Microeconomia A III
Prof. Edson Domingues
Aula 4
Externalidades
Externalidades

Introdução: fumantes e não-fumantes

Preferências Quase-lineares e Teorema de
Coase

Produção de externalidades

Recursos de Propriedade Comum

Protocolo de Quioto - Mercado de carbono
Referências

VARIAN, H. Microeconomia: princípios
básicos. São Paulo, 2003. (sexta edição)
 Capítulo

33
PINDYCK, R. S., RUBINFELD, D.L.
Microeconomia. São Paulo: Prentice Hall,
2002. (quinta edição)
 Capítulo
18
Externalidades

Em geral, na microeconomia, interação dos
agentes feitas no mercado


Agentes só precisam conhecer os preços e
suas próprias preferências (ou funções de
produção, para as firmas)
E se alguns bens não estão no mercado? Ex.
silêncio noturno, ar limpo

Falta de mercado para estes efeitos
externos (externalidades) causa problemas
na alocação de recursos
Externalidades

Negativas


Positivas


As ações de algum indivíduo ou empresa geram
benefícios para outro indivíduo ou empresa
Produção


As ações de algum indivíduo ou empresa impõem custos
a outro indivíduo ou empresa
Possibilidades de produção de uma empresa
influenciada pelas ações de outra empresa ou
consumidor
Consumo

Consumidor é afetado pela produção ou consumo de
outro agente
Fumantes e não-fumantes

Dois colegas de quarto (A e B)

Preferências sobre dinheiro e cigarro (fumaça)

A: Fumante, preferência por fumaça (- ar puro)
e $$

B: Não-Fumante, preferência por ar puro
(- fumaça) e $$

Ambos têm que consumira a mesma
quantidade de fumaça (ar puro)

$$ pode ser trocado, ambos possuem R$100
de dotação
Fumantes e não-fumantes
Dinheiro, Não-Fumante
R$100
B
E’
Fumaça,
Fumante
X’
X
E
A
Dinheiro, Fumante
R$100
Ar-Puro,
Não-Fumante
Fumantes e não-fumantes

E: A possui (100,0); B possui (100,0), não há
fumaça (ar puro)

E não é eficiente de Pareto: B pode trocar arpuro por mais $$ e ir para X (A paga para
fumar)

E’: A tem o direito de fumar. B pode pagar por
ar-puro, ponto eficiente em X’

Direitos de propriedade sobre o ar-puro
determinam a dotação (E ou E’)

X e X’: igualmente eficientes, com
conseqüências distributivas diferentes (+ ou –
ar-puro)
Fumantes e não-fumantes

E se A acredita que pode fumar e B
acredita que tem direito ao ar-puro?

Direitos de propriedade mal-definidos:
dificuldade para alcançar alocações
eficientes

Produção ineficiente de externalidades:
ambos poderiam melhorar com uma
alocação diferente
Externalidades e direitos de propriedade
B
possui o direito sobre o ar do
quarto.
 B pode vender “direitos de fumar”.
 Existirá alguma fumaça?
 Se existir, quanto de fumaça e qual o
preço por essa poluição?
Externalidades e direitos de propriedade
 p(sA)
preço pago pelo Agente A ao
Agente B para poder fumar o
montante de sA.
Externalidades e direitos de propriedade
Fumaça
Fumaça
1
0
OA
1
yA
mA
yB
mB
0
OB
Externalidades e direitos de propriedade
Fumaça
Fumaça
1
0
OA
1
yA
mA
yB
mB
0
OB
Externalidades e direitos de propriedade
Fumaça
Fumaça
p(sA)
1
1
sA
0
OA
yA
mA
yB
mB
0
OB
Externalidades e direitos de propriedade
Fumaça
Fumaça
p(sA)
1
1
sA
0
OA
yA
mA
yB
mB
0
OB
Ambos
melhoram e
existe uma
quantidade
de fumaça
Externalidades e direitos de propriedade
Fumaça
Fumaça
p(sA)
1
0
OA
1
Estabelecer um
mercado
para transacionar
direitos de fumar
possibilita
alcançar uma
sA
alocação
eficiente
yA
mA
yB
mB
0
OB
Externalidades e direitos de propriedade
 Mude
o direito: agora A possui o
direito sobre o ar do quarto.
 B pode pagar A para ele reduzir a
intensidade de fumaça.
 Quanto existirá de fumaça?
 Quanto B pagará ao fumante (A)?
Externalidades e direitos de propriedade
Fumaça
Fumaça
1
0
OA
1
yA
mA
yB
mB
0
OB
Externalidades e direitos de propriedade
Fumaça
Fumaça
1
0
OA
1
yA
mA
yB
mB
0
OB
Externalidades e direitos de propriedade
Fumaça
Fumaça
p(sB)
1
1
sB
0
OA
yA
mA
yB
mB
0
OB
Externalidades e direitos de propriedade
Fumaça
Fumaça
p(sB)
1
1
sB
0
OA
yA
mA
yB
mB
0
OB
Ambos
melhoram; a
quantidade
de fumaça é
reduzida
Externalidades e direitos de propriedade
Fumaça
Fumaça
p(sB)
1
0
OA
1
Estabelecer um
mercado
transacionar
sB para
direitos de fumar
possibilita
alcançar uma
alocação
eficiente
yA
mA
yB
mB
0
OB
Fumantes e não-fumantes

