método para otimizar a captação muscular de creatina e desempenharem um ótimo resultados nos treinos realizados (WILLIAMS & BRANCH, 1998). Em suma, parece claro que a ingestão de doses elevadas de creatina durante um determinado período provoca a elevação da creatina livre e a quantidade de CP no músculo esquelético. Isso resulta numa melhor capacidade de manutenção da produção de energia durante os exercícios de alta intensidade, especialmente nos exercícios intermitentes, repetidos em curtos períodos de recuperação. Os efeitos sobre o conteúdo de Cr muscular e o desempenho, tendem a ser maiores nos indivíduos que apresentam uma quantidade menor de CP no músculo, resultado da baixa ingestão alimentar. A Cr é um componente normal da dieta e sua utilização não está contra as regras dos órgãos sociais do desporto. Não existem literaturas que comprovem efeitos nocivos resultantes da ingestão de Cr. Uma série de estudos comprovam este fato (GREENHAFF et al., 1995; MAUGHAN, 1999; MUJIKA & PADILLA, 1997; CALFEE & FADALE, 2006). 3.2 CARNITINA A diminuição dos estoques de glicogênio intramuscular é um dos principais fatores envolvidos na fadiga muscular do exercício prolongado. A importância do carboidrato como combustível para os músculos no momento do exercício é confirmada pela relação existente entre a concentração de glicogênio no pré-exercício e o tempo em que o exercício pode ser sustentado. Outra evidência vem dos estudos que mostram que o aumento da queima de gordura durante o exercício prolongado faz com que diminuam as reservas de carboidratos armazenados, podendo melhorar a capacidade de resistência (VUKOVICH et al., 1994). A oferta de ácidos graxos livres no plasma para o músculo em exercício é muito importante como fator determinante de contribuição relativa de gordura e carboidratos para o metabolismo oxidativo, porém, existe ainda, uma série de outras etapas envolvidas na oxidação de gorduras. São conhecidos como processos fundamentais a captação de ácidos 9 graxos na célula e sua translocação através da membrana mitocondrial (MAUGHAN, 1999). A carnitina está sendo cada vez mais utilizada por atletas que visam a melhoria do desempenho físico e também por praticantes de atividade física, com o objetivo de redução da massa gorda. O motivo que os levam a este recurso é o fato da carnitina ser um dos componentes do sistema enzimático que controla a entrada de ácidos graxos de cadeia longa na mitocôndria (BACURAU, 2007). A carnitina (3-hydroxi4-trimetilaminobutanoato) é um composto endógeno, localizada primariamente nos músculos, se tornando de fundamental importância para o transporte de ácidos graxos de cadeia longa através da membrana mitocondrial interna, o isômero L é a forma ativa de carnitina. Por conseqüência, a carnitina influencia na produção de energia a partir das gorduras, pois facilita no aumento de oxidação dos lipídios (VUKOVICH et al., 1994). A síntese da carnitina ocorre principalmente no fígado e rins, a partir da lisina, servindo como precursor da cadeia carbônica, podendo ser obtida pelos alimentos de origem animal, principalmente nas carnes vermelhas e nos derivados de leite (WOLINSKY & HICKSON JR, 1996). No organismo, seja por biossíntese endógena ou por obtenção alimentar, a carnitina dirige-se principalmente para o músculo esquelético, onde possui um papel determinado no metabolismo intermediário (VUKOVICH et al., 1994). Na mitocôndria, a carnitina também funciona como reguladora da concentração de acetil-CoA e da concentração de CoA livre. A liberação de CoA está envolvida no piruvato desidrogenase, reagindo no processo de β-oxidação e assim, desempenhando um papel fundamental na integração da oxidação de gorduras e carboidratos (MAUGHAN, 1999). Literaturas diversas acreditam que uma maior disponibilidade de carnitina dentro da mitocôndria pode permitir que a célula mantenha uma maior concentração de CoA livre, com um efeito estimulante sobre o metabolismo oxidativo (VUKOVICH et al., 1994; BARNETT et al., 1994; ABRAHAMSSON et al., 1996). Devido ao papel fundamental da carnitina na oxidação de gordura e carboidratos, a suplementação de carnitina tem se tornado uma proposta interessante para melhorar o desempenho do exercício. Com base nesta lógica, a carnitina vem sendo cada vez mais comercializada em lojas de desporto como suplementos para atletas de endurece. Barnett et. al. (1994) e Vukovich et al. (1994) relataram em suas literaturas que o uso da suplementação de carnitina em curto prazo não apresentou efeitos significativos sobre os níveis de carnitina muscular ou sobre a resposta metabólica ao exercício. Mesmo quando a mobilização de ácidos graxos foi estimulada por dietas de alta quantidade de gordura ou heparina, não houve efeitos da suplementação no processo de oxidação da gordura (VUKOVICH et al. 1994). 