Pró-Reitoria de Graduação
Curso de Educação Física
Trabalho de Conclusão de Curso
RECURSOS ERGOGÊNICOS PARA O DESEMPENHO E
CONDICIONAMENTO FÍSICO
Autor: Karina Vilarino Trindade
Orientador: Prof. Dr. Ricardo F. de A. Bezerra
Brasília - DF
2011
1 KARINA VILARINO TRINDADE
RECURSOS ERGOGÊNICOS PARA O DESEMPENHO E CONDICIONAMENTO
FÍSICO
Artigo apresentado ao curso de graduação em
Educação Física da Universidade Católica de
Brasília, como requisito parcial para obtenção
do Título de Bacharel em Educação Física.
Orientador: Prof. Dr. Ricardo F. de A. Bezerra
Brasília
2011
2 RECURSOS ERGOGÊNICOS PARA O DESEMPENHO E CONDICIONAMENTO FÍSICO
KARINA VILARINO TRINDADE
RESUMO
Atletas e a população em geral estão cada vez mais sonhando com um típico físico
perfeito, como os que aparecem nas revistas, e assim, recorrem aos recursos ergogênicos. Tais
recursos são caracterizados como tratamentos ou substâncias elaboradas para aumentar o
desempenho desportivo, aprimorando a capacidade de realização de um trabalho físico
desejado. O desenvolvimento científico e tecnológico tem cercado o esporte e pessoas que os
praticam, sobretudo ao longo das últimas décadas, atraindo assim pesquisadores que procuram
investigar a eficiência de diferentes recursos ergogênicos contribuintes na melhoria do
rendimento físico. Por isso, o objetivo deste estudo é fazer uma revisão da literatura
abordando os principais achados envolvendo a utilização dos recursos ergogênicos mais
freqüentes. A pesquisa bibliográfica foi realizada principalmente em quatro bases de dados:
Medline, Lilacs, Scielo e Portal da Capes. Muitos atletas, de vários níveis de competição,
utilizam agentes farmacológicos e químicos por acreditarem que uma droga específica pode
influenciar positivamente a força, a potência ou a endurance nos treinamentos de suas
modalidades específicas. As substâncias ergogênicas discutida nesta revisão são apenas
algumas da vária utilizada pelos atletas e por pessoas que procuram melhorar seu desempenho
físico. Elas representam as de grande interesse na atualidade, embora não necessariamente
tenha a sua eficácia comprovada.
ABSTRACT
Athletes and people in general are increasingly dreaming of a perfect physical
characteristic, such as those that appear in magazines, and so they appeal to ergogenics. Such
resources are characterized as substances or treatments designed to enhance sports
performance, improving the ability to perform physical labor required. The scientific and
technological development has surrounded the sport and people who practice them, especially
over the past decades, attracting researchers seeking to investigate the efficiency of various
3 ergogenic resources in improving physical performance. Therefore, the objective of this study
is to review the literature addressing the major findings concerning the use of the most
frequent ergogenic resources. The literature review was conducted in four major databases:
Medline, Lilacs, Scielo, and Portal Capes. Many athletes, from various levels of competition,
use pharmacological and chemical agents in the belief that a specific drug can positively
influence the force, power or endurance on the training of a specific modality. The ergogenic
aids discussed in this review are just some of the various used by athletes and people looking
to improve their physical performance. They represent the great interest nowadays, although
not necessarily have proved efficacy.
1 INTRODUÇÃO
Atletas e a população em geral estão cada vez mais sonhando com um típico físico
perfeito, como os que aparecem nas revistas, e assim, recorrem aos recursos ergogênicos.
Estes
podem
ser
nutricionais,
físicos,
mecânicos,
psicológicos,
fisiológicos
ou
farmacológicos. Tais recursos são caracterizados como tratamentos ou substâncias elaboradas
para aumentar o desempenho desportivo, aprimorando a capacidade de realização de um
trabalho físico desejado (FONTANA et al., 2003). Recursos ergogênicos são procedimentos
para aperfeiçoar a capacidade de realização de um trabalho físico ou o desempenho atlético
(GUTTIERRES et al., 2009).
A literatura científica se refere aos ergogênicos como substâncias ou fenômenos que
aumentam o desempenho de um atleta. A palavra se divide em dois termos gregos com os
seguinte significados: “ergon” (trabalho) e “gennan” (produzir). Diante desses significados,
uma substância ergogênica poderá melhorar ou intensificar a capacidade de trabalho em
indivíduos sadios eliminando a sensação de cansaço, fadiga física e mental pós treinamento,
assim, potencializando a performance (WILMORE & COSTILL, 2001).
O desenvolvimento científico e tecnológico tem cercado o esporte e pessoas que os
praticam, sobretudo ao longo das últimas décadas, atraindo assim pesquisadores que procuram
investigar a eficiência de diferentes recursos ergogênicos contribuintes na melhoria do
rendimento físico. Sendo assim, a eficiência desses recursos que visam aprimorar o
desempenho físico ou atenuar os mecanismos geradores de fadiga tem sido bastante estudada
(ALTIMARI et al., 2000).
4 Diferentes tipos de recursos ergogênicos nutricionais, como bebidas esportivas e
bebidas energéticas, estão sendo utilizados por esportistas que visam aumentar o desempenho
físico (GUTTIERRES et al., 2009). A nutrição é um dos fatores que pode melhorar o
desempenho atlético e quando bem equilibrada desempenha um papel de reduzir a fadiga,
lesões, ou repará-las rapidamente, otimizando os depósitos de energia que beneficiam a saúde
geral do indivíduo (WILMORE & COSTILL, 2001).
Os suplementos nutricionais são utilizados como recursos ergogênicos criados por
meio de manipulações dietéticas que adiam o aparecimento da fadiga e aumentam o poder de
contração do músculo esquelético e/ou cardíaco, aprimorando, portanto, a capacidade de
realizar trabalho físico, ou seja, o desenvolvimento atlético. “A fadiga é apontada como fator
limitante da performance e constitui um fenômeno complexo ou até mesmo um conjunto de
fenômenos de interação simultânea com diferentes graus de influência, dependendo da
natureza do exercício” (ALTIMARI et al., 2005, p. 88).
O objetivo da maioria dos ergogênicos é aumentar o desempenho através da
intensificação da potência física, da força mental, obtendo um controle de energia ou de limite
mecânico e, assim, prevenir ou retardar o início da fadiga. Todavia a suplementação alimentar
é motivo de grande controvérsia científica, de modo que grande parte dos estudos
relacionados com os efeitos de drogas e de outros denominados recursos ergogênicos mostra
pouca ou nenhuma influência sobre o desempenho nos exercícios. Vários dos tipos de
recursos ergogênicos estão sendo estudados para determinar seu mecanismo de ação, índice
de eficácia e nível de risco para os que usam os tais recursos de forma excessiva (FOSS &
KETEYIAN, 1998).
Existe uma quantidade considerável de literatura sobre recursos ergogênicos e
desempenho atlético. Há estudos relacionados aos possíveis benefícios para o desempenho de
certos elementos como álcool, anfetaminas, hormônios, carboidratos, proteínas, hemácias
adicionais, cafeína, fosfatos, misturas inalantes ricas em oxigênio, massagem, óleo de germe
de trigo, vitaminas, minerais, ar ionizado, música, hipnose e até mesmo maconha e cocaína.
(MCARDLE et al., 1996). Entretanto, apenas alguns desses supostos recursos são usados
rotineiramente por atletas. Por isso, o objetivo deste estudo é fazer uma revisão da literatura
abordando os principais achados envolvendo a utilização dos recursos ergogênicos mais
freqüentes.
5 2 MATERIAL E MÉTODOS
A pesquisa bibliográfica foi realizada em quatro bases de dados: Medline, Lilacs,
Scielo e Portal da Capes. Foi feita também uma consulta no acervo da biblioteca da
Universidade Católica de Brasília (UCB). O período de realização da pesquisa foi de agosto
de 2010 a março de 2011. O modo de condução da busca nos sites foi no módulo avançado,
utilizando a combinação das palavras-chaves recursos ergogênicos, exercício e esporte. Os
termos foram utilizados também em inglês. Fazem parte da pesquisa também alguns artigos
listados na bibliografia dos artigos adquiridos.
3
SUPLEMENTOS
QUE
PODEM
INFLUENCIAR
NO
METABOLISMO
ENERGÉTICO
3.1 CREATINA
Pesquisadores estão cada vez mais interessados nos efeitos potenciais da creatina,
quando relacionados ao rendimento físico de atletas envolvidos em exercícios de alta
intensidade e curta duração. Na célula muscular, a creatina em sua forma fosforilada, creatinafosfato (CP), é caracterizada por uma reserva de energia que possibilita uma rápida
regeneração do trifosfato de adenosina (ATP), em exercícios de alta intensidade e curta
duração (PERALTA & AMANCIO, 2002). A creatina (Cr), é um composto produzido por
aminoácidos (glicina, arginina e metionina), que parece estar relacionada com o aumento do
desempenho físico. Ela é um composto nitrogenado encontrado principalmente em alimentos
de origem animal, utilizada como suplemento para aumentar a performance no exercício
físico (LEAL & MARREIRO, 2008). A creatina (ácido α-metil guanidino acético) é uma
amina que ocorre de forma natural, sintetizada internamente no fígado, rins e pâncreas,
através dos aminoácidos glicina e arginina.
