ETNOMATEMÁTICA: NOVA PROPOSTA PARA O ENSINO DE MATEMÁTICA Rejane Maria CALDAS FREITAS 1 Edmilza DOS SANTOS FERREIRA1 Maria Auxiliadora DE SOUZA RUIZ2 RESUMO Este artigo tem como objetivo enfatizar a discussão acerca de uma nova proposta pedagógica de saber/fazer Matemática que é, a Etnomatemática. Procuramos mostrar suas implicações sobre o processo de ensino-aprendizagem no ensino fundamental da rede pública, fazendo a relação com a Etnomatemática e, conseqüentemente, com a Matemática no cotidiano de cada indivíduo. A complexidade da Matemática dentro de um processo de identificação cultural nos faz dar conta que é preciso compreender as diversidades no saberfazer matemático em determinado ambiente, onde o processo de ensino-aprendizagem sofre inúmeras modificações e numerosos impactos no que se refere à aprendizagem matemática. Palavras-chave: Matemática; significação; Etnomatemática; ensino-aprendizagem. ETHNO-MATHEMATIQUE: NOUVELLE PROPOSITION POUR L’ENSEIGNEMENT DE MATHEMATIQUE RESUME Cet article a le but de mettre en évidence la discussion sur une nouvelle proposition pédagogique du savoir-faire Mathématique. Nous cherchons montrer leurs implications sur le processus d’enseignement-apprentissage dans l’enseignement primaire jusqu’au collège du réseau scolaire public, en mettant en rapport avec l’Ethno-mathématique et, 1 Estudantes do Curso de Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Educação e Ensino de Ciências na Amazônia da Escola Normal Superior da Universidade do Estado do Amazonas (ENS/UEA). Email: [email protected] ; [email protected] 2 Professora do Programa de Pós-Graduação em Educação e Ensino de Ciências na Amazônia da Escola Normal Superior da Universidade do Estado do Amazonas (ENS/UEA). Email: [email protected]; [email protected] conséquemment, avec la signification de la Mathématique dans le quotidien de chaque individu. La complexité de la Mathématique dedans le processus de identification culturelle, nous rend compte qu’il faut comprendre les diversités du savoir-faire Mathématique dans les ambiances certaines, où le processus de l’enseignementapprentissage souffre des nombreuses modifications et des plusieurs impacts en ce qui se réfère à l’apprentissage de la Mathématique. Mots-clefs: Mathématique; signification; Ethno-mathématique; enseignement- apprentissage. INTRODUÇÃO O que diferencia o homem de outros animais é a sua capacidade de raciocínio, motivo pelo qual a evolução humana pode se desenvolver em suas conquistas, invenções, descobertas ou mesmo reproduzindo da natureza tudo o demonstrava ser necessário para sua sobrevivência. Este trabalho foi desenvolvido a partir de leituras direcionadas e de experiências como professora de Matemática de ensino fundamental da rede pública. Sabemos que nossos antepassados deram os primeiros passos como construtores do conhecimento matemático, no momento em que construíam suas primeiras ferramentas para facilitar a aquisição de sua alimentação, o homem estava utilizando elementos matemáticos constituintes na natureza, ou inevitavelmente usando de seu raciocínio. Esse processo de descoberta e aquisição de conhecimentos vem acumulando-se no decorrer do tempo e do espaço de acordo com o desenvolvimento de cada povo. Enquanto um grupo utilizava-se de seus aprendizados, outros em determinados lugares também realizavam a mesma ação, que na maioria das vezes com métodos e técnicas diferentes, mas buscando soluções para o mesmo problema vivido. Dizer que não precisamos da Matemática, é negar a historicidade humana de suas conquistas e descobertas, é não valorizar aqueles deram suas vidas para que o conhecimento pudesse progredir. Quando os egípcios interessavam-se no desenvolvimento da geometria e, ou da astronomia, os acasos das descobertas não aconteciam simplesmente porque estavam praticando a Matemática, mas principalmente pelo desejo e curiosidade que os movia para fazer tais atividades. Não sabemos ao certo o momento em que tudo começou e nem como começou, por isso na história da Matemática não podemos afirmar sobre qualquer protagonista, pois cada região, cada lugar, cada tempo tiveram e continuam tento seus personagens. O conhecimento matemático torna-se