10 Os estudos que não demonstraram benefícios fisiológicos ou ergogênicos com a suplementação de L-carnitina utilizaram doses baixas (0,5g/dia), ou um curto período de suplementação (menos de 14 dias) não foi suficiente para que apresentassem resultados significativos, ou utilizaram um exercício submáximo insuficiente para disparar a demanda no metabolismo de carnitina. Os indivíduos treinados apresentaram melhores respostas à suplementação com carnitina que os indivíduos não-treinados (CERRETELLI & MARCONI, 1990; SPRIET & PETERS, 1998; ABRAHAMSSON et al., 1996). Contudo, em contraste com os resultados negativos de algumas literaturas, existem também relatos sugerindo que a suplementação de carnitina pode aumentar a contribuição dos ácidos graxos para o metabolismo oxidativo, gerando efeito poupador de glicogênio (BRASS, 2000). A suplementação com L-carnitina por períodos extensos (mais de 28 dias) e com grandes doses (1 a 6g/dia) demonstrou a capacidade de melhoria na utilização dos lipídeos como fontes de energia durante exercícios aeróbios de esforço (mais de 60% do VO2 Máx.), no caso de indivíduos treinados (WOLINSKY & HICKSON JR, 1996). Em uma revisão abrangente da literatura, Spriet (1997) identificou oito estudos que analisaram os efeitos gerados pela suplementação da L-carnitina sobre a resposta metabólica no exercício de endurece. Descobriu que três desses estudos apresentaram um aumento na taxa de oxidação da gordura. Também analisou alguns estudos que não foram em geral apoio a um efeito ergogênico da carnitina, por não apresentarem dados tão significativos e com poucas explicações. Embora exista uma base teórica para um efeito ergogênicos da carnitina sobre o desempenho do exercício físico de alta intensidade prolongado, esta não é suficiente para que se prove a evidência experimental. A suplementação da dieta com carnitina é provavelmente benéfica para atletas de alto nível (MAUGHAN, 1999). 3.3 CAFEÍNA A cafeína é uma das drogas mais consumidas em todo o mundo. Presente em diversas espécies de plantas, nos chás, café, cacau, guaraná, chocolate e também nos refrigerantes. Seu consumo gera efeitos estimulantes, de modo que atletas por muitos anos utilizou este meio para melhorar a performance, devido aos estudos dos efeitos ergogênicos (BRAGA & ALVES, 2000). O uso da cafeína estimula o sistema nervoso central, os neurônios, os músculos cardíacos, a liberação de adrenalina, a secreção de ácido gástrico, a diurese, o relaxamento dos músculos lisos e a lipólise dos triglicerídios do tecido adiposo, resultando 11 numa elevação dos níveis séricos de ácidos graxos livres e numa correspondente redução na oxidação dos carboidratos (ALTIMARI et. al., 2006). A cafeína apresenta um importante mecanismo de ação que gera o aumento da oxidação da gordura por parte dos músculos, poupando os depósitos de glicogênio e permitindo que o desempenho prossiga por mais tempo, antes de se comprometer a disponibilidade de glicose para fadiga (CONGER et. al., 2011). Há um consenso de que a dopagem ideal para se ter um aumento de rendimento é entre 3-6 mg/kg para esportes tanto aeróbicos como anaeróbicos. Isto, quando estamos falando dos limites que estão dentro dos valores de segurança permitidos. Acima disso, podem não apresentar resultados e também trazer efeitos colaterais (TIRAPEGUI, 2002). Dopagens acima de 10-15 mg/kg elevam os valores séricos de cafeína a um nível tóxico e podem acarretar em arritmias, distúrbios gastrintestinais, alucinações e ansiedade (MARIA & MOREIRA, 2007). Além destes efeitos colaterais, a ingestão prolongada de cafeína promove um estímulo constante de lipólise que faz com que aumente o número de ácidos graxos circulantes e, se o consumidor é um sedentário, essa gordura circulante pode se depositar nos vasos sanguíneos, podendo assim desenvolver uma aterosclerose (BRENELLI, 2003). O uso da cafeína não é proibida no desporto, mas há um limite estipulado para a quantidade que pode ser tomado por atletas em competições. Qualquer indivíduo cuja urina contenha cafeína em um nível superior a 12 mg/1 é culpado de delito de dopagem e suspenso a banido da competição (MAUGHAN, 1999). Estudos relatam que a cafeína aumenta o desempenho em exercícios de longa duração, pelo fato de estar associada com um catabolismo aumentado dos triglicerídeos e uma redução da glicogenólise muscular (JUHN, 2003). A preservação do glicogênio muscular é um benefício ergogênico nos exercícios de longa duração, uma vez que a depleção do glicogênio neste tipo de atividade é a principal causa da fadiga, no qual compromete o desempenho (MCARDLE et. al., 2001). A cafeína