Encontramos a Cr na alimentação,
especificamente nas carnes vermelhas e nos peixes. A distribuição no corpo humano pode ser
de forma livre (60 a 70%) e fosforilada (30 a 40%). Em torno de 95% é armazenada no
músculo esquelético, de modo que o restante fique situado no coração, músculos lisos,
cérebro e testículos (GUALANO et al., 2010).
6 A bioquímica do metabolismo da Cr é comentada e discutida em várias literaturas. No
geral, citam que as maiores concentrações de tecido de Cr são encontradas no músculo
esquelético, de modo que, aproximadamente dois terços do total está na forma de fostafo e
creatina (CP), presente no repouso muscular, com uma concentração aproximadamente 3 a 4
vezes superior ao da ATP, a fonte de energia imediata para a contração muscular (MENDES
& TIRAPEGUI, 2002). A fadiga acontece quando a quantidade de ATP nas células
musculares encontra-se em pequenos níveis, fazendo com que a quantidade de
armazenamento de energia seja abaixo do nível exigido para a contração celular. Por este
motivo, a fadiga muscular está associada com a diminuição das concentrações intracelulares
de ATP, com a regeneração do ATP, fazendo com que uma taxa próxima à de hidrólise de
ATP se torne essencial para que a fadiga seja adiada. Desta forma, a transferência do grupo
fosfato (PI) da CP para ADP é catalisada pela enzima creatina quinase, resultando na
recuperação de ATP e na liberação de creatina livre (MAUGHAN, 1999). A taxa de hidrólise
de ATP é definida pela potência do músculo, induzindo eletricamente as contrações
isométricas. A reação da creatina quinase é extremamente rápida, uma vez que, a
concentração muscular de CP pode cair a quase zero, fazendo uma contribuição significativa
para o abastecimento energético necessário para explosões de exercício de intensidade muito
elevada (JUNIOR & PEREIRA, 2008).
Existem várias evidências de que a concentração muscular de ATP possa cair até zero,
porém, grande parte dos estudos foram realizados com cavalos e não com humanos, nos quais
o conteúdo total de ATP muscular pode cair em aproximadamente 50% no ponto de fadiga,
durante um exercício de alta intensidade (SPRIET, 1995).
No exercício de alta intensidade, a glicólise resulta na formação de piruvato, com taxa
maior do que aquela que pode ser removida pelo metabolismo oxidativo, levando a um
acúmulo de lactato no músculo. O H+ associado à glicólise anaeróbia faz com que caia o pH
no músculo, de modo que esta diminuição implique no processo de fadiga (TIRAPEGUI,
2005). Uma maior disponibilidade de CP para a repartição tem o potencial de aumentar a
capacidade intramuscular de tampão, o que faz com que atrase o ponto em que o Ph atinge um
nível criticamente baixo (RIEGEL, 2005; TIRAPEGUI, 2005). Outra função desempenhada
pela CP dentro da célula muscular é a transparência de equivalentes de ATP dentro da
mitocôndria, onde o ATP é gerado pela fosforilação oxidativa para o citoplasma, necessário
para o metabolismo celular (MAUGHAN, 1999).
7 3.1.1 EFEITOS DA SUPLEMENTAÇÃO DE CREATINA NO DESEMPENHO DE
EXERCÍCIOS
Devido à novidade do conceito, existe um número limitado de estudos científicos que
relataram os efeitos da suplementação de creatina no músculo e no desempenho físico.
Algumas pesquisas revelam a melhora do desempenho físico ou apresentam mudanças na
composição corporal do atleta com suplementação de creatina (LEAL & MARREIRO, 2008;
MAUGHAN, 1999; GOMES & AOKI, 2005; MENDES & TIRAPEGUI, 2002). Outros
estudos não evidenciaram alterações significativas na performance, após ingerirem a
suplementação de creatina (DAWSON et al., 1995; REDONDO et al., 1996; TERRILLION
et al., 1997). Desta forma, cada ser humano é diferenciado pela individualidade de reação de
seu organismo, levando em consideração que pode ou não ocorrer alguma vantagem
decorrente à suplementação de Cr, de modo que nem todo indivíduo que consome esta
substância será necessariamente beneficiado no desempenho físico.
Devido ao fato de existir um limite de armazenamento muscular de Cr, por diversas
razões, indivíduos que apresentam concentrações musculares de Cr elevadas respondem
menos à suplementação, quando são comparados a indivíduos com níveis normais de Cr.
Acredita-se também que exista uma influência da insulina sobre a captação muscular de Cr,
devido à hipótese de que este hormônio estimula a enzima responsável pelo transporte da
mesma para o meio intracelular. Assim, para tornar a suplementação mais eficiente, costumase adicionar carboidrato à suplementação, pois ele é um potente estimulador da secreção de
insulina (TIRAPEGUI, 2005; TIRAPEGUI, 2002; RIEGEL, 2005; WOLINSKY &
HICKSON JR, 1996).
O aumento da concentração de ATP muscular não ocorre em repouso com a
suplementação de creatina, porém ajuda a manter os níveis de ATP durante o esforço físico
máximo (GREENHAFF, 1995). O efeito ergogênico pode ocorrer em tipos específicos de
esforços físicos, sendo eles, de alta intensidade, curta duração e com curtos períodos de
recuperação entre os esforços. A creatina ainda permite que o atleta tenha bom
desenvolvimento no treino físico mais intenso (PERALTA & AMANCIO, 2002).
A literatura mostrou que existem benefícios com a suplementação de Cr na
performance atlética em vários exercícios. Observou-se o aumento das concentrações de Cr
total e fosfocreatina (PCr) no músculo de indivíduos fisicamente ativos, onde contribuíram
para a ressíntese de ATP, que favoreceu para uma eficiência metabólica e melhor desempenho
físico (LEAL & MARREIRO, 2008).
8 Acredita-se que os efeitos ergogênicos provocados pela suplementação de Cr sejam
concedidos ao aumento do conteúdo total de Cr muscular, acelerando a ressíntese de Cr
fosfato no músculo no intervalo dos exercícios. Este efeito gera um resultado de manutenção
da taxa de refosforilação de ADP requerida na contração (BACURAU, 2007).
A capacidade de aumentar estoques intramusculares de Cr no músculo é o efeito
principal da suplementação de creatina, tendo como responsáveis deste efeito a produção de
ATP durante o exercício físico. Por este motivo, atletas procuram este método para otimizar a
captação muscular de creatina e desempenharem um ótimo resultados nos treinos realizados
(WILLIAMS & BRANCH, 1998).
Em suma, parece claro que a ingestão de doses elevadas de creatina durante um
determinado período provoca a elevação da creatina livre e a quantidade de CP no músculo
esquelético. Isso resulta numa melhor capacidade de manutenção da produção de energia
durante os exercícios de alta intensidade, especialmente nos exercícios intermitentes,
repetidos em curtos períodos de recuperação. Os efeitos sobre o conteúdo de Cr muscular e o
desempenho, tendem a ser maiores nos indivíduos que apresentam uma quantidade menor de
CP no músculo, resultado da baixa ingestão alimentar. A Cr é um componente normal da
dieta e sua utilização não está contra as regras dos órgãos sociais do desporto. Não existem
literaturas que comprovem efeitos nocivos resultantes da ingestão de Cr. Uma série de estudos
comprovam este fato (GREENHAFF et al., 1995; MAUGHAN, 1999; MUJIKA &
PADILLA, 1997; CALFEE & FADALE, 2006).
3.2 CARNITINA
A diminuição dos estoques de glicogênio intramuscular é um dos principais fatores
envolvidos na fadiga muscular do exercício prolongado. A importância do carboidrato como
combustível para os músculos no momento do exercício é confirmada pela relação existente
entre a concentração de glicogênio no pré-exercício e o tempo em que o exercício pode ser
sustentado. Outra evidência vem dos estudos que mostram que o aumento da queima de
gordura durante o exercício prolongado faz com que diminuam as reservas de carboidratos
armazenados, podendo melhorar a capacidade de resistência (VUKOVICH et al., 1994).
A oferta de ácidos graxos livres no plasma para o músculo em exercício é muito
importante como fator determinante de contribuição relativa de gordura e carboidratos para o
metabolismo oxidativo, porém, existe ainda, uma série de outras etapas envolvidas na
oxidação de gorduras. São conhecidos como processos fundamentais a captação de ácidos
9 graxos na célula e sua translocação através da membrana mitocondrial (MAUGHAN, 1999).
