PROPRIEDADE INTELECTUAL E DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO: DESAFIOS DA RELAÇÃO ENTRE A UNIVERSIDADE E AS EMPRESAS WIPO INTERNATIONAL SEMINAR ON THE STRATEGIC USE OS INTELLECTUAL PROPERTY FOR ECONOMIC AND SOCIAL DEVELOPMENT ANGELA ULLER RIO DE JANEIRO, 21-25 DE MARÇO ALGUNS FATOS SOBRE A REALIDADE BRASILEIRA • POLÍTICA DE FORMAÇÃO DE MESTRES E DOUTORES CONSTANTE DESDE A DÉCADA DE 70 • CONCENTRAÇÃO INICIAL NO MESTRADO • AUMENTO DA ÊNFASE NO DOUTORADO A PARTIR DE MEADOS DA DÉCADA DE 90 CONSEQÜÊNCIAS? BRASIL: ALUNOS TITULADOS NOS CURSOS DE MESTRADO E DOUTORADO, 1987-2004 Fonte: CAPES BRASIL: PERCENTUAL DE ARTIGOS PUBLICADOS EM PERIÓDICOS CIENTÍFICOS INTERNACIONAIS INDEXADOS NO INSTITUTE FOR SCIENTIFIC INFORMATION (ISI), EM RELAÇÃO À AMÉRICA LATINA E AO MUNDO, 1981-2004 Fonte(s): Institute for Scientific Information (ISI). National Science Indicators. CONCLUSÃO • INVESTIMENTOS EM CIÊNCIAS DERAM BONS RESULTADOS • AS UNIVERSIDADES E CENTROS DE PESQUISA SE QUALIFICARAM • OS CURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃO SE EXPANDIRAM PARA TODAS AS ÁREAS DO CONHECIMENTO MAS AINDA ASSIM ALGUNS INDICADORES NÃO SÃO BONS!!!! PESQUISADORES EM PESQUISA E DESENVOLVIMENTO (P&D) EM EQUIVALÊNCIA DE TEMPO INTEGRAL, EM RELAÇÃO À POPULAÇÃO ECONOMICAMENTE ATIVA (PEA), DE PAÍSES SELECIONADOS, EM ANOS MAIS RECENTES DISPONÍVEIS Fonte(s): Organisation for Economic Co-operation and Development, Main Science and Technology Indicators, November 2003 e Brasil: para empresas: Pesquisa Industrial de Inovação Tecnológica (Pintec) - 2000, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE); para estudantes de doutorado: Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes); e, para o restante: Diretório dos Grupos de Pesquisa no Brasil (DGP), Censo 2000, da Assessoria de Estatística e Informação (AEI), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). DISTRIBUIÇÃO DE PESQUISADORES EM EQUIVALÊNCIA DE TEMPO INTEGRAL, POR SETORES INSTITUCIONAIS, DE PAÍSES SELECIONADOS, NOS ANOS MAIS RECENTES DISPONÍVEIS (em percentual) Países Anos Setores Governo Empresas Ensino superior Alemanha 2003 14,4 60,2 25,4 Argentina 2003 38,8 12,4 46,3 Austrália 2002 11,0 28,1 58,3 Brasil 2004 6,5 25,8 66,6 Canadá 2002 6,9 61,8 31,0 China 2003 20,7 52,3 20,1 Coréia 2003 7,9 73,6 17,5 Espanha 2003 16,7 29,8 53,2 Estados Unidos da América 2002 3,6 79,9 ... França 2003 12,7 52,2 33,4 Japão 2003 5,0 67,9 25,5 México 1999 34,5 16,2 48,7 Portugal 2003 17,0 18,7 49,7 Rússia 2003 31,0 53,9 14,8 Fonte: Organisation for