tem efeitos sobre o sistema nervoso central, no tecido adiposo e no tecido de músculo esquelético - fatores que influenciam no desempenho do exercício. A ingestão de cafeína antes do exercício até a exaustão faz com que aumente o tempo de resistência no exercício de alta intensidade e longa duração, efeito positivo no qual faz com que a quantidade de trabalho realizado seja maior (CASTRO et al., 2006). Assim, crescem as evidências de um efeito positivo da cafeína sobre o desempenho na ausência de qualquer poupador de glicogênio, e dos efeitos sobre os exercícios de alta intensidade, onde a 12 disponibilidade de glicogênio muscular não seria um fator limitante e sim estimulador para a busca de mecanismos alternativos de ação (CAZÉ et al., 2010). Os efeitos ergogênicos da cafeína durante os exercícios de endurance foram bastante estudados na literatura (SPRIET et al., 1992; SLIVKA et al., 2008; VAN SOEREN & GRAHAM, 1998; POWERS & DODD, 1985; GRAHAM, 2001). Há um grande número de relatos sobre aumentos significativos no desempenho do exercício após a ingestão de cafeína. Observou-se um aumento do tempo de exaustão e o aumento do trabalho total realizado nos exercícios de endurance (ALTIMARI et al., 2006; SPRIET et al., 1992; VAN SOEREN & GRAHAM, 1998; POWERS & DODD, 1985) . No entanto, várias literaturas dizem não ter encontrado grandes relatos sobre o efeito significativo no desempenho do exercício com o uso da cafeína como recurso ergogênico. As doses de cafeína e os parâmetros do exercício foram semelhantes entre os estudos que tiveram sucesso e os que falharam em medir os efeitos ergogênicos da cafeína. Nestes estudos levaram em consideração duas variáveis importantes que não foram bem controladas, a habituação em tolerar a cafeína e a composição dos tipos de fibras musculares (contração lenta e contração rápica) (JUHN, 2003; FISHER et al., 1986; TITLOW et al., 1991). Os efeitos ergogênicos da cafeína sobre o desempenho físico nos exercícios de alta intensidade e curta duração (força, velocidade e potência), encontrados nas literaturas até o presente momento, têm sido bastante controversos, impossibilitando conclusões mais definitivas sobre este assunto (ALTIMARI et al., 2006). 4 SUPLEMENTOS QUE PODEM AUMENTAR A MASSA MUSCULAR Em esportes que exigem força e poder de massa corporal magra alta, uma massa muscular elevada apresenta vantagem definitiva (BACURAU, 2007). Competidores destes esportes, geralmente apelam para agentes farmacológicos e químicos banidos do mercado na esperança de ganhar alguma vantagem. Assim, o uso de suplementos alimentares que aumentam a massa magra está sendo cada vez mais utilizados por atletas de força (MCARDLE et. al., 2001). A variedade destes suplementos é grande, porém falaremos de forma sucinta sobre alguns destes. 4.1 PROTEÍNAS E AMINOÁCIDOS 13 As proteínas são consideradas como nutrientes importantes por fornacerem os aminoácidos assenciais para o corpo. São formadas por combinações dos 20 aminoácidos em diversas proporções, cumprindo funções estruturais, reguladora, de defesa e de transporte nos fluídos biológicos (WOLINSKY & HICKSON JR, 1996). Alguns aminoácidos são considerados essenciais, devendo ser fornecidos nas dietas, de modo que sua falta ocasiona alterações bioquímicas, fisiológicas e numa diminuição acentuada na síntese protéica (TIRAPEGUI, 2002). Os aminoácidos livres ficam em equilíbrio dinâmico na célula e nos fluidos biológicos decorrentes do anabolismo e catabolismo, processo chamado de “turnover protéico” (TIRAPEGUI, 2005). As melhores fontes protéicas são de origem animal, podendo ser de origem exógenas, provenientes da dieta, ou endógenas, derivadas da degradação das proteínas celulares do próprio organismo (POWERS & HOWLEY, 2000). Os aminoácidos se juntam para formar uma proteína por meio de ligações peptídica que une o grupo carboxílico de um aminoácido ao grupo amino do outro. Os aminoácidos das proteínas se unem um ao outro em seqüência predeterminada geneticamente (RIEGEL, 2005). Acreditava-se que as proteínas fossem os nutrientes mais importantes para o desempenho de exercícios (WOLINSKY & HICKSON JR, 1996). Porém, vários estudos que compararam o desenvolvimento da resistência baseado em dietas pobres e ricas em carboidratos demonstraram que as dietas ricas em proteínas não melhoram o desempenho físico de resistência de longa duração (WOLF, 2000). Apesar de fornecer energia durante o exercício, os efeitos ergogênicos potenciais das proteínas se relacionam à formação de massa muscular (POWERS & HOWLEY, 2000). Por este motivo, a idéia de que os atletas precisam de uma dieta forte em proteína é intuitivamente atraente, e realmente existem vários indícios da exigência da proteína na atividade