A carnitina está sendo cada vez mais utilizada por atletas que visam a melhoria do
desempenho físico e também por praticantes de atividade física, com o objetivo de redução da
massa gorda. O motivo que os levam a este recurso é o fato da carnitina ser um dos
componentes do sistema enzimático que controla a entrada de ácidos graxos de cadeia longa
na mitocôndria (BACURAU, 2007).
A carnitina (3-hydroxi4-trimetilaminobutanoato) é um composto endógeno, localizada
primariamente nos músculos, se tornando de fundamental importância para o transporte de
ácidos graxos de cadeia longa através da membrana mitocondrial interna, o isômero L é a
forma ativa de carnitina. Por conseqüência, a carnitina influencia na produção de energia a
partir das gorduras, pois facilita no aumento de oxidação dos lipídios (VUKOVICH et al.,
1994). A síntese da carnitina ocorre principalmente no fígado e rins, a partir da lisina,
servindo como precursor da cadeia carbônica, podendo ser obtida pelos alimentos de origem
animal, principalmente nas carnes vermelhas e nos derivados de leite (WOLINSKY &
HICKSON JR, 1996). No organismo, seja por biossíntese endógena ou por obtenção
alimentar, a carnitina dirige-se principalmente para o músculo esquelético, onde possui um
papel determinado no metabolismo intermediário (VUKOVICH et al., 1994).
Na mitocôndria, a carnitina também funciona como reguladora da concentração de
acetil-CoA e da concentração de CoA livre. A liberação de CoA está envolvida no piruvato
desidrogenase, reagindo no processo de β-oxidação e assim, desempenhando um papel
fundamental na integração da oxidação de gorduras e carboidratos (MAUGHAN, 1999).
Literaturas diversas acreditam que uma maior disponibilidade de carnitina dentro da
mitocôndria pode permitir que a célula mantenha uma maior concentração de CoA livre, com
um efeito estimulante sobre o metabolismo oxidativo (VUKOVICH et al., 1994; BARNETT
et al., 1994; ABRAHAMSSON et al., 1996).
Devido ao papel fundamental da carnitina na oxidação de gordura e carboidratos, a
suplementação de carnitina tem se tornado uma proposta interessante para melhorar o
desempenho do exercício. Com base nesta lógica, a carnitina vem sendo cada vez mais
comercializada em lojas de desporto como suplementos para atletas de endurece. Barnett et.
al. (1994) e Vukovich et al. (1994) relataram em suas literaturas que o uso da suplementação
de carnitina em curto prazo não apresentou efeitos significativos sobre os níveis de carnitina
muscular ou sobre a resposta metabólica ao exercício. Mesmo quando a mobilização de
ácidos graxos foi estimulada por dietas de alta quantidade de gordura ou heparina, não houve
efeitos da suplementação no processo de oxidação da gordura (VUKOVICH et al. 1994).
10 Os estudos que não demonstraram benefícios fisiológicos ou ergogênicos com a
suplementação de L-carnitina utilizaram doses baixas (0,5g/dia), ou um curto período de
suplementação (menos de 14 dias) não foi suficiente para que apresentassem resultados
significativos, ou utilizaram um exercício submáximo insuficiente para disparar a demanda no
metabolismo de carnitina.
Os indivíduos treinados apresentaram melhores respostas à
suplementação com carnitina que os indivíduos não-treinados (CERRETELLI & MARCONI,
1990; SPRIET & PETERS, 1998; ABRAHAMSSON et al., 1996).
Contudo, em contraste com os resultados negativos de algumas literaturas, existem
também relatos sugerindo que a suplementação de carnitina pode aumentar a contribuição dos
ácidos graxos para o metabolismo oxidativo, gerando efeito poupador de glicogênio (BRASS,
2000). A suplementação com L-carnitina por períodos extensos (mais de 28 dias) e com
grandes doses (1 a 6g/dia) demonstrou a capacidade de melhoria na utilização dos lipídeos
como fontes de energia durante exercícios aeróbios de esforço (mais de 60% do VO2 Máx.),
no caso de indivíduos treinados (WOLINSKY & HICKSON JR, 1996).
Em uma revisão abrangente da literatura, Spriet (1997) identificou oito estudos que
analisaram os efeitos gerados pela suplementação da L-carnitina sobre a resposta metabólica
no exercício de endurece. Descobriu que três desses estudos apresentaram um aumento na
taxa de oxidação da gordura. Também analisou alguns estudos que não foram em geral apoio
a um efeito ergogênico da carnitina, por não apresentarem dados tão significativos e com
poucas explicações.
Embora exista uma base teórica para um efeito ergogênicos da carnitina sobre o
desempenho do exercício físico de alta intensidade prolongado, esta não é suficiente para que
se prove a evidência experimental. A suplementação da dieta com carnitina é provavelmente
benéfica para atletas de alto nível (MAUGHAN, 1999).
3.3 CAFEÍNA
A cafeína é uma das drogas mais consumidas em todo o mundo. Presente em diversas
espécies de plantas, nos chás, café, cacau, guaraná, chocolate e também nos refrigerantes. Seu
consumo gera efeitos estimulantes, de modo que atletas por muitos anos utilizou este meio
para melhorar a performance, devido aos estudos dos efeitos ergogênicos (BRAGA &
ALVES, 2000). O uso da cafeína estimula o sistema nervoso central, os neurônios, os
músculos cardíacos, a liberação de adrenalina, a secreção de ácido gástrico, a diurese, o
relaxamento dos músculos lisos e a lipólise dos triglicerídios do tecido adiposo, resultando
11 numa elevação dos níveis séricos de ácidos graxos livres e numa correspondente redução na
oxidação dos carboidratos (ALTIMARI et. al., 2006). A cafeína apresenta um importante
mecanismo de ação que gera o aumento da oxidação da gordura por parte dos músculos,
poupando os depósitos de glicogênio e permitindo que o desempenho prossiga por mais
tempo, antes de se comprometer a disponibilidade de glicose para fadiga (CONGER et. al.,
2011). Há um consenso de que a dopagem ideal para se ter um aumento de rendimento é entre
3-6 mg/kg para esportes tanto aeróbicos como anaeróbicos. Isto, quando estamos falando dos
limites que estão dentro dos valores de segurança permitidos. Acima disso, podem não
apresentar resultados e também trazer efeitos colaterais (TIRAPEGUI, 2002).
Dopagens acima de 10-15 mg/kg elevam os valores séricos de cafeína a um nível
tóxico e podem acarretar em arritmias, distúrbios gastrintestinais, alucinações e ansiedade
(MARIA & MOREIRA, 2007). Além destes efeitos colaterais, a ingestão prolongada de
cafeína promove um estímulo constante de lipólise que faz com que aumente o número de
ácidos graxos circulantes e, se o consumidor é um sedentário, essa gordura circulante pode se
depositar nos vasos sanguíneos, podendo assim desenvolver uma aterosclerose (BRENELLI,
2003).
O uso da cafeína não é proibida no desporto, mas há um limite estipulado para a
quantidade que pode ser tomado por atletas em competições. Qualquer indivíduo cuja urina
contenha cafeína em um nível superior a 12 mg/1 é culpado de delito de dopagem e suspenso
a banido da competição (MAUGHAN, 1999).
Estudos relatam que a cafeína aumenta o desempenho em exercícios de longa duração,
pelo fato de estar associada com um catabolismo aumentado dos triglicerídeos e uma redução
da glicogenólise muscular (JUHN, 2003). A preservação do glicogênio muscular é um
benefício ergogênico nos exercícios de longa duração, uma vez que a depleção do glicogênio
neste tipo de atividade é a principal causa da fadiga, no qual compromete o desempenho
(MCARDLE et. al., 2001). A cafeína tem efeitos sobre o sistema nervoso central, no tecido
adiposo e no tecido de músculo esquelético - fatores que influenciam no desempenho do
exercício. A ingestão de cafeína antes do exercício até a exaustão faz com que aumente o
tempo de resistência no exercício de alta intensidade e longa duração, efeito positivo no qual
faz com que a quantidade de trabalho realizado seja maior (CASTRO et al., 2006). Assim,
crescem as evidências de um efeito positivo da cafeína sobre o desempenho na ausência de
qualquer poupador de glicogênio, e dos efeitos sobre os exercícios de alta intensidade, onde a
12 disponibilidade de glicogênio muscular não seria um fator limitante e sim estimulador para a
busca de mecanismos alternativos de ação (CAZÉ et al., 2010).
Os efeitos ergogênicos da cafeína durante os exercícios de endurance foram bastante
estudados na literatura (SPRIET et al., 1992; SLIVKA et al., 2008; VAN SOEREN &
GRAHAM, 1998; POWERS & DODD, 1985; GRAHAM, 2001). Há um grande número de
relatos sobre aumentos significativos no desempenho do exercício após a ingestão de cafeína.