Economic Co-operation and Development, Main Science and Technology Indicators, November 2003 e Brasil: para empresas: Pesquisa Industrial de Inovação Tecnológica (Pintec) - 2000, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE); para estudantes de doutorado: Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes); e, para o restante: Diretório dos Grupos de Pesquisa no Brasil (DGP), Censo 2000, da Assessoria de Estatística e Informação (AEI), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). CONCLUSÃO • AS EMPRESAS NÃO SE CAPACITARAM COMO AS UNIVERSIDADES • MUITOS PESQUISADORES TRABALHAM EM EMPRESAS ESTATAIS • CONCENTRAÇÃO DA PRODUÇÃO INDUSTRIAL EM PRODUTOS DE BAIXO VALOR AGREGADO • MUITAS EMPRESAS PREFEREM COMPRAR TECNOLOGIA FORA DO QUE DESENVOLVER CONSEQÜÊNCIAS ÓBVIAS?? PEDIDOS DE PATENTES DE INVENÇÃO DEPOSITADOS NO ESCRITÓRIO DE MARCAS E PATENTES DOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA, ALGUNS PAÍSES, 2004 Fonte: USPTO DEPÓSITO DE PATENTES DE INVENÇÃO NOS ESCRITÓRIOS NACIONAIS EM RELAÇÃO AO PRODUTO INTERNO BRUTO (PIB), 2004 Fonte(s): para depósitos de patentes: Organização Mundial de Propriedade Intelectual (OMPI), exceto no caso brasileiro cujos dados são também do Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI); para o produto interno bruto (PIB) em paridade de poder de compra (PPC): World development indicators, 2003 and World Bank atlas ; on CD-ROM. World Bank. CONCESSÕES DE PATENTES DE INVENÇÃO JUNTO AO ESCRITÓRIO NORTEAMERICANO DE PATENTES (USPTO), SEGUNDO PAÍSES DE ORIGEM SELECIONADOS, 1980-2004 ` Fonte(s): U.S. Patent and Trademark Office (USPTO). BRASIL: PEDIDOS DE PATENTES DEPOSITADOS NO INSTITUTO NACIONAL DE PROPRIEDADE INDUSTRIAL (INPI), SEGUNDO TIPOS E ORIGEM DO DEPOSITANTE , 2000-2004 Tipos de Patentes e Origem do Depositante 2000 2001 2002 2003 2004 24.117 23.620 23.995 24.753 21.742 8.878 9.440 10.002 10.672 10.879 não-residentes 15.239 14.180 13.993 14.081 10.863 Privilégio de Invenção 17.373 16.537 16.184 16.117 13.888 3.098 3.311 3.102 3.465 3.824 14.275 13.226 13.082 12.652 10.064 Modelo de Utilidade 3.189 3.366 3.462 3.621 3.475 residentes 3.104 3.280 3.416 3.224 3.358 85 86 46 397 117 Desenho Industrial 3.555 3.717 4.349 5.015 4.379 residentes 2.676 2.849 3.484 3.983 3.697 879 868 865 1.032 682 Total residentes residentes não-residentes não-residentes não-residentes Fonte: Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). JÁ QUE AS UNIVERSIDADE CONCENTRAM O MAIOR NÚMERO DE PESQUISADORES BRASILEIROS COMO ESTÁ SUA PRODUTIVIDADE