física (LEMON et al., 1992). Os músculos são constituídos principalmente de proteínas e sua participação é fundamental para o desempenho em todos os esportes. Diferente do que ocorre com os carboidratos e lipidios, as proteínas não são uma fonte de energia significativa usadas durante o exercício. As proteínas são elementos vitais para a promoção bem-sucedida do processo de hipertrofia. Por este motivo, uma enorme importância é atribuída a elas, por terem um papel de potencializar as adaptações decorrestes da prática de alta intensidade de exercícios com sobrecargas (MORAES et al., 2009). A contribuição da proteína no metabolismo do exercício, não ocorre durante o exercício e sim no período de recuperação (BACURAU, 2007). “Pode-se avaliar o estado protéico através da medição de consumo e da excreção de nitrogênio (equilibrio de nitrogênio), bem como da massa muscular (aproximadas pela massa 14 corporal sem gorduras e pela força)” (WOLINSKY & HICKSON JR, 1996, p. 330). O alto consumo de proteína ajuda no acréscimo de força e de massa muscular induzidos por um treinamento de pesado (OLIVEIRA et al., 2006). O consenso de muitos estudos é que a síntese protéica é suprimida durante o exercício e a magnitude disto seria proporcional à duração e à intensidade da atividade (MAUGHAN, 1999). Em relação à síntese protéica muscular, vários estudos observaram que exercícios de alta intensidade e longa duração podem acarretar numa diminuição de 35% a 55% sobre a mesma. Durante o exercício, a supressão da síntese protéica no músculo esquelético está relacionada com a diminuição da metilação da histidina durante o último estágio da síntese das moléculas de actina e miosina (JUHN, 2003). Outros estudos observaram que o exercício diminui a taxa de síntese protéica e que a magnitude deste efeito é proporcional ao nível do esforço realizado (OLIVEIRA et al., 2006). O exercício físico produz condições catabólicas no músculo esquelético e estes efeitos são dependentes da intensidade e duração do exercício. Algumas literaturas dizem que durante o período de recuperação pós-exercício, a taxa de síntese protéica é mais elevada do que as taxas do pré-exercício. Estas alterações no turnover protéico sugerem que o período de recuperação pós-exercício é direcionado preferencialmente para a síntese de proteínas (LEMON et al., 1992). Estudos demonstram que a estimulação do músculo faz com que a captação de aminoácidos aumente através da fibra muscular, e a freqüência das contrações determinam a taxa de captação. Assim, torna-se pouco provável que a disponibilidade de aminoácidos seja o fator limitante para a síntese de proteínas no músculo esquelético (WOLF, 2000). A eliminação da síntese protéica no músculo no tecido muscular pode ser o resultado da diminuição da energia destinada à síntese protéica decorrente do grande gasto energético no processo de contração muscular durante o exercício. Assim, é estabelecida no músculo e no fígado uma relação direta entre a diminuição do conteúdo de glicogênio e a taxa de síntese de proteínas. (JUHN, 2003) De modo geral, várias evidências são apresentadas nas literaturas referentes à diminuição da síntese protéica durante o exercício e o grau de supressão da síntese protéica no fígado e no músculo, influenciado tanto pela intensidade quanto pela duração do exercício. Outro fator importante mostrado na literatura é que a supressão da proteína durante o exercício físico está relacionada com o papel do principal hormônio regulador da síntese protéica, a insulina, pois, a diminuição da sua concentração plasmática correlaciona-se com a 15 diminuição da síntese protéica observada durante os exercícios intensos e de longa duração. (WOLF, 2000) Questões metodológicas têm limitado a exploração dos estudos e de outras questões cinéticas de proteína muscular, devido à dificuldade de quantificar a síntese de proteína em seres humanos. Em vez da medição direta da cinética de proteína, o efeito da ingestão sobre as variáveis de desempenho, tais como a força, tem sido usada para avaliar o metabolismo muscular. Portanto, várias revisões de literatuta fornecem um quadro teórico no qual se pode avaliar a probabilidade de efeitos benéficos da ingestão de proteína ou de suplementos de aminoácidos que podem ser úteis para um melhor desepenho físico (WOLF, 2000; LEMON et al., 1992). Uma forte base teórica existe para esperar um efeito benéfico de um suplemento de proteína em pessoas ativas. (OLIVEIRA et al., 2006) 4.2 PICOLINATO DE CROMO O cromo é um elemento essencial que apresenta uma série de funções no corpo e foi relatado como potencializador dos efeitos de insulina, conhecido como fator de tolerância à glicose (GOMES & TIRAPEGUI, 2005). Por apresentarem