Direitos de propriedade bem definidos +
mecanismos de negociação:
externalidades podem ser trocadas e
eficiência atingida

Mas a quantidade de fumaça vai
depender da distribuição da dotação
(direitos de propriedade)
Externalidades e direitos de propriedade
Fumaça
Fumaça
p(sA) p(sB)
1
1
sB
sA
0
OA
yA
mA
yB
mB
0
OB
sA sB
Externalidades e direitos de propriedade
 Existe
algum caso em que, no
equilíbrio, ocorre o mesmo montante
de fumaça, não importa a qual
agente é dado o direito de
propriedade?
Preferências Quase-lineares e Teorema de Coase
Dinheiro, Não-Fumante
B
Curvas de Indiferença de A
Alocações
Eficientes de
Pareto
Fumaça,
Fumante
Curvas de Indiferença de B
A
Dinheiro, Fumante
Ar-Puro,
Não-Fumante
Preferências Quase-lineares e Teorema de Coase
Externalidade independe do direito de
propriedade
Para toda alocação eficiente de Pareto,
quantidade única de externalidade
Quantidade eficiente do bem com
externalidade independe da distribuição de
direitos de propriedade: Teorema de Coase
Preferências Quase-lineares e Teorema de Coase
Dinheiro, Não-Fumante
B
E’
Fumaça,
Fumante
Alocações
Eficientes de
Pareto
F
E
A
Dinheiro, Fumante
Tanto com E ou E’, a externalidade, em
equilíbrio, é F.
Ar-Puro,
Não-Fumante
Externalidades e Direito de Propriedade

Teorema de Coase

Quando as partes podem negociar sem
custos e com possibilidade de obter
benefícios mútuos, o resultado das
transações será eficiente,
independentemente de como estejam
especificados os direitos de propriedade
(se as preferências dos agentes são
quasilineares na moeda).
Produção de Externalidades
SIDERURGIA
PESCA
Externalidades de Produção

Siderurgia produz conjuntamente aço
e poluição.

Poluição afeta adversamente a
pesca.

Firma tomadoras de preço.

pS preço do aço.

pF preço da pesca.
Externalidades de Produção

cS(s,x) custo da siderurgia de produzir s
unidades de aço conjuntamente a x
unidades de poluição.

Se a siderurgia não sofre nenhum custo
externo em poluir então sua função de
lucro é
 s ( s, x )  p ss  cs ( s, x )

e o problema da firma é...
Externalidades de Produção
max  s ( s, x )  p ss  cs ( s, x ).
s, x
As condições de primeira ordem para
maximizar o lucro são
Externalidades de Produção
max  s ( s, x )  p ss  cs ( s, x ).
s, x
As condições de primeira ordem para
maximizar o lucro são
 c s ( s, x )
 c s ( s, x )
0
.
ps 
e
x
s
Externalidades de Produção
 c s ( s, x )
ps 
s
Siderurgia deve produzir no nível que
preço = custo marginal de produção
Externalidades de Produção
 c s ( s, x )
ps 
s
Siderurgia deve produzir no nível que
preço = custo marginal de produção
 c s ( s, x )
Taxa na qual o custo interno
x
de produção da firma se reduz com a
elevação da poluição
Externalidades de Produção
 cs ( s, x ) Siderurgia deve produzir no nível que
ps 
preço = custo marginal de produção
s
 c s ( s, x )
x
 c s ( s, x )