Observou-se um aumento do tempo de exaustão e o aumento do trabalho total realizado nos
exercícios de endurance (ALTIMARI et al., 2006; SPRIET et al., 1992; VAN SOEREN &
GRAHAM, 1998; POWERS & DODD, 1985) . No entanto, várias literaturas dizem não ter
encontrado grandes relatos sobre o efeito significativo no desempenho do exercício com o uso
da cafeína como recurso ergogênico. As doses de cafeína e os parâmetros do exercício foram
semelhantes entre os estudos que tiveram sucesso e os que falharam em medir os efeitos
ergogênicos da cafeína. Nestes estudos levaram em consideração duas variáveis importantes
que não foram bem controladas, a habituação em tolerar a cafeína e a composição dos tipos de
fibras musculares (contração lenta e contração rápica) (JUHN, 2003; FISHER et al., 1986;
TITLOW et al., 1991).
Os efeitos ergogênicos da cafeína sobre o desempenho físico nos exercícios de alta
intensidade e curta duração (força, velocidade e potência), encontrados nas literaturas até o
presente momento, têm sido bastante controversos, impossibilitando conclusões mais
definitivas sobre este assunto (ALTIMARI et al., 2006).
4 SUPLEMENTOS QUE PODEM AUMENTAR A MASSA MUSCULAR
Em esportes que exigem força e poder de massa corporal magra alta, uma massa
muscular elevada apresenta vantagem definitiva (BACURAU, 2007). Competidores destes
esportes, geralmente apelam para agentes farmacológicos e químicos banidos do mercado na
esperança de ganhar alguma vantagem. Assim, o uso de suplementos alimentares que
aumentam a massa magra está sendo cada vez mais utilizados por atletas de força
(MCARDLE et. al., 2001). A variedade destes suplementos é grande, porém falaremos de
forma sucinta sobre alguns destes.
4.1 PROTEÍNAS E AMINOÁCIDOS
13 As proteínas são consideradas como nutrientes importantes por fornacerem os
aminoácidos assenciais para o corpo. São formadas por combinações dos 20 aminoácidos em
diversas proporções, cumprindo funções estruturais, reguladora, de defesa e de transporte nos
fluídos biológicos (WOLINSKY & HICKSON JR, 1996). Alguns aminoácidos são
considerados essenciais, devendo ser fornecidos nas dietas, de modo que sua falta ocasiona
alterações bioquímicas, fisiológicas e numa diminuição acentuada na síntese protéica
(TIRAPEGUI, 2002). Os aminoácidos livres ficam em equilíbrio dinâmico na célula e nos
fluidos biológicos decorrentes do anabolismo e catabolismo, processo chamado de “turnover
protéico” (TIRAPEGUI, 2005). As melhores fontes protéicas são de origem animal, podendo
ser de origem exógenas, provenientes da dieta, ou endógenas, derivadas da degradação das
proteínas celulares do próprio organismo (POWERS & HOWLEY, 2000). Os aminoácidos se
juntam para formar uma proteína por meio de ligações peptídica que une o grupo carboxílico
de um aminoácido ao grupo amino do outro. Os aminoácidos das proteínas se unem um ao
outro em seqüência predeterminada geneticamente (RIEGEL, 2005).
Acreditava-se que as proteínas fossem os nutrientes mais importantes para o
desempenho de exercícios (WOLINSKY & HICKSON JR, 1996). Porém, vários estudos que
compararam o desenvolvimento da resistência baseado em dietas pobres e ricas em
carboidratos demonstraram que as dietas ricas em proteínas não melhoram o desempenho
físico de resistência de longa duração (WOLF, 2000). Apesar de fornecer energia durante o
exercício, os efeitos ergogênicos potenciais das proteínas se relacionam à formação de massa
muscular (POWERS & HOWLEY, 2000). Por este motivo, a idéia de que os atletas precisam
de uma dieta forte em proteína é intuitivamente atraente, e realmente existem vários indícios
da exigência da proteína na atividade física (LEMON et al., 1992).
Os músculos são
constituídos principalmente de proteínas e sua participação é fundamental para o desempenho
em todos os esportes.
Diferente do que ocorre com os carboidratos e lipidios, as proteínas não são uma fonte
de energia significativa usadas durante o exercício. As proteínas são elementos vitais para a
promoção bem-sucedida do processo de hipertrofia. Por este motivo, uma enorme importância
é atribuída a elas, por terem um papel de potencializar as adaptações decorrestes da prática de
alta intensidade de exercícios com sobrecargas (MORAES et al., 2009). A contribuição da
proteína no metabolismo do exercício, não ocorre durante o exercício e sim no período de
recuperação (BACURAU, 2007).
“Pode-se avaliar o estado protéico através da medição de consumo e da excreção de
nitrogênio (equilibrio de nitrogênio), bem como da massa muscular (aproximadas pela massa
14 corporal sem gorduras e pela força)” (WOLINSKY & HICKSON JR, 1996, p. 330). O alto
consumo de proteína ajuda no acréscimo de força e de massa muscular induzidos por um
treinamento de pesado (OLIVEIRA et al., 2006). O consenso de muitos estudos é que a
síntese protéica é suprimida durante o exercício e a magnitude disto seria proporcional à
duração e à intensidade da atividade (MAUGHAN, 1999). Em relação à síntese protéica
muscular, vários estudos observaram que exercícios de alta intensidade e longa duração
podem acarretar numa diminuição de 35% a 55% sobre a mesma. Durante o exercício, a
supressão da síntese protéica no músculo esquelético está relacionada com a diminuição da
metilação da histidina durante o último estágio da síntese das moléculas de actina e miosina
(JUHN, 2003).
Outros estudos observaram que o exercício diminui a taxa de síntese protéica e que a
magnitude deste efeito é proporcional ao nível do esforço realizado (OLIVEIRA et al., 2006).
O exercício físico produz condições catabólicas no músculo esquelético e estes efeitos são
dependentes da intensidade e duração do exercício. Algumas literaturas dizem que durante o
período de recuperação pós-exercício, a taxa de síntese protéica é mais elevada do que as
taxas do pré-exercício. Estas alterações no turnover protéico sugerem que o período de
recuperação pós-exercício é direcionado preferencialmente para a síntese de proteínas
(LEMON et al., 1992). Estudos demonstram que a estimulação do músculo faz com que a
captação de aminoácidos aumente através da fibra muscular, e a freqüência das contrações
determinam a taxa de captação. Assim, torna-se pouco provável que a disponibilidade de
aminoácidos seja o fator limitante para a síntese de proteínas no músculo esquelético (WOLF,
2000).
A eliminação da síntese protéica no músculo no tecido muscular pode ser o resultado
da diminuição da energia destinada à síntese protéica decorrente do grande gasto energético
no processo de contração muscular durante o exercício. Assim, é estabelecida no músculo e
no fígado uma relação direta entre a diminuição do conteúdo de glicogênio e a taxa de síntese
de proteínas. (JUHN, 2003)
De modo geral, várias evidências são apresentadas nas literaturas referentes à
diminuição da síntese protéica durante o exercício e o grau de supressão da síntese protéica no
fígado e no músculo, influenciado tanto pela intensidade quanto pela duração do exercício.
Outro fator importante mostrado na literatura é que a supressão da proteína durante o
exercício físico está relacionada com o papel do principal hormônio regulador da síntese
protéica, a insulina, pois, a diminuição da sua concentração plasmática correlaciona-se com a
15 diminuição da síntese protéica observada durante os exercícios intensos e de longa duração.
(WOLF, 2000)
Questões metodológicas têm limitado a exploração dos estudos e de outras questões
cinéticas de proteína muscular, devido à dificuldade de quantificar a síntese de proteína em
seres humanos. Em vez da medição direta da cinética de proteína, o efeito da ingestão sobre
as variáveis de desempenho, tais como a força, tem sido usada para avaliar o metabolismo
muscular. Portanto, várias revisões de literatuta fornecem um quadro teórico no qual se pode
avaliar a probabilidade de efeitos benéficos da ingestão de proteína ou de suplementos de
aminoácidos que podem ser úteis para um melhor desepenho físico (WOLF, 2000; LEMON et
al., 1992). Uma forte base teórica existe para esperar um efeito benéfico de um suplemento de
proteína em pessoas ativas. (OLIVEIRA et al., 2006)
4.2 PICOLINATO DE CROMO
O cromo é um elemento essencial que apresenta uma série de funções no corpo e foi
relatado como potencializador dos efeitos de insulina, conhecido como fator de tolerância à
glicose (GOMES & TIRAPEGUI, 2005). Por apresentarem efeitos anabólicos da insulina,
espera-se que a incorporação de aminoácidos na proteína muscular seja estimulada,
melhorando a resposta de adaptação ao treinamento (VOLEK et al., 2006). Por agir
estimulando a sensibilidade à insulina, o cromo influencia também no metabolismo protéico,
promovendo um maior estímulo de captação dos aminoácidos e por conseqüência,
aumentando a síntese protéica (MERTZ, 1992). Alguns estudos sugerem que atletas em
formação podem ter requisitos mais elevados do que indivíduos sedentários na utilização do
cromo como suplemento. O cromo é bastante utilizado por atletas e é vendido geralmente
como forma de ácido picolínico, forma relatada para melhorar a absorção de cromo (ANTON
et al., 2008). O cromo em excesso no sangue não é absorvido pelos rins e assim é secretado
pela urina. Após grande ingestão de carboidratos é comum observar o aumento de
concentração de cromo na urina, principalmente em forma de açúcar (VOLEK et al., 2006).