efeitos anabólicos da insulina, espera-se que a incorporação de aminoácidos na proteína muscular seja estimulada, melhorando a resposta de adaptação ao treinamento (VOLEK et al., 2006). Por agir estimulando a sensibilidade à insulina, o cromo influencia também no metabolismo protéico, promovendo um maior estímulo de captação dos aminoácidos e por conseqüência, aumentando a síntese protéica (MERTZ, 1992). Alguns estudos sugerem que atletas em formação podem ter requisitos mais elevados do que indivíduos sedentários na utilização do cromo como suplemento. O cromo é bastante utilizado por atletas e é vendido geralmente como forma de ácido picolínico, forma relatada para melhorar a absorção de cromo (ANTON et al., 2008). O cromo em excesso no sangue não é absorvido pelos rins e assim é secretado pela urina. Após grande ingestão de carboidratos é comum observar o aumento de concentração de cromo na urina, principalmente em forma de açúcar (VOLEK et al., 2006). Durante exercícios aeróbicos prolongados a concentração plasmática de cromo aumenta e por um período de duas horas mantém-se elevada após o término da atividade. Nos dias de prática esportiva uma maior excreção de cromo pela urina é tida como efeito agudo e crônico do exercício físico (GOMES & TIRAPEGUI, 2000). 16 A utilização da suplementação da dieta com picolinato de cromo foi proposta nos estudos para realçar a resposta adaptativa do programa de treinamento de força, visando o aumento da massa magra (GOMES & TIRAPEGUI, 2005). Nenhuma medida direta da massa muscular foi apresentada em estudos, no entanto, os resultados dos estudos devem ser avaliados com cautela (MAUGHAN, 1999). Uma série de estudos que usaram uma metodologia adequada não conseguiu reproduzir resultados significantes sobre o efeito da suplementação com cromo no ganho da massa muscular magra. No entanto, a suplementação com cromo continua sendo popular no meio esportivo por existirem também vários outros estudos que confirmam o efeito benéfico desta suplementação (GOMES & TIRAPEGUI, 2000). A suplementação alimentar com polinato de cromo voltado para o esportista não decorre somente da preocupação da ocorrência de deficiência orgânica, mas principalmente pelo motivo do cromo favorecer a via anabólica por meio do aumento da sensibilidade à insulina que, por conseqüência, estimula a captação dos aminoácidos e também a síntese protéica. Assim aumenta-se a resposta metabólica adaptativa decorrente do próprio treinamento. Este fato pode ocasionar um aumento corporal de massa muscular. Alguns estudos especulam o efeito lipolítico causado pelo cromo, porém, existem muitos resultados de estudos em humanos que ainda são controversos. Por outro lado, a suplementação de cromo pode servir de auxílio para o controle da glicemia de indivíduos praticantes de atividade física (VOLEK, et al., 2006; ANTON et al., 2008; MERTZ, 1992; WOLF, 2000). 4.3 A GLUTAMINA COMO SUPLEMENTAÇÃO O atleta tem como objetivo em seu treinamento aperfeiçoar sua capacidade física para obter um melhor desempenho nas competições a serem realizadas. Isso faz com que o mesmo procure novos métodos para atingir o tal objetivo. O período de recuperação entre as sessões de treinamento é de fundamental importância no desenvolvimento do atleta. Isso para que ocorram adaptações fisiológicas, como as alterações morfológicas e a supercompensação das reservar energéticas (JUNIOR et al., 2000). Diversos estudos sobre o papel desse aminoácido na síntese protéica, volume celular e síntese de glicogênio sugerem que ele possa promover o crescimento muscular e diminuir a imunossupressão induzida pelo exercício (BACURAU, 2007). A glutamina exerce papel estimulador sobre a síntese protéica, através do aumento do volume celular e da pressão osmótica. A concentração intramuscular de glutamina pode regular o catabolismo e anabolismo protéico. Logo, a suplementação deste aminoácido em 17 indivíduos submetidos a fatores estressantes, como cirurgia, contribui para que a queda da síntese protéica não seja tão acentuada (CRUZAT et al., 2009). A glutamina é o aminoácido livre mais abundante no plasma e no tecido muscular (MCARDLE et. al., 2001) é utilizada em altas taxas por células que apresentam divisão rápida, incluindo os leucócitos, para fornecer energia e favorecer a biossíntese de nucleotídeos (TIRAPEGUI, 2005). O principal tecido responsável pela síntese, estoque e liberação de glutamina é o tecido muscular, o qual apresenta atividade das enzimas glutamina sintetase e aminotransferase de aminoácidos de cadeia ramificada (CRUZAT et al., 2009). O músculo esquelético faz com que aumente a taxa de liberação e de síntese de glutamina, respondendo ao aumento da demanda por outros órgãos e tecidos