como uma teia que vai se expandindo ao mesmo tempo e em todos os lados, são sistemas de conhecimentos3, exemplo disso são os estudos desenvolvidos sobre a geometria tanto na Índia como no Egito, como nos afirma BOYER (1996): “Os mais antigos resultados geométricos encontrados na Índia formam o que se chamou os Sulvasutras, ou “regras da corda”. Tratava-se de relações simples, que aparentemente se aplicavam à construção de templos e altares. Pensa-se usualmente que a motivação geométrica dos “estiradores de corda” no Egito era mais prática que a dos seus colegas na Índia; mas sugeriu-se que tanto a geometria da Índia como a egípcia pode provir de uma fonte comum – uma protogeometria relacionada com ritos primitivos mais ou menos do modo como a ciência se desenvolveu a partir da mitologia e a filosofia da teologia.” Com o passar do tempo a Matemática foi evoluindo e hoje utilizamos no cotidiano e nas mais diferentes ciências, usam constantemente sem se preocupar com os primeiros atores dessa História. Considerando que cada povo, cada grupo social, cada etnia tem sua própria maneira de fazer Matemática, não podemos criar um pré-conceito sobre a maneira de se ensinar e aprender matemática de qualquer sociedade, dando incredibilidade a um conhecimento do qual não fomos adequadamente envolvidos, mas, antes conhecer para construir um novo conceito. Dentro desse processo de ensino-aprendizagem da matemática nos desperta a curiosidade de conhecer e aprofundar sobre esta maneira de saber e fazer Matemática dentro de uma dimensão cultural no qual estamos trabalhando, que é a Etnomatemática. A Matemática encontra-se constantemente em nossa vida seja de forma concreta ou abstrata, sabendo a sua utilidade e seu significado dentro de determinado contexto é uma das maiores conquistas do ser humano, pois a aplicação de seu conhecimento se torna 3 Sistemas de conhecimentos são conjuntos de respostas que um grupo dá às pulsões de sobrevivência e de transcendência, inerentes à espécie humana. significativo para todos. De uma forma ou de outra, estamos todos envolvidos pela Matemática, pois em qualquer meio que estejamos somos levados a praticar algum conhecimento matemático. ETNOMATEMÁTICA UMA DESCOBERTA MATEMÁTICA As práticas e conhecimentos desenvolvidos desde os primórdios de povos culturalmente distintos avançaram no tempo paralelamente de acordo com cada realidade. Cada grupo tem sua idéia de representar e manusear os elementos matemáticos, todo esse processo de organização e desenvolvimento faz com que atualmente se incorpore nas práticas de ensino-aprendizagem. A grande difusão desses conhecimentos matemáticos se deu no séc.XV através das grandes navegações européias, neste período de dominação territorial o conhecimento matemático torna-se de fundamental importância, porque estava voltado justamente para as dominações territoriais. Nessas descobertas de novas terras e novos povos, os europeus deparam com novos conhecimentos, novas formas de pensar, novas culturas. Com a colonização e a missão de civilizar o “desigual” incorporou-se diferentes culturas, que hoje nos dá possibilidade de se estudar e criar novas teorias e práticas de ensino, aproveitando a contribuição de que cada povo que forma nossa nação. Como cita D'Ambrósio (2002, p.14 15) em relação à língua e o sistema político no Brasil: “O imigrante, chegando com uma missão civilizatória, dificilmente poderia reconhecer a cultura local, uma mescla de culturas dos primeiros colonizadores com as culturas indígenas e dos africanos trazidos como escravos. Basta observar que a língua mais falada no Brasil, quando do translado da família real, era uma variante do tupi. A opinião de haver incapacidade de organizar um sistema político tem muito haver com o quadro político que se implantou nas Américas após a independência.” No século XX surge uma nova ciência dando ênfase ao modo de pensar de outras culturas, a Antropologia, fazendo reflexões mais amplas sobre o pensamento matemático, dando menção ao cognitivo, histórico, social, pedagógico. “As primeiras pesquisas sistemáticas sobre concepções e sistemas matemáticos de povos culturalmente distintos são do final da década de 70. Aconteceram com a