x
Taxa na qual o custo interno
de produção da firma se reduz com a
elevação da poluição
É o custo marginal da firma em
reduzir a poluição.
Externalidades de Produção
 c s ( s, x )

x
É o custo marginal da firma em
reduzir a poluição.
Qual o benefício marginal para a siderurgia
em reduzir a sua poluição?
Externalidades de Produção
 c s ( s, x )

x
É o custo marginal da firma em
reduzir a poluição.
Qual o benefício marginal para a siderurgia
em reduzir a sua poluição?
Zero, já que a firma não enfrenta custos
externos.
Então a escolha do nível de poluição é
tal que:
 c s ( s, x )

 0.
x
Externalidades de Produção
Exemplo: cS(s,x) = s2 + (x - 4)2 e
pS = 12. Then
2
2
 s ( s, x )  12s  s  ( x  4 )
As condições de max do lucro são:
12  2s
e
0  2( x  4 ).
Externalidades de Produção
p s  12  2s, determina a max do lucro
Para o nível de produção de aço; s* = 6.
Externalidades de Produção
p s  12  2s, determina a max do lucro
Para o nível de produção de aço; s* = 6.
2( x  4 ) É o custo marginal da firma
de redução da poluição. Como ela não
obtém nenhum benefício, faz x* = 4.
Externalidades de Produção
p s  12  2s, determina a max do lucro
Para o nível de produção de aço; s* = 6.
2( x  4 ) É o custo marginal da firma
de redução da poluição. Como ela não
obtém nenhum benefício, faz x* = 4.
O lucro máximo da siderurgia é, portanto:
 s ( s*, x*)  12s *  s * 2  ( x * 4 ) 2
2
 12  6  6  ( 4  4 )
 $36.
2
Externalidades de Produção

O custo da pesca de obter f unidades
de peixe quando a siderurgia emite x
unidades de poluição é cF(f,x). Dado
f, cF(f,x) cresce com x; i.e. a
siderurgia coloca uma externalidade
negativa sobre a pesca.
Externalidades de Produção

O custo da pesca de obter f unidades
de peixe quando a siderurgia emite x
unidades de poluição é cF(f,x). Dado
f, cF(f,x) cresce com x; i.e. a
siderurgia coloca uma externalidade
negativa sobre a pesca

O lucro da pesca é
 F ( f ; x )  p F f  cF ( f ; x )
então o problema da pesca é
Externalidades de Produção
max  F ( f ; x )  p F f  cF ( f ; x ).
f
As condições de primeira ordem para
maximizar o lucro são
 cF ( f ; x )
pF 
.
f
Externalidades de Produção
max  F ( f ; x )  p F f  cF ( f ; x ).
f
As condições de primeira ordem para
 cF ( f ; x )
maximizar o lucro são
pF 
.
f
Maior poluição eleva o custo marginal de
produção da pesca e reduz tanto a sua
produção como seu lucro. Este é o custo
externo da poluição.
Externalidades de Produção
Exemplo: Seja cF(f;x) = f2 + xf e pF = 10.
O custo externo que afeta a pesca, gerado
pela siderurgia é xf. Como a pesca não
possui controle sobre x deve tomar como
dado a escolha de x. A função lucro da
pesca é portanto
 F ( f ; x )  10f  f 2  xf
Externalidades de Produção
 F ( f ; x )  10f  f
2
 xf
Dado x, a condição de primeira ordem para
maximização do lucro é 10  2f  x.
Externalidades de Produção
 F ( f ; x )  10f  f
2
 xf
Dado x, a condição de primeira ordem para
maximização do lucro é 10  2f  x.
Portanto, dado o nível de poluição x sobre
a pesca, seu nível de produção que maximiza
lucro é
x
f*  5  .
2
Externalidades de Produção
 F ( f ; x )  10f  f
2
 xf
Dado x, a condição de primeira ordem para
maximização do lucro é 10  2f  x.
Portanto, dado o nível de poluição x sobre
a pesca, seu nível de produção que maximiza
x
lucro é
f*  5  .
2
Note que a pesca produz menos, e tem lucro
menor, quando a siderurgia aumenta a sua
poluição.
Externalidades de Produção
x
f *  5  . A siderúrgica, ignorando seu
2
custo externo sobre a pesca, escolhe x* = 4
portanto o nível de produção da pesca
que maximiza seu lucro dada a escolha ótim
da siderurgia é f* = 3, gerando um nível de
lucro para a pesca de
 F (f *; x )  10f * f *2  xf *
2
 10  3  3  4  3  $9.
Note o custo externo de $12.
Externalidades de Produção