Durante exercícios aeróbicos prolongados a concentração plasmática de cromo aumenta e por
um período de duas horas mantém-se elevada após o término da atividade. Nos dias de prática
esportiva uma maior excreção de cromo pela urina é tida como efeito agudo e crônico do
exercício físico (GOMES & TIRAPEGUI, 2000).
16 A utilização da suplementação da dieta com picolinato de cromo foi proposta nos
estudos para realçar a resposta adaptativa do programa de treinamento de força, visando o
aumento da massa magra (GOMES & TIRAPEGUI, 2005). Nenhuma medida direta da massa
muscular foi apresentada em estudos, no entanto, os resultados dos estudos devem ser
avaliados com cautela (MAUGHAN, 1999). Uma série de estudos que usaram uma
metodologia adequada não conseguiu reproduzir resultados significantes sobre o efeito da
suplementação com cromo no ganho da massa muscular magra. No entanto, a suplementação
com cromo continua sendo popular no meio esportivo por existirem também vários outros
estudos que confirmam o efeito benéfico desta suplementação (GOMES & TIRAPEGUI,
2000).
A suplementação alimentar com polinato de cromo voltado para o esportista não
decorre somente da preocupação da ocorrência de deficiência orgânica, mas principalmente
pelo motivo do cromo favorecer a via anabólica por meio do aumento da sensibilidade à
insulina que, por conseqüência, estimula a captação dos aminoácidos e também a síntese
protéica. Assim aumenta-se a resposta metabólica adaptativa decorrente do próprio
treinamento. Este fato pode ocasionar um aumento corporal de massa muscular. Alguns
estudos especulam o efeito lipolítico causado pelo cromo, porém, existem muitos resultados
de estudos em humanos que ainda são controversos. Por outro lado, a suplementação de
cromo pode servir de auxílio para o controle da glicemia de indivíduos praticantes de
atividade física (VOLEK, et al., 2006; ANTON et al., 2008; MERTZ, 1992; WOLF, 2000).
4.3 A GLUTAMINA COMO SUPLEMENTAÇÃO
O atleta tem como objetivo em seu treinamento aperfeiçoar sua capacidade física para
obter um melhor desempenho nas competições a serem realizadas. Isso faz com que o mesmo
procure novos métodos para atingir o tal objetivo. O período de recuperação entre as sessões
de treinamento é de fundamental importância no desenvolvimento do atleta. Isso para que
ocorram adaptações fisiológicas, como as alterações morfológicas e a supercompensação das
reservar energéticas (JUNIOR et al., 2000). Diversos estudos sobre o papel desse aminoácido
na síntese protéica, volume celular e síntese de glicogênio sugerem que ele possa promover o
crescimento muscular e diminuir a imunossupressão induzida pelo exercício (BACURAU,
2007). A glutamina exerce papel estimulador sobre a síntese protéica, através do aumento do
volume celular e da pressão osmótica. A concentração intramuscular de glutamina pode
regular o catabolismo e anabolismo protéico. Logo, a suplementação deste aminoácido em
17 indivíduos submetidos a fatores estressantes, como cirurgia, contribui para que a queda da
síntese protéica não seja tão acentuada (CRUZAT et al., 2009).
A glutamina é o aminoácido livre mais abundante no plasma e no tecido muscular
(MCARDLE et. al., 2001) é utilizada em altas taxas por células que apresentam divisão
rápida, incluindo os leucócitos, para fornecer energia e favorecer a biossíntese de nucleotídeos
(TIRAPEGUI, 2005). O principal tecido responsável pela síntese, estoque e liberação de
glutamina é o tecido muscular, o qual apresenta atividade das enzimas glutamina sintetase e
aminotransferase de aminoácidos de cadeia ramificada (CRUZAT et al., 2009). O músculo
esquelético faz com que aumente a taxa de liberação e de síntese de glutamina, respondendo
ao aumento da demanda por outros órgãos e tecidos do corpo. Desta forma, a concentração de
glutamina intramuscular está diminuída em diversos estados catabólicos, como traumas,
cirurgias, diabetes não controlado, queimaduras e exercícios prolongados de alta intensidade
(TIRAPEGUI, 2005).
A suplementação com glutamina para atletas visa o bem-estar geral do indivíduo e
apresenta também um papel relevante sobre a regulação do metabolismo de carboidratos, da
síntese protéica e da funcionalidade do sistema imune (ROWBOTTOM et al., 1996).
Diversos estudos têm indicado que o exercício intenso e prolongado é acompanhado por
alterações nas concentrações plasmáticas de alguns aminoácidos, incluindo principalmente a
glutamina (JUNIOR et al., 2000). A glutamina desempenha um papel importante na função
imune normal (ROWBOTTOM et al., 1996). É um combustível metabólico para as células
que combatem doenças, particularmente os linfócitos e macrófagos que defendem contra
infecções. Tendo em vista que as concentrações plasmáticas de glutamina caem após um
exercício prolongado de alta intensidade, uma deficiência de glutamina se associa com a
imunossupressão causada pelo exercício enfraquecido (CRUZAT et al., 2009). Algumas
literaturas acreditam que a suplementação com glutamina poderia reduzir a maior tendência à
infecções do trato respiratório superior, observada com freqüência após uma competição
prolongada ou uma sessão de treinamento exaustivo (LAGRANHA et al., 2008). Outros
estudos realizados dizem que o efeito da glutamina sobre o risco pós-exercício de infecção
não poderia ser atribuído a qualquer mudança na distribuição dos linfócitos sanguíneos. Pelo
treinamento com exercícios mais moderados, porém realizados com ratos, a suplementação
com glutamina não beneficia o metabolismo dos linfócitos nem a função imune. No entanto,
há controvérsias a respeitos dos efeitos da suplementação de glutamina, lembrando que
grande parte dos estudos foi feito com testes realizados em ratos (ROHDE et al., 1998).
18 Atualmente, existe uma limitada base sobre a influência da suplementação de
glutamina no desempenho esportivo, comprovados de fato, no qual apresentam resultados
padronizados e claros. Várias literaturas dizem que a suplementação de glutamina apresenta
um efeito benéfico nos exercícios, embora este efeito positivo não tenha comprovação clara
em humanos, e sim, possivelmente em ratos (LAGRANHA et al., 2008). Apesar da atração da
hipótese sobre os efeitos benéficos, ainda não foi comprovado também que não existe uma
ligação clara entre o exercício intenso, comprometendo a função imune e tendência à
infecção. No entanto, a suplementação de glutamina para atletas está sendo cada vez mais
promovida no mercado e os suplementos estão disponíveis de forma generalizada nos
estabelecimentos de nutrição esportiva. A evidência de que a suplementação de glutamina é
benéfica está longe de ser clara, mas não deixa de ser uma área de pesquisa interessante e que
no futuro próximo poderá ser esclarecida (ROHDE et al., 1998 ; LAGRANHA et al., 2008;
MAUGHAN, 1999).
5 RECURSOS ERGOGÊNICOS FARMACOLÓGICOS E QUÍMICOS
Muitos atletas de vários níveis de competição utilizam agentes farmacológicos e
químicos por acreditarem que uma droga específica pode influenciar positivamente a força, a
potência ou a endurance nos treinamentos de suas modalidades específicas. Na cultura
competitiva orientada para as drogas, o uso destas, com finalidades ergogênicas continua
aumentando entre atletas que procuram o sucesso no meio desportivo (MCARDLE et. al.,
2001). Pode-se fazer muito pouco para evitar que o uso abusivo destas drogas não sejam
recorridas pelos atletas, apesar da escassa evidência científica sobre o efeito benéfico do
aprimoramento do desempenho destas substâncias químicas (CALFEE & FADALE, 2006).
Por ironia dos fatos, os atletas em geral fazem de tudo para promover os aspectos da boa
saúde,
treinando
intensamente,
procurando fazer
uma
boa
alimentação, fazendo
acompanhamentos médicos com freqüência, e ainda assim ingerem intencionalmente estes
agentes sintéticos, muitos dos quais induzem efeitos de saúde negativos (VENÂNCIO et al.,
2010).
19 5.1 ESTERÓIDES ANABÓLICOS
Os esteróides anabólicos funcionam de maneira semelhante à testosterona, o principal
hormônio masculino (SILVA & MOREAU, 2003). Por adquirir uma fixação com os locais
receptores especiais no músculo e em outros tecidos, a testosterona contribui para as
características sexuais secundárias masculinas, incluindo as diferenças sexuais quando se diz
respeito à massa muscular e a força que se manifesta no início da puberdade (SILVA et al.,
2002). É no testículo o local principal onde ocorre a produção de testosterona (95%), já o
restante é produzido pelas glândulas supra-renais. Os efeitos androgênicos ou masculinizantes
do hormônio muitas vezes são minimizados pela manipulação sintética da estrutura química
do esteróide, de modo que aumente o crescimento muscular em virtude do acúmulo anabólico
de tecidos e da retenção de nitrogênio (CUNHA et al., 2005). A ingestão de androgênios
anabólicos exógenos reprime o hormônio luteinizante (LH) hipofisário, inibindo assim a
liberação de testosterona endógena. Esses efeitos masculinizantes dos esteróides obtidos
sinteticamente ocorrem também nas mulheres, por causarem alterações químicas
(VENÂNCIO et al., 2010).