valorização dos chamados etnoconhecimentos ou etnociências. A partir dos anos 80, a antropologia e a sociologia passaram a ser disciplinas cada vez mais presentes em congressos internacionais de educação matemática, em função das preocupações de natureza socioculturais que vêm permeando as discussões sobre o tema. Assim, inaugurou-se formalmente uma nova área das etnociências: a Etnomatemática”. (FERREIRA, 2002, pág. 09) A partir desde momento, a Etnomatemática vem conquistando espaço internacionalmente como disciplina acadêmica, descobrindo junto a sociedades distintas novas formas de saber/ fazer matemática, como forma de organização de estudos sobre essas diferentes culturas cria-se o Programa Etnomatemática com o grande objetivo de procurar entender através de pesquisas o “saber/fazer matemático ao longo da história da humanidade, contextualizando em diferentes grupos de interesse, comunidades, povos e nações”. 4 No momento a Etnomatemática está sendo vista apenas como estudo de Matemáticas desenvolvidas por povos africanos e/ou povos indígenas desenvolvidos principalmente em outros países, ainda não se faz presente dentro do sistema educacional como proposta de ensino. A Etnomatemática surge como possibilidade de motivar o ensino da Matemática dentro de sala de aula, o lugar onde ocorre a produção de conhecimento seja qual for a cultura vivida. Ubiratan D’Ambrósio (2007, pág.02), considerado o protagonista dos estudos sobre a Etnomatemática no Brasil faz uma síntese do que seja: “A aventura da espécie humana é identificada com a aquisição de estilos de comportamentos e de conhecimentos para sobreviver e transcender nos distintos ambientes que ela ocupa, isto é, na aquisição de: etno: ambiente natural, social, cultural e imaginário; matema: de explicar, aprender, conhecer, lidar com; tica: modos, estilos, artes, técnicas.” Por este motivo acredito que a Etnomatemática pode contribuir de maneira aproveitável no que se refere à significação do ensino da Matemática. Ao olharmos na trajetória das descobertas matemáticas, grandes feitos foram criados ou demonstrados a 4 D`Ambrosio, Ubiratam: Etnomatemática: elo entre as tradições e a modernidade.2 ed., Belo Horizonte Autentica, 2002. partir do seu contexto e sua realidade. Tomemos como exemplo, o físico, matemático e astrônomo Isaac Newton, que em seus experimentos partia dos princípios mais simples possíveis provado pelos estudos dos fenômenos, por análise, é deduzido as forças da natureza e as leis das forças a partir de alguns fenômenos selecionados e daí, por síntese, é mostrada a constituição do resto, em sua definição de massa: “A quantidade de matéria é a medida da mesma, obtida conjuntamente a partir de sua densidade e volume.” Assim, o ar com o dobro de densidade, num espaço duplicado, tem o quádruplo da quantidade; num espaço triplicado, o sêxtuplo da quantidade. O mesmo deve ser entendido com respeito à neve, e pó fino ou matéria pulverizada, condensados por compreensão ou liquefação, bem como para todos os corpos que, por quaisquer causas, são condensados diferentemente. Não me refiro, aqui, a um meio, se é possível dizer que tal meio existe, que permeia livremente os interstícios entre as partes dos corpos. É essa a quantidade que doravante sempre denominarei pelo nome de corpo ou massa. A qual é conhecida através do peso de cada corpo, pois é proporcional ao peso, como encontrei em experimentos com pêndulos”5. Contudo, fazer com que o ensino-aprendizagem da Matemática se torne agradável para o professor e principalmente ao aluno que está começando a ter esse contato com a matéria, vale correr o risco de mudar algumas concepções já estabelecidas pelo nosso préconceito. A ETNOMATEMÁTICA NO ENSINO FUNDAMENTAL O tema abordado torna-se um assunto relevante dentro do processo de ensinoaprendizagem e construção de conhecimento, a contextualização dos conteúdos abordados é de extrema necessidade para a compreensão do conhecimento matemático. Etnomatemática é a Matemática praticada por grupos culturais, tais como comunidades urbanas e rurais, grupos de trabalhadores, classes profissionais, crianças de 5 Newton, Isaac. Principia: princípios matemáticos de filosofia natural . Tradução: Trieste Ricci. São Paulo. Ed. Nova Stella. 