A escolha das firmas é eficiente?

Quando a siderurgia ignora os custos
externos de sua escolha, a soma dos
lucros é $36 + $9 = $45.

$45 é o maior lucro total que pode ser
alcançado?
Fusão e Internalização

Suponha que as duas firmas se
tornem uma só (fusão). Qual o maior
lucro que essa empresa pode
alcançar?
Fusão e Internalização
Suponha que as duas firmas se
tornem uma só (fusão). Qual o maior
lucro que essa empresa pode
alcançar?
 m ( s, f , x )  12s  10f  s 2  ( x  4 ) 2  f 2  xf .


Qual a escolha de s, f e x que
maximiza o lucro da nova firma?
Fusão e Internalização
m
2
2
2
 ( s, f , x )  12s  10f  s  ( x  4 )  f  xf .
As condições de primeira ordem para
maximizar o lucro são
A solução é
m

m
 12  2s  0
s 6
s

f
m

x
m
 10  2f  x  0.
fm  4
x
 2( x  4 )  f  0.
m
 2.
Fusão e Internalização
O lucro da firma conjunta é
m
m
 (s , f
 12s
m
m
m
,x )
 10f
m
s
m2
 (x
m
2
 4)  f
m2
 xmf m
 12  6  10  4  6 2  ( 2  4 ) 2  4 2  2  4
 $48.
Maior que $45, a soma dos lucros das
firmas separadas.
Fusão e Internalização

Fusão aumentou a eficiência.

Isoladamente, a produção de aço gera x*
= 4 unidades de poluição.

Na firma conjunta, poluição é de apenas
xm = 2 unidades.

Portanto a fusão levou tanto a aumento
da eficiência como menor nível de
poluição. Por quê?
Fusão e Internalização
A função lucro da siderurgia é
2
2
 s ( s, x )  12s  s  ( x  4 )
portanto o custo marginal de x unidades de
poluição é MCs ( x)  2( x  4)
Quando ela não tem que tratar do custo
externo de poluir, a siderurgia aumenta
sua poluição até o custo margina ser
zero; logo x* = 4.
Fusão e Internalização
Na firma conjunta o lucro é
 m ( s, f , x )  12s  10f  s 2  ( x  4 ) 2  f 2  xf .
Logo o custo marginal da poluição é
m
MC ( x )  2( x  4 )  f
Fusão e Internalização
Na firma conjunta o lucro é
 m ( s, f , x )  12s  10f  s 2  ( x  4 ) 2  f 2  xf .
Logo o custo marginal da poluição é
m
MC ( x )  2( x  4 )  f  2( x  4 )  MCs ( x ).
Fusão e Internalização
Na firma conjunta o lucro é
 m ( s, f , x )  12s  10f  s 2  ( x  4 ) 2  f 2  xf .
Logo o custo marginal da poluição é
m
MC ( x )  2( x  4 )  f  2( x  4 )  MCs ( x ).
O custo marginal da firma conjunta é
maior porque ela sofre todo o custo da sua
própria poluição através dos custos maiores
da pesca, portanto menos poluição é gerada
pela firma conjunta.
Fusão e Internalização

Mas porque o nível de poluição da
firma conjunta xm = 2 é eficiente?
Fusão e Internalização

Mas porque o nível de poluição da
firma conjunta xm = 2 é eficiente?

O custo externo sobre a pesca é xf,
portando o custo marginal externo da
poluição é MCE
x  f.
Fusão e Internalização

Mas porque o nível de poluição da
firma conjunta xm = 2 é eficiente?