Nos últimos tempos essas drogas estão sendo cada vez mais utilizada por atletas, e na
sua maior parte, são atletas envolvidos em esportes de força e velocidade que visam a
melhoria do desempenho físico nas competições. Entretanto, a procura não se restringe só a
esta área. O uso abusivo dos esteróides anabolizantes também é muito utilizado por
freqüentadores de academias, interessados nas alterações provocadas na composição corporal,
tais como, ganho de massa magra e redução da gordura subcutânea (SILVA et al., 2002).
Os esteróides apresentam alguns efeitos gerais que são considerados como benefício
no mundo esportivo, como a ligação de receptores androgênicos, que promove um saldo
positivo de nitrogênio no músculo, produzindo um estado anabólico. No entanto, no indivíduo
fisiológico normal do sexo masculino, a testosterona endógena quase satura os receptores de
andrógenos disponíveis, fazendo com que esse efeito benéfico se torne duvidoso (CALFEE &
FADALE, 2006). Assim, torna-se fundamental que os esteróides sejam também anticatabólicos. Em um indivíduo com overtraining, os glicocorticóides estão cada vez mais
soltos, promovendo a quebra de glicogênio muscular para energia. Depois, receptores de
andrógenos disponíveis ficam saturados, os esteróides exógenos inibem a ligação de
glicocorticóides catabólicos, preservando o ganho de massa muscular (IRIART &
ANDRADE, 2002). Literaturas comprovam o efeito significativo no emocional dos atletas e
20 dos que utilizam estas drogas. O aumento da agressividade torna-se nítido e mais freqüente
(SILVA et al., 2002).
Apesar dos vários efeitos colaterais causados por estas drogas, ainda assim é
comprovada que elas realmente fazem aumentar as medidas de massa muscular e força,
diminuindo um volume grande de gordura. Estes são os efeitos esperados pelos atletas de alta
performance. Estas drogas aumentam a força isocinética e isométrica assim como a massa
muscular e a formação de novas fibras musculares (VENÂNCIO et al., 2010). Grande parte
das literaturas relacionadas relataram que os usuários dos esteróides tiveram efeitos subjetivos
adversos (SILVA & MOREAU, 2003; CUNHA et al., 2004; CUNHA et al. 2005; CALFEE &
FADALE, 2006). A suplementação de esteróide tem efeitos potenciais adversos em vários
sistemas dos organismos. Do ponto de vista endócrino, esteróides exógenos proporcionam a
inibição do feedback dos luteinizante e folículo-estimulante de hormônios que resultando
numa possível atrofia testicular e infertilidade (CALFEE & FADALE, 2006). Outros efeitos
comuns são apresentados com o uso dos esteróides, tais como a calvície precoce, acne, a
puberdade precoce, entre outros. Os esteróides têm um impacto sobre o sistema
cardiovascular, de modo a afetar negativamente o perfil lipídico, elevando a pressão arterial e
causando hipertrofia no ventrículo esquerdo (IRIART & ANDRADE, 2002). Vários outros
efeitos adversos podem ser apresentados com o uso da tal droga, podendo gerar muitas vezes
prejuízo para a saúde do indivíduo (VENÂNCIO et al., 2010).
5.2 HORMÔNIO DO CRESCIMENTO
O hormônio do crescimento (GH), também conhecido como somatotropina, compete
com os esteróides anabólicos no mercado das hipotéticas drogas capazes de aprimorar a
síntese tecidual e o desempenho físico (CALFEE & FADALE, 2006). A adeno-hipófise
produz o GH. Este hormônio funciona como poderoso agente anabólico e lipolítico envolvido
nos processos de síntese tecidual e no crescimento humano. Mais especificadamente, o GH
estimula o crescimento do osso e da cartilagem, acelera a oxidação dos ácidos graxos e reduz
o fracionamento de glicose e dos aminoácidos (CRUZAT et al., 2008).
O GH é um dos principais hormônios envolvidos no processo de crescimento, tendo
ações anabólicas e catabólicas específicas para cada tipo de tecido corporal. De modo geral,
as ações catabólicas são opostas à ação da insulina, promovendo o aumento da lipólise e da
glicose sanguínea. Em contrapartida, a sua ação metabólica é semelhante à insulina, no que se
refere ao estímulo à captação de aminoácidos pelas células (STROBL & THOMAS, 1994).
21 Porém, com referência ao metabolismo de carboidratos e lipídios, a sua ação também pode ser
contrária, desencadeando efeitos hiperglicemiantes e lipolíticos. Esses efeitos são condizentes
com o estímulo do crescimento, pois estes processos requerem uma maior disponibilidade de
energia e maior internalização de aminoácidos para ativar a síntese protéica (SUTTON &
LAZARUS, 1976).
Embora o GH tenha muitos benefícios para aqueles que apresentam deficiência
congênita, ele não parece ter grandes promessas similares para atletas que procuram uma vida
saudável. Não existem provas conclusivas que dizem que o GH aumenta o desempenho
atlético (FRISCH, 1999). De fato, atletas com excesso de GH apresentam um modelo de
estrutura muscular mais atraente, causado pelo efeito de diminuição da gordura subcutânea e
pela tonificação muscular (ROSEN, 2000). Além destes fatores, o GH também apresenta
riscos de saúde para os atletas usuários desta droga. A forma de aplicação desta droga com o
uso de agulhas não esterilizadas aumenta o risco de contrair hepatite e o HIV. Também são
inclusos o fechamento prematuro das epífises, o alargamento da mandíbula, a hipertensão,
entre outros (YARASSHESKI, 1994).
Tendo em vista que o GH ocorre naturalmente no corpo, não existe atualmente uma
maneira perfeitamente segura de detectar sua utilização como substância ergogênica. Por
apresentarem vários riscos à saúde, quando são utilizados sem necessidade específica, esta
droga é considerada proibida no meio esportivo. Porém, o uso do GH derivado de cadáveres é
utilizado como forma de tratamento de crianças com baixas estaturas. Mesmo assim, quando
utilizado para tratamento, adquire-se também um risco de contrair a doença de CreutzfeldtJakob, um distúrbio infeccioso, incurável e fatal de determinação cerebral (STROBL &
THOMAS, 1994). Outros efeitos colaterais menos óbvios podem ocorrer com o uso indevido
deste hormônio como a resistência à insulina o que pode levar à diabetes do tipo 2 e também à
retenção de água e compressão do túnel carpo (SUTTON & LAZARUS, 1976).
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os atletas estão sempre à procura de suplementos nutricionais que lhes possam trazer
alguma vantagem significativa sobre seu desempenho e sobre seus concorrentes. Para isto,
estão dispostos a irem longe para encontrar meios eficazes de suplementação nutricional para
atingirem este objetivo. Isso explica, em parte, o aumento do uso generalizado de drogas
ilegais no desporto, mas a dificuldade está em encontrar algo que seja realmente eficaz na
melhoria do desempenho, algo que não seja contra as regras do desporto. É importante que
22 qualquer substância química a ser utilizada não apresente efeitos colaterais que venham a
prejudicar a saúde física e psicológica. Existem muitos recursos ergogênicos que são
realmente eficazes para o desempenho físico e que não apresentam riscos. Os exemplos mais
comuns são os suplementos de carboidratos e bebidas esportivas. Vários componentes
essenciais na dieta, incluindo proteínas, ácidos graxos essenciais, vitaminas, minerais, entre
outros, podem ser considerados na categoria dos suplementos significadamente vantajosos.
Estes componentes são essenciais para a manutenção da saúde e função fisiológica normal do
corpo humano. No entanto, a suplementação acima no nível exigido para a manutenção da
saúde não é capaz de melhorar o desempenho físico e, ainda assim, pode vir a prejudicar a
saúde.
As substâncias ergogênicas discutida nesta revisão são apenas algumas da vária
utilizada pelos atletas e por pessoas que procuram melhorar seu desempenho físico. Elas
representam as de grande interesse na atualidade, embora não necessariamente tenha a sua
eficácia comprometida. Estes suplementos estão em várias lojas do mercado. Todos garantem
um melhor desempenho, porém poucos possuem comprovação em alguma revista publicada.
Grande parte destes suplementos faz afirmações extravagantes e são vendidos a preços
inflacionados e consumidos por boa parte da população, especificadamente os atletas.
REFERÊNCIAS
ABRAHAMSSON, K.; ERIKSSON, B. O.; HOLME, E.; JODAL, U.; JONSSON, A.;
LINDSTEDT, S. Pivalic acid-induced carnitine deficiency and physical exercise in humans.
