América Latina: construção de capacidade multipaís para o atendimento ao Protocolo de Cartagena sobre Biossegurança – LAC Biosafety Projeto O projeto América Latina: construção de capacidade multipaís para o atendimento ao Protocolo de Cartagena sobre Biossegurança – LAC-Biosafety, é uma iniciativa pioneira de cooperação entre os países megabiodiversos Brasil, Colômbia, Costa Rica e Peru, para fortalecer suas capacidades em biossegurança e para a tomada de decisão em cumprimento ao Protocolo de Cartagena em Biossegurança – PCB. Neste sentido, o projeto constitui-se no esforço conjunto entre instituições nacionais e internacionais de sólida especialização em ciências naturais, biodiversidade, biotecnologia, socioeconomia e comunicação. Objetivo O objetivo do projeto é fortalecer a capacidade técnica na geração de conhecimento científico como aporte à avaliação e à administração do risco potencial dos organismos vivos geneticamente modificados – OGM sobre a agrobiodiversidade e para a tomada de decisões em biossegurança. Cada país está representado por uma Coordenação Nacional e por entidades competentes com especialização, conhecimento e experiência complementar. O projeto não apenas utilizará, mas também reforçará, a capacidade técnica existente em cada país. Os países participantes estão de acordo que um enfoque multipaíses é o mais efetivo, permitindo um impacto mais rápido nos diversos segmentos da sociedade abrangida pela tecnologia. As agências coordenadoras nacionais são centros de excelência em áreas diretamente relacionadas à biossegurança, tais como, a Embrapa Meio Ambiente que atua na área de meio ambiente; o Centro de Investigación en Biología Celular y Molecular - CIBCM da Universidade de Costa Rica que atuam na área de biologia e agrobiodiversidade; o Instituto de Biotecnologia - IBT da Universidade Agrária La Molina, Peru, e a Corporación Colombiana de Investigación Agropecuária -CORPOICA, Colômbia, que atua na área de agricultura e agrobiodiversidade. Países participantes Os quatro países participantes neste projeto, Brasil, Colômbia, Costa Rica e Peru, têm várias características em comum, tais como: • Alta biodiversidade e distribuição geográfica de cultivos agrícolas importantes e de seus parentes silvestres; • Desenvolvimento e implementação de projetos com financiamento GEF e projetos do Banco Mundial em agricultura e desenvolvimento rural; • Um futuro papel potencial e estratégico que poderia desempenhar na administração da biossegurança nas suas respectivas sub-regiões; • Os países já desenvolveram e implementaram marcos de trabalho legais em biossegurança anteriores ao Protocolo de Cartagena. Além disso, todos eles ratificaram a Convenção sobre Diversidade Biológica - CBD e o Protocolo de Cartagena sobre Biossegurança - PCB. Estratégia do Projeto Cada país enfrenta limitações na sua capacidade de cumprir totalmente os requerimentos do PCB. Numa pesquisa prévia à formulação deste projeto, os países participantes identificaram como prioridade o fortalecimento da capacidade técnica para a avaliação, a administração de OGM e a necessidade de disseminar a informação tecnicamente fundamentada e compreensível para apoiar o planejamento e o desenvolvimento de políticas em biossegurança. Portanto, o projeto centra seus esforços no fortalecimento da capacidade de avaliação, de monitoramento e de administração dos riscos potenciais dos OGM sobre a biodiversidade associada com a agricultura, levando em consideração questões relacionadas com o impacto socioeconômico, o papel da comunicação e a percepção pública. O trabalho do projeto está baseado em áreas temáticas prioritárias, as quais lhe conferem sua dimensão multipaíses e a sua regionalidade. Para alcançar seus objetivos, o projeto conta com a colaboração estratégica regional de instituições nacionais dos quatro países participantes, dos centros internacionais de pesquisa agrícola e demais instituições que possam contribuir com atividades complementares. Projeto Técnico Componente 1. Fortalecimento da capacidade técnica em geração de conhecimento para análise de risco de OGM Este componente visa fortalecer a capacidade técnica regional, usando como modelo as culturas de algodão, arroz, batata, mandioca e milho, e adaptando as metodologias de análise às condições tropicais das regiões ricas em biodiversidade. As áreas em que serão desenvolvidas as metodologias compõem as áreas temáticas do projeto, a saber: A. Avaliação e monitoramento do fluxo de genes em culturas • Documentação e base de dados para avaliação e monitoramento da introgressão e/ou da persistência de genes e para o mapeamento da distribuição geográfica de populações de culturas, raças crioulas, plantas daninhas e parentes silvestres, utilizando sistema de informação geográfica (SIG), entre outros. • Metodologias adaptadas e harmonizadas regionalmente para avaliar os efeitos de OGM sobre organismos não-alvo, e desenvolver estratégias de mitigação. • Estratégias de monitoramento de OGM e desenvolvimento de guias operacionais para evitar ou minimizar o fluxo de genes. B. Avaliação e monitoramento dos potenciais efeitos sobre organismos não – alvo • Metodologias adaptadas e harmonizadas regionalmente para avaliar os efeitos de OGM sobre organismos não-alvo, e desenvolver estratégias de mitigação. C. Fortalecimento da capacidade técnica sobre impacto socioeconômico • Metodologias e ferramentas adaptadas para incorporar considerações socioeconômicas na tomada de decisões sobre OGM nos trópicos. Componente 2. Fortalecimento da capacidade para tomada de decisões em biossegurança Neste componente o projeto promoverá a capacitação científica e técnica em formato participativo aplicando os conhecimentos já existentes nos países e outros gerados no Componente 1 para fortalecer a tomada de decisão em analise de risco potencial de OGM e a efetiva comunicação de risco. Utilizará, também, o conhecimento gerado no fortalecimento de capacidades em risco ambiental e em impacto socioeconômico, de autoridades competentes, profissionais, técnicos e pesquisadores. Projeto Comunicação e Percepção Pública O projeto complementar “América Latina: Comunicação e percepção pública para o fortalecimento de capacidades em atendimento ao Protocolo de Cartagena em Biossegurança” tem como objetivo reforçar a capacidade de comunicação e a percepção pública sobre biossegurança na América Latina em geral, e especificamente nos quatro países participantes. Para alcançar seu objetivo, o projeto desenvolverá estratégias de comunicação e planos para o seu gerenciamento, bem como a difusão do conhecimento gerado frente à percepção pública, concluindo com a realização de uma conferência regional sobre biossegurança. O projeto complementar disseminará informações e ferramentas inovadores para a análise de risco, base de dados para compartilhar conhecimentos em biossegurança, bem como material cientificamente embasado para a capacitação na região. Estas atividades gerarão benefícios ambientais globais aumentando a percepção e a sensibilização em biossegurança, e compartilhando os conhecimentos na região, e contribuindo para a conservação da diversidade biológica.