O custo externo sobre a pesca é xf,
portando o custo marginal externo da
poluição é MCE  f .
x

O custo da siderurgia de reduzir
poluição é  MCm ( x )  2( x  4 ).
Fusão e Internalização

Mas porque o nível de poluição da
firma conjunta xm = 2 é eficiente?
O custo externo sobre a pesca é xf,
portando o custo marginal externo da
poluição é
E
MCx  f .
 O custo da siderurgia de reduzir
poluição é  MCm ( x )  2( x  4 ).


Eficiência requer
E
m
MCx   MC ( x )  f  2( x  4 ).
Fusão e Internalização

Fusão portanto internaliza uma
externalidade e induz eficiência
econômica.

De que outras formas internalização
pode ocorrer de forma a alcançar
eficiência?
Coase e Externalidades de
Produção

Coase argumenta que a
externalidade existe porque nem a
siderurgia nem a pesca possuem
direitos sobre a água poluída.

Suponha que os direitos de
propriedade sobre a água são
atribuídos a uma das firmas. Isso
induz eficiência?
Externalidades de Produção

Siderurgia:
cS (S, x): custo de produção de aço (S)
x: poluição associada à produção de S
c S ( S , x )
0
x
>> diminuir poluição aumenta o custo de
produzir aço
Externalidades de Produção

Pesca:
cF (F, x); custo de produção de peixe (F)
x: poluição (associada à produção de aço)
c F ( S , x )
0
x
>> aumento da poluição aumenta o custo da pesca
Externalidades de Produção

Criação de mercados para externalidades

Siderurgia:
max pS S – q x – cS (S, x)
S, x

Pesca:
max
pF F + q x – cF (F, x)
F, x
q: preço da poluição por unidade de x
Pesca obtém receita com a poluição “paga” pela
siderurgia
Externalidades de Produção

Criação de mercados para externalidades

Condições de primeira ordem
Siderurgia:
c S ( S , x )
pS 
S
 c S ( S , x )
q
x
Pesca:
(1)
(2)
c F ( F , x )
pF 
F
c F ( F , x )
q
x
(3)
(4)
Externalidades de Produção

Criação de mercados para externalidades

De (2) e (4)
 cS ( S , x) cF ( F , x)

x
x

Mesma condição da firma conjunta.

Resultado eficiente com a criação de um
mercado para poluição
Externalidades de Produção

Criação de mercados para externalidades

E se a siderurgia tivesse o direito de poluir
até x e a firma de pesca tivesse que
pagar por água limpa?

Siderurgia:
max pS S + q( x -x) – cS (S, x)
S, x

Pesca:
max
F, x
pF F – q( x -x) – cF (F, x)
Externalidades de Produção

Criação de mercados para externalidades

Condições de primeira ordem
Siderurgia:
c S ( S , x )
pS 
S
c S ( S , x )
q 
x
Pesca:
(5)
(6)
c F ( F , x )
pF 
F
c F ( F , x )
q
x
(7)
(8)
Externalidades de Produção

Criação de mercados para externalidades

De (6) e (8)
 cS ( S , x) cF ( F , x)

x
x

Mesma condição da firma conjunta e do
direito de propriedade “inverso”.

Resultado eficiente com a criação de um
mercado para poluição
Externalidades de Produção

Criação de mercados para externalidades
1)
Resultado eficiente para a externalidade
independe dos direitos de propriedade
2)
Padrão ótimo de produção (aço, peixe) e
de poluição independe dos direitos de
propriedade
3)
Distribuição dos lucros vai depender dos
direitos de propriedade
(1) É uma versão do Teorema de Coase
Externalidades e Direito de Propriedade

Teorema de Coase

Sob certas circunstâncias, quando as
partes podem negociar sem custos e
com possibilidade de obter benefícios
mútuos, o resultado das transações
envolvendo externalidades será
eficiente, independentemente de como
estejam especificados os direitos de
propriedade.
Recursos de Propriedade Comum

Recursos de Propriedade Comum

Todos têm livro acesso aos recursos.

Os recursos serão, provavelmente,
utilizados em excesso

Exemplos

Ar e água

Peixes e populações animais

Minerais
A Tragédia dos Comuns
Considere uma área de pastagem
“comunal” de todos os membros de uma
vila.
 Habitantes criam vacas na área comum.
 Quando c vacas são criadas, produção
total de leite é f(c), para f’>0 e f”<0.
 Como os locais deveriam criar vacas de
forma a maximizar a renda total?