TECNOLÓGICA? PEDIDOS DE PATENTES (PRIVILÉGIO DE INVENÇÃO) DEPOSITADOS SEGUNDO A ORIGEM DO DEPOSITANTE , 2000-2004 BRASIL Origem do Depositante Residentes (Total) ICT’s 2000 2001 2002 2003 2004 3.098 3.311 3.102 3.465 3.824 133(4,6%) 128(3,9%) 236(7,6%) 250(7,2%) 264(6,9%) Fonte: Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). USA Origem do Depositante Residentes (Total) ICT’s 2000 2001 2002 2003 164.795 177.511 184.245 188.941 5.623 (3,4%) 5.784 (3,3%) 6.509 (3,5%) 7.203 (3,8%) 2004 189.536 - Fonte: USPTO – Residentes e NSF – ICT’s QUESTÕES PARA REFLEXÃO O PAPEL DA ACADEMIA É SER RESPONSÁVEL PELO AUMENTO DA PRODUÇÃO TECNOLÓGICA BRASILEIRA? QUE RESULTADOS DA PESQUISA DEVEM SER PATENTEADOS? PARA QUE SERVE PATENTEAR SE NÃO HOUVER QUEM QUEIRA LICENCIAR? AÇÕES GOVERNAMENTAIS PARA REVERTER A BAIXA PRODUÇÃO TECNOLÓGICA • • • • • • ABERTURA DA ECONOMIA FIM DA RESERVA DE MERCADO ESTÍMULO A PROJETOS DE PARCERIA UNIVERSIDADE /EMPRESA PROGRAMA RHAE PARA EMPRESAS INCENTIVOS FISCAIS – PDTI E PDTA E LEI DE INFORMÁTICA NA DÉCADA DE 90 FUNDOS SETORAIS – ANOS 2000 2005 E 2006 • LEI DE INOVAÇÀO • INCENTIVOS FISCAIS INCLUSIVE PARA RH • SUBVENÇÃO ECONÔMICA DE ACORDO COM A PITCE LEI DE INOVAÇÃO E SEUS IMPACTOS NAS ICTS • CAPÍTULO 1 – DISPOSIÇÕES PRELIMINARES → INCLUI NA LEI A PESQUISA CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA VOLTADA PARA O AMBIENTE PRODUTIVO ESTABELECE DEFINIÇÕES IMPORTANTES: ■ CRIAÇÃO ■ INOVAÇÃO ■ NÚCLEO DE INOVAÇÃO TECNOLÓGICA LEI DE INOVAÇÃO E SEUS IMPACTOS NAS ICTS • CAPÍTULO 2 – ESTÍMULO À CONSTRUÇÃO DE AMBIENTES ESPECIALIZADOS E COOPERATIVOS DE INOVAÇÃO ■ REDES INTERNACIONAIS, INCUBADORAS E PARQUES TECNOLÓGICOS ■ USO DOS LABORATÓRIOS E EQUIPAMENTOS POR EMPRESAS ■ PARTICIPAÇÃO DAS ICT’S NO CAPITAL DE EMPRESAS ■ PROPRIEDADE INTELECTUAL COMPARTILHADA NA PROPORÇÃO DO CAPITAL SOCIAL LEI DE INOVAÇÃO E SEUS IMPACTOS NAS ICTS • CAPÍTULO 3 – ESTÍMULO À PARTICIPAÇÃO DAS ICT NO PROCESSO DE INOVAÇÃO ■ FLEXIBILIZAÇÃO DAS ICT PARA CONTRATOS DE TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA E PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS ■ LICENCIAMENTO COM EXCLUSIVIDADE OU NÃO ■ REMUNERAÇÃO PARA O INVENTOR ■ TITULARIDADE DAS CRIAÇÕES NOS CONTRATOS DE P&D ■ LICENÇA DE AFASTAMENTO AO SERVIDOR PARA OUTRA ICT OU PARA CONSTITUIR EMPRESA DESAFIOS NA RELAÇÃO U/E E A LEI DE INOVAÇÃO ARTIGO 6º - TRATA DO LICENCIAMENTO § 1º - LICENCIAMENTO COM EXCLUSIVIDADE QUANDO A ICT É A ÚNICA TITULAR. OBJETO EXPLICITADO DE FORMA SUCINTA E CLARA NO DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO. ■ DIVULGAÇÃO DO TÍTULO DA PATENTE, ENQUANTO NO PERÍODO DE SIGILO E AINDA NÃO PROTEGIDA NO EXTERIOR (AO MENOS VIA PCT) PODE SER CONSIDERADA COMO UMA PUBLICAÇÃO ►TECNOLOGIA CONSIDERADA DE DOMÍNIO PÚBLICO EM OUTROS PAÍSES ■ INDICAÇÃO PARA CONCORRENTES DE TENDÊNCIA TECNOLÓGICA. DESAFIOS NA RELAÇÃO U/E E A LEI DE INOVAÇÃO ARTIGO 6º - TRATA DO LICENCIAMENTO § 1º - LICENCIAMENTO COM EXCLUSIVIDADE QUANDO A ICT É A ÚNICA TITULAR. OUTROS PROBLEMAS : ■ DIFICULDADES NO ESTABELECIMENTO DE ROYALTIES (%). ►AINDA MAIS DIFÍCIL QUANDO EMPRESA É MULTINACIONAL. ■ EMPRESA NÃO ACEITA INVESTIR NA ETAPA DE DESENVOLVIMENTO. ■ FALTAM PROFISSIONAIS NAS ICT’s QUE ENTENDAM DE MERCADO. DESAFIOS NA RELAÇÃO U/E E A LEI DE INOVAÇÃO ARTIGO 9º - TRATA DOS ACORDOS DE PARCERIA PARA O DESENVOLVIMENTO DE TECNOLOGIA §3º - TITULARIDADE DA PROPRIEDADE INTELECTUAL E A PARTICIPAÇÃO NOS RESULTADOS: PROPORCIONAL AO VALOR AGREGADO DO CONHECIMENTO JÁ EXISTENTE NO INÍCIO DA PARCERIA. ■ EMPRESAS NÃO ACEITAM DIVIDIR A PROPRIEDADE SE ESTIVEREM PAGANDO 100% DO VALOR DO PROJETO. ■ QUANDO COMPARTILHAM NÃO CONCORDAM EM PAGAR PELO USO DA PARTE QUE CABE À ICT. ■ EXERCEM PODER DE VETO QUANDO A ICT DECIDE LICENCIAR PARA TERCEIROS. DESAFIOS NA RELAÇÃO U/E E A LEI DE INOVAÇÃO • ARTIGO 15 – TRATA DO AFASTAMENTO DE SERVIDOR PARA CONSTITUIR EMPRESA DE BASE TECNOLÓGICA • POSSIBILIDADE JÁ PREVISTA NA LEI 8.112: SERVIDOR NÃO PODE EXERCER CARGO DE SÓCIO GERENTE MAS CONTINUA COM SALÁRIO. • SERVIDOR NÃO PODE CONSTITUIR EMPRESA PARA EXPLORAR OU LICENCIAR TECNOLOGIAS DESENVOLVIDAS NA ICT, MESMO SENDO O INVENTOR (INTERPRETAÇÃO DO JURÍDICO DE CADA ICT). • PATENTES OU OUTROS REGISTROS DE PI SÃO UM ATIVO PÚBLICO E LICENCIAMENTO DEVE SEGUIR A LEI 8.666. DESAFIOS NA RELAÇÃO U/E E A LEI DE INOVAÇÃO • ARTIGO 15 – TRATA DO AFASTAMENTO DE SERVIDOR PARA CONSTITUIR EMPRESA DE BASE TECNOLÓGICA OUTROS PROBLEMAS: • EMPRESAS FORMADAS POR SERVIDORES E ALUNOS INVENTORES NÃO PODEM TER EXCLUSIVIDADE DE LICENCIAMENTO: PELA LEI 10.973 E 8.666 DEVEM PARTICIPAR DE EDITAL, MESMO QUE ESTEJAM NA INCUBADORA. • SOLUÇÃO SUGERIDA: PRIMEIRO CONSTITUI A EMPRESA DEPOIS PATENTEIA EM CO-TITULARIDADE (UNIVERSIDADE PERDE 50%). • FALTA CAPITAL DE RISCO E FINANCIAMENTO QUANDO ATIVOS DA EMPRESA SÃO INTANGÍVEIS. • O SÓCIO CAPITALISTA DESVALORIZA A TECNOLOGIA. O GRANDE DESAFIO NA RELAÇÃO U/E ENCONTRAR O PARCEIRO CERTO PARA A TECNOLOGIA DESENVOLVIDA TER SEGURANÇA JURÍDICA PARA QUE A PARCERIA DÊ CERTO AUMENTAR O NÚMERO DE PESQUISADORES NAS EMPRESAS SENSIBILIZAR OS EMPRESÁRIOS PARA A IMPORTÂNCIA DA PI