1990. o grifo é meu. certa faixa etária, sociedades indígenas, e tantos outros grupos que se identificam por objetivos e tradições comuns aos grupos6. Porque Etnomatemática? Desde que o homem começou a se organizar como grupo, o processo de construção foi se aprimorando conforme o desejo que ter o diferente, ou seja, conquistar cada vez mais o tempo e o espaço. Cada período da História há algo que foi construído ou conquistado, como as grandes navegações, que foi a maneira responsável pelo “ponta pé inicial” para a globalização, nessa época os conhecimentos matemáticos eram fundamentais para as novas conquistas. Com o surgimento das grandes expedições científicas encontraram-se povos que despertaram espanto e curiosidade pela diferente forma de pensar. Cronistas portugueses e espanhóis são responsáveis por importantes relatos sobre a literatura descrevendo natureza, fenômenos e povos encontrados. O relato de outras formas de pensar, encontradas nas terras visitadas, é vasto. Sempre destacando o exótico, o curioso7. Como então dizer que povos culturalmente distintos8 não têm sua própria maneira de fazer matemática, suas justificativas para determinadas ações do cotidiano, seus mitos, danças, língua própria e tudo que constitui sua cultura. A Etnomatemática está totalmente imbricada no saber / fazer matemático desses povos, na construção de suas ocas, arcos e flechas, em suas tecelagens, pinturas corporais, nos períodos de plantações e etc. Nós povo brasileiro como misturas de raças, descendentes dos navegadores que aqui chegaram com sua Matemática e trouxeram consigo a Matemática dos negros misturando-se com a Matemática povos indígenas, surge uma indagação sobre a educação Matemática desenvolvida nos dias de hoje. Porque há tantas dificuldades em se aprender e ensinar Matemática hoje? Parece que nos falta o desejo da descoberta e sentido de se descobrir. A própria história está carregada de significados e aplicações da Matemática, no entanto, a escola com sua metodologia, não estão conseguindo despertar interesse tanto do professor como do aluno. O incentivo para construção de uma reflexão crítica a respeito do papel da escola 6 D’AMBROSIO, Ubiratan; Etnomatemática- elo entre as tradições e a modernidade; 2 ed. ;Autentica ;Belo Horizonte;2002; pág.9 7 Op.cit.; pag. 14 8 FERREIRA, Mariana Kawall Leal(org.). Idéias Matemáticas de Povos Culturalmente Distintos.São Paulo. Global,2002. como instituição ajudará tanto os professores como também os alunos a tomarem consciência dos significados de sua prática como educandos e educadores. Paulo Freire já afirmava que “nesse processo [...] cria - se condições para modificá-la, constrói-se com isso a consciência como ato de conhecimento permanente e evolutivo, na medida das qualidades e trocas que se estabelecem entre o sujeito e a realidade”. A complexidade de se viver com a Matemática dentro de um processo de identificação cultural, faz com que nos demos conta que é preciso compreender as diversidades no saber/fazer Matemática num determinado ambiente. Mas, para compreender melhor a sua ação na escola, é necessário que os sujeitos da pesquisa amadureçam suas leituras críticas a respeito da prática desse instrumento o qual chamamos escola. Todas às vezes há uma referência sobre a significação da Matemática de uma forma ou de outra envolve a Etnomatemática, pois ao contextualizar um determinado assunto, utilizando o próprio convívio do aluno em seu meio trabalhamos a sua cultura, o conhecimento já adquirido e sua prática no dia a dia, cabe aos professores direcionar a pesquisa e a produção de conhecimento dentro de sala de aula. CONHECIMENTO INDÍGENA E A ETNOMATEMÁTICA Muito antes da sistematização ocidental da Matemática os povos nativos na prática de suas atividades já desenvolviam e utilizavam a Matemática. Mas, no entanto para muitos estudiosos e educadores com a falta de informação e o preconceito a respeito desses conhecimentos os levam à ignorância. Cabe a cada um de nós nos questionarmos sobre o que nos leva dizer que os povos indígenas não sabem o que é a Matemática? O que sabem sobre a Matemática? Antes da sistematização dos