Metabolism: clinical and experimental, New York, 45(12): 1501-7, Dez., 1996.
ALTIMARI, L. R.; CYRINO, E. S.; ZUCAS, S. M.; BURINI, R. C. Efeitos ergogênicos da
cafeína sobre o desempenho físico. Rev. Paul. Educ. Física, São Paulo, 14(2): 141-58,
jul./dez., 2000.
ALTIMARI, L. R.; MELO, J.; TRINDADE, M.; TIRAPEGUI, J.; CYRINO, E. Efeito
ergogênico da cafeína na performance em exercícios de média e longa duração. Rev. Port. de
Ciên. do Desporto, São Paulo, vol. 5, nº 1 (87-101), 2005.
23 ALTIMARI, L. R.; MORAES, A. C.; TIRAPEGUI, J.; MOREAU, R. L. M. Cafeína e
performance em exercícios anaeróbios. Rev. Bras. De Ciên. Farmacêuticas, São Paulo, vol.
43, nº 1, jan/mar., 2006.
ANTON, S. D.; MORRISON, C. D.; CEFALU, W. T.; MARTIN, C. K.; COULON, S.;
GEISELMAN, P.; HAN, H.; WHITE, C. L.; WILLIAMSON, D. A. Effects of chromium
picolinate on food intake and satiety. Diabetes Technol Ther, Luisiana, 10 (5): 405-12, out.,
2008.
BACURAU, R. F. Nutrição e suplementação esportiva. 5ª Ed. São Paulo, Phorte, 2007. p.
257-271.
BARNETT, C.; COSTILL, D. L.; VUKOVICH, M. D.; COLE, K. J.; GOODPASTER, B. H.;
TRAPPE, S. W.; FINK, W. J. Effect of L-carnitine supplementation on muscle and blood
carnitine content and lactate accumulation during high-intensity sprint cycling. Int. J. Sport
Nutr., Muncie, 4(3): 280-8, set.,1994.
BRASS, E. P. Supplemental carnitine and exercise. Am. J. Clin. Nutr., Torrance, 72(2
Suppl): 6185-23S, ago., 2000.
BRENELLI, E. C. S. A extração de cafeína em bebidas estimulantes – Uma nova abordagem
para um experimento clássico em química orgânica. Quím. Nova, São Paulo, Vol. 26, nº 1, p.
136-138, jan/fev., 2003.
CALFEE, R.; FADALE, P. Popular ergogenic drugs and supplements in Young athletes.
Pediatrics, Providence, 117(3): e577-89, mar., 2006.
CASTRO, F. J.; SCHERER, R.; GODOY, H. T. Avaliação do teor e da estabilidade de
vitaminas do complexo b e vitamina c em bebidas isotônicas e energéticas. Quim. Nova, Vol.
29, nº 4, p. 719-723, mar., 2006.
24 CAZÉ, R. F.; FRANCO, G. A. M.; PORPINO, S. K. P.; SOUZA, A. A.; PADILHAS, O. P.;
SILVA, A. S. Influência da cafeína na resposta pressórica ao exercício aeróbio em sujeitos
hipertensos. Rev. Bras. Med. Esporte, João Pessoa, Vol. 16, nº 5, set./out., 2010.
CERRETELLI, P.; MARCONI, C. L-carnitine supplementation in humans. The effects on
physical performance. Int. J. Sports Med., Geneva, 11(1): 1-14, Fev., 1990.
CONGER, S. A.; WARREN, G. L.; HARDY, M. A.; MILLARD-STAFFORD, M. L. Does
caffeine added to carbohydrate provide additional ergogenic benefit for endurance? Int. J.
Sport Nutr. Exerc. Metab., 21(1): 71-84, Fev., 2011.
CUNHA, T. S.; CUNHA, N. S.; MOURA, M. J. C. S.; MARCONDES, F. K. Esteróides
anabólicos androgênicos e sua relação com a prática desportiva. Rev. Bras. Ciên.
Farmacèuticas, Piracicaba, Vol. 40, nº 2, abr./jun., 2004.
CUNHA, T. S.; TANNO, A. P.; MOURA, M. J. C. S.; MARCONDES, F. K. Relação entre a
administração
de
esteróide
anabólico
androgênico,
treinamento
físico
aeróbio
e
supercompensação do glicogênio. Rev. Bras. Med. Esporte, Piracicaba, Vol. 11, nº 3,
mai./jun., 2005.
CRUZAT, V. F.; PETRY, E. R.; TIRAPEGUI, J. Glutamina: aspectos bioquímicos,
metabólicos, moleculares e suplementação. Rev. Bras. Med. Esporte, São Paulo, Vol. 15, nº
5, set./out., 2009.
DAWSON, B.; CUTLET, M.; MOODY, A.; LAWRENCE, S.; GOODMAN, C.; RANDALL,
N. Effect of oral creatine loading on single and repeated maximal shorts sprints. Austr. J. of
Scie. Med. Sports, Camberra, Vol. 27, nº 3, p. 56-61, 1995.
FISHER, S. M.; MCMURRAY, R. G.; BERRY, M.; MAR, M. H.; FORSYTHE, W. A.
Influence of caffeine on exercise performance in habitual caffeine users. Int. J. Sports Med.,
7(5): 276-80, out., 1986.
FONTANA, K. E.; VALDES, H.; BALDISSERA, V. Glutamina como suplemento
ergogênico. Rev. Bras. Ciên. e Movimento, Brasília, Vol. 11, nº 3, p. 91-96, jul./set., 2003.
25 FOSS, M. L.; KETEYIAN, S. J. Bases fisiológicas do exercício e do esporte. 6ª Ed. Rio de
Janeiro, Guanabara Koogan, 1998. p. 446-457.
FRISCH, H. Growth hormone and body composition in athletes. J. Endocrinol Invest.,
Vienna, 22(5 Suppl): 106-9, 1999.
GOMES, R. V.; AOKI, M. S. Suplementação de creatina anula o efeito adverso do exercício
de endurance sobre o subseqüente desempenho de força. Rev. Bras. Med. Esporte, São
Paulo, Vol. 11, nº 2, Mar./Abr., 2005.
GOMES, M. R.; TIRAPEGUI, J. Relação de alguns suplementos nutricionais e o desempenho
físico. Arch. Latinoam. Nutr., Caracas, 50(4): 317-329, Dez., 2000.
GOMES, M. R.; ROGERO, M. M.; TIRAPEGUI, J. Considerações sobre cromo, insulina e
exercício físico. Rev. Bras. Med. Esporte, São Paulo, Vol. 11, nº 5, Set./Out., 2005.
GRAHAM, T. E. Caffeine and exercise: metabolism, endurance and performance. Sports
Med., Ontário, 31(11): 785-807, 2001.
GREENHAFF, P. L. Creatine and its application as an ergogenic aid. Int. J. Sport Nutr.,
Nottingham, 5 Suppl: S100-10, Jan., 1995.
GUALANO, B.; ACQUESTA, F. M.; UGRINOWITSCH, C.; TRICOLI, V.; SERRÃO, J. C.;
JUNIOR, A. H. L. Efeitos da suplementação de creatina sobre força e hipertrofia muscular:
atualização. Rev. Bras. Med. Esporte, São Paulo, Vol. 16, nº 3, Mai./Jun., 2010.
GUTTIERRES, A. P. M.; NATALI, A. J.; ALFENAS, R. C. G.; MARTINS, J. C. B. Efeito
ergogênico de uma bebida esportiva cafeinada sobre a performance em testes de habilidades
específicas do futebol. Rev. Bras. Med. Esporte, Juiz de Fora, Vol. 15, nº 6, Nov./Dez.,
2009.
26 IRIART, J. A. B.; ANDRADE, T. M. Musculação, uso de esteróides anabolizantes e
percepção de risco entre jovens fisiculturistas de um bairro popular de Salvador, Bahia,
Brasil. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 18(5): 1379-1387, Set./Out., 2002.
JUHN, M. S. Popular sports supplements and ergogenic aids. Sports Med., Washington,
33(12): 921-939, 2003.
JUNIOR, J. R. G.; PITHON-CURI, T. C.; CURI, R. Conseqüências do exercício para o
metabolismo da glutamina e função imune. Rev. Bras. Med. Esporte, São Paulo, Vol. 6, nº
3, Mai./ Jun., 2000.
JUNIOR, T. P. S.; PEREIRA, B. Creatina: auxílio ergogênico com potencial antioxidante?
Rev. Nutr., Campinas, 21(3): 349-353, mai./jun., 2008.
LAGRANHA, C. J.; LEVADA-PIRES, A. C.; SELLITTI, D. F.; PROCOPIO, J.; CURI, R.;
PITHON-CURI, T. C. The effect of glutamine supplementation and physical exercise on
neutrophil function. Amino Acids, São Paulo, 34(3): 337-46, Abr., 2008.
LEAL, F. L. T.; MARREIRO, D. N. Considerações sobre a participação da creatina no
desempenho físico. Rev. Bras. Cine. Des. Humano, Piauí, 10(3): 294-300, 2008.