A Tragédia dos Comuns
Leite
f(c)
c
A Tragédia dos Comuns
 Tome
o preço do leite $1 e o custo
relativo de criar uma vaca $pc. Então
o lucro do conjunto da vila é
( c )  f ( c )  p cc
e o problema da vila é maximizar
max  ( c )  f ( c )  p cc.
c 0
A Tragédia dos Comuns
max  ( c )  f ( c )  p cc.
c 0
O número de vacas que maximiza a renda,
c*, satisfaz
f  ( c)  pc
i.e. o ganho marginal de renda da última
vaca criada iguala o custo marginal
de sua criação.
A Tragédia dos Comuns
pcc
Leite
f(c)
incl. =
f’(c*)
incl.
= pc
c*
c
A Tragédia dos Comuns
pcc
Leite
f(c)
incl. =
f(c*)
f’(c*)
Renda Máxima
incl.
= pc
c*
c
A Tragédia dos Comuns
 Para
c = c*, o ganho médio por vaca
criada é
( c*) f ( c*)  p cc * f ( c*)


 pc  0
c*
c*
c*
dado que f’ > 0 e f” < 0.
A Tragédia dos Comuns
pcc
Leite
f(c*)
f(c)
incl. =
f’(c*)
f ( c*)
 pc
c*
c*
c
A Tragédia dos Comuns
 Para
c = c*, o ganho médio por vaca
criada é
( c*) f ( c*)  p cc * f ( c*)


 pc  0
c*
c*
c*
dado que f’ > 0 e f” < 0. Portanto o
lucro econômico de introduzir uma
vaca adicional é positivo.
 Como ninguém possui a propriedade
comum, entrada não é restrita.
A Tragédia dos Comuns
 Entrada
continua até que o lucro
econômico de criar uma vaca
adicional é zero; i.e., até
( c ) f ( c )  p cc f ( c )


 p c  0.
c
c
c
A Tragédia dos Comuns
pcc
Leite
f(c*)
f(c)
incl. =
f’(c*)
f ( c)
 pc
c
c*
c

c
A Tragédia dos Comuns
Leite
f(c*)
incl. =
f’(c*)
pcc
f(c)
f ( c)
 pc
c
c
 c
c*
A área comum é super-utilizada, tragicamente.
A Tragédia dos Comuns
A
razão para esta tragédia é que
quando um criador adiciona mais uma
vaca sua renda sobe (em f(c)/c - pc)
mas a renda de todos os outros cai.
 O criador que adiciona uma vaca extra
não leva em conta o custo que inflige
sobre o resto dos criadores.
A Tragédia dos Comuns
 “Tragédia
dos Comuns” modernas
incluem:
– pesca predatória em águas
internacionais
– uso excessivo de terras públicas
– uso excessivo de parques públicos
– congestionamento urbano de
tráfego.
A Pesca de Lagostins na Lousiana

Cálculo do Nível Eficiente de Pesca
de Lagostins
F
= pesca de lagostins em milhões de
libras por ano
C
= custo em dólares/libra
Recursos de Propriedade Comum
Benefícios,
custos
($ por
peixe)
Na ausência de controle,
o número de peixes por mês
é FC e CP = BMg.
Custo Social Marginal
Mas os custos privados
subestimam os
verdadeiros custos.
O nível eficiente de peixe/mês
é F* e CMgS = BMg (D)
Custo Privado
Demanda
F*
FC
Peixe por mês
A Pesca de Lagostins na Lousiana

Demanda
C

CMgS
C

= 0,401 = 0,0064F
= -5,645 + 0,6509F
CP
C
= -0,357 + 0,0573F
Os Lagostins como um Recurso de
Propriedade Comum
C
Custo
(dólares/libra)
Custo Social Marginal
2,10
Custo Privado
0,325
Demanda
9,2
11,9
Pesca de lagostim
(milhões de libras)
A Pesca de Lagostins na Lousiana



Pesca Eficiente

9,2 milhões de libras

D = CMgS
Pesca Predatória

11,9 milhões de libras

D = CP
Custo Social:

(11,9-9.2)(2.1-0.325)=2.396.000
Os Lagostins como um Recurso de
Propriedade Comum
C
Custo
(dólares/libra)
Custo Social Marginal
2,10
Custo Social
do recurso de
propriedade
comum
Custo Privado
0,325
Demanda
9,2
11,9
Pesca de lagostim
(milhões de libras)
Recursos de Propriedade Comum

Solução


Propriedade privada do recurso
Pergunta

Sob que circunstâncias a propriedade
privada do recurso não é viável?
Protocolo de Quioto (1997):
redução de emissões dos gases de efeito estufa
• Países do Anexo I devem, individual ou
conjuntamente, assegurar que suas
emissões agregadas dos gases de efeito
estufa não excedam suas quantidades
atribuídas.
• Objetivo: reduzir as emissões totais
desses gases em pelo menos 5 por
cento abaixo dos níveis de 1990 no
período de compromisso de 2008 a
2012.
Protocolo de Quioto
Comércio de emissões:
A fim de cumprir os compromissos
assumidos, qualquer país do Anexo I
pode transferir para ou adquirir de
qualquer outro país unidades de redução
de emissões
Os países podem participar do comércio
de emissões com o objetivo de cumprir
os compromissos assumidos.
Total das emissões de dióxido de carbono das Partes do Anexo I em 1990,
para os fins do Artigo 25 do Protocolo de Quioto
P arte
Emissões(Gg) P orcentagem
P arte
Emissões(Gg) P orcentag
em
30.719
0,2
Alemanha
1.012.443
7,4
Irlanda
Austrália
288.965
2,1
Islândia
Áustria
59.200
0,4
Itália
Bélgica
113.405
0,8
Japão
Bulgária
82.990
0,6
Letônia
Canadá
457.441
3,3
Liechtenstein
Dinamarca
52.100
0,4
Luxemburgo
Eslováquia
58.278
0,4
M ônaco
71
260.654
1,9
Noruega
35.533
0,3
36,1
Nova Zelândia
25.530
0,2
37.797
0,3
P aí ses Baixos
167.600
1,2
2.388.720
17,4
P olônia
414.930
3
53.900
0,4
P ortugal
42.148
0,3
França
366.536
2,7
169.514
1,2
Grécia
82.100
0,6
República
Checa
Romênia
171.103
1,2
Hungria
71.673
0,5
Suécia
61.256
0,4
584.078
4,3
Suí ça
43.600
0,3
Espanha
Estados Unidos
da América
Estônia
Federação
Russa
Finlândia
Reino Unido da
Grã-Bretanha e
Irlanda do Norte
4.957.022
2.172
0
428.941
3,1
1.173.360
8,5
22.976
0,2
208
11.343
0
0,1
0
Anexo B- Parte Compromisso de redução ou limitação
quantificada de emissões (porcentagem do ano base ou
período)
Alemanha
92
Austrália
108
Áustria
92
Bélgica
92
Bulgária*
92
Canadá
94
Comunidade Européia 92
Croácia*
95
Dinamarca
92
Eslováquia*
92
Eslovênia*
92
Espanha
92
Estados Unidos da América 93
Estônia*
92
Federação Russa*
100
Finlândia
92
França
92
Grécia
92
Hungria*
94
Irlanda
Islândia
Itália
Japão
Letônia*
Liechtenstein
Lituânia*
Luxemburgo
Mônaco
Noruega
Nova Zelândia
Países Baixos
Polônia*
Portugal
Reino Unido da Grã-Bretanha e
Irlanda do Norte
República Tcheca*
Romênia*
Suécia
Suíça
Ucrânia*
92
110
92
94
92
92
92
92
92
101
100
92
94
92
92
92
92
92
92
100
Protocolo de Quioto - Mercado de carbono
•Países em desenvolvimento podem criar
“reduções certificadas de emissões” (CER),
elaborando projetos com baixas emissões de
gases do efeito estufa.
•CER’s podem ser vendidos como créditos de
carbono aos países industrializados que
necessitem reduzir seus níveis de poluição para
cumprir as metas de emissões.
•O comércio de títulos ligados a emissões de
gases do efeito estufa poderia propiciar tanto a
receita necessária quanto soluções ambientais
para a América Latina e o Caribe.
fonte: www.ambientebrasil.com.br
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Externalidades de Produção