postulados, teoremas, axiomas ou qualquer instrumento matemático que conhecemos e utilizamos hoje, os povos indígenas já construíam suas malocas de forma geométrica bem estruturada, seus utensílios, suas armas, seus calendários, suas pinturas, etc. Perguntemo-nos se a Matemática não está inserida em todo esse processo de conhecimento indígena. Portanto, antes desta sistematização ocidental da Matemática, os nativos já a construíam. Para nos auxiliar na compreensão desta Matemática nos apoiamos na Etnomatemática. Diversas pesquisas a respeito da educação diferenciada já foram realizadas, mostrando que o processo de ensino-aprendizagem da educação indígena é suficientemente capaz de formar acadêmicos ao nível dos critérios exigidos pelo sistema educacional. Almir9 ao desenvolver sua pesquisa nos povos indígenas do Alto Rio Negro10 sobre malocas tradicionais, realiza uma atividade de construções de maquetes dessas malocas envolvendo a Etnomatemática. Levando em consideração que a Matemática está inserida em todas as Ciências, o arquiteto fez relações entre a Matemática (geometria, trigonometria e cálculo) e a Língua Materna do povo, com isso buscavam tratar de elementos para compor um dos princípios básicos da arquitetura denominado ordem. Para compreendermos este momento cito Almir ( 2007, p. 43): “(...) continuaríamos a falar de qualidades através de geometria, denominada pelo grupo como “nomes das aparências das coisas” (‘bauretire’), quando listamos e desenhamos: ponto (‘dobero’), linha (‘opada’), superfície (‘opoparo’), circunferência (‘opasodoro’), cilindro (‘opaduka’), quadrado (‘opatinga’), retângulo (‘yoritiba’), triângulo (‘momoro sawiro’/ siorõ’) e metade (‘dekumena’- no meio= pakrido)”. Esta experiência nos dá suporte ao afirmarmos anteriormente que os povos nativos já trabalham a Matemática de forma significativa dentro de sua cultura, fazendo a reciprocidade entre pesquisa e ação. Com isso queremos enfatizar sobre a importância da contextualização dos conteúdos matemáticos no processo de construção de conhecimento em qualquer cultura que nos encontramos seja do “índio” ou do “não índio”. 9 Arquiteto do IPAAM, trabalhou com os povos do Alto Rio Negro. Dissertação do mestrado do curso de antropologia –UFAM.2007. 10 Tukano, Aruak, Baniwa, Tuyuka, Tariano, dentre outros que participaram do atelier. CONSIDERAÇÕES FINAIS Acreditamos que a Etnomatemática só tem a colaborar com o ensino-aprendizagem da Matemática, e nos ajudarmos nessa quebra de mecanicidade que muitas das vezes deixa os alunos completamente confusos. Saber como, onde e quando se aplicar um determinado conteúdo matemático são questões que prevalecerão nas cabeças inquietas dos alunos e professores até o dia em que pelo menos a maioria daqueles que fazem parte do grupo do sistema educacional se deem conta de que podemos aprender com o novo e o diferente. É preciso que a escola dê oportunidade aos professores e aos alunos de avaliarem e construírem através da pesquisa-ação o conhecimento matemático. Portanto, este trabalho tem o intuito de levantar alguns pontos relevantes a respeito da Etnomatemática e suas implicações na prática de educar na escola. Por esse motivo, enfatizamos que os pontos relevantes aqui descritos, fortalecerão e possibilitará a abertura de novas portas para estudo destas questões que se tornam tão complexas dentro da sala de aula, por esta complexibilidade devemos estar sempre abertos para a busca de novas respostas a respeito da prática pedagógica de uma escola que é composta de etnos. REFERÊNCIA ANDERY, Maria Amália Pie Abib (org.). Para compreender a ciência: uma perspectiva histórica. 12ª ed. Rio de Janeiro: Garamond; São Paulo : EDUC, 2003. BACHELARD, Gaston. A formação do espírito cientifico: contribuição para uma psicanálise do conhecimento. 4ª ed. Rio de Janeiro: Contraponto, 1996. BICUDO, Maria Aparecida Viggiani (org.). Filosofia da Educação Matemática. 3ª ed. Belo Horizonte: Autêntica; 2003. BOYER, Carl B. História da Matemática. São Paulo: Edgar Blücher, 1996. CADERNOS CEDES 40. História e Educação Matemática. 1ª ed. Papirus, 1996. CARRAHER Terezinha; David CARRAHER; Analúcia SHLIEMANN. 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