LEMON, P. W.; TARNOPOLSKY, M. A.; MACDOUGALL, J. D.; ATKINSON, S. A.
Protein requirements and muscle mass/strength changes during intensive training in novice
bodybuilders.J. Appl. Physiol, Ohio, 73(2): 767-75, Ago., 1992.
MARIA, C. B.; MOREIRA, R. F. A. Cafeína: revisão sobre métodos de análise. Quim. Nova,
Rio de Janeiro, Vol. 30, nº 1, p. 99-105, 2007.
MAUGHAN, R. J. Nutritional ergogenic aids and exercise performance. Nutr. Res. Reviews,
Aberdeen, 12(2): 255-80, Dez., 1999.
MCARDLE, W. D.; KATCH, F. I.; KATCH, V.L. Fisiologia do exercício: energia, nutrição
e desempenho humano. 4ª Ed. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 1996. p. 435-451.
MCARDLE, W.; KATCH, F.; KATCH, V. Nutrição para o desporto e o exercício. 1ª Ed.
Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2001. p. 292-319.
MENDES, R. R.; TIRAPEGUI, J. Creatina: o suplemento nutricional para a atividade física –
Conceitos atuais. Arch. Latinoam. Nutr., São Paulo, 52(2): 117-127, jun., 2002.
27 MERTZ, W. Chromium. History and nutritional importance. Biol. Trace Elem. Res., 32: 3-8,
Jan./Mar., 1992.
MORAES, M. R.; AOKI, M. S.; ARAÚJO, R. C.; HIGA, E. M. S.; MOURO, M. G.;
BACURAU, R. F. P. Suplementação protéica não aumenta a concentração plasmática de
óxido nítrico em homens saudáveis. Rev. Bras. Med. Esporte, São Paulo, Vol. 15, nº 2,
Mar./Abr., 2009.
MUJIKA, I.; PADILLA, S. Creatine supplementation as an ergogenic aid for sports
performance in highly trained athletes: a critical review. Int. J. Sports Med., Basque
Country, 18(7): 491-6, Out., 1997.
OLIVEIRA, P. V.; BAPTISTA, L.; MOREIRA, F.; JUNIOR, A. H. L. Correlação entre a
suplementação de proteína e carboidrato e variáveis antropométricas e de força em indivíduos
submetidos a um programa de treinamento com pesos. Rev. Bras. Med. Esporte, São Paulo,
Vol. 12, nº1, Jan./Fev., 2006.
PERALTA, J.; AMANCIO, O. M. S. A creatina como suplemento ergogênico para atletas.
Rev. Nutr., Campinas, 15(1): 83-93, Jan./ Abr., 2002.
POWERS, S. K.; DODD, S. Caffeine and endurance performance. Sports Med., Ontário,
2(3): 165-74, Mai./Jun., 1985.
POWERS, S. K.; HOWLEY, E. T. Fisiologia do exercício: teoria e aplicação ao
condicionamento e ao desempenho. 3ª Ed. São Paulo, Manole, 2000. p. 430-446.
REDONDO, D. R.; DOWLING, E. A.; GRAHAM, B. L.; ALMADA, A. L.; WILLIAMS, M.
H. The effect of oral creatine monohydrate supplementation on running velocity. Int. Jour.
Of Spo. Nutr., Stuttgart, Vol. 6, nº 3, p. 213-221, 1996.
RIEGEL, R. E. Bioquímica nutricional do exercício físico. 1ª Ed. São Leopoldo, Unisinos,
2005. p. 235-247.
28 ROHDE, T.; MACLEAN, D. A.; PEDERSEN, B. K. Effect of glutamine supplementation on
changes in the immune system induced by repeated exercise. Med. Sci. Sports Exerc.,
Denmark, 30(6): 856-62, Jun., 1998.
ROSEN, C. J. Growth hormone and aging. Endocrine, 12(2): 197-201, Abr., 2000.
ROWBOTTOM, D. G.; KEAST, D.; MORTON, A. R. The emerging role of glutamine as an
indicator of exercise stress and overtraining. Sports Med., Perth, 21(2): 88-97, Fev., 1996.
SILVA, L. S. M. F.; MOREAU, R. L. M. Uso de esteróides anabólicos androgênicos por
praticantes de musculação de grandes academias da cidade de São Paulo. RBCF, Ver. Bras.
Ciên. Farm. (Impr.), 39(3): 327-333, Jul./Set., 2003.
SILVA, P. R. P.; DANIELSKI, R.; CZEPIELEWSKI, M. A. Esteróides anabolizantes no
esporte. Rev. Bras. Med. Esporte, Porto Alegre, Vol. 8, nº 6, Nov./Dez., 2002.
SLIVKA, D.; HAILES, W.; CUDDY, J.; RUBY, B. Caffeine and carbohydrate
supplementation during exercise when in negative energy balance: effects on performance,
metabolism, and salivary cortisol. Appl. Physiol Nutr. Metab., Missoula, 33(6): 1079-85,
Dez., 2008.
SPRIET, L. L.; MACLEAN, D. A.; DYCK, D. J.; HULTMAN, E.; CEDERBLAD, G.;
GRAHAM, T. E. Caffeine ingestion and muscle metabolism during prolonged exercise in
humans. Am. J. Physiol, Ontario, 262(6 Pt 1): E891-8, Jun., 1992.
SPRIET, L. L. Anaerobic metabolism during high-intensity exercise. Hargreaves, M.,
Human Kinetics, p. 1-39, 1995.
SPRIET, L. L.; PETERS, S. J. Influence of diet on the metabolic responses to exercise. Proc.
Nutr. Soc., Ontario, 57(1): 25-33, Fev., 1998.
STROBL, J. S.; THOMAS, M. J. Human growth hormone. Pharmacol. Rev., Vol. 46, p. 134, 1994.
29 SUTTON, J.; LAZARUS, L. Growth hormone in exercise: comparison of physiological and
pharmacological stimuli. J. Appl. Physiol., Vol. 41, p. 523-527, 1976.
TERRILLION, K. A.; KOLKHORST, F. W., DOLGENER, F. A., JOSLYN, S. J. The effect
of creatine supplementation on two 700-m maximal running bouts. Int. J. Sport Nutr., Cedar
Falls, 7(2): 138-43, Jun., 1997.
TIRAPEGUI, J. Nutrição: Fundamentos e aspectos atuais. 1ª Ed. São Paulo, Atheneu,
2002. p. 161-176.
TIRAPEGUI, J. Nutrição, metabolismo e suplementação na atividade física. 1ª Ed. São
Paulo, Atheneu, 2005. p. 131-181.
TITLOW, L. W.; ISHEE, J. H.; RIGGS, C. E. Failure of caffeine to affect metabolism during
60 min submaximal exercise. J. Sports Sci., Conway, 9(1): 15-22, 1991.
VAN SOEREN, M. H.; GRAHAM, T. E. Effect of caffeine on metabolism, exercise
endurance, and catecholamine responses after withdrawal. J. Appl. Physiol., 85(4): 1493501, Out., 1998.
VENÂNCIO, D. P.; NÓBREGA, A. C. L.; TUFIK, S.; MELLO, M. T. Avaliação descritiva
sobre o uso de esteroides anabolizantes e seu efeito sobre as variáveis bioquímicas e
neuroendócrinas em indivíduos que praticam exercício resistido. Rev. Bras. Med. Esporte,
Niterói, Vol. 16, nº 3, Mai./Jun., 2010.
VOLEK, J. S.; SILVESTRE, R.; KIRWAN, J. P.; SHARMAN, M. J.; JUDELSON, D. A.;
SPIERING, B. A.; VINGREN, J. L. Effects of chromium supplementation on glycogen
synthesis after high-intensity exercise. Med. Sci. Sports Exerc., Storrs, 38(12): 2102-9, Dez.,
2006.
VUKOVICH, M. D.; COSTILL, D. L.; FINK, W. J. Carnitine supplementation: effect on
muscle carnitine and glycogen content during exercise. Med. Sci. Sports Exerc., Muncie,
26(9): 1122-9, Set., 1994.
30 WILLIAMS, M. H.; BRANCH, J. D. Creatine supplementation and exercise performance: an
update. J. Am. Coll. Nutr., 17(3): 216-34, Jun., 1998.
WILMORE, J. H.; COSTILL, D. L. Fisiologia do esporte do exercício. 2ª Ed. São Paulo,
Manole, 2001. p.408-442.
WOLFE, R. R. Protein supplements and exercise. Am. J. Clin. Nutr., Galveston, 72(2
Suppl): 551S, Ago., 2000.
WOLINSKY, I.; HICKSON JR., J. F. Nutrição no exercício e no esporte. 2ª Ed. São Paulo,
Roca, 1996. p. 325-336.
YARASHESKI, K. E. Growth hormone effects on metabolism, body composition, muscle
mass, and strength. Exerc. Sport Sci. Rev., St. Louis, 22: 285-312, 1994.
Download

Karina Vilarino Trindade - Universidade Católica de Brasília