do corpo. Desta forma, a concentração de glutamina intramuscular está diminuída em diversos estados catabólicos, como traumas, cirurgias, diabetes não controlado, queimaduras e exercícios prolongados de alta intensidade (TIRAPEGUI, 2005). A suplementação com glutamina para atletas visa o bem-estar geral do indivíduo e apresenta também um papel relevante sobre a regulação do metabolismo de carboidratos, da síntese protéica e da funcionalidade do sistema imune (ROWBOTTOM et al., 1996). Diversos estudos têm indicado que o exercício intenso e prolongado é acompanhado por alterações nas concentrações plasmáticas de alguns aminoácidos, incluindo principalmente a glutamina (JUNIOR et al., 2000). A glutamina desempenha um papel importante na função imune normal (ROWBOTTOM et al., 1996). É um combustível metabólico para as células que combatem doenças, particularmente os linfócitos e macrófagos que defendem contra infecções. Tendo em vista que as concentrações plasmáticas de glutamina caem após um exercício prolongado de alta intensidade, uma deficiência de glutamina se associa com a imunossupressão causada pelo exercício enfraquecido (CRUZAT et al., 2009). Algumas literaturas acreditam que a suplementação com glutamina poderia reduzir a maior tendência à infecções do trato respiratório superior, observada com freqüência após uma competição prolongada ou uma sessão de treinamento exaustivo (LAGRANHA et al., 2008). Outros estudos realizados dizem que o efeito da glutamina sobre o risco pós-exercício de infecção não poderia ser atribuído a qualquer mudança na distribuição dos linfócitos sanguíneos. Pelo treinamento com exercícios mais moderados, porém realizados com ratos, a suplementação com glutamina não beneficia o metabolismo dos linfócitos nem a função imune. No entanto, há controvérsias a respeitos dos efeitos da suplementação de glutamina, lembrando que grande parte dos estudos foi feito com testes realizados em ratos (ROHDE et al., 1998). 18 Atualmente, existe uma limitada base sobre a influência da suplementação de glutamina no desempenho esportivo, comprovados de fato, no qual apresentam resultados padronizados e claros. Várias literaturas dizem que a suplementação de glutamina apresenta um efeito benéfico nos exercícios, embora este efeito positivo não tenha comprovação clara em humanos, e sim, possivelmente em ratos (LAGRANHA et al., 2008). Apesar da atração da hipótese sobre os efeitos benéficos, ainda não foi comprovado também que não existe uma ligação clara entre o exercício intenso, comprometendo a função imune e tendência à infecção. No entanto, a suplementação de glutamina para atletas está sendo cada vez mais promovida no mercado e os suplementos estão disponíveis de forma generalizada nos estabelecimentos de nutrição esportiva. A evidência de que a suplementação de glutamina é benéfica está longe de ser clara, mas não deixa de ser uma área de pesquisa interessante e que no futuro próximo poderá ser esclarecida (ROHDE et al., 1998 ; LAGRANHA et al., 2008; MAUGHAN, 1999). 5 RECURSOS ERGOGÊNICOS FARMACOLÓGICOS E QUÍMICOS Muitos atletas de vários níveis de competição utilizam agentes farmacológicos e químicos por acreditarem que uma droga específica pode influenciar positivamente a força, a potência ou a endurance nos treinamentos de suas modalidades específicas. Na cultura competitiva orientada para as drogas, o uso destas, com finalidades ergogênicas continua aumentando entre atletas que procuram o sucesso no meio desportivo (MCARDLE et. al., 2001). Pode-se fazer muito pouco para evitar que o uso abusivo destas drogas não sejam recorridas pelos atletas, apesar da escassa evidência científica sobre o efeito benéfico do aprimoramento do desempenho destas substâncias químicas (CALFEE & FADALE, 2006). Por ironia dos fatos, os atletas em geral fazem de tudo para promover os aspectos da boa saúde, treinando intensamente, procurando fazer uma boa alimentação, fazendo acompanhamentos médicos com freqüência, e ainda assim ingerem intencionalmente estes agentes sintéticos, muitos dos quais induzem efeitos de saúde negativos (VENÂNCIO et al., 2010). 