Economia dos Transportes
Custos Externos
Custos Externos
© João Rui Marrana, Março 2002
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Custos Externos
Externalidades
• custos provocados pela actividade dos transportes que
afectam o bem estar de terceiros sem que haja lugar a uma
compensação
• Exemplos
• ruído imposto às populações que habitam nas imediações
de um aeroporto: este gera ruídos, população residente
suporta-os;
• poluição atmosférica gerada pela queima de combustíveis:
veículos emitem gases, toda a população suporta os seus
efeitos.
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Dimensão do Problema
• A dimensão das externalidades é de tal ordem que um objectivo
política comum de transportes é aproximar o preço destes aos
custos que impõe à sociedade
• Estudos recentes da Comissão Europeia indicam como valor
global dos custos externos associados ao sector dos transporte de
250 000 Milhões de €
Acidentes
10%
Ruído
5%
custos externos
decorrentes da actividade
dos transportes
representam cerca de 4%
do PIB comunitário
Congestionamento
48%
Poluição
Atmosférica
37%
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Externalidades Tecnológicas e
Externalidades Pecuniárias
• Externalidades Pecuniárias:
Alteração dos custos de terceiros decorrentes da actividade de um
competidor;
Correspondem a uma transferência de recursos
Exemplo:
• Construção de áreas de serviço numa auto-estrada - conduzem à
redução da actividade dos postos de venda de combustíveis
anteriormente existentes
• Externalidades Tecnológicas:
Aparecem reflectidas na função de produção ou de utilidade
Obrigam a um consumo adicional de recursos
Exemplo:
• Construção de uma auto-estrada que degrada o equilíbrio de uma
paisagem, reduzindo a função de utilidade dos residentes que são
prejudicados
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Transportes e Ambiente:
Optimização de Custos
• Até onde levar a redução das externalidades
tecnológicas?
Numa perspectiva ambiental fundamentalista:
• até à eliminação dos efeitos;
Numa perspectiva económica:
• optimizando os custos globais, incluindo quer a redução dos custos
externos quer os custos necessários para provocar essa redução
Numa perspectiva económica a situação óptima
corresponde ao equilíbrio entre custos marginais
e benefícios marginais;
Valor
Numa perspectiva ambiental fundamentalista
a situação desejável corresponde à situação Q1,
gerando um custo superior à solução anterior
correspondente à área a tracejado;
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Bmarg
B
Cmar
g
A
Q1
C
Q2
Qualidade
Ambiental
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Acidentes
• Dimensão:
Na União Europeia morrem anualmente 45 000 pessoas vítimas de
acidentes de transportes, dos quais mais 3 000 em Portugal
A preços de 1987, os custos com acidentes em Portugal nesse ano
ascenderam a cerca de 1 000 Milhões €
Uma parte dos custos decorrentes dos acidentes são custos
internos, através dos seguros de responsabilidade civil
• Quais são então as componentes externas?
– riscos não cobertos pelos seguros (manchas de crude, por ex.);
– custos com carácter público não reclamados por ninguém (custos
sociais da perda de vidas humanas, custos de hospitalização, atrasos
associados a acidente na via)
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Acidentes
• Avaliação das Componente Externas
– Métodos de avaliação da perda de produção:
• determinação da perda para o sistema económico decorrente
da situação gerada: no caso da perda de uma vida humana
será avaliada a diferença entre a produção esperada pelo
indivíduo e o seu consumo no resto da sua vida
– Métodos de avaliação da perda de consumo
• considerando que o o consumo corresponde a uma avaliação
da qualidade de vida, ou seja da utilidade na perspectiva
individual, então o que importará avaliar será a perda líquida
de consumo decorrente da perda de uma vida humana por
exemplo.
– Valores de Referência para uma vida humana
uzados na análise da rentabilidade de investimentos em segurança
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Reino Unido 0.75 M€;
Alemanha 0.6 M€;
Estados Unidos 1.5 - 6 M€;
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Ruído
• Custo externo
– Transportes impõe a exposição da população a níveis de
ruído de tráfego excessivamente elevados
– afecta o bem-estar dessas pessoas: efeitos psicológicos e
fisiológicos (cansaço, stress, distúrbios no sono)
• Dimensão:
– mais de 100 milhões de habitantes dos países industrializados
expostos a níveis de ruído de tráfego inaceitáveis [ >65
dB(A)]. 60 a 80 milhões são habitantes da União Europeia
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Ruído
• Quantificação económica decorrente
• da avaliação dos níveis de ruído existentes,
• das populações que sujeitas,
• da atribuição do valor económico que se atribui a esta perturbações do seu
bem-estar
• Desconforto é função da
intensidade e da frequência:
• Definido o dB(A) - ponderação dos
níveis sonoros observados pesando o
desconforto associado à frequência
registada
• Para quantificar o desconforto global,
utiliza-se o L10: nível médio de ruído
dos 10% do tempo observado em que
se registam níveis mais elevados
Custos Externos
140
120
100
80
60
40
20
0
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Nível de Ruído Observado
Percentil 20%
L10
Ruído
• Atribuição de um valor monetário
ao desconforto:
• Quantificação difícil
• Método de avaliação para o III
Aeroporto de Londres: variação dos
preços das propriedades nas imediações
dos aeroportos existentes com a
distância a estes – regressão entre a
desvalorização e o nível de ruído
decorrente da existência de um
aeroporto.
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Poluição Atmosférica
• Principal Origem:
• Queima de combustíveis fósseis (motores de combustão interna ou
produção energia consumida na actividade dos transportes)
• Gera poluentes:
–
–
–
–
monóxido de carbono (CO),
compostos orgânicos voláteis (COV) e
partículas,
oxidação do azoto do ar (NO).
• Efeitos:
– exposição humana a níveis excessivos monóxido de carbono reduz:
percepção visual, capacidade de trabalho, agilidade e capacidade de
aprendizagem, podendo ser letal;
– COV e os óxidos de azoto: aumento na produção de ozono, existência de
doenças respiratórias, afecta também produções vegetais.
– Partículas: agravamento de problemas respiratórios e doenças
cardiovasculares, alteram no sistema imunitário, em alguns casos
cancerígenas.
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Poluição Atmosférica
• Para além dos problemas de escala regional e
local,
• Existem Efeitos globais:
• chuvas ácidas (afectam o manto vegetal e as espécies
aquáticas)
• efeito de estufa (concentração excessiva de CO2)
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Congestionamento
• Custo Externo
• Condutores quando optam por utilizar uma via com
elevado tráfego irão ser afectados por um consumo
elevado de tempo
• Irão também impor aos restantes utilizadores uma
redução da velocidade de circulação e, por isso, um
acréscimo de tempo consumido.
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