19 5.1 ESTERÓIDES ANABÓLICOS Os esteróides anabólicos funcionam de maneira semelhante à testosterona, o principal hormônio masculino (SILVA & MOREAU, 2003). Por adquirir uma fixação com os locais receptores especiais no músculo e em outros tecidos, a testosterona contribui para as características sexuais secundárias masculinas, incluindo as diferenças sexuais quando se diz respeito à massa muscular e a força que se manifesta no início da puberdade (SILVA et al., 2002). É no testículo o local principal onde ocorre a produção de testosterona (95%), já o restante é produzido pelas glândulas supra-renais. Os efeitos androgênicos ou masculinizantes do hormônio muitas vezes são minimizados pela manipulação sintética da estrutura química do esteróide, de modo que aumente o crescimento muscular em virtude do acúmulo anabólico de tecidos e da retenção de nitrogênio (CUNHA et al., 2005). A ingestão de androgênios anabólicos exógenos reprime o hormônio luteinizante (LH) hipofisário, inibindo assim a liberação de testosterona endógena. Esses efeitos masculinizantes dos esteróides obtidos sinteticamente ocorrem também nas mulheres, por causarem alterações químicas (VENÂNCIO et al., 2010). Nos últimos tempos essas drogas estão sendo cada vez mais utilizada por atletas, e na sua maior parte, são atletas envolvidos em esportes de força e velocidade que visam a melhoria do desempenho físico nas competições. Entretanto, a procura não se restringe só a esta área. O uso abusivo dos esteróides anabolizantes também é muito utilizado por freqüentadores de academias, interessados nas alterações provocadas na composição corporal, tais como, ganho de massa magra e redução da gordura subcutânea (SILVA et al., 2002). Os esteróides apresentam alguns efeitos gerais que são considerados como benefício no mundo esportivo, como a ligação de receptores androgênicos, que promove um saldo positivo de nitrogênio no músculo, produzindo um estado anabólico. No entanto, no indivíduo fisiológico normal do sexo masculino, a testosterona endógena quase satura os receptores de andrógenos disponíveis, fazendo com que esse efeito benéfico se torne duvidoso (CALFEE & FADALE, 2006). Assim, torna-se fundamental que os esteróides sejam também anticatabólicos. Em um indivíduo com overtraining, os glicocorticóides estão cada vez mais soltos, promovendo a quebra de glicogênio muscular para energia. Depois, receptores de andrógenos disponíveis ficam saturados, os esteróides exógenos inibem a ligação de glicocorticóides catabólicos, preservando o ganho de massa muscular (IRIART & ANDRADE, 2002). Literaturas comprovam o efeito significativo no emocional dos atletas e 20 dos que utilizam estas drogas. O aumento da agressividade torna-se nítido e mais freqüente (SILVA et al., 2002). Apesar dos vários efeitos colaterais causados por estas drogas, ainda assim é comprovada que elas realmente fazem aumentar as medidas de massa muscular e força, diminuindo um volume grande de gordura. Estes são os efeitos esperados pelos atletas de alta performance. Estas drogas aumentam a força isocinética e isométrica assim como a massa muscular e a formação de novas fibras musculares (VENÂNCIO et al., 2010). Grande parte das literaturas relacionadas relataram que os usuários dos esteróides tiveram efeitos subjetivos adversos (SILVA & MOREAU, 2003; CUNHA et al., 2004; CUNHA et al. 2005; CALFEE & FADALE, 2006). A suplementação de esteróide tem efeitos potenciais adversos em vários sistemas dos organismos. Do ponto de vista endócrino, esteróides exógenos proporcionam a inibição do feedback dos luteinizante e folículo-estimulante de hormônios que resultando numa possível atrofia testicular e infertilidade (CALFEE & FADALE, 2006). Outros efeitos comuns são apresentados com o uso dos esteróides, tais como a calvície precoce, acne, a puberdade precoce, entre outros. Os esteróides têm um impacto sobre o sistema cardiovascular, de modo a afetar negativamente o perfil lipídico, elevando a pressão arterial e causando hipertrofia no ventrículo esquerdo (IRIART & ANDRADE, 2002). Vários outros efeitos adversos podem ser apresentados com o uso da tal droga, podendo gerar muitas vezes prejuízo para a saúde do indivíduo (VENÂNCIO et al., 2010). 5.2 HORMÔNIO DO CRESCIMENTO O hormônio do crescimento (GH), também conhecido como somatotropina, compete com os esteróides anabólicos no mercado das hipotéticas drogas capazes de aprimorar a síntese tecidual e o desempenho físico (CALFEE & FADALE, 2006). A adeno-hipófise produz o GH. Este hormônio funciona como poderoso agente anabólico e lipolítico envolvido nos processos de síntese tecidual e no crescimento humano. Mais especificadamente, o GH estimula o crescimento do osso e da cartilagem, acelera a oxidação dos ácidos graxos e reduz o fracionamento de glicose e dos aminoácidos (CRUZAT et al., 2008). O GH é um dos principais hormônios envolvidos no processo de crescimento, tendo ações anabólicas e catabólicas específicas para cada tipo de tecido corporal. De modo geral, as ações catabólicas são opostas à ação da insulina, promovendo o aumento da lipólise e da glicose sanguínea. Em contrapartida, a sua ação metabólica é semelhante à insulina, no que se refere ao estímulo à captação de aminoácidos pelas células (STROBL & THOMAS, 1994). 21 Porém, com referência ao metabolismo de carboidratos e lipídios, a sua ação também pode ser contrária, desencadeando efeitos hiperglicemiantes e lipolíticos. Esses efeitos são condizentes com o estímulo do crescimento, pois estes processos requerem uma maior disponibilidade de energia e maior internalização de aminoácidos para ativar a síntese protéica (SUTTON & LAZARUS, 1976). Embora o GH tenha muitos benefícios para aqueles que apresentam deficiência congênita, ele não parece ter grandes promessas similares para atletas que procuram uma vida saudável. Não existem provas conclusivas que dizem que o GH aumenta o desempenho atlético (FRISCH, 1999). De fato, atletas com excesso de GH apresentam um modelo de estrutura muscular mais atraente, causado pelo efeito de diminuição da gordura subcutânea e pela tonificação muscular (ROSEN, 2000). Além destes fatores, o GH também apresenta riscos de saúde para os atletas usuários desta droga. A forma de aplicação desta droga com o uso de agulhas não esterilizadas aumenta o risco de contrair hepatite e o HIV. Também são inclusos o fechamento prematuro das epífises, o alargamento da mandíbula, a hipertensão, entre outros (YARASSHESKI, 1994). Tendo em vista que o GH ocorre naturalmente no corpo, não existe atualmente uma maneira perfeitamente segura de detectar sua utilização como substância ergogênica. Por apresentarem vários riscos à saúde, quando são utilizados sem necessidade específica, esta droga é considerada proibida no meio esportivo. Porém, o uso do GH derivado de cadáveres é utilizado como forma de tratamento de crianças com baixas estaturas. Mesmo assim, quando utilizado para tratamento, adquire-se também um risco de contrair a doença de CreutzfeldtJakob, um distúrbio infeccioso, incurável e fatal de determinação cerebral (STROBL & THOMAS, 1994). Outros efeitos colaterais menos óbvios podem ocorrer com o uso indevido deste hormônio como a resistência à insulina o que pode levar à diabetes do tipo 2 e também à retenção de água e compressão do túnel carpo (SUTTON & LAZARUS, 1976). 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS Os atletas estão sempre à procura de suplementos nutricionais que lhes possam trazer alguma vantagem significativa sobre seu desempenho e sobre seus concorrentes. Para isto, estão dispostos a irem longe para encontrar meios eficazes de suplementação nutricional para atingirem este objetivo. Isso explica, em parte, o aumento do uso generalizado de drogas ilegais no desporto, mas a dificuldade está em encontrar algo que seja realmente eficaz na melhoria do desempenho, algo que não seja contra as regras do desporto. É importante que 22 qualquer substância química a ser utilizada não apresente efeitos colaterais que venham a prejudicar a saúde física e psicológica. Existem muitos recursos ergogênicos que são realmente eficazes para o desempenho físico e que não apresentam riscos. Os exemplos mais comuns são os suplementos de carboidratos e bebidas esportivas. Vários componentes essenciais na dieta, incluindo proteínas, ácidos graxos essenciais, vitaminas, minerais, entre outros, podem ser considerados na categoria dos suplementos significadamente vantajosos. Estes componentes são essenciais para a manutenção da saúde e função fisiológica normal do corpo humano. No entanto, a suplementação acima no nível exigido para a manutenção da saúde não é capaz de melhorar o desempenho físico e, ainda assim, pode vir a prejudicar a saúde. As substâncias ergogênicas discutida nesta revisão são apenas algumas da vária utilizada pelos atletas e por pessoas que procuram melhorar seu desempenho físico. Elas representam as de grande interesse na atualidade, embora não necessariamente tenha a sua eficácia comprometida. Estes suplementos estão em várias lojas do mercado. Todos garantem um melhor desempenho, porém poucos possuem comprovação em alguma revista publicada. Grande parte destes suplementos faz afirmações extravagantes e são vendidos a preços inflacionados e consumidos por boa parte da população, especificadamente os atletas. REFERÊNCIAS ABRAHAMSSON, K.; ERIKSSON, B. O.; HOLME, E.; JODAL, U.; JONSSON, A.; LINDSTEDT, S. Pivalic acid-induced carnitine deficiency and physical exercise in humans. Metabolism: clinical and experimental, New York, 45(12): 1501-7, Dez., 1996. ALTIMARI, L. R.; CYRINO, E. S.; ZUCAS, S. M.; BURINI, R. C. Efeitos ergogênicos da cafeína sobre o desempenho físico. Rev. Paul. Educ. Física, São Paulo, 14(2): 141-58, jul./dez., 2000. ALTIMARI, L. R.; MELO, J.; TRINDADE, M.; TIRAPEGUI, J.; CYRINO, E. Efeito ergogênico da cafeína na performance em exercícios de média e longa duração. Rev. Port. de Ciên. do Desporto, São Paulo, vol. 5, nº 1 (87-101), 2005